A Grande Fome de Mao

A Grande Fome de Mao Frank Dikötter




Resenhas - A Grande Fome de Mao


12 encontrados | exibindo 1 a 12


@chrisoliveira 11/06/2017

Muita informação.
A grande Fome de Mao mostra como a China liderada por Mao Tsé-Tung mergulhou numa crise de fome que matou aproximadamente 45 milhões de pessoas entre os anos de 1958 e 1962.

O autor Frank Dikotter teve acesso a documentos inéditos que antes só eram acessíveis a membros do partido comunista, e nos conta em detalhes sobre a política do Grande Salto Adiante instituída por Mao, que fantasiou uma competição com a união Soviética pela liderança do mundo comunista. Nessa louca corrida rumo ao poder, os camponeses foram forçados a trabalhar em terras coletivas (pertencentes ao Estado) para alimentar as cidades e prover bens para exportação e, com isso, sua própria sobrevivência ficava em último plano, o que acarretou em uma enorme quantidade de alimentos vendidos para promover a importação de equipamentos industriais e militares.

Os relatos mais fortes sobre as mortes incluem, além da maioria por fome, mortes por acidentes, doenças, violência e por canibalismo.

Nesse cenário de horror, a violência tornou-se uma ferramente de controle, utilizada de maneira sistemática e habitual contra qualquer um que ousasse protestar, furtar ou roubar comida, o que era muito rotineiro porque as pessoas trabalhavam de forma exaustiva e morriam de fome, frio e doenças. Mutilações eram formas frequentes de punição: cabelos eram arrancados, orelhas, narizes e testículos eram cortados, solas dos pés queimadas e pimentas ardidas colocadas dentro das narinas. Os aldeões sofriam não só com a fome, mas toda sorte de tortura lhes eram aplicadas por qualquer ato de indisciplina.

Eu gostei do livro porque mostra detalhadamente toda a causa da crise no período, mas a forma densa dos relatos contém muitos dados técnicos sobre economia e política interna, O que requer bastante atenção e interesse por parte do leitor. Com certeza é um livro que vai permanecer na estante para ser usado como fonte de consulta.

site: www.letrasextraordinarias.com.br
comentários(0)comente



Fanfinc_sf.devorador_de_livros 19/01/2023

Entre 1958 e 1962, a China tornou-se um inferno. Mao Tsé-tung jogou o país em um delírio com o Grande Salto Adiante, uma tentativa de alcançar e superar economicamente a Grã-Bretanha em menos de quinze anos. O experimento terminou na maior catástrofe que a China já viu, destruindo dezenas de milhões de vidas.

Com riqueza de detalhes, Frank Dikötter expõe um período da história chinesa nunca antes completamente enfrentado. Mostra que, ao invés de desenvolver o país para se equiparar às superpotências mundiais, comprovando assim o poder do comunismo - como Mao imaginara -, o Grande Salto Adiante na verdade foi um passo gigante e catastrófico na direção oposta. O país virou palco de um dos assassinatos em massa mais cruéis de todos os tempos: pelo menos 45 milhões de pessoas morreram de exaustão, fome ou vítimas de abusos mortais das autoridades. Foi também a maior demolição de imóveis da história humana, já que quase um terço das residências foram postas abaixo, sendo a terra revirada na busca incessante por aço e outros recursos industriais.

Descortinando as maquinações cruéis nos corredores do poder e o cotidiano da população comum, A grande fome de Mao dá voz aos mortos e esquecidos. Com pesquisa meticulosa e um texto brilhante, este relato inédito é uma reformulação fundamental da história da República Popular da China.
comentários(0)comente



Luciane.Gunji 13/07/2017

Resenhista Lucas Gonçalves para o blog Pitacos Culturais
Outra vez só tenho a agradecer a Editora Record por trazer mais uma belo lançamento neste ano. Imagine um livro denso e repleto de informações históricas. Estou falando de A Grande Fome de Mao, do escritor Frank Dikötter, natural da Holanda e autor renomado para tratar do tema, visto que o mesmo é Ph.D e professor de História Moderna da China na Universidade de Hong Kong.

Para quem não sabe, Dikötter conseguiu mudar a visão de diversos historiadores, utilizando fontes de arquivos chineses. Como historiador, sei bem que todo bom trabalho deve ter uma fonte bibliográfica para corroborar com sua obra. Aqui, o escritor faz isso com excelência, unindo arquivos russos, alemães, suecos, chineses, sem mencionar os arquivos de províncias espalhadas por toda a China, além de entrevistas. Sendo assim, é um trabalho memorável.

Preciso confessar algo: mesmo sendo historiador, não tive tanto contato como desejaria ter tido. Desde a escola até o ensino superior, é triste saber que não destacamos tanto a história oriental, apesar de não saber como o ensino do lado de lá é levado.

Em resumo, A Grande Fome de Mao retrata de maneira direta o que foi chamado de “O Grande Salto Adiante”, uma campanha lançada por Mao Tsé-Tung, que pretendia tornar a República Popular da China em uma nação desenvolvida e socialmente igualitária em tempo recorde, acelerando a coletivização do campo e a industrialização urbana. A campanha falhou e levou a China a uma catástrofe devastadora, onde milhões de pessoas morreram nas mãos do ditador Mao Tsé-Tung.

É importante lembrar que A Grande Fome de Mao não é apenas um livro para historiadores e, sim, um livro que deve ser lido por curiosos do tema, principalmente aqueles que são professores, assim como eu, pois grande parte dessas informações estão abnegadas dos livros didáticos e das prateleiras das livrarias.

Antes de ir embora, quero compartilhar com você um dos capítulos que eu mais gostei, que seria a Parte Seis: Modos de Morrer que vai desde Acidentes, Doença a Violência, Sítio de Horror e Canibalismo. Como disse Liu: “A história julgará você e eu, até o canibalismo irá para os livros”. Por isso, mais uma vez, quero agradecer a Editora Record por trazer essa obra-prima contemporânea.

site: https://pitacosculturais.com.br/2017/07/09/a-grande-fome-de-mao-dikotter-frank/
Samuel Gallo 30/07/2017minha estante
Eu tenho esse livro, mas está na fila. Estou lendo outros livros sobre esse tema. Logo vou ler esse.




RSFAY 24/02/2021

Leitura nauseante
Senti vontade de dar nota 1, mas pelas barbaridades que aconteceram e foram relatadas, não pelo livro.

Dei nota 4 porque para mim, um leitor por mera curiosidade histórica, o livro tem excesso de informaçoes- informaçoes valiosissimas para um pesquisador/historiador, que eu não sou.

Porque o comunismo não é abominado como o nazismo? Porque muita gente conhece o nome Hitler mas pouca gente sabe quem é Mao ou Stalin e o que aconteceu nos seus regimes, sendo que muito mais gente morreu nas maos deles do que nas de Hitler?

Leituras como essa são importantes para não sermos manipulados e não repetirmos os erros do passado. A conversa da esquerda é sempre a mesma, é sempre pelo "social", pelos oprimidos, pela distribuiçao de riqueza e pela igualdade, mas o resultado infelizmente é sempre o mesmo: igualdade na miséria e muitas mortes. Mais de 40 milhões no caso de Mao na China.

A leitura é nauseante porque relata com detalhes o sofrimento do povo Chines, que teve que comer terra, madeira, cintos de couro e na falta de tudo chegou a comer os mortos para sobreviver. Forçados a trabalhar em projetos grandiosos do Grande Salto Adiante muitos morreram de exaustão, muitos de fome e outros tantos morreram espancados.

Enfim, é um livro pesado e importante. Recomendo a leitura, mas esteja preparado.
comentários(0)comente



RobsonGrangeiro 23/02/2020

Uma visão parcial e assustadora.
Parcial no sentido de estar limitada aos documentos liberados pelo governo, materiais em sua grande parte forjados por motivos dos mais diversos (leia o livro para entender esse ponto), sobreviventes com extrema carga moral sobre contar a realidade nada bonita de uma guerra contra seus pares mais próximos. Apenas por isso o livro ja vale como objeto de estudo sobre metodologia histórica. O livro tem muito mais.
Traça o perfil de vários líderes de escalões inferiores a Mao e desmistifica o uso da imagem que até hoje influenciam líderes asiáticos, como o culto a personalidade.
Possui material extenso de referências que pode ajudar muito prosseguir com estudos. No entanto, como o título desta resenha diz, há muito a ser descoberto em documentos que jamais virão a luz. Além disso as partes assustadoras da selvageria humana para continuar sobrevivendo em meio a frieza e a perda da função de reconhecer outro humano no corpo daquele que sofre na sua frente, nos faz ter uma ideia de quanto terror ainda está soterrado no que sobrou de campos e no que restou de sanidade aos que ainda sobreviveram ao período.
comentários(0)comente



Frauboll 16/09/2022

O Livro Mais Triste Que Já Li
Eu nao me considero uma pessoa hiper sensível, que se abala fácil. Já li outros livros falando sobre várias tragédias como fome na Ucrania, ditaduras, etc mas esse livro é um soco no estomago.
O livro nao é apenas sobre a fome de Mao, uma tragédia evitável que por si só, já é de tirar o folego, mas fala também de inumeras tragédias relacionadas, violencia,repressao, a destruicao das familias, enfim, a desumanizacao e brutalizacao de milhoes de chineses, principalmente dos mais vulneráveis, além de, vale a pena destacar, a brutalizacao da natureza também.
O livro é muito bem escrito e bem pesquisado, mas como eu disse, nao é para os fracos. É impossível ler em um dia, é muita dor para ser digerida de uma vez só. Considero, no entanto, uma leitura fundamental. É necessário saber o que aconteceu, para que nunca mais se repita. Para comunistas, deveria ser leitura obrigatória. Quem depois dessa leitura, ainda fo rcapaz de defender o marxismo, nao tem salvacao.
Oremos para que os chinses em breve se libertem e possam vivenciar o luto por esses milhoes de compatriotas esmagados por Mao.
Pedro 16/09/2022minha estante
Só mau caráter é marxista. Só Mao matou dez vezes mais do que Hitler. E ainda tem imbecil que se diz de esquerda. São a escória da humanidade.




Joabe.Perillo 05/01/2021

Toda a verdade.
Este livro mostra com detalhes o que ocorreu no Grande Salto Adiante. Sem meias palavras, sem eufemismos, o autor faz com que o leitor veja tudo o que aconteceu nos duas de Mão e como o comunismo matou 45 milhões de pessoas na Chima
comentários(0)comente



Tiago Queiroz 11/01/2021

Um livro importante, mas de leitura um pouco cansativa
O livro trata de um tema importante, a pesquisa do autor foi soberba, mas a leitura é um pouco cansativa. Não chega a ser insuportável, mas não prende a atenção com tanta facilidade. Às vezes pode ser necessário um pouco de determinação para concluir a leitura.

Sobre o conteúdo: o autor teve acesso a arquivos abertos a pouco tempo sobre a fome durante o Grande Salto Adiante. Com base nesses registros, ele reconstitui o sofrimento de milhões de chineses enquanto o Partido Comunista se refestelava como se nada estivesse acontecendo.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Fernanda2407 25/09/2023

Livro historicamente impecável. Uma parte da história que nos é negada nas escolas, mas que é fundamental para entendermos o verdadeiro sentido do comunismo.
comentários(0)comente



Mel 06/12/2023

Estarrecedor
Dikötter conta com detalhes as atrocidades ocorridas durante a grande fome na China na época de Mão Tse Tung? destrói a alma, mas nos faz enxergar tudo que pode haver por traz de regimes ditatoriais comunistas. Triste, mas necessário?
comentários(0)comente



12 encontrados | exibindo 1 a 12


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR