Em Busca do Tempo Perdido

Em Busca do Tempo Perdido Marcel Proust




Resenhas - Em busca do tempo perdido


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Lista de Livros 23/12/2013

Lista de Livros: Em Busca do Tempo Perdido
No Caminho de Swann:

“Já adulto pela covardia, eu fazia o que todos fazemos, quando somos grandes, e há diante de nós sofrimentos e injustiças: não queria vê-los.”
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“– Mas estou fazendo você perder seu tempo, minha filha.
– Ora, não, senhora Octave. Meu tempo não é assim tão caro. Quem fez o tempo não o vendeu para a gente.”
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“– Adoro os artistas – respondeu a dama cor-de-rosa –, só eles é que compreendem as mulheres...”
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Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2011/06/em-busca-do-tempo-perdido-no-caminho-de.html

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À Sombra das Moças em Flor:

“‘Entre dois adversários, a vitória será daquele que sabe sofrer um quarto de hora a mais do que o outro’, como dizem os japoneses.”
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“É sempre devido a um estado de espírito que não está destinado a durar muito, que tomamos resoluções definitivas.”
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“Fosse qual fosse o objeto de meu amor, sempre a encontraria ao cabo de uma penosa busca, durante a qual preciso sacrificar o meu prazer a esse bem supremo, em vez de nele achar o meu prazer.”
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“Se não fosse o hábito, a vida deveria parecer deliciosa às pessoas que estivessem ameaçadas de morrer a todo instante – ou seja, a toda a humanidade.”
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https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2012/03/em-busca-do-tempo-perdido-sombra-das.html
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O Caminho de Guermantes:

“Pois a essa época eu pensava ainda que era por meio das palavras que a gente revela aos outros a verdade.”
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“Cada um vê mais bonito o que vê a distância, o que vê nos outros.”
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“Não devemos passar por alto as agitações provocadas pelos elementos de direita que, em vez de servir à ideia patriótica, sonham em servir-se dela.”
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“Não há nada como o desejo para impedir as coisas que dizemos de terem alguma semelhança com o que nos vai pelo pensamento.”
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Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2012/05/em-busca-do-tempo-perdido-o-caminho-de.html
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Sodoma e Gomorra:

“- Adeus, mal pude lhe falar; é assim mesmo na sociedade, a gente mal se vê, não diz as coisas que gostaria de dizer. Aliás, dá-se o mesmo em toda parte na vida. Esperemos que após a morte as coisas sejam mais bem arranjadas. Pelo menos, não haverá necessidade de estar sempre a decotar-se. E mesmo assim, quem sabe? Talvez a gente exiba os ossos e os vermes para as grandes recepções. Por que não?”
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“Frequentemente faz mal pensar.”
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“Ninguém gosta de exibir os parentes que permanecem aquilo que tanto nos esforçamos para deixar de ser.”
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http://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2012/06/em-busca-do-tempo-perdido-sodoma-e.html
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A Prisioneira:
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“O amor, tanto na ansiedade dolorosa como no desejo feliz, é a exigência de um todo. Ele só nasce, só subsiste se resta uma parte a conquistar. Só se ama aquilo que não se possui completamente.”
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“A gente acha inocente desejar outras pessoas, mas atroz que nossa parceira o faça”.
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“Toda criatura amada, e até, em certa medida, qualquer criatura, é para nós como o deus Jano, apresentando-nos a fronte que nos agrada, se essa criatura nos abandona; e a fronte sombria se a temos à nossa disposição permanente.”
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“A mentira é o pasto de todas as conversas.”
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https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2012/09/em-busca-do-tempo-perdido-prisioneira.html
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A Fugitiva:
“Uma mulher é de maior utilidade em nossa vida se constitui, em vez de um elemento de felicidade, um elemento de desgosto, e não existe uma só cuja posse mostre-se tão preciosa como a das verdades que ela nos faz descobrir ao nos fazer sofrer.”
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“Pois muitas vezes, para descobrir que estamos apaixonados, talvez mesmo para que o fiquemos, é preciso que chegue o dia da separação.”
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“O amor, mesmo em seus mais humildes começos, é um exemplo impressionante do pouco valor que atribuímos à realidade.”
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https://listadelivros-doney.blogspot.com/2012/09/em-busca-do-tempo-perdido-fugitiva.html
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O Tempo Recuperado:

“Os outros sabem da nossa vida melhor do que imaginamos (...). Eles podem estar, mais do que pensamos, a par da verdade a nosso respeito, porém exagerá-la e errar por suposições excessivas, ao passo que esperávamos que errassem por ausência de quaisquer suposições.”
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“Os tolos constituem maioria em qualquer país.”
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“O espantoso é que este público, que só julga os homens e os fatos através dos jornais, está convencido de que julga por si mesmo.”
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Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2012/10/em-busca-do-tempo-perdido-o-tempo.html
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Allysson Falcon 21/01/2013

Um dos meus desafios...
Tentei ler algumas vezes a obra de Proust e sempre acabo empacado.

Junto com Ulisses de Joyce é o livro mais complicado para ler que já tive nas mãos.

Mas vou ler ainda.
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João 05/03/2011

O Fim da Busca
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Ao longo das quase duas mil e quinhentas páginas de “Em Busca do Tempo Perdido”, vemos a vida de um homem passar sob nossos olhos. Difícil não é o feito, mas demonstrar criticamente sua viabilidade. A possibilidade de êxito – tanto da obra quanto da análise - não reside na paciência de recolher infinitos dados; e sim na qualidade de sua organização. Mesmo que amanhã o leitor não se lembre de um único trecho, sobrevive o ritmo inconfundível da narrativa proustiana, representado por uma única palavra: busca. Nesse sentido, não seria absurdo lançar rapidamente uma hipótese sobre as condições de realização de tal obra partindo de um trecho curto.

Nas últimas páginas de “A Fugitiva”, a personagem Gilberte, paixão tortuosa da meninice do narrador, lhe diz:

“- Ainda no dia em que o encontrei à porta de sua casa, você continuava o mesmo de antigamente. Se soubesse como é que mudou pouco” (1)

Páginas atrás revelara-se a idade de outro amigo de juventude do narrador, o simpático Robert de Saint-Loupe, com seus sessenta e poucos anos. Ora, se considerarmos a força dos sofrimentos acumulados por Marcel (o nome “verdadeiro” do narrador proustiano), e o desconsolo de si mesmo quando fala de seu passado inalcançável, então podemos discordar das palavras de Gilberte. Porém, este mesmo olhar do narrador não muda essencialmente – irresistível do início ao fim. É evidente, portanto, a tensão que se estabelece entre a passagem sensível do tempo, e o olhar mais ou menos inalterável do narrador. O fato de tratar-se de memórias é insuficiente; a hipótese é que, na verdade, a própria substância da narrativa impõe de alguma maneira a perspectiva memorialista, reivindicando uma ausência fundamental, para não dizer distanciamento, daquele que narra.

Assim, a captação sensível do fluxo temporal aumenta à medida que algo se revela pouco provável. Noutras palavras, é impossível reconhecer este fluxo na própria vida, que, entretanto, revela-se verossímil na obra. Qualquer outro personagem da trama, na medida em que participa integralmente desta, não poderia, exatamente por isso, sequer percebê-la. Da mesma forma, generalizando de modo imprevisto, nem todos os indivíduos da França do início do séc. XX poderiam ter sido o escritor da Recherche; esta espécie de condição de exceção tanto do narrador quanto do escritor, deixa de ser compreensível, logo de saída, fora do meio que aparentemente nega: não se trata da excentricidade do escritor, assim como – repito – a forma memorialista não apenas determina, mas deixa igualmente determinar-se por seu conteúdo.

Trata-se de um espanto do irrealizável, com o que é absolutamente comum à vida, porém inconcebível fora da obra. A impressão não deixa de ocorrer mesmo quando é pouco racionalizada, mas, entretanto, não dá para resistir à seguinte indagação: até que ponto o impressionismo da leitura corrobora a própria miséria do mundo narrado na Recherche? Uma coisa é certa: não resta dúvida de que a típica carência dos personagens desta obra, e, conseqüentemente, dos leitores que não a percebem, guarda um inequívoco elemento de auto-engano. Proust não a poderia ter escrito antes de adquirir certa experiência de vida, ou melhor: antes de ter tido a certeza de que a vida como está não nos permite vivê-la.

Não esqueço que obra é tecida por referências mais ou menos diretas à vida do autor. Sofrimento, amizades frustradas, deuses decaídos, heróis envergonhados, em suma, aquilo que tanto Proust, quanto nós, leitores desconhecemos: unidade das experiências. Não esqueçam que é de uma obra literária que estamos tratando. Da obra de Proust, é possível dizer: “Ler é Viver”. Não deixa de ser irônico, porém quem discorda não é mais ‘livre’ por isso, mas, ao contrário, serve de combustível ao criador em sua capacidade de alçar voou sem sair do lugar.

Para terminar, é necessário dizer que o narrador da Recherche descobre, depois de anos de ostracismo, que o sentido de sua vida era a criação literária; chegando, assim, à mesma conclusão que o próprio Proust havia chegado ao iniciar sua obra. Mas, um outro final permanece em suspenso, com a seguinte afirmação ecoando no interior de uma velha catedral gótica: “O grande dia ainda está por vir”. Impressão que a obra suscita, mas que, partindo dela não é possível responder (2).


Notas:

1 – Proust, Marcel. A Fugitiva. Tradução: Carlos Drummond de Andrade – oitava edição. São Paulo: Globo, 1989 (Em Busca do Tempo Perdido; VI)

2 – É no que Drummond pensava, talvez, quando escreveu estes versos do poema “Museu da Inconfidência”, em Claro Enigma:

São palavras no chão / e memórias nos autos / as casas inda restam / os amores, mais não. (...) Muros pranteiam. Só. / Toda História é remorso.



João
Noyz 24/07/2012minha estante
Parabéns!




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