A Lição de Anatomia

A Lição de Anatomia Nina Siegal




Resenhas - A Lição de Anatomia


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Ladyce 03/07/2022

Rembrandt é um dos meus pintores favoritos. Meu segundo interesse, depois da Arte Moderna, é a arte do Século de Ouro da Holanda. Tive o prazer de estudá-la com o curador deste período da National Gallery em Washington DC. Justifica-se portanto meu interesse neste livro que descobri numa lista de obras dedicadas às artes plásticas. A lição de anatomia, de Nina Siegal, com tradução de Waldéa Barcellos, é centrada na obra do mesmo nome, que representa o Dr. Nicolas Tulp, demonstrando a técnica de dissecar um cadáver. Datada de 1632, foi obra que marcou Rembrandt, não só por ser seu primeiro retrato para um grupo de pessoas, foi testemunha da evolução do estilo do pintor, assim como sua elevação dentro da própria guilda de São Lucas, a guilda dos pintores.

Intrigada pela gravura deste quadro que via no escritório do pai, Nina Siegal decidiu pesquisar o quadro e a era em que foi pintado. Em seis anos produziu este romance, com trama de suspense e deu ao seu leitor a oportunidade de saborear o que poderia ter sido a vida nas cidades holandesas do século XVII. A grande habilidade da escritora está em tratar de personagens históricos que detêm preocupações corriqueiras, diárias, emoções variadas da vaidade ao preciosismo, preconceitos religiosos, cheiros desagradáveis, preocupações comerciais, enfim detalhes do dia a dia comum na primeira sociedade totalmente capitalista, estabelecida com maior poder econômico do mundo no século XVII.

A história é contada a seis vozes. Cinco personagens da época e uma curadora de arte holandesa que examina a tela. Cada capítulo pertence a um personagem, eles se intercalam eventualmente chegamos ao ápice da ação. Talvez tenha sido esse intercalar dos capítulos que não tenha me deixado presa ao texto, mesmo em se tratando de um pequeno mistério. Pula-se das preocupações da esposa de uma ladrão que será punido com a morte, às preocupações com modelos de Rembrandt, de um despachante de curiosidades para colecionadores, à vaidade do Dr. Tulp, ora um ora outro. Para mim, foi como algumas composições de jazz: bonitas mas também dispersivas. No final, o clímax da história, acaba deixando a desejar, depois do trabalho que tive de manter todas as pontas em ordem.

Pensei muito, calculei bastante os prós e contras, não consigo dar mais do que três estrelas de cinco. Foi uma leitura que me deu trabalho para manter a atenção apesar de abordar um assunto de grande curiosidade para mim. Recomendo a leitura com restrições.
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Ximena.Taurino 22/05/2021

O livro mistura ficção e fatos históricos e é contado sob várias perspectivas, o que deixa a história bem dinâmica e instigante
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