Na Berma de Nenhuma Estrada

Na Berma de Nenhuma Estrada Mia Couto




Resenhas - Na Berma de Nenhuma Estrada


8 encontrados | exibindo 1 a 8


Tati Vidal 07/06/2023

Eu sou suspeita para falar pq amo Mia Couto
“- Sou eu quem passeio pelo mundo.
- E você quem é?
- Eu sou o tempo.”

Eu acho muita audácia da minha parte querer resenhar qualquer coisa de Mia Couto. Esse homem consegue em um parágrafo destruir tudo que entendo de língua e vida e me faz pensar.

Quando me indicaram ele, eu relutei. Não conseguia entender bem se era romance ou drama, se era algo fácil de ler ou difícil. As indicações vieram sem muito detalhes e eu gosto de pormenores. Mas um dia me entreguei, e acho que essa é a palavra: entrega. Eu me debrucei sobre a capacidade criativa do Mia de transformar palavras em outras palavras, a forma que ele mudava tudo e fazia surgir poesia em coisas simples e fiquei encantadíssima.

Então corri mundo e corri livros do Mia, consegui todos que podia e me embrenhei nessa série de contos sobre amor, morte e ausências. É lindo. É MÁGIGO. È de uma profundidade incrível em contos bem simples. Alguns eu ri, outros eu chorei e precisei parar pra pensar, outros eu não entendi, outros eu entendi além do que deveria.

Leiam!


“- Já matei.
- Matou? Matou quem?
- Matei o tempo.”

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Andreia Santana 16/09/2022

De mãos dadas com Mia Couto
Mia Couto me conduz pela mão a cada história que leio. Com ele percorro as estradas da sua Moçambique natal e também as sendas misteriosas dos milagres impossíveis, dos fantasmas do tempo, da doçura do modo africano de contar histórias. Me aconchego nas palavras de Mia, como se seus personagens me conduzissem para a origem humana.

Na Berma de Nenhuma Estrada (Companhia das Letras, 2016) é uma coletânea que reúne 38 contos do autor escolhidos dentre aqueles originalmente publicados em jornais e revistas. Os textos são bem curtinhos, mas dialogam diretamente com as memórias ancestrais do leitor, com o ren, diriam os antigos egípcios ao se referirem àquela parte da alma que guarda as memórias e a identidade, que define quem somos por resguardar aquilo do qual somos feitos.

As histórias reunidas nesse livro trazem personagens distintos, mas todos têm em comum uma sabedoria aprendida com o tempo, com a natureza, com a eterna espera. Os contos versam por temas desde os dramas cotidianos, como as rivalidades étnico-religiosas que jogam vizinhos contra vizinhos; até aqueles mais sobrenaturais, que bebem na fonte do realismo fantástico: a mulher que faz-se chuva ao chorar a dor dos outros; o homem cujo espírito se transmuta em passarinho na hora da morte; o marido morto que traz uma última mensagem à viúva; o casal de idosos unido pelo hábito e pela amargura; a moça que envelheceu à beira do caminho esperando quem nunca chegou...

Nessa miríade de vidas sofridas, Mia Couto vai revelando o avesso das criaturas, revirando as entranhas da terra e das almas. Deve ser porque o autor é um grande amigo dos gatos, essas criaturas ctônicas, que guardam as chaves do oculto. É por isso que Mia enxerga tão bem o que as pessoas levam por dentro.

O exemplar que eu li:
Foi publicado no Brasil em 2016, pela Companhia das Letras. Gosto bastante das capas dos livros dessa coleção, com as ilustrações deslumbrantes do mineiro Angelo Abu e projeto gráfico de Alceu Chierosin Nunes. Do autor, que é um dos meus xodós literários, também já li Vozes anoitecidas, A Varanda do Frangipani, O Último Voo do Flamingo e Venenos de Deus, Remédios do Diabo. Todos marcantes e mais que recomendados. Ler Mia Couto abre a mente e conforta o coração...

Ficha Técnica:
Na berma de nenhuma estrada
Autor: Mia Couto
Editora: Companhia das Letras (2016)
200 páginas
*R$ 22,99, na Amazon e Submarino (livro físico); R$ 47,90, no site da editora (livro físico); R$ 12,00, usado, na Estante Virtual (livro físico)
*Pesquisado em 15/09/2022


site: https://mardehistorias.wordpress.com/
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Lucio 30/08/2022

Bom para ler em paralelo
Os livros de contos do Mia couto são ótimos para lerem junto com algo mais extenso, pois os contos são curtos e de uma profundidade imensa, logo no primeiro conto, uma facada já vem no estômago. E a cada conto você vai se divertindo e se emocionando com a realidade de cada personagem.
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PAULINE 16/01/2022

A cada conto, um novo universo
Na berma de nenhuma estrada e outros contos: Encantada com a capacidade criativa de Mia Couto. O escritor moçambicano nos presenteia com uma linguagem e universo novos a cada conto. Narrativas fantásticas e também críticas, desde que o olhar do leitor esteja atento a todas as nuances apresentadas em um gênero curto, mas não por isso menos profundo, superficial. Um verdadeiro mestre da escrita.
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isa.dantas 13/05/2021

Sempre me impressiona como Mia consegue criar histórias e universos em tão poucas páginas. Aqui, temos contos que fascinam e emocionam, em histórias permeadas pelo amor e pela ausência.
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Helena.Jablonski 31/05/2020

Um dos melhores livros que já li, sem dúvida.
É difícil expressar os sentimentos que afloraram durante essa literatura tão linda, que emociona pelo conteúdo e pela forma singular de Mia Couto de explorar a língua portuguesa.
Os contos são verdadeiras obras de arte, que pintam uma humanidade cheia de potência e sensibilidade. Por isso, recomendo degustar a leitura com calma, sem pressa de sair dessas pequenas realidade propostas.
Destaco, dentre todas as maravilhosas histórias, "O fazedor de luzes".
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Fernando 26/10/2019

Poesia!
Mia Couto retrata várias temáticas em seus 38 contos dessa coletânea, contudo o tema mais abordado é a "morte": seja a morte simbólica, a morte literal, a morte como busca de novos sentidos, a morte da esperança e a morte dos nossos entes queridos. Vale muito a pena adentrar nesse realismo fantástico!
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Tati Vidal 07/06/2023minha estante
Eu amei os mesmos trechos que vc amou




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