Ovelhas negras

Ovelhas negras Caio Fernando Abreu




Resenhas - Ovelhas Negras


34 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


alissonferreira.c1 04/07/2020

Caio sempre me toca, mesmo quando eu não entendo
O livro é uma coletânea de contos escritos entre 1962 e 1995. Contos que, segundo o próprio Caio Fernando Abreu, foram dispensados por algum motivo. Ou por serem fracos, ou por serem pessoais demais ou complexos demais.

Dá para perceber uma certa variação na qualidade da narrativa dos contos. Alguns são muito bons, outros são completamente indecifráveis e outros são rápidos e não trazem muita coisa a tona. Mas todos contam com um breve comentário no início, o que proporciona uma experiência a mais na leitura.

O conto "Depois de agosto", de 1995, foi o que mais me tocou, pois conta a história de um jovem HIV+, que luta contra os dilemas de viver com um vírus sobre o qual ainda não se sabe muita coisa. Esse rapaz conhece outro rapaz, amigo de um amigo, e vive uma paixão por ele, mas se depara com a ambiguidade dos sentimentos, variando entre o amor, a culpa, a raiva pelo outro, que mesmo sabendo de sua condição, abriu espaço para que esse sentimento nascesse e crescesse.

Esse é o segundo livro do Caio Fernando Abreu que eu leio. O primeiro foi Mel & Girassóis. Devo admitir que M&G é mais fácil de ler, de compreender e de sentir o que está sendo dito. Mas Ovelhas Negras também é muito bom.
Oliveira331 25/01/2022minha estante
não sei se faz sentido, mas quando li, poderia jurar que eles estavam vivendo esse amor em uma espécie de limbo entre a vida e a morte.




Renan.Schiavon 28/08/2020

sem muito o que falar desse livro. é bom. mas os contos poderiam ser melhores.
comentários(0)comente



Gus 29/05/2023

Esse foi o livro que mais me aproximou de Caio.
Já sou um fã há bastante tempo, mas ler um pouco do seu diário e daquilo que "foi ignorado" me fez pensar na imensidão do que ele fazia e sentia.
comentários(0)comente



Pris 24/07/2012

"Essa morte constante das coisas é o que mais dói".

Mesmo tendo contos não tão bons, o livro vale a pena.
Caio sempre vale a pena.
comentários(0)comente



bianca 11/09/2021

"A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão."
comentários(0)comente



Gabriel 18/11/2020

Caio sempre muito tocante!
comentários(0)comente



Bárbara 01/02/2024

Esse livro é uma mistura de náusea com chorume, perfume de flores e purpurina.
Ler esses contos é como estar em uma bad trip num boteco sujo de São Paulo nos anos 70, com injeções enfiadas no braço e a certeza de morrer logo de imundeficiência.
"um reino de escuridão, teias, náusea, dor, maldição e luz" como vem em uma das histórias.
Caio traz uma dor e carência solitária intensas. E ao mesmo tempo transborda alguns carinhos. Mas o humor é negro.
comentários(0)comente



JorgeFerlimnet 20/01/2021

Eu nunca sei o que escrever após ler algum livro de Caio Fernando Abreu, um dos escritores que mais li na minha vida. É como alguém disse em uma resenha desse livro: às vezes eu não entendo o que ele quis dizer, mas sempre me toca. É exatamente assim!
Essa é uma coletânea de textos de Caio F. Abreu que ele considera como o lado B de seu trabalho, sendo que alguns ele não havia publicado antes.
Um dos meus contos preferidos de Caio está nesse livro, O Príncipe Sapo, que conta a história de Teresa, uma mulher que nunca casou apesar de querer muito e que tentou, de alguma forma, encontrar a felicidade.
Assim como qualquer livro de Caio, há textos que você vai amar e outros que não terão muita graça, mas não dá pra passar incólume, todos vão te tocar de alguma forma!

Quote: "Essa morte constante das coisas é o que mais dói".
comentários(0)comente



Tatiane Araujo 30/01/2021

Sensível, exagerado e poético.
comentários(0)comente



Renata Barreto 17/02/2011

Ovelhas Negras
Um livro composto por contos "rejeitados", aqueles inadequados à publicações anteriores.
Ineteressante como se organizam bem juntos, movendo sempre a reflexão somente como Caio Fernando Abreu consegue fazer.
Como sempre, cada conto esbanja sensibilidade de maneira extremamente grosseira; fere em profundidade de maneira sutil.
Muito bom para quem curte uma angústia!
comentários(0)comente



Thiago Barbosa Santos 03/07/2017

Como nasce um grande autor!
Caio Fernando Abreu, um dos maiores contistas da nossa literatura, reuniu no livro textos que escreveu de 1962 até 1995. São trabalhos que ficaram perdidos no tempo, que por uma razão ou outra não foram publicados ou saíram em suplementos literários de jornais, quase anônimos. Em determinados casos, o projeto era escrever um romance, e o texto acabou descambando para o conto.

Alguns textos foram proibidos pela censura militar, outros pelo próprio Caio, que os julgou impublicáveis na época. Eis o nome Ovelhas Negras. De alguma maneira, os contos foram "rejeitados", eis o nome Ovelhas Negras. Mas tempos depois o autor, já com o distanciamento necessário das obras, resolveu ressuscitá-las.

De certa forma, dá para dizer que os contos não estão à altura da biografia do Caio Fernando Abreu. Muitos deles foram escritos em uma fase em que ele ainda era verdinho. Porém ele fez questão de não reescrevê-los, não lapidá-los. Eles foram publicados assim mesmo, crus, inacabados, para que fosse exposta toda a verdade do autor. Apesar disso, é possível observar vários traços de genialidade, que seriam reafirmados em outras obras maiores do Caio. Vale a leitura para se observar o nascimento de um grande escritor.
comentários(0)comente



Malu 23/02/2016

Maravilhoso!!
Caio Fernando, por mais clichê que possa parecer, é um daqueles amores sinceros, que andam em falta nos dias de hoje. Lindo, envolvente e sensível demais. Emociona ao ponto de acariciar a alma, depois da energia de tantos sentimentos bons dentro do peito. Singelo e forte demais, sempre. ?
comentários(0)comente



Léia Viana 17/09/2014

"Depois de todas as tempestades e naufrágios, o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro".
"Remexendo, e com alergia a pó, as dezenas de pastas em frangalhos, nunca tive tão clara certeza de que criar é literalmente arrancar com esforço bruto algo informe do Kaos. Confesso que ambos me seduzem, o Kaos e o in ou dis-forme. Afinal, como Rita Lee, sempre dediquei um carinho todo especial pelas mais negras das ovelhas."

É muito difícil não ser passional em relação a Caio. Sim, Caio. Sinto-me intima dele, de suas palavras, de seus contos, é como se Caio me colocasse em alguns de seus textos, como se eu fosse sua amiga, sua confidente, como se trocássemos segredos e não nos revelássemos um ao outro. Como se soubéssemos tudo e não ficássemos com nada um do outro. Caio me entende.

Esta é uma resenha de uma mulher apaixonada, que vibrou em cada linha lida desse livro e que se sente incapaz de escrever algo significativo que honre a beleza desta obra. Ovelhas Negras trás consigo não somente contos, fragmentos, tem um pouquinho do que Caio viveu, muito pouco, mas, como fã que sou, todo pouco é sempre muito bem vindo.

Ovelhas Negras nasceu aos poucos, dos 14 aos 46 anos de Caio, mudou muito de lugar da fronteira com a Argentina à Europa o primeiro capítulo, (ainda não sei se devo chamar a divisão dos textos deste livro assim) começa com um romance, escrito por volta dos 14 anos do escritor, cheios de clichês, quase nada faz lembrar o seu estilo literário. Algumas partes do livro vêm, acompanhada com pequenos trechos de Clarice Lispector, Mario Quintana, Sylvia Plath, Hilda Hilst, Antonio Bivar. Fragmentos que combinam imensamente com toda a obra.

"Estranho, mas é sempre como se houvesse por trás do livre-arbítrio um roteiro fixo, predeterminado, que não pode ser violado. Um roteiro interno que nos diz exatamente o que devemos ou não fazer, e obedecemos sempre, mesmo que nos empurre para aquilo que será aparentemente pior. O pior às vezes é justamente o que deveria ser feito?"

A obra como um todo é especial, mas os contos/textos que mais gostei foram: Lixo e purpurina, que reúne fragmentos do ano de 1974, período em que Caio viveu em Londres, como o próprio escritor esclarece é uma espécie de diário, em partes verdadeiros e em outras ficcional. O príncipe Sapo, tão atual, tão perfeitamente contemporâneo que precisei ler várias vezes o miniprefácio, para convencer a mim mesma que tinha sido escrito e publicado pela primeira vez em 1966; e Anotações sobre um amor urbano, uma narrativa profundamente poética, linda.

"Não temos culpa, tentei. Tentamos."

Leitura recomendada!
comentários(0)comente



34 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR