Ellen Gouveia 17/08/2022A viagem no tempo pode ser rápida, mas o livro se arrastaFiquei meses lendo "A máquina do tempo", e para mim, já numa acepção muito pessoal dessa grandeza finita, é como se esse livro estivesse há tanto tempo sendo jogado de canto em canto e eu sofrendo pra terminar... Achei a premissa muito boa, principalmente sabendo que o livro é um pilar da ficção científica, e o tema de viagem no tempo geralmente me interessa (apesar do meu grande referencial nisso não seja um livro e sim o filme "questão de tempo"), apesar de eu estar acostumada com narrativas mais "modernas" e "contemporâneas" que lidam com presente, passado e futuro, como o já muito lido e analisado à exaustão "Torto Arado".
"A máquina do tempo" é um livro bem curto que eu aposto que pode ser lido facilmente em um dia, caso agrade. Tem pouquíssimos diálogos, descrições enormes e repetitivas, personagens pouco amigáveis e que despertam pouca empatia. Eu não fiquei em nenhum momento "torcendo" pelo viajante, apenas acompanhando como mera espectadora as suas aventuras. Apesar disso, tem algumas reflexões boas sobre tempo, destino da humanidade, um quê de filosofia e antropologia que hoje se discute, isso achei bem positivo.
A edição em que li também não colabora. Há erros básicos de revisão, como a troca de "quando" por "quanto" e a tradução parece muito truncada. Notas de rodapé mais elaborada poderiam ajudar, mas entendo as limitações, até pelo preço do livro. Não foi uma leitura que me empolgou, mas reconheço sua importância. Porém, são menos de 150 páginas tão arrastadas que o livro parece um calhamaço.