Maria18387 01/01/2024
Omg
A história é um thriller, sendo o primeiro livro da autora Kanae Minato, e minha primeira leitura de uma escritora japonesa, que, por sinal, eu amei.
A sinopse tem uma premissa fora do comum: a protagonista, uma professora, planeja uma vingança contra crianças, seus próprios alunos. É que, após a morte de sua filha de 4 anos, a professora Yuko Moriguchi revela que a filha não morreu por conta de um acidente, mas sim que a morte foi causada por dois de seus alunos. Por isso, sua última aula será a vingança que procura pela perda da filha!
Esse livro é escrito de uma forma muito diferente do que estou acostumada; isso, com certeza, influencia na minha opinião sobre o livro, uma influência completamente positiva. Me prendeu do início ao fim e com certeza mexeu com o meu psicológico.
O livro é construído a partir das vozes dos personagens; assim, temos contato com a história através de diferentes perspectivas, o que faz com que o leitor questione os possíveis motivos que estão por trás de atos repugnantes. Essas múltiplas vozes também fizeram com que a leitura ficasse repetida em alguns momentos, o que pode ser bom para quem não lê o livro em apenas um dia.
Também vale mencionar que em algumas passagens, Minato trata da questão do vírus HIV de uma forma sensacionalista e sem a seriedade que merece, mas creio que temos que levar em consideração a diferença cultural e a idade dos envolvidos na história.
E para quem gosta de iniciar o livro apenas por ter lido algumas frases interessantes, tenho algumas:
"Muita gente passa a vida inteira reclamando que não conseguiu descobrir sua verdadeira vocação. Mas a verdade é que a maioria de nós provavelmente não tem nenhuma vocação."
"Tenho certeza de que quando me mandam uma mensagem dizendo que querem morrer, vocês realmente acreditam de alguma forma que 'a vida não tem sentido', como gostam de dizer. E tenho certeza de que, nessa cabecinha egoísta, vocês acham que estão completamente sozinhos nesse mundo gigantesco, e que seus problemas são avassaladores. Preciso dizer que pouco me interessa responder aos caprichos adolescentes de vocês; estou mais preocupada em vê-los crescer para um dia serem capazes de pensar no sentimento dos outros."
"Quer me falar alguma coisa, matador de crianças?", disse Takahiro, rindo para Sh?ya. Ele não respondeu. Só olhou para ele daquele mesmo jeito, mordeu a ponta do dedo e passou no rosto de Takahiro, fazendo uma linha de sangue. O sangue de Sh?ya. Foi como uma linha simbólica, demarcando o fim das punições e o início de um contra-ataque. Alguns alunos sentados ali perto gritaram, mas em seguida a sala inteira ficou em silêncio.
"Naquela noite, B matou a mãe."