Resenhas - Confissões

Bookster Pedro Pacifico 20/11/2020

Confissões, de Kanae Minato
Até escolher o livro para a leitura conjunta do #desafiobookster2021, para o gênero de thriller, nunca tinha ouvido falar da autora japonesa Kanae Minato. Para a minha surpresa, a autora decidiu escrever já tarde, tendo “Confissões” sido sua obra de estreia, mas, por que fiquei surpreso com isso? O que me chamou a atenção, sobretudo após a leitura, foi como a autora conseguiu já em seu primeiro livro mexer tanto com o psicológico do leitor, despertando sensações incômodas e questionamentos interessantes.

A sinopse já tem uma premissa fora do comum: a protagonista, uma professora, planeja uma vingança contra crianças, seus próprios alunos. É que após a morte de sua filha de 4 anos, a professora Yuko Moriguchi revela que a filha não morreu por conta de um acidente, mas sim que a morte foi causada por dois de seus alunos. Por isso, sua última aula será a vingança que procura pela perda da filha!

Esse fato já é, por si só, capaz de perturbar a mente do leitor, mas confesso que ao longo da leitura a narrativa vai se desenvolvendo muito mais e fiquei bem impressionado com o número de reviravoltas.

Outro ponto que gostei bastante é que o livro é construído a partir das diferentes vozes dos personagens, ou seja, vamos descobrindo os detalhes da trama a partir de cada uma das perspectivas. Por causa disso, a leitura também desperta uma discussão interessante sobre aquele velho paradigma do bem e do mal, fazendo com que o leitor questione os possíveis motivos que estão por trás de atos repugnantes.

Por outro lado, essas múltiplas vozes também fizeram com que a leitura ficasse repetida em alguns momentos, mas nada que pudesse comprometer o ritmo construído pela autora. Também vale mencionar que em algumas passagens Minato trata da questão do vírus HIV de uma forma sensacionalista e sem a seriedade que merece (não sei se foi proposital ou não, mas pode gerar discussão).

Para quem gosta de thrillers ou para quem, assim como eu, não está acostumado com esse tipo de leitura, recomendo bastante “Confissões”: uma leitura rápida, inteligente e incômoda!

Nota 8,5/10

site: http://instagram.com/book.ster

-Koraline 27/11/2021

Perturbador
Li Confissões ontem à noite, e ainda não sei se gostei da experiência. A descrição da psicopatia dos alunos me deixou bastante perturbada, especialmente pela forma crua e fria que a autora usa para expressar as motivações das personagens, e isso inclui a professora. Não teve um personagem seque do livro que eu não tenha odiado, mas não no sentido de serem irritantes ou mal desenvolvidos, todos os narrados em primeira pessoa tinham pensamentos, comportamentos e distúrbios que me fizeram ficar fascinada por eles. A história flui muito rápido, afinal, é um livro curto, mas leva tempo pra digerir os acontecimentos. Algumas coisas do enredo foram convenientes demais, e a autora quis colocar conexões onde não tinha necessidade, por isso tirei uma estrela, mas o final simplesmente me chocou. Não é um livro que recomendaria, por que a crueldade das ações é realmente agonizante, apesar de ter mexido muito comigo, acho que preferia não ter lido.

Rosangela Max 24/01/2022

Genial!
Amei o jeito que a autora construiu a história, revelando uma surpresa a cada capítulo.
Foi muito inteligente a forma que cada parte da trama foi amarrada.
Um ótimo suspense psicológico do início ao fim.
Gostei muito!
Recomendo a leitura.

Gabi 26/03/2020

Vingança nua e crua!!!
Já comecei o livro esperando "o impacto" hahahaha

O que eu tenho a dizer? Muito inteligente e engenhoso. Um thriller totalmente diferente de tudo que eu já tinha lido, a começar pela narrativa. É como se os personagens estivessem conversando com você... medonho e muito bom, rs.

A vingança é chocante!!! Cumpre o que promete.

Victoria (Vic) 31/08/2021

Gostei MUITO do livro, da escrita, da narrativa que nunca vi igual. O problema para mim é que o final foi um pouco apressado/abrupto demais. Quero muito ler outras obras da autora.

Eukaua 22/07/2021

Uma grande e boa surpresa!
Esse livro foi pra mim, a maior surpresa do ano, fui ler por ler mesmo e acabei favoritando.
Como diria Paulo Ratz, esse livro tem camadas...

O livro conta a história de uma professora que perdeu sua filha de 4 anos, ou melhor, falar que o livro conta a história de uma professora seria muito superficial de minha parte. Afinal, o livro tem seis capítulos que são narrados por diferentes personagens, contando seus diferentes pontos de vista... O que reforça a tensão criada durante o livro e também o fato de cada um conta uma revelação que acaba mudando o que nós entendemos da história.

O livro retrata problemas psicológicos e acima de tudo a crueldade e falta de senso humano.

*Pode conter gatilhos*

Samukk 16/07/2023

Vinganças relativas e que vença o melhor !!!
Muito criativo a autora expor a visão de cada um, mostrando diferentes percepções, traumas, e motivações. A e B sofreram e continuaram sofrendo até o dia de suas mortes e isso me acalma pelo simples fato de nada justificar o assassinato de uma criança.
Aqui temos uma vingança bem executava, envolvendo assassinos e cúmplices e a única vítima é a nossa querida Manami.

Fiquei em dúvida de dar 4, 5 ou 5 , mas o final foi muito bem montado então minha nota é 5 concerteza !

emysants 01/05/2023

Eu gostei muito! O livro tem algumas partes bizarras sim, mas admito que não achei a história TÃO PESADA assim.
A escrita da autora é muito diferente. E são poucos capítulos, cada um narrado por um personagem diferente, apresentando o ponto de vista de cada um e suas motivações.
É um suspense muito interessante e com uma história muito elaborada que me prendeu logo de início, comecei esse livro hoje e terminei ele hoje mesmo.

Craotchky 15/09/2023

Class, dismissed!
"A queria matar Manami, mas no fim não provocou a morte dela; B não tinha desejo nenhum de matar, mas a levou à morte. Se eu os entregasse à polícia, é provável que os dois nem fossem condenados a algum centro de menores infratores; ficariam em liberdade condicional e o caso seria esquecido. [...] Eu queria que entendessem o valor e o peso terrível da vida humana, e, depois de entenderem, que percebessem as consequências do que fizeram e vivessem com isso. Mas como eu poderia fazê-lo?"

Confissões, enquanto narrativa e linguagem, é até simples e bastante direto (esse texto tenta seguir o modelo, inclusive). De fato, algumas coisas soam levissimamente exageradas, como é o caso de alguns pequenos acontecimentos que meio que coincidem convenientemente para o avanço da trama. O que se destaca positivamente é a intercalação de narradores, tão bem vinda em uma trama como essa. Durante o livro uma série instigante de revelações (espécies de pequenos plot's) determinam novas perspectivas em relação ao crime e tudo que decorre dele. Além disso, a obra consegue fazer algo de que até hoje nunca vi qualquer leitor(a) reclamar: provocar o desejo pela próxima página, e a próxima, e a próxima, e a próxima...

A alternância entre narradores em cada uma das seis partes do livro colabora muito para o desenvolvimento do enredo, pois permite que tenhamos acesso a cada versão particular das pessoas mais importantes da história. Cada ponto de vista adiciona elementos que atribuem sentido a certas atitudes e escolhas de personagens apresentadas anteriormente no livro. São muito satisfatórios os vários momentos que podem ser descritos pela seguinte sentença: "ah, então foi por essas razões que o personagem X agiu daquela forma".

A história vai se constituindo pela sequência de desdobramentos acarretados pela ação que a professora Moriguchi pratica ainda na primeira parte. Há um enorme teor psicológico no livro, desenvolvido principalmente nos aspectos familiares e pessoais dos dois adolescentes (de 13 anos) que participaram do assassinato. O que talvez seja o melhor ponto trabalhado nesse sentido é quanto as motivações do crime (ou a participação nele), que derivam desses problemas emocionais e familiares dos dois envolvidos.

Ao assistir conteúdos sobre o livro vi muita críticas de como a autora trata a questão de pessoas infectadas com o vírus HIV. É verdade que ela não distingue claramente uma pessoa soro positivo e uma pessoa com aids, mas quanto ao modos de transmissão, são sugeridos determinados modos que não são muito factuais. Entretanto, é preciso perceber que esses modos de transmissão foram trazidos nas partes narradas por adolescentes, que podem não saber tão bem assim como o vírus funciona. Particularmente duvido que a autora não tenha feito a lição de casa e pesquisado bastante sobre essas questões antes de escrever a obra.

Após a leitura, ao voltar os olhos para a sinopse cadastrada aqui no Skoob, percebi o quanto ela é imprecisa, injusta ou, no mínimo, incompleta.; ela tenta vender o livro principalmente como um thriller, focando em elementos que remetem sobretudo à violência. Essa sinopse quase que ignora o caráter psicológico, a melhor coisa aqui, e tão presente e fundamental em Confissões.

lonelvs 08/02/2024

Eu o subestimara. um rato acuado sempre morde o gato.
Eu amei esse livro, no começo estranhei a escrita, mas logo que me adaptei e a leitura fluiu muito bem.

É um thriller psicólogo bem original, cada capítulo é narrado por uma pessoa diferente, entre eles os culpados por um homicídio. os personagens são bem trabalhados e dinstintos uns dos outros, é interessante e envolvente analisar a perspectiva de cada um e observar o efeito dominó em vários ambientes ao redor da turma.


"Acho que as pessoas em geral se esqueceram de uma verdade fundamental: Não temos o direito de julgar ninguém."

"Nossos valores são determinados pelo ambiente em que crescemos; e aprendemos a julgar os outros usando um padrão estabelecido para nós pela primeira pessoa com quem temos contato ? nossa mãe, na maioria das vezes."

Ao decorrer da obra temas complexos são tratados sutilmente, mas não tão sensível para o agrado do público. visto que o livro é carregado de um ar de desconforto e há muitas perspectivas no livro com personagens cheios de estigmas e preconceitos.

o livro divide opiniões, mas recomendo para os fãs de thriller psicológico. vale a pena dar uma chance.

Gilberto Alves 30/08/2020

Com certeza me surpreendeu
Gostei demais do livro!
Uma experiência bem diferente. Em cada capítulo há uma narração em primeira pessoa dos diferentes personagens da história, o que de certa forma me fez fez como é fácil criar preconceitos quando não sabemos o todo.
Acho que o livro funciona muito quando vc lê ele numa pegada mais rápida, tipo, no mínimo fechando um capítulo cada vez. Se ler num ritmo mais lento, acho que acaba ficando meio chato.
Achei que o final destoou um pouco da ideia principal do livro, mas ainda assim, valeu muito a leitura.

Fêrr 13/06/2017

Eita!
Não gosto de ficar repetindo muito a sinopse do livro, até pq aqui na página mesmo tem a mesma na íntegra.
Enfim. EITA! É o que dá pra falar desse livro!
A cada capítulo a narrativa muda pra outro personagem, o que nos deixa ver o lado da história de cada um. O mais legal é que o pré-conceito que você tem dos personagens, a cada lado da história cada vez que é contada, MUDA!
Eu gostei bastante, e recomendo pra quem gosta de reviravoltas. O final é BEMMM EITA!

ster 20/07/2021

essa história foi uma avalanche de desgraças. todo final de um capítulo você fica pasmo sem acreditar que aquilo de fato aconteceu.

ao longo do livro, a autora investiga profundamente a psicologia e a motivação por trás das ações de cada personagem, é tão habilmente elaborado que estilo de escrita direta serve apenas para enfatizar ainda mais seu enredo intrincado. a fluidez e a forma como a narrativa foi contada foi o que mais deixou fissurada, contado por diversas perceções permite entrever motivos diversos, de diversos personagens alguns mais repugnantes que o outro e cada um enriquecendo a complexidade da história. a escrita dessa autora é tão boa que o capítulo narrado pelo ponto de vista da mãe me fez emocionar e fica com ódio ao msm tempo, se a função era me enganar conseguiu.

esse livro elevou a uma forma espetacular de contar histórias, nenhum dos personagens do livro 'confessa' no sentido apologético, mas todos eles brandem suas palavras com uma confiança em suas ações que torna seu estado psicológico claro para o leitor. foi leitura sombria, pertubadora e distorcida o suficiente para colocar uma vantagem no que poderia ter sido uma premissa típica de mistério.

mas o último capítulo foi um pouco previsível, e isso me fez tirar meia estrela, e msm assim pelo o que aconteceu no decorrer do livro foi um ótimo final. 

cw: tentativa de suicídio, tortura psicológica, bullying, aborto espontâneo, assassinato, violência explícita

Fabio Pedreira 28/03/2020

Cada pagina uma bomba
Tudo que a professora Yuko Moriguchi tinha era sua filha de 4 anos. Uma menina fofa que adorava animais e que nunca conheceu o pai, pois ao descobrir que o marido tinha AIDS, o casamento de Moriguchi acabou. Então é só ela e a filha juntas, ou melhor, era…
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As vezes, quando Moriguchi ia trabalhar, levava sua filha para o trabalho onde a garotinha a esperava sair. É em uma dessas esperas que a menina acaba morrendo e seu corpo é encontrado na piscina da escola. Sua morte é dada como afogamento acidental, mas o que Yuko descobre deixa as coisas muito mais chocantes, pois ela sabe que na verdade sua filha foi assassinada. E os culpados são alguns dos seus alunos.
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Moriguchi então pede demissão, mas antes, em sua última aula ela tem um discurso para fazer e junto com ele, um plano de vingança extremamente elaborado. E é assim que começa o livro, com Moriguchi sentada na sala de aula, com seus alunos e fazendo todo um discurso de despedida. E o que começou como uma conversa normal, acaba com um relato chocante.
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O livro tem apenas 187 páginas, mas em sua história ele é gigante. Os seus capítulos são contados por pontos de vistas diferentes, e cada um deles, sem exceção, contém uma bomba diferente. Isso acaba deixando a leitura pesada em alguns momentos, fazendo com que mesmo que você não queira largar o livro, tenha que dar uma pausa para associar o que acabou de ler.
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Existe muita coisa interessante para analisar, e não só a visão de cada um dos culpados mas também o efeito dominó causado pela ação e pela vingança da professora. A autora consegue criar personalidades bem distintas para cada um e chega a ser chocante como ela consegue analisar o comportamento de cada personalidade mediante os acontecimentos. .
A autora criou um livro que mexe diretamente com o psicológico e te deixa doidinho. O “melhor” de tudo é que a trama é totalmente plausível - claro que com as devidas proporções -, tudo é mais real do que os thrillers que estamos acostumados. O que torna a leitura muito mais tensa.

De bônus o livro ainda traz reflexões sobre vários assuntos, principalmente para a realidade do japão, sobre questões familiares, preconceito, principalmente com status sociais, e outras coisas.
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Confesso - piadinha ruim intencional que adorei esse livro e já estou doido atrás de Persuasão - outro livro da autora - para poder ler o mais breve possível. Se possível leiam Confissões, tenho certeza que todo fã de thriller irá adorar.

Gabriel 27/07/2021

Muito diferente do que costumo ler (e isso é muito bom)
Só posso começar dizendo que esse livro é chocante. Acontecem coisas quase que inimagináveis (pelo menos para mim) e as mesmas se desenrolam muito bem graças à narrativa crua e direta da autora.

O livro não tem nem 200 páginas mas acontece muita coisa é difícil de digerir. Com certeza poderia ter lido ele de uma vez só, mas os acontecimentos eram tão banais que meu estômago embrulhava.

Fiquei bastante surpreso pelo quão bem a autora consegue construir personagens em poucas páginas e fazer com que uma ação acabasse gerando várias reações (talvez esse seja o grande ensinamento por trás do livro).
A frieza com que alguns personagens realizaram determinadas ações foi um pouco grande de mais ao meu ver (porém reconheço que existam muitas pessoas com pensamentos psicopatas desse nível).

O livro também não deixa de ser uma crítica ao processo japonês de ensino onde os jovens são levados a competir o tempo todo e a não respeitar as próprias limitações.

Apesar de achar que muita gente inocente acabou sofrendo por causa do processo de vingança da professora, não posso mentir que me senti satisfeito com o rumo que a história tomou.