Lirio7 01/09/2020
Surpresa boa
Camille descobriu após a morte do pai que a vida que ela conhecia era uma mentira. O pai dela havia se casado antes do enlace com a mãe e isso fez com que o casamento deles fosse considerado ilegítimo. Camille, seus irmãos e sua mãe ficaram sem nada enquanto que uma meia-irmã até então desconhecida, ficou com tudo.
Joel viveu no mesmo orfanato que Anna, a meia-irmã de Camille e uma grande amiga para ele. E como pintor, Joel vinha sendo reconhecido por suas habilidades em retratar a essência das pessoas nos seus quadros, e ele também dava aulas duas vezes por semana para as crianças do orfanato em que cresceu, sendo que é lá que ele se surpreende ao encontrar Camille como a nova professora do lugar.
Camille não perdeu somente o posto de Lady e o título de filha legítima com o escândalo. Ela já não sabe mais quem é e decide recomeçar no lugar onde a sua meia-irmã passou a maior parte da vida.
E devo dizer aqui que ler "Alguém para Abraçar" permitiu que eu me colocasse no lugar de Camille, no lugar de alguém que descobriu muitas mentiras, que teve o coração partido por alguém em quem confiava, que perdeu amigos e que foi criada como uma aristocrata pomposa, para ser perfeita. E foi só assim, que eu pude lhe dar uma chance para desfazer a imagem de mimada e detestável que eu tinha feito dela depois de ler o primeiro livro.
E a relação com a irmã foi algo pelo qual esperei muito ver evoluir, mas essa não foi uma parte fácil para as irmãs e principalmente para Camille. E Anna acabou se consolidando como uma personagem incrível, pois mesmo tendo vivido sem família e órfã, ela amava e se permitia, até mesmo ansiava, ser amada com muita facilidade, o que foi bem diferente de Camille, que tendo uma família, recebeu um tratamento frio e repleto de expectativas, o que fez com que ela ainda estivesse aprendendo sobre o amor. E ela precisou de um certo tempo para mudar, se encontrar e se abrir, onde foi se reconstruindo e aprendendo a sorrir mais, a amar e ser amada e a viver plenamente. E como professora, Camille foi natural e criativa e com as crianças, e com Joel e com as mudanças na vida, ela cresceu e descobriu o próprio caminho para ser feliz lutando por ele.
Enfim, uma vez que os protagonistas passaram a conviver mais foram aprendendo a admirar um ao outro. Joel que começou disposto a não gostar dela foi vendo coisas novas nela a cada dia que o deixavam impressionado, e ele a ajuda a derrubar alguns muros emocionais que ela montou para se proteger. Já Camille o ajuda a enfrentar algumas revelações importantes sobre sua família e há bastante companheirismo, admiração e amor na relação que surge entre eles e curti muito acompanhar. E vou terminar dizendo que gosto quando Mary nos apresenta personagens humanos e falhos, com medos, desejos, defeitos, e acho que isso nos deixa mais próximos deles e torna a leitura mais emocionante e delicada e o fato é que esse segundo livro me encantou bem mais que o primeiro.