Crepúsculo dos Ídolos

Crepúsculo dos Ídolos Friedrich Nietzsche




Resenhas - Crepúsculo dos Ídolos


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John 31/12/2020

Ácido e "espinhosamente" belo
Uma obra inquietante e de não fácil acesso,apesar de ter sido escrita com intuito de servir como uma introdução,uma síntese ao pensamento desse "filósofo da suspeita",desse filósofo-poeta.Aqui Nietzsche reúne suas críticas altamente inteligentes e sua capacidade elevada de introspecção pra trazer um panorama geral do seu pensamento.Pensamento esse que se mostra insidioso, irreverente e crítico a tudo aquilo que nega a vida(como ele mesmo dizia),que nega a multiplicidade e a "fisiologia do homem".Aqui Nietzsche irá com o seu martelo desferir golpes em várias direções,na cultura Ocidental,na tradição filosófica,na modernidade e, principalmente,na moral Cristã,esta chamada por ele de "moral da domesticação",de "antinatural" que promete um "porvir fantasioso" dos ressentidos que nada mais faz(segundo ele)do que negar esta vida,esta realidade que os "sentidos dão testemunho".Seria, portanto,preciso repudiar esse ressentimento e se livrar das "muletas metafísicas" para ir-se em direção aos "espíritos livres",à afirmação da vida e à transvaloração de todos os valores digno de um "além-homem".Bom,pra finalizar é uma leitura que me instigou bastante,me tirando da zona de conforto de forma até dura e apesar de eu não concordar com tudo o que o autor apresenta e propõe, considero um livro gigante pelo que é, simplesmente.Farei outras leituras,pois, é uma obra daquelas que uma única apenas passa longe de ser suficiente.
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Maikon 28/03/2021

A MAIS DEMOLIDORA ENTRE TODAS AS OBRAS NIETZSCHIANAS!
Nesta obra Nietzsche não poupa ninguém!!
Suas reflexões são poderosas e eficazes marteladas que reduzem a pó todo e qualquer ídolo que esteja ao seu alcance.
Nesta obra, Nietzsche torna-se aquilo que ele é: uma DINAMITE
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Beto 14/12/2023

Confesso que raras vezes na vida me senti tão desprovido de inteligência como quando li esse livro. É difícil absorver Nietzsche em toda sua grandiosidade, principalmente para pessoas que assim como eu nunca estudou filosofia seriamente. Mas pretendo pegar outras de suas obras.

?O que é não se torna; o que se torna não é??
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Gustavo666x 11/03/2024

Crepúsculo dos ídolos
Essa obra, bem definida pelo próprio Nietzsche em seu prólogo, é abertamente uma "grande declaração de guerra". E seu título, que não só ironiza a peça de seu ex-amigo Wagner, também é uma introdução e definição excelente do que está por vir.
Crepúsculo é o momento entre o pôr do sol e a noite, o momento onde a claridade está de saída para a entrada da escuridão. Assimilando essa ideia ao título, é saber que se um dia esses ídolos nos iluminaram, os mesmos já não estariam mais nos iluminando. Seria a chegada do fim dos tempos onde eles já não nos servem mais.
É ainda melhor compreendido com seu subtítulo: "como se filosofa com o martelo". O martelo é usado aqui não só como um instrumento de destruição, mas antes disso é usado como um diapasão, é ao efetuar um simples toque a uma escultura que você consegue analisar se há realmente alguma consistência por dentro ou se é apenas oca, se for, merece ser destruída.

E é fantástico como Nietzsche consegue destruir e desmembrar cada ídolo aqui com sua forma de escrita apaixonante! Traz aquele ar de rebeldia ao questionar e cutuca aqueles que até então eram endeusados. Conversa com o leitor e o mantém conectado em torno de todo o raciocínio que é criado, transmitindo uma raiva intensa juntamente com ataques ferozes muito bem formulados, que não só trazem os problemas à tona, mas também entregam as possíveis soluções para resolvê-los. Tudo isso atrelado a um sarcasmo e a falas esnobes que arrancam boas risadas, ao mesmo tempo em que faz com que você reflita bastante sobre si mesmo e o mundo ao redor.

No mais, uma bela obra que com certeza irei ler novamente.
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Elton.Oliveira 20/10/2023

Aforismo
Bem , não vou me estender muito analisando um clássico de Nietzsche.... Nem seria feliz , nem seria exato !

Em Crepúsculo dos Ídolos , ele estava afiado ! Colocou o dedo na história de vários "deuses" filosóficos, nos dando margem e argumentos para duvidar desses endeusamentos tão desnecessários , desconstruiu os ídolos !!!

Pode chocar um pouco o aforismo de Nietzsche, mas eu gosto muito da forma que ele entrega seu conteúdo , o anti filósofo por excelência , que questiona tanto o legado metafísico do Ocidente como o próprio fazer filosófico.

O martelo é entendido como uma marreta para destroçar os ídolos, e como diapasão, para diagnosticar o seu vazio !

Recomendo para quem quer conhecer um pouco de Nietzsche.... Obra rápida e impactante!
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Jose506 18/07/2023

Um aperitivo
Ler "O Crepúsculo dos Ídolos" de Nietzsche para mim foi uma experiência que reforçou e ampliou meus conceitos morais e visão de mundo como ateu. Ele foi bastante incisivo em suas críticas ao modo de pensar cristão, propondo um estilo de vida baseado na vontade de poder, no devir, no instinto e na vitalidade.

Ele critica Platão, a moral cristã, o perspectivismo, o aristocratismo, o irracionalismo, a ilusão, o realismo, o materialismo, a psicologia e a misoginia. Admirava figuras como Goethe, Júlio César e Dionísio.

Foi audacioso ao afirmar: "Minha ambição é dizer em dez frases o que qualquer outro diz em um livro - o que qualquer outro não diz em um livro".

Esse livro é uma porta de entrada para sua filosofia, que incorpora aspectos de prosa, poética, aforismo, ensaio, trocadilhos, paródias e jogos de palavras. Ele o escreveu em Sils-Maria, nos Alpes suíços, onde estava bem confortável.

Em minha opinião, o cristianismo tem se inserido inadequadamente nas instituições, tentando impor seu estilo de vida e nivelando todos por sua régua, o que está gerando toda essa confusão.

Nietzsche é uma boa base para iniciar um debate sobre os princípios cristãos que fazem as pessoas se sentirem culpadas, tornam os instintos em pecado, levam as pessoas a enxergarem suas vidas com desprezo, a reprimir seus sentimentos e a se humilharem excessivamente, tornando-as deslocadas numa sociedade de cristãos militantes.
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Eduardo 15/08/2010

Meu primeiro Nietzsche, indicado por um amigo.

O autor externa muito do que eu penso, mas acho que em alguns casos os argumentos dele são meio forçados... Exemplo: o capítulo "O Problema de Sócrates". Também não sou o maior fã dos socráticos (apesar de entender toda a importância deles), mas usar a feíura de Sócrates como uma espécie de argumento me soa meio forçado.
Outro exemplo é quando ele interpreta a obra de Darwin de um prisma sociológico, e não biológico. Aí não faz sentido nenhum mesmo porque, basicamente, não ocorre uma seleção natural, e sim uma seleção artificial.

Mas ainda assim, é um ótimo livro, pra mexer com as opiniões mesmo.
Certamente lerei mais do autor.
Kaio 16/04/2014minha estante
Ele não criticou a aparência de Sócrates, ele quis dizer que Sócrates foi "aturado" numa sociedade extremamente preocupada com a estética como a Grécia Antiga. Nietzsche valoriza o belo e e estética apesar de dizer "Ousemos ser feios!" no Caso Wagner. Ah, essa citação é relacionada à música, ele quis dizer que uma boa melodia pode fazer vc gostar de um artista medíocre, vê como não dá pra interpretar Nietzsche ao pé da letra?




fleuriemoon 17/01/2024

Pensamentos e questionamentos complexos que, no decorrer do livro, pude concordar e discordar. Não é exatamente um livro de fácil entedimento, apesar de ser, segundo Nietsche, um livro "introdutório" para os demais livros do autor. Por isso, apesar de ser um livro pequeno, eu demorei um pouco a terminar.
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Nirley 29/01/2022

Crepúsculo dos ídolos
Essa obra foi um dos livros que Nietzsche escreveu em 1888, seu último ano de vida lúcida. Concebido como síntese e introdução ao seu pensamento, é também uma declaração de seu pensamento a "ídolos " antigos e novos: a moralidade cristã,os grandes equívocos da filosofia,a adoração da razão, a crença num mundo real que existiria além do mundo aparente, as ideias modernas e seus representantes. Os ataques são variados e abrangentes, incluem avaliações de contemporâneo de Nietzsche e de autores gregos e romanos, e formam, assim, um panorama dos temas e pontos de vista do criador do Zaratustra.

Não foi um livro fácil pra minha pessoa, mas nos momentos em que eu entendia o que o nosso autor estava querendo dizer, foi super bacana. Ele é um pouco ácido (bondade minha) e eu queria ter mais contexto!

Vou continuar lendo Nietzsche até entender de fato esse homem...
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Ana Carolina Wagner 01/07/2021

DECADÊNCIA
Nietzsche está muito longe de ser um filósofo humilde, algo que, durante a leitura, perturba, instiga e até desperta boas risadas. Em diversos momentos, vangloria-se por seus aforismos, recurso textual pelo qual ficou muito conhecido, afinal é brilhantemente capaz de “dizer em dez frases o que qualquer outro não diz nem em um volume”.⁣⁣⁣⁣
⁣⁣
Escrito em 1888, “Crepúsculo dos Ídolos” surgiu a partir de uma necessidade que Nietzsche sentiu de ter um texto que servisse como uma breve introdução ao seu trabalho. Por isso, apesar de ser um dos últimos livros escritos por ele, pouco antes de ter um surto de loucura que o acompanhou até a sua morte em 1900, é fortemente indicado para quem deseja ter um primeiro contato.⁣⁣⁣⁣
⁣⁣
A ironia e o sarcasmo ácido do autor estão presentes até mesmo no título do livro, em que Nietzsche faz um trocadilho com o nome da ópera do compositor Wagner: “Crepúsculo dos Deuses”. Os ídolos são os “falsos deuses”, ilusões criadas pelos homens para acalmar a angústia da própria existência, e que Nietzsche destina-se a “martelar”, por isso o subtítulo: “a filosofia a golpes de martelo”.⁣⁣⁣⁣
⁣⁣
Ao longo do livro, percebemos que devemos fazer uma leitura pluralista do martelo, com significados diagnosticador, destrutivo e construtivo. Seria uma estratégia do próprio filósofo a escolha dessa ferramenta?⁣⁣
⁣⁣
Nietzsche aponta decadência por trás de tudo aquilo que se venera, lançando uma “grande declaração de guerra” contra os pilares dos valores morais ocidentais: o Estado, as instituições, as ilusões da filosofia e a verdade. Deve-se encarar a vida em todo seu aspecto trágico, sem usar “muletas metafísicas” para sustentar a nossa existência.⁣⁣⁣⁣
⁣⁣
Você, assim como eu, pode até não concordar com a maioria de seus pensamentos, mas é viciante ler a forma como que filósofo defende tudo aquilo que acredita. Ler Nietzsche é uma montanha-russa de sensações e você se sente constantemente desafiado pelo próprio autor a continuar.⁣⁣⁣

Mais em: @tagarelicesdacarol

site: https://www.instagram.com/tagarelicesdacarol/
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antonio.mms 09/07/2020

O livro promete ser, nas palavras do próprio autor, "uma grande declaração de guerra" e, enquanto obra de críticas, cumpre com essa expectativa. Contudo, vai se mostrando, no decorrer da leitura, só um compilado de ressentimento contra a Igreja, a moral de seu tempo e o mundo. Nietzsche destila esse ódio de maneira poética e metafórica, com uma escrita cheia de ironia e aforismos. Dessa maneira, consegue ser tão mordaz quanto birrento com a tradição da história da Filosofia: Kant e Platão são os alvos favoritos do ranço de Nietzsche. No mais, não se quebra ídolos com palpites e adjetivos eruditos.
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Kit 12/11/2020

Se o livro que dizem ser o mais fácil de ler eu demorei tanto pra concluir não quero nem pensar no Zaratustra kkkkk tem muita coisa nesse livro que mesmo lendo e relendo e consultando as notas eu ainda fiquei boiando, mas também teve muita coisa boa e que deu para pegar um pouco das ideias de Nietzsche. Recomendo para quem já tem uma carga boa de filosofia, pois cita diversos filósofos e se a pessoa não tem noção nenhuma de filosofia (e vejo muita gente que nem sabe quem é Sócrates ou Aristoteles querendo ler Nietzsche pq o bigodudo praticamente virou uma figura da cultura pop), certamente não é por aqui que ela deve começar.
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MaywormIsa 24/10/2023

Martelada é pouco pro que aconteceu aqui
Imagine que você está lendo um livro em que o autor está apontando os problemas e críticas em relação a muitas coisas que as pessoas costumam acreditar e valorizar. Ele está basicamente questionando ideias e valores tradicionais, como a razão, a moral, a filosofia e até mesmo a verdade.

Ele acha que muitas dessas coisas são como "ídolos" que as pessoas adoram e seguem cegamente, sem realmente pensar nelas. E ele quer atirar "flechas" de crítica nesses ídolos para que possamos olhar mais de perto e questionar por que acreditamos no que acreditamos.

De forma resumida, o livro se trata de tudo isso, em 12 capítulos, dos quais Nietzsche nos contempla com seu sarcasmo, e maneira bem fofa e agradável de insultar os coleguinhas e tudo aquilo que ele despreza. Esse livro foi bem mais difícil de ler e entender do que "O Anticristo", primeira obra que li desse querido.

Apesar de ler Nietzsche ser uma tarefa árdua em alguns capítulos, acho melhor beber da fonte. Caso você ainda esteja para ler "Crepúsculo dos Ídolos", faça a leitura acompanhada do Youtube, especialmente do canal do Mateus Salvadori, vai ficar mais fácil.
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Gomezzzz0 02/08/2023

Pai dos aforismos
"Meu objetivo é dizer em dez frases o que qualquer outro diz em um livro - o que qualquer outro não diz em um livro"

Filosofo amado por muitos que não leem filosofia, mas conhecido de fato apenas por aqueles que a amam. Ótimo livro, só me entristece o fato de Nietzsche não ter conseguido concluir seu projeto "Transvalorização dos valores", pois o cita várias vezes neste pequeno livro, e com muito entusiasmo.
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Fabio Michelete 12/11/2012

É preciso ler mais
A escolha de conhecer Nietzsche iniciando por Crepúsculo dos Ídolos foi apenas em função de uma liquidação de pocket books. Não é um mal começo, mas fica claro desde o início, que é preciso alguma ordem, ou orientação para compreender o trabalho do filósofo. Esta resenha é mais um lembrete para minhas emoções durante a leitura, do que uma tentativa de (impossível) síntese representativa das idéias do filósofo.

Ficou para mim, nesta leitura, uma vontade de saber mais, em especial de Além do bem e do mal ou assim falou Zaratustra. Crepúsculo dos Idolos é o ultimo livro que o autor viu ser publicado, antes de seu colapso nervoso como me informou o prefácio. Isto que impacta mais na leitura deste texto inteligente. Ele é denso! E bem escrito! Tem horas que navegamos fácil por suas frases, concordando com o autor e sentindo seu ímpeto e indignação.

Indignado! Aliás, esta é uma diferença marcante em relação a outros filósofos. Quando um filósofo escreve sobre algo, é porque quer compartilhar suas conclusões. Está, então, numa espécie de trégua com suas dúvidas, pois encontrou algum sistema que permitiu uma resposta enriquecedora e aceitável. O livro de Nietzsche, não tem esta tranquilidade. Ele combate as próprias certezas com raiva e persistência, como se estas fossem inimigas a tentar dissuadi-lo de sua busca.

Se ficou louco ao final da vida, bem pode ser dessa intranquilidade. Sem solo firme para qualquer verdade, sempre escolhemos algum dogma, pessoal ou coletivo, para apaziguar nossa inquietação, e construir a partir desta arbitrariedade. Nietzsche foi corajoso ao negar tal artifício. Quer ser inconformado, jovem de espírito e talvez tenha submetido seu corpo e mente a algo mais do que podiam conter.

No caminho desta luta interna, deixa cadáveres pela estrada, entre eles o cristianismo, a moral, a tentativa de controle de nossas vontades animais por qualquer mecanismo de Estado ou ideologia controladora. Acredita num mergulho nas profundidades de nossa humanidade (em seu sentido mais incontrolável), e espera que a ordem social possa surgir desta consciência, não mais como hipocrisia, mas como escolha e se assim fosse, sem todas as neuroses atuais.

Foi difícil selecionar poucas frases. Segue abaixo as que mais impacto causaram:

O que as escolas superiores da Alemanha efetivamente alcançam é um adestramento brutal que, com o menor dispêndio possível de tempo, visa tornar um grande número de jovens aproveitável, explorável, para o serviço do Estado. Educação superior e grande número coisas que se contradizem de antemão. Toda educação superior pertence apenas à exceção: é preciso ser privilegiado para ter direito a um privilégio tão elevado.

Só se é fértil ao preço de ser rico em oposições; só se permanece jovem se a alma não se espreguiça, não anseia pela paz... Nada se tornou mais estranho para nós do que aquele anelo de outrora, o de paz da alma, o anelo cristão; nada nos causa menos inveja do que a vaca moral e a felicidade gorda da consciência tranquila. Renuncia-se à grande vida quando se renuncia à guerra...

Toda a psicologia antiga, a psicologia da vontade, pressupõe que seus autores, os sacerdotes à testa das antigas comunidades, queriam se arrogar o direito de inflingir punições ou queriam arrogar esse direito a Deus...Os homens foram imaginados livres para que pudessem ser condenados, punidos para que pudessem se tornar culpados: em consequência, toda ação teve de ser imaginada como querida e sua origem como presente na consciência (o que transformou a mais radical falsificação in psychologicis em princípio da própria psicologia...

O direito à estupidez. O trabalhador cansado e que respira lentamente, de olhar bonachão, que deixa as coisas andar como andam: essa figura típica que agora, na época do trabalho (e do reich!), encontramos em todas as classes da sociedade, reivindica hoje precisamente a arte, incluindo o livro, sobretudo o jornal e mais ainda a bela natureza, a Itália... O homem do entardecer, com os impulsos selvagens adormecidos de que fala Fausto, necessita do veraneio, do banho de mar, das geleiras de Bayreuth...Em tais épocas, a arte tem direito à pura tolice como uma espécie de férias para o espirito, o engenho e o ânimo. Wagner entendeu isso. A pura tolice restaura...

Quando o anarquista, na condição de porta-voz das camadas declinantes da sociedade, exige direito, justiça e direitos iguais com uma bela indignação, apenas se encontra sob a pressão de sua incultura, que não consegue compreender por que realmente ele sofre do que é pobre, de vida... Ele é dominado por um impulso causal: alguém deve ser culpado por ele estar mal... Só a bela indignação já lhe faz bem, vociferar é um prazer para todos os pobres-diabos isso dá uma pequena embriaguez de poder. Já basta a queixa, o queixar-se, para dar à vida um encanto pelo qual se suporta vive-la: há uma dose sutil de vingança em toda a queixa: a pessoa censura aqueles que são diferentes, como se isso fosse uma injustiça, um privilégio ilícito, por sua situação ruim, as vezes até por sua ruindade. Se sou canaille, também deverias sê-lo: é com base nessa lógica que se faz revolução. O queixar-se não vale nada em caso algum: ele provém da fraqueza. Atribuir sua situação ruim a outros ou a si mesmo a primeira atitude é própria do socialista, a última, do cristão, por exemplo não faz qualquer verdadeira diferença. O que há em comum, digamos o que há de indigno nisso, e que alguém deva ser culpado por sofrermos em resumo, que o sofredor prescreva para seu sofrimento o mel da vingança.

Mas quem sabe, afinal, se desejo mesmo ser lido hoje? Criar coisas nas quais o tempo gaste seus dentes em vão; esforçar-se por alcançar uma pequena eternidade na forma, na substância nunca fui modesto o bastante para pedir menos de mim. O aforismo, a sentença, nos quais sou o primeiro s ser um mestre entre os alemães, são as formas da eternidade; minha ambição é dizer em dez frases o que qualquer outro diz num livro o que qualquer outro não diz num livro...
Kaio 18/12/2013minha estante
Você disse muita coisa nessa resenha que demonstra que você entendeu Nietzsche de forma errada. Primeiro, ele não combate as próprias certezas porque ele nem crê em "certezas", na verdade ele acredita que os indivíduos superiores devem criar suas próprias verdades. Segundo, chamar Nietzsche de inquieto e inconformado é quase infantil(se algum dia você ler A Gaia Ciência vai entender o que eu quero dizer). < Nesse ponto você ainda demonstra ser dogmático, o que explica sua incompreensão... Não quero dar "carão", mas minha crítica ressalta a necessidade de se ler Nietzsche em pequenas doses e com mente aberta.


Kaio 18/12/2013minha estante
No mais, eu também gosto dessa citação sobre os anarquistas. Mas a minha preferida mesmo é "Os homens se tornaram criaturas sofredoras por causa de suas morais: o que obtiveram foi, em resumo, o sentimento de que eram fundamentalmente demasiado bons e demasiado importantes para a Terra, onde só estavam de passagem."


Fabio Michelete 18/12/2013minha estante
Obrigado Caio, concordo contigo e penso ter deixado isto claro desde o título. Cultivo incertezas, então não sei se algum dia vou entender Nietzsche "da forma certa".


Kaio 18/12/2013minha estante
Esses documentários resumem muito bem a filosofia dele, de forma digerível. O 3º é o melhor porque nos mostra o que Nietzsche pensa do sofrimento.

http://www.youtube.com/watch?v=wszgKT2zS-c

http://www.youtube.com/watch?v=TznwyQRHDwE

http://www.youtube.com/watch?v=oKsFecLFz6I

E aqui vai uma crítica bastante contundente de Russell à Nietzsche. É bom ver essa crítica também porque Nietzsche é tão genial que se torna perigoso.

http://www.youtube.com/watch?v=wT5zb1KrbW8




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