Ricardo 23/12/2021
Nos faz pensar sobre a efetividade de nossos impulsos contra "o sistema"
Livro muito interessante, que apresenta a visão do autor sobre uma corrente de pensamento muito influente, com raízes nos anos 60, e que é bastante sedutora principalmente para pessoas idealistas e não-conformistas.
Traz várias informações contra-intuitivas que nos fazem repensar se vários dos nossos impulsos idealistas e de reação ao sistema são justificáveis ou producentes. Um ponto fundamental é que muitas vezes o "inimigo" não está lá fora, personalizado ou ao menos materializado, o que facilitaria o combate, mas está escondido em nós mesmos e se constitui a partir de várias de nossas ações e desejos.
Trecho do início:
"Neste livro, argumentamos que décadas de rebelião contracultural não mudaram nada porque a teoria da sociedade na qual se baseia a ideia contracultural é falsa. Não vivemos na Matrix, nem vivemos no espetáculo. O mundo em que vivemos é na verdade muito mais prosaico. Consiste em bilhões de seres humanos, cada um perseguindo alguma concepção mais ou menos plausível do bem, tentando cooperar uns com os outros e fazendo isso com vários graus de sucesso. Não existe um sistema único e abrangente que integre tudo. A cultura não pode ser bloqueada porque não existe algo como "a cultura" ou "o sistema". Existe apenas uma miscelânea de instituições sociais, a maioria provisoriamente colocadas juntas, que distribuem os benefícios e fardos da cooperação social de maneiras que às vezes reconhecemos ser justas, mas que geralmente são manifestamente desiguais. Em um mundo desse tipo, a rebelião contracultural não é apenas inútil, é positivamente contraproducente. Não apenas distrai a energia e o esforço do tipo de iniciativas que levam a melhorias concretas na vida das pessoas, mas também incentiva o desprezo total por tais mudanças incrementais."
Trechos do livro (em inglês) no link.
site: https://docs.google.com/document/d/1-4GBoLa9U_zsbS7SymFg4NalEzMXKOu5ltrlSXoFMMg/edit?usp=sharing