Estação das Chuvas

Estação das Chuvas José Eduardo Agualusa




Resenhas - Estação das Chuvas


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hanny.saraiva 06/03/2018

Tô na chuva com esse livro, sem saber se fico debaixo do guarda-chuva ou se me molho
Para mim foi uma leitura de limbo, terminei as páginas em cima do muro, sem saber se gostava ou se repelia. Sinto que fiquei em um ambiente raso, sem profundidades como se fosse uma escrita estrangeira sobre um país que se ouviu falar através de familiares. Apesar de sua importância e não questionar a estrutura e a técnica do autor, não é o tipo de leitura que me segura. Tendo amigos angolanos, fiquei com aquele desejo de pedir que eles escrevessem sobre o país...
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Meirelles 03/01/2018

Encantado c agualusa
Um grande escritor para nos contar sobre o povo de Angola!
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Marcos Faria 01/06/2013

"Estação das chuvas" (Língua Geral, 2012) é, em primeiro lugar, uma aula sobre a História de Angola, mais precisamente do período que atravessa a descolonização, a guerra civil e a democratização. Sobre o pano de fundo da violência política e étnica, a obsessão do narrador em tentar reconstituir a figura da poeta Lídia do Carmo Ferreira espelha o esforço de José Eduardo Agualusa para criar o seu retrato de um país em reconstrução. A discussão sobre o que seria uma autêntica literatura angolana, tema fundamental na vida e obra de Lídia, fica sem resposta, mas com portas abertas.

(Publicado originalmente no Almanaque - http://almanaque.wordpress.com/2013/06/01/meninos-eu-li-35/)
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Maylla2 05/02/2013

Estação das Chuvas
Estação das chuvas, do escritor angolano José Eduardo Agualusa, reproduz a investigação do narrador, que é um jornalista, sobre a vida da poeta e historiadora angolana Lídia do Carmo Ferreira que desapareceu misteriosamente no recomeço da guerra civil angolana, em 1992.
O livro começa à meia-noite de 11 de novembro de 1975, quando o povo comemora a independência de Angola e Lídia acorda sonhando com o mar, que segundo sua avó Nga Fina, sonhar com o mar é sonhar com a morte.
Neste livro os limites entre ficção e realidade se misturam a tal ponto que o leitor não consegue saber até onde vai a realidade e onde começa a ficção, e virse-versa.
O narrador, que se correspondeu com Lídia do Carmo Ferreira enquanto ambos estavam na prisão, sai em busca de seu paradeiro, fazendo entrevistas com personagens, coletando informações e completando as lacunas com suposições, já que ele mesmo admite: “É assim, pelo menos, que imagino a cena (eu não estava lá)”.
Na narrativa se apresentam citações de jornais, depoimentos, entrevistas, etc., o que só ajuda a confundir o leitor sobre o que é ficção ou realidade. Narra-se os fatos desde antes da independência de Angola, em 1975, até o desaparecimento de Lídia do Carmo Ferreira em 1992. Mostrando o engajamento político da poeta, assim como diversos escritores de Angola que fundaram o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola).
A escrita é fácil, porém apresenta várias siglas de diferentes partidos e organizações, deixando a leitura mais lenta. Também apresenta vários personagens e situações que muito nos lembra o realismo maravilhoso e que me fez lembrar as histórias contadas por minha avó e bisavó.

“Lídia pensou nas estórias de assombrações e cazumbis que a velha Fina costumava contar. Uma, especialmente, a trazia em sobressalto: a das feiticeiras cujas línguas se soltam dos corpos, iam de rastos pela noite, entravam nas casas e atacavam as crianças adormecidas, estrangulando-as. A velha Fina contava que há muitos anos uma sua amiga, ainda moça, acordara de noite, vira ao pé da cama uma destas línguas e a matara a golpes de machete. No dia seguinte, descobrira que sua mãe estava muda.”(p. 47)

Assim, em Estação das Chuvas temos a história de Angola narrada ao lado de histórias fantásticas, de forma que prende o leitor da primeira a última página.

Maylla Rolim.
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Claire Scorzi 02/06/2011

Um grande Agualusa
Usando alternâncias de tempo presente / passado, e recursos estilísticos na forma narrativa - trechos de entrevistas com uma personagem, uma poetisa cuja biografia soa tão vívida que há quem tenha dito ao autor Agualusa tê-la conhecido(!) - este é considerado o romance da guerra de independência de Angola. Prosa simples e cativante, tom que perpassa o jornalismo, pois as situações frequentemente são apresentadas sem emissão (explícita) de opinião, é exemplar de um grande Agualusa; mais, fui lendo-o embasbacada com o fato de um país com tantos problemas graves politica e economicamente, desvendar para nós, leitores, são alta literatura. E não há só Agualusa, mas Ruy Duarte de Carvalho (que ainda lerei), os já lidos Luandino Vieira e Pepetela, além de (angolano de raiz embora vivendo em Portugal) Gonçalo M. Tavares, autor do incômodo "A máquina de Joseph Walser".
Angola. Que Literatura! Uaaau.
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Aguinaldo 26/02/2011

estação das chuvas
Podemos nos divertir, educar ou nos assombrar com as invenções dos bons escritores (os maus escritores também tem lá sua função, mas esta é outra história). Eventualmente há livros que têm o poder acessório de nos fazer digerir a realidade sem concessões baratas. É este o caso de "Estação das chuvas", de José Eduardo Agualusa. Ele conta alegoricamente uma história de Angola, basicamente a funesta história de sua guerra de independência e das recorrentes guerras civis que seguiram-se a ela. Não importa o que há de ficção e o que há de factual no livro pois o efeito predominante é de nos proporcionar um aprendizado. O que eventualmente iremos depreender da Angola real é nosso problema, não do autor. O narrador de Agualusa é um jornalista. Ele participa destas guerras e conhece - primeiro como lenda e depois em uma prisão - uma historiadora e poetisa influente no movimento revolucionário angolano. A história que se conta, a história de Angola, se confunde com a história desta personagem, Lídia Ferreira. Ela funciona como uma força vital angolana, plena e seminal no momento da independência em 1975, mas que é sistematicamente desvitalizada, como seu país, desaparecendo em 1992. O narrador descreve o que sabe e desvenda da vida desta personagem, bem como da vida de seus amigos de infância e colegas da universidade, que alcançam maior ou menor projeção nos governos e comitês revolucionários, tanto no exílio quanto nas frentes de batalha. O narrador também se relaciona com uma galeria de curiosos personagens ativos na guerra civil. Terríveis e desgraçadas histórias Agualusa nos conta. Não há crime que fanáticos nacionalistas ou bestas coloniais (de todos os credos ou facções) não sejam capazes de cometer. Lembrei-me do Manoel, irmão da Neusa, que viveu em Angola e em Moçambique no final dos anos 1970. Lembrei-me de meu pai, que hoje completa 86 anos, e que sempre me falou das histórias africanas que lia nos jornais. O que pensarão eles da Angola de hoje, ainda assombrada por suas venturas. Há mesmo países cujo ordálio de desgraças teima em nos surpreender. Bom livro afinal de contas. [início 01/02/2011 - fim 03/02/2011]
"Estação das chuvas", José Eduardo Agualusa, Rio de Janeiro: editora Língua Geral (coleção Ponta de lança), 2a. edição, revista (2010), brochura 13x18 cm, 344 págs. ISBN: 978-85-60160-68-6 [edição original: edições Dom Quixote (Portugal) 1996]
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