O Protegido

O Protegido Peter V. Brett




Resenhas - O Homem Pintado


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Matheus Bonfim 06/05/2018

Fantasia de qualidade
O Protegido, primeiro livro da série Ciclo das Trevas, é uma incrível introdução a esse universo em que as pessoas vivem presas por causa de demônios que aparecem ao cair da noite e a única coisa que se pode fazer é usar antigos símbolos de proteção para impedir o ataque desses monstros. O plot pode não parecer nada novo porém é executado bem, o autor cria um universo interessante e coeso, os três protagonistas vão te conquistar mas a única ressalva que tenho aqui é a escolha do Peter em relação a uma personagem, que fica contraditório com o que é construído e beira ao clichê mas não entrarei em detalhes para não soltar spoilers. Tirando isso o livro é sensacional e vai te prender, excelente leitura e uma ótima porta de entrada para o gênero.
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LT 10/04/2018

Oi, gente! Tudo bem?

Hoje venho com uma resenha em um estilo diferente do que normalmente trago por aqui: uma dark fantasy. Acredito que foi uma das primeiras que li e já estou apaixonada. Preciso compartilhar com vocês a minha opinião e recomendação!

[O que importa é sobreviver!]

O Protegido é o primeiro livro da saga Ciclo das Trevas do autor Peter V. Brett. Eu já estou lendo o terceiro volume (A Guerra de Luz) e espero trazer a resenha do segundo e terceiro aqui para vocês também. Mas, chega de enrolação. Do que se trata esse livro?

Basicamente, ele conta a história de como a raça humana se tornou refém de demônios de todos os tipos. Eles aparecem à noite, saindo das Profundas, e espalham terror, morte e tristeza por onde passam. Eles são conhecidos como Terraítas e o único jeito de se proteger é com proteções desenhadas em volta das casas. Mas não é todo mundo que sabe desenhar boas proteções e as proteções de combate, por exemplo, foram há muito tempo esquecidas. Ninguém mais tem esperança de que seja possível combater esses demônios, apenas tentar sobreviver.

[A história de Arlen, Leesha e Rojer]

Neste primeiro volume é isso que vamos ver. E eu simplesmente amei a maneira como a história foi ambientada, os personagens foram criando vida e crescendo, amadurecendo… Mais do que isso, adoro quando o autor começa a história isoladamente de cada personagem e depois as histórias vão se entrelaçando e foi isso que aconteceu.

O livro tem pouco mais de quinhentas páginas e nem vi o tempo passar. Li tudo em menos de uma manhã porque a história é muito boa, envolvente e eu não conseguia parar. A trama é muito bem entrelaçada e não há pontas soltas nessa história.

Começamos com a história de Arlen, que tem 11 anos e o sonho de conhecer as Cidades Livres e aprender as proteções de combate, pois ele já sabe desenhar as proteções muito bem para sua idade, é um talento nato. Quando sua mãe morre em um ataque dos Terraítas, ele deixa tudo para trás em busca de seu sonho.

Em seguida, conhecemos a história de Leesha, que tem 13 anos e vive um inferno na terra com a sua mãe Elona, e o pai Erny – que não faz nada para defendê-la da mãe. Ela fica amiga da curandeira da vila e aprende os seus ofícios, desenvolvendo-se cada vez mais nessa arte.

Por fim, conhecemos Rojer, o mais jovem. Sua família inteira morre em um ataque dos demônios e ele acaba sendo apadrinhado pelo menestrel que estava de passagem e passa a aprender o ofício.

[O Protegido]

Enquanto vamos acompanhando a história dos protagonistas, conhecemos O Protegido, na história de Leesha. Ele é um homem todo tatuado com proteções e enfrenta os demônios com as próprias mãos, diferente de todas as outras pessoas, que fogem e se escondem atrás das proteções de suas casas.

Mas ele quer ensinar a todos que é possível lutar e se defender, não apenas se esconder. E que é possível mandar todos os demônios de volta às Profundas.

Ainda conhecemos alguns personagens secundários nesse livro, como Reena, que terá maior participação no segundo e terceiro livro (e quem sabe nos próximos) e é bem interessante. A maneira como os personagens se relacionam, como os romances se desenvolvem e como a vida acontece nas vilas e aldeias é bem peculiar, pois além de ter que lidar com os demônios e toda desgraça causada por eles, cada personagem tem os próprios demônios pessoais para enfrentar, e é isso o que os torna humanos.

E em um mundo cheio de demônios, ódio e terror, é bom não perder a humanidade se você quer salvá-la, não é mesmo?

Um grande beijo e até a próxima!

Resenhista: Duda Razzera.

site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/
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Acervo do Leitor 01/02/2018

O Protegido – Ciclo das Trevas #1 – de Peter V. Brett | Resenha
O Protegido é o primeiro livro da saga Ciclo das Trevas escrito pelo autor Peter V. Brett, que está sendo publicado pela Darkside, cujo terceiro volume, A Guerra da Luz, chega às livrarias neste mês. Com uma estrutura voltada à Dark Fantasy, O Protegido conta a história de uma humanidade que vive refém de demônios, sendo estes basicamente elementais, que durante as noites saem das Profundas para espalhar o caos pelo mundo. A única defesa das pessoas contra as Terraítas são as proteções, símbolos tribais, que variam suas funções de acordo com o desenho. De maneira geral, as únicas proteções ainda utilizadas, são àquelas voltadas à defesa de suas residências, ou espaços previamente delimitados. Proteções de combate que há muito, eram utilizadas para destruir os demônios, perderam-se com os tempos, histórias, e figuras de um passado que jaz nos incautos das lendas.

“Desesperada e temerosa, Leesha fez a única coisa que podia. Chorou. Chorou pelos mortos, pelos feridos e por si mesma. Em uma aldeia com pouco mais de quatrocentas pessoas, não havia ninguém cuja morte não a ferisse.”

Neste primeiro livro vamos acompanhar a trajetória, desde a infância, de três personagens: Arlen, um garoto de 11 anos que tem a ânsia de conhecer as Cidades Livres e aprender a como combater os demônios. Após um ataque dos terraitas, a mãe de Arlen sofre graves ferimentos, culminando em sua morte. O garoto revoltado com a covardia do pai, que os deixou sozinhos durante a noite no celeiro, foge em busca de uma companhia para chegar às cidades livres e iniciar sua caminhada rumo a vingança. Leesha uma garota de 13 anos que vive com a mãe Elona, uma figura autoritária e desprezível, e seu pai, Erny, que se esconde sob a ignorância e as palavras afiadas da esposa. Rojer, o mais jovem dos três, vê sua família sendo dizimada pelos demônios e foge com um menestrel que estava de passagem pela aldeia. O livro vai acompanhando e desenvolvendo cada um destes protagonistas em suas determinadas trajetórias de maneira cronológica. Todos são marcados pela fúria e ódio dos demônios, que de maneiras bastante diretas, tornaram suas vidas um turbilhão de horrores e medo.

“Estive tão ocupado pensando contra o que estava lutando que esqueci do motivo pelo qual lutava. Durante toda a vida não sonhei com nada além de matar demônios, mas do que adianta acabar com eles nas florestas e ermos, e ignorar aqueles que assombram os homens todas as noites?”

Confesso que a primeira parte do livro ficou muito aquém do esperado, com um desenvolvimento raso e pouco abrangente, com algumas passagens que soavam bastante forçadas pelo autor. Os primeiros capítulos de Leesha são no mínimo ridículos, e todo seu “romance” com Gared é de doer os olhos. Persisti, e que bom que assim o fiz. A segunda metade do livro é excepcional! Os personagens são muito mais críveis em suas ações (Leesha tem um desenvolvimento digno de aplausos), a ambientação é bem mais detalhada (ainda que não bastante), e as batalhas que circulam pelas páginas são de prender o fôlego. Arlen é aquele que está um passo à frente dos demais, e é protagonista da grande surpresa deste primeiro livro. Mas não é somente nos três protagonistas que a história se sustenta, os personagens secundários são muito bem construídos, ou pelo menos boa parte deles, com destaque para Bruna, a velha ervanária que treina Leesha em sua função.

Não sei se a impressão foi somente minha, ou mais alguém a compartilha comigo. Mas, principalmente lá pelo final do livro, me senti em um jogo de RPG eletrônico, ao melhor estilo Final Fantasy ou Breath of Fire, com cada personagem utilizando seus atributos à medida que enfrentam os Terraítas. A figura misteriosa do Protegido, um homem todo tatuado de proteções que enfrenta demônios com as próprias mãos, quando aparece subverte todas as outras. É interessante também acompanhar a “rivalidade” entre os diferentes tipos de Terraítas, e a maneira como isso pode ser sabiamente utilizada em prol da sobrevivência, demônios de madeira combatem os demônios de chama, pois estes ao causar incêndios, podem destruir seus habitats. Os demônios de rochas são até então os mais fortes e poderosos, e olham aos demais como simples insetos.

“Ergueu os olhos e viu as figuras ainda longe da estrada, mas perto o bastante para vê-lo. Ouviu um grito quando o mundo desapareceu na escuridão.”

SENTENÇA
Peter V. Brett criou um início de uma saga que tem tudo para figurar entre as melhores do gênero. Com uma primeira metade fraca e pouco convincente, o livro surpreende e muda sua figura na segunda metade, construindo de maneira emocionante os rumos dos protagonistas. Com batalhas alucinantes, e um panteão de demônios aterrorizantes. A Lança do Deserto, o segundo volume, tem tudo para alcançar a avaliação máxima, e esperamos ansiosamente por isso!



site: http://acervodoleitor.com.br/o-protegido-ciclo-das-trevas-resenha/
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Willianpm1 03/01/2018

Bem legal
Uma premissa que me cativou assim que li a sinopse. Depois que anoitece todos devem se esconder em suas casas, pois, demônios da areia, vento, pedra e até do fogo saem para se alimentar. Mas apenas se esconder não basta, para se proteger de verdade dos demônios as pessoas devem usar simbologias antigas, uma espécie de runa, que através da magia não permitem que os monstros adentrem nos locais protegidos por ela.

Os primeiros capítulos se concentram em contar a história de Arlen e sua família enquanto lutam para sobreviver noite após noite em seu pequeno vilarejo. Mais a frente os capítulos passam a contar a história de Leesha, uma menina bem nova que foi prometida um filho de lenhador, num acordo entre famílias. Por último, também em capítulos separados iremos conhecer o garoto ainda mais jovem, Rojer e sua família.

É claro que mais tarde a história progride para o encontro dos três, e é quando o livro que já era frenético, se torna ainda mais. Fazia muito tempo que eu não lia um livro por mais de 7 horas seguidas, esse aqui me prendeu bastante.

Apesar disso o livro não é num todo perfeito, existem certas coisas que me incomodaram, principalmente quando falamos de pares românticos. Pelo decorrer da história achei forçado o acontecimento de alguns beijos e até mesmo paixões. Faltou o autor trabalhar melhor para convencer de fato o leitor que aquilo era natural e não forçado.

Ainda assim o livro é excelente e pretendo demais continuar lendo essa serie, é incrível. Uma dica é se você durante a leitura notar que realmente esta gostando da história, já vá providenciando o volume dois. O livro termina com muitas coisas em aberto, deixando o leitor bem curioso.
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Glau 21/12/2017

Que livroooooooooo
O Ciclo das Trevas conta a história de demônios que surgem no início da noite, das Profundezas, para caçar humanos. Nessa tragédia que acomete as cidades há centenas de anos, Arlen, Leesha e Roger passam pro provações desde criança e crescem rodeados de perdas e medos.

A mãe de Arlen é atacada pelos Terraítas, e o menino tenta a todo custo salvá-la das garras dos dos demônios, e quando conseguem se refugiar, pela covardia do pai, em poucos dias a mãe dele não resiste e morre. Arlen passa a nutrir um sentimento de repulsa pelo próprio pai, pelas atitudes tomadas posteriormente a morte da mãe e a covardia sem fim do homem. Acaba fugindo e aprendendo a se refugiar dos Terraítas.

Leesha é uma adolescente de 13 anos, filha de Elona, uma mulher de índole duvidosa, e extremamente rígida. É prometida de Gared, um rapaz de 15 anos, que a espera se tornar "moça" para realizarem o casamento, No entanto, Gared pisa na bola com ela e a decepciona de uma forma que Leesha não quer vê-lo nem pintado de ouro. Ela se refugia aos cuidados de Bruna, uma ervanária poderosa que cuida dos feridos atacados pelos Terraítas.

Roger perde os pais em um ataque dos Terraítas, com apenas 3 anos de idade, de uma forma brutal. Um conhecido deles, Arrick, fica responsável pela criação dele e ambos passam a viver de cidade em cidade como menestrel e assistente, para sobreviverem.

Os três protagonistas vão vivendo os anos a duras penas, adquirindo experiências específicas e particulares quem um dia vão os tornar únicos.

Apesar do livro ter 514 páginas, a leitura é bem fluida, os parágrafos não são extensos e contém pausas que não deixa a leitura cansativa. O autor usa várias referências associadas ao nosso mundo real, que facilita o nosso entendimento e torna a história mais interativa. O livro é repleto de ação, de ataques e luta pela sobrevivência. Apesar das 500 págs, ele se apresenta como uma introdução e preparação dos personagens para os próximos livros e tudo que ainda acontecerá.
Para que gosta de terrores noturnos e bastante ação, esse livro é um prato cheio.
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AndreRegal 04/12/2017

Bom, mas não me encantou.
Bem, minhas impressões foram as seguintes:
O livro tem um início alucinante, uma das melhores premissas que peguei nos últimos tempos. Demônios surgindo da terra à noite e devorando tudo que encontram pela frente? Traz mais! Ciclo das Trevas mostra um mundo onde a noite é amaldiçoada, as viagens só são feitas durante o dia e se, você não quiser ser comido pelos terraítas, tem que ser muito bom em fazer círculos de proteção.
Personagens começando a se desenvolver com maestria, inclusive. Pelo menos no início. O protagonista, Arlen, foi o único de quem gostei do início ao fim. Mesmo com a trama avançada, o autor conseguiu não deixá-lo cair no lugar-comum do herói invencível. Onde a musculatura e as proteções impecáveis o pintavam como virtualmente inquebrável, ele se mostrava, por dentro, cheio de questões e a velha cabeça-dura de garoto.
Pontíssimo pro autor!
Contudo, do meio para frente fui perdendo a empolgação. As novidades cessaram, os conflitos se tornaram previsíveis e o ritmo - já acelerado, o que me incomoda - manteve-se firme.
O final, para meu gosto, não foi nada climático.
Também não gostei muito das referências forçadas trazidas pelo autor, como sprays de pimenta medievais para impedir o avanço dos homens; um país onde as mulheres usavam burca e não podiam mostrar o rosto, exceto ao marido (alou?); críticas incrivelmente similares às nossas ao sistema religioso e político, etc.
Quanto aos dois personagens secundários, Leesha e Rojer, gostei mais do segundo. Mesmo ele não tendo quase nenhum peso na trama, foi mais bem construído e sustentado. Muito carismático, o aprendiz de menestrel. A garota, Leesha, porém, não me agradou nem um pouco. Ela teve um grande início, sim. Sua infância foi deliciosa de ler. Depois o autor esqueceu o que estava fazendo e começou a tomar decisões que, a meu ver, foram muito masculinas e dignas de uma bela duma personagem mosca-morta. Pra mim, Peter V. Brett não leva muito jeito para conduzir personagens femininas, mas essa é só minha opinião.
Enfim, foi uma boa leitura, sim! eu tiro um pouco da nota por causa dos deslizes, mas isso talvez tenha custado meu interesse pelas continuações.
Não sei se prosseguirei com a série.
só as Profundas dirão.
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Bruno 21/09/2017

Um livro de erros e acertos
Iniciando a saga, Peter V. Brevett apresenta um novo e interessante mundo de fantasia, no qual podemos traçar semelhanças metafóricas em relação ao poder do medo em nossa realidade.

O livro narra as histórias de três protagonista, porém o que recebe maior destaque dentre ele é Arlen, um garoto que aprende sobre como os humanos estão sendo sobrepujados pelos terraítas e que a humanidade precisa tomar uma atitude para não ser exinta.
Os outros personagens principais são Lessha, uma garota que tenta viver um vida comum, porém sofre as consequências de uma mentira, e Roger, uma criança que treina para ser um menestrel profissional- uma espécie de bardo.- Os dois desempenham papéis menores no livro, mas ainda são importantes na trama.

Falando na história do livro, ela se desenvolve de boa forma por quase todo o livro. No início, o leitor vai sendo apresentado ao mundo visto do ponto de vista dos personagens, oque ajudou o leitor a se sentir dentro do livro. Além disso, vemos diferenças de costumes e cultura existentes nas grandes cidades, espalhadas pelo continente, mostrando todo o potencial de história e criatividade neste mundo, que mais uma vez se pode traçar paralelos com o nosso mundo.
O desenrolar da trama e o desenvolvimento dos personagens é interessante e servem para expandir a complexidade do livro, mas tudo converge em uma conclusão fraca.
A partir de certo ponto do livro, todos os problemas que a trama evitou durante o livro quase todo aconteceram em sua reta final. Uma série excessiva de clichés, momentos importantes para os personagens que foram feitos e desperdiçados às pressas. Além disso, o clímax final é desprovido de tensão.

Peter V. Brevett entrega um livro que se inicia fascinante, porém entrega um péssimo aproveitamento do péssimo potencial, deixando uma impressão dúbia.
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@solitude_e_books 31/07/2017

Nunca Spoliler!!!!
Gostei muito do livro, a única coisa que não gostei foi o desenrolar da parte da personagem Leesha (não achei a personagem chata ) mas a história dela sim, pois tudo girava em torno de sua sexualidade ou grosseiramente falando de sua vagina, Parece que o mundo inteiro queria possui lá .....achei meio besta . Só minha opinião povão.
barbara.rvasconcelos 03/08/2018minha estante
Eu também achei péssimo o desenvolvimento da personagem Leesha!!!


@solitude_e_books 05/08/2018minha estante
Já nos próximos livros ela melhora 100% se tornando uma das personagens mais legais, vale muito apena ler os outros livros.


barbara.rvasconcelos 06/08/2018minha estante
Ainda bem. Eu gostei muito do livro, o único ponto fraco na minha opinião foi o desenvolvimento dela mesmo. Os outros devem ser foda então, ansiosa por eles agora rs




Whebson 11/07/2017

Um livro frenético, cheio de aventura e violência. Excelente.
Tudo na medida certa, uma história bem contada, enredo maravilhoso e sangrento. O livro valeu cada minuto lido. Recomendo.
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LOHS 14/06/2017

Uma história incrível!
O Protegido, primeiro livro da série Ciclo das Trevas, é um daqueles títulos que desejei por muito, muito, muito tempo. Desde o momento que a DarkSide anunciou o lançamento, eu já estava com brilho nos olhos. Primeiramente, já fico querendo todos os livros dessa editora simplesmente pelo trabalho sensacional de design em cada uma das obras que publicam. Mas, confesso que o que me deixou louca para ler essa história foi a repercussão dos fãs internacionais dessa série.
Acredito que as maiores provas de sucesso da saga são: fóruns de discussão sobre a série, um wiki online sobre o universo criado e fanfics!! A galera simplesmente pirou nessa fantasia dark e eu não podia ver a hora de entrar de cabeça nesse livro.

Escrita pelo americano Peter V. Brett, a série tem quatro livros publicados fora do Brasil, sendo que quinto tem previsão de lançamento para 2017. Já foi traduzida para mais de 30 países, mas por enquanto a DarkSide publicou apenas os dois primeiros títulos da saga, O Protegido e A Lança do Deserto.
Quero aproveitar e deixar aqui um grande parabéns para a DarkSide. Este é um dos livros mais lindos que já tive o prazer de ler! E ainda acompanha uma cartela de tattoos temporárias com os símbolos mágicos apresentados na saga para nossa diversão.

O universo criado por Peter V. Brett nos mostra Thesa, ou o que restou da humanidade. São povoados pequenos e médios separados por distâncias cada vez maiores.
Isso porque demônios, chamados aqui de terraítas, emergem noite após noite para destruir e se alimentar de homens e mulheres. A única proteção descoberta até então são símbolos mágicos que criam escudos e impedem a aproximação desses seres malignos. Até então, nenhuma arma criada pela humanidade foi capaz de ferir e aniquilar esses monstros.

"- A Era da Ciência - disse o menestrel - foi nosso período mais grandioso, mas abrigava nessa grandiosidade nosso maior erro. Alguém aqui consegue me dizer qual foi?
As crianças mais velhas sabiam, mas Keerin sinalizou para eles se segurarem e deixarem que os mais novos respondessem.
- Porque esquecemos a magia - disse Gim Lenhador, limpando o nariz com as costas da mão.
- Muito bem! - disse Keerin, estalando os dedos. - Aprendemos um montão sobre como o mundo funcionava, sobre medicina e máquinas, mas esquecemos da magia e, pior, esquecemos os terraítas. Após três mil anos, ninguém acreditava que eles sequer haviam existido.
- E foi por isso - ele disse, sombrio - que estávamos despreparados quando eles voltaram. Os demônios haviam se multiplicado com o passar dos séculos, até que o mundo se esqueceu deles. Então, trezentos anos atrás, eles emergiram das Profundas numa noite, em número gigantesco, para tomá-lo de volta. Cidades inteiras foram destruídas naquela primeira noite, enquanto os terraítas celebravam seu retorno. Homens revidaram, mas mesmo as grandes armas da Era da Ciência eram uma defesa inútil contra os demônios. A Era da Ciência chegou ao fim e a Era da Destruição se instalou. A Segunda Guerra das Trevas teve início."
p. 55

Nessa triste realidade para os homens, conhecemos primeiramente o pequeno Arlen. Com seu pai e sua mãe, o garoto vivia no Riacho de Tibbet. Cuidava da fazenda da família e ajudava os vizinhos sempre que havia um ataque de terraítas por perto. Mas Arlen não ficava satisfeito com a maneira como vivia se escondendo dentro de casa. O menino acreditava que os homens deveriam lutar e matar os terraítas para poderem finalmente serem homens livres.
Ao conhecer o mensageiro Ragen, o desejo de conhecer as grandes cidades (em comparação ao pequeno povoado que vivia) apenas crescia.
Após um infeliz ataque de terraítas e um desentendimento familiar, Arlen foge e decide ser um homem melhor. Corajoso. Alguém que enfrentará os terraítas. Em uma aventura que quase custa sua vida, Arlen chega até o Forte Miln, onde pretende completar o treinamento para se tornar um mensageiro e conhecer todas as cidades que sobrevivem até hoje. Tudo isso para encontrar os símbolos mágicos perdidos, aqueles que permitem destruir os terraítas.

Em seguida vamos conhecer Leesha, uma jovem da Clareira do Lenhador que está prometida ao charmoso Gared. Vivendo com uma mãe que não a suporta, pois desejava um filho homem, Leesha não vê a hora de sangrar pela primeira vez e assim poder sair de casa com Gared. Só que algumas mentiras vão entrar no seu caminho, tornando a vida da garota muito difícil. E, por conta disso, Leesha se torna aprendiz da curandeira Bruna.
Leesha é extremamente inteligente e está sempre a procura de novos conhecimentos, a garota aprendeu muito bem tudo o que a velha Bruna lhe ensinou. Mas antes de finalizar seu treinamento, Leesha parte para Forte Angiers, onde pretende ajudar uma antiga aluna de Bruna a cuidar de casos difíceis no hospital da cidade.

Por fim, conhecemos o quase bebê Rojer. Seus pais, donos de uma hospedaria em Pontefluente, tinham uma vida confortável e feliz. Mas a chegada do menestrel do duque de Angiers, Arrick, na cidade, marca também um trágico acontecimento. Piter, que era responsável por manter todas as construções da cidade com símbolos mágicos protegidos e renovados, não cumpriu seu dever por conta de futilidades. Assim sendo, o povoado foi completamente destruído. Os únicos sobreviventes foram Arrick e Rojer, que ficaram escondidos durante o ataque.
Anos depois, vivendo em Forte Angiers, Rojer é um aprendiz de menestrel. Arrick, quem o criou, é seu mestre. Mas o alcoolismo do artista faz com ambos vivam praticamente na miséria.
Além disso, durante o ataque em Pontefluente, Rojer perdeu alguns dedos de sua mão e, por isso, não consegue dominar todas as artes de um menestrel, como o malabarismo. Porém, Rojer Faltadedo descobriu um dom ainda melhor: seu talento com a rabeca (parece um violino para nós), que poderá torná-lo um grande menestrel, segundo Arrick.

Entre idas e vindas, os três protagonistas terão seus caminhos cruzados e, juntos, poderão ser a última esperança da humanidade para sobreviver aos terraítas.

Arlen se tornará um mensageiro e viajará o mundo habitado pelos homens. Ele irá até o deserto e ao Forte Krasia, onde homens lutam contra os demônios e as mulheres escondem seus rostos.
Arlen se fortalecerá e criará amigos, mas também será traído e deixado para morrer sozinho no deserto. Ele se tornará um homem diferente, distante, mas com o conhecimento necessário para que a humanidade enfim seja capaz de retalhar os temidos terraítas. Ele se transformará no Protegido.

Leesha será uma grande curandeira, talvez até melhor que Bruna. Ela aprenderá sobre os conhecimentos da ciência perdida, um segredo que sua mestra dividiu apenas com ela.
Mas também carregará grandes traumas. Sua vida não será fácil e, como mulher, é ainda mais difícil estar sempre a salvo. Afinal, homens podem ser tão terríveis quanto terraítas.

"Estou salvando este homem dele mesmo, pensava ela a cada vez que batizava sua comida. Que homem desejava ser um estuprador? Mas a verdade era que sentia pouco remorso. Não tinha prazer em usar suas habilidades para baixar a arma dele, mas lá no fundo havia uma satisfação gélida, como se todas as suas ancestrais através de incontáveis eras, desde que o primeiro homem forçou uma mulher a se deitar com ele, estivessem acenando com a cabeça numa aprovação lúgubre enquanto ela acabava com sua virilidade antes que ele pudesse acabar com sua virgindade."
Leesha, p. 279

Já o adolescente Rojer descobrirá com sua rabeca que, assim como os homens, os terraítas também podem ser afetados pela música. De maneira quase inacreditável, Rojer terá o poder de fazer com que os demônios dancem de acordo com a sua própria música.

O Protegido não é uma leitura alegre. Na maior parte da história, pessoas são mortas e atacadas - por terraítas ou por outros homens. A humanidade está sofrendo o perigo de extinção e poucos são os homens que enxergam o conhecimento como arma, já que a ignorância predomina em todos os lugares.
Além disso - e talvez por isso também -, todos os nossos protagonistas vão sofrer perdas irreparáveis. Cada um terá uma jornada solo, amadurecendo e se tornando alguém necessário ao mundo. E depois, quando se encontrarem, a esperança para a humanidade poderá começar a renascer.

Arlen se tornou um homem que não confia em ninguém. Seu objetivo na vida é matar todos os demônios e livrar a humanidade desse terror. Mas, em sua trajetória de lutas, seu corpo foi alterado tanto externamente quanto internamente, e a cada capítulo que passa ele se sente menos humano e mais próximo das sombras.
É impossível não sentir grande empatia por tudo o que Arlen passou e todas as suas decisões de vida. Arlen é um homem perdido. É poderoso e com conhecimentos importantes para a humanidade, mas no meio do caminho ele esqueceu que o ser humano necessita viver com outros e se relacionar.
As mudanças sofridas durante essa trajetória o impedem de abrir os olhos e perceber como a vida poderia ser ao viver novamente entre iguais.
A verdade é, na minha humilde opinião, que Arlen tem medo de abrir seu coração novamente e depois perder pessoas amadas mais uma vez.

Minha protagonista favorita é Leesha. Ela é uma mulher maravilhosa. Ela é extremamente inteligente e uma pessoa acima dos outros. Não é que ela se ache melhor que os outros. É que ela é melhor que os outros. Mesmo quando outras pessoas fazem maldade com ela, Leesha sofre sozinha. Afinal, “mesmo o pior ser humano é ainda melhor que um terraíta”. Essa garota poderia ter evitado um grande sofrimento para si mesma se utilizasse seus conhecimentos de curandeira e machucasse outros, mas ela não o fez. Simplesmente porque ela é esse tipo de ser humano.
Embora esse livro não seja um romance, estou shippando eternamente Arlen e Leesha porque tenho certeza que ela será o ar fresco e a calmaria que a alma perdida e enlouquecida dele necessita. Simplesmente por ser quem é.

Já o jovem Rojer também não teve uma vida fácil. Embora sua habilidade com a rabeca seja única e incrivelmente poderosa na luta contra os terraítas, ele não percebe o quão importante realmente é. Por não ter todos os dedos em uma mão e não conseguir realizar algumas artes básicas de um menestrel, sempre carregou um complexo de inferioridade.
Rojer perdeu muitas pessoas em sua breve vida, mas não quer perder mais ninguém. Ele também não foi capaz de proteger Leesha, por quem ele nutre uma paixão platônica, e por isso, desde o primeiro encontro com o Protegido, ele decide acompanhar o guerreiro na luta contra os terraítas e se tornar mais forte.

Enfim, O Protegido é muito mais do que essa simples resenha pode retratar.
É uma leitura incrível! Do tipo que faz os leitores amarem e sofrerem junto de cada um desses protagonistas tão bem construídos. Ninguém nessa história é perfeito, todos carregam seus traumas, suas qualidades e seus defeitos. E é isso que os torna mais humanos. É muito fácil se identificar com cada um deles e com a maioria de suas escolhas. Eles acertam e erram, como qualquer um de nós. Mas o que os torna especiais é a coragem de enfrentar os demônios para proteger outros - mesmo quando estão morrendo de medo por dentro.

Foi um prazer imenso acompanhar a jornada de Arlen, Leesha e Rojer. Um daqueles sentimentos que queremos dividir com todos a nossa volta. Então, vá começar essa série para que possamos discutir mais em breve, por favor! ;)

site: http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br/2016/12/ii-mes-da-fantasia-o-protegido-ciclo.html
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Paulo 11/06/2017

Ter esperança é um luxo quando um mundo vive apenas em um frequente medo sobre coisas aterradoras. Neste livro, Peter V. Brett fala de um medo assolador e cada página é repleta de desesperança. Mas, o homem não é um ser que goste de ficar preso em um pequeno muro para o resto da vida. Ele anseia pela liberdade, pela possibilidade de caminhar livremente pelos campos. E é este anseio que moverá a obsessão de um homem.

A vida de Arlen muda completamente do dia para noite. Todos os dias ele e o pai traçam proteções nas casas de forma a que as pessoas possam se proteger à noite contra os terraítas. Traçando símbolos misteriosos, eles são capazes de sobreviver mais um dia para contar a história. Mas, Arlen não suporta a vida de um prisioneiro em sua própria casa. Um determinado dia Arlen e sua mãe demoram um pouco para entrar em casa e são atacados ferozmente por demônios da madeira. Enquanto eles são atacados, seu pai, Jeph, nada faz para salvá-lo e sua mãe. A partir daí, Arlen abandona a vila e jura matar todos os terraítas que encontrar. O menino é adotado por Ragen, um mensageiro de Miln que é conhecido por ser destemido. Ragen irá ensiná-lo a ser um homem responsável, mas ao mesmo tempo procura dissuadi-lo de tentar ser um mensageiro. A vida de um é muito difícil, já que eles precisam atravessar os campos infestados de demônios para levar mensagens entre as vilas. Leesha é uma menina de Clareira do Lenhador que está prometida ao belo e forte Gared. Ela tenta viver sua vida ao lado de sua odiosa mãe Elona e seu gentil pai Erny. Leesha desconfia da infidelidade de sua mãe, mas ainda não havia pego sua mãe em flagrante. Tudo muda quando Gared e seu pai Steave precisam passar algum tempo em sua casa após um ataque de terraítas. É então que toda a rede de mentiras irá se desvencilhar e uma pequena mentira de Gared fará a vida de Leesha virar de cabeça para baixo. Ela será acolhida pela misteriosa Bruna, uma ervanária que guarda os segredos dos antigos. Já Roger é um jovem menino de Pontefluente que mora junto de seus pais em uma estalagem. Um dia, as proteções da vila falham e os demônios entram com fome, devorando pessoas a torto e a direito. O menestrel Arrick, que estava na vila a mando de um duque, acaba se envolvendo de forma negativa no ataque, mas acaba salvando o menino. A partir de então, a vida de Arrick e Rojer, que perdera seus pais durante o ataque em Pontefluente, precisarão aprender em conjunto.

O Protegido possui uma escrita fantástica. O autor imprime um ritmo muito bom na história. Ele é um livro grande o qual o leitor não sente o tamanho do mesmo. Eu buscava sempre arrumar um pouco de tempo para continuar minha leitura. Não são todos os livros que possuem essa peculiaridade. E o vocabulário usado pelo leitor é simples, então logo conseguimos nos acostumar com os jargões usados ao longo da história. Uma escrita também muito suave e ritmada que conduz o leitor por centenas de páginas. Brett usa o esquema dos Pontos de Vista: temos a história sendo contada por Arlen (o protagonista), Lessha e Rojer. O grosso da história fica a cargo de Arlen, mas temos bons momentos com os demais personagens. A narrativa da história é em terceira pessoa, onisciente. O autor descreve tudo o que acontece ao seu redor, mas deixa uma brecha para que o leitor possa imaginar aquilo que está sendo escrito nos capítulos.

Eu adorei a história. Mas, acredito que o livro seja um pouco lento o que acaba prejudicando um pouco sua avaliação final para mim. Ele sofre do mal do primeiro volume. Para poder desenvolver os personagens e apresentar o mundo, o autor se vê sacrificando o plot central. Aliás, não há exatamente um enredo central. Podemos dizer que o objetivo final era conseguir um meio para destruir os terraítas. Sim, eu entendo, mas eu senti que este primeiro volume é muito mais uma apresentação, uma grande introdução para os eventos vindouros. Os três personagens são muito bem construídos e suas histórias de fundo são muito interessantes. Quando o leitor consegue gravar os nomes daqueles que circundam os personagens no passado, é sinal de que o autor fez um trabalho bem competente. Dois terços do livro são empregados para mostrar o crescimento e o amadurecimento dos mesmos ao lado de algum tipo de mentor: Ragen para Arlen, Bruna para Leesha e Arrick para Rojer. Na minha modesta opinião, a história de Leesha é a melhor das três. Entendo que toda a jornada de Arlen em busca do poder de derrotar demônios seja a típica jornada do herói, mas a história de Leesha envolve vários elementos interessantes como o bullying, a violência doméstica, a virgindade, o estupro. O autor toca em temas bem pesados com ela. Já a história de Rojer é a mais fraca. Não senti muita empatia pelo personagem, apesar de ele crescer nos capítulos finais da trama. O triângulo amoroso não funcionou e o leitor sabe a quem Leesha irá dirigir o seu afeto eventualmente.

Queria falar de alguns temas bacanas trabalhados ao longo da trama. O mais óbvio é a desesperança. Os humanos são caçados pelos demônios há mais de trezentos anos na história. Eles perderam completamente a esperança de serem capazes de ferir ou até de matar um demônio. Eles se conformam em apenas sobreviver. Ou seja, os demônios se tornaram o topo da cadeia alimentar. O autor demonstra isso através de algumas cenas bem violentas: a morte dos pais de Arlen, o ataque em Pontefluente, a obsessão do Maneta por Arlen e até mesmo a invasão à cidade protegida de Miln. Todos são ilustrações do poder e do medo causado pelos demônios. Quando acontece posteriormente a batalha na Clareira do Lenhador, o leitor suspira finalmente com a capacidade de vencer estes demônios. Mas, ao longo de três quartos da história, Brett nos mostra o lado covarde do homem. O que ele faz para poder sobreviver chega a ser repulsivo em algumas situações: Arrick empurrando os pais de Rojer e causando a morte dos mesmos; Jeph abandonando sua família para salvar sua pele, ou o duque abandonando os mais necessitados para servirem de alimento aos demônios. A fúria de Arlen faz sentido; a grande questão é quando esta se torna o seu objetivo de vida. Ele deixa de viver, principalmente depois de ser traído, para se tornar uma máquina de matar demônios. A desesperança se torna em obsessão; o medo se torna ódio. Só que Arlen está tão possuído pelo ódio que ele não percebe que se tornou aquilo que ele mais temia: um demônio tanto quanto os demônios que ele caça. Não um demônio no sentido literal, com chifres ou cuspindo fogo, mas na sua psiquê. Ele passa a ver os humanos como tolos e medrosos, e sua companhia apenas lhe incomoda. O próprio Arlen se alija da sociedade.

Já a história de Leesha é mais complexa. Com uma mãe abusiva, tudo o que ela deseja é poder fazer suas próprias escolhas. E esta capacidade lhe é retirada pelo simples capricho de um macho querendo provar que o é para seus colegas. A partir de então, Leesha passa a ser comparada à sua mãe, o que para ela é terrível. Elona é vista como um mal para a jovem. É tudo o que há de errado em sua vida. Ela quer poder escolher o que fazer de sua vida, a quem dar sua virgindade, com quem se casar. Bruna irá lhe devolver essa capacidade, mas não sem alguns sacrifícios. O irônico de tudo é que a vida irá novamente lhe tirar o que ela quer, mas ela precisará se conformar com o fato de que não podemos ter tudo o que queremos. Nesse processo de amadurecimento, com todas as mazelas que ela vai passar, Leesha se tornará uma mulher melhor. Sabedora de suas habilidades, com confiança em si mesma e lidando com os problemas de cada dia.

A edição da DarkSide está muito bonita. Como sempre eles fizeram um acabamento em capa dura e com folhas em papel pólen. A folha de guarda tem símbolos que tem a ver com a história. Vir com uma folha por dentro com tatuagens que podem ser colocadas com aplicação na pele é uma iniciativa bacana que estimula o leitor a imergir na história. A fonte também é agradável aos olhos apesar de a costura do livro atrapalhar um pouco quando chegamos na metade do livro. A ilustração de capa é feita em relevo o que dá uma brilho especial para o mesmo. Mais uma vez a editora se supera na apresentação de seu livro. E isso conta muito na hora de adquirir o mesmo.

O Protegido é uma interessante história de dark fantasy. Nos apresenta um mundo diferente, tomado por demônios onde uma pessoa pode ser morta em um piscar de olhos. Os personagens apresentados são bem desenvolvidos ao longo da trama, mas o livro sofre do fato de ter de fazer muitas apresentações ao longo de sua história. Não há necessariamente um plot central, sendo que a justificativa pela busca da habilidade de ferir monstros uma justificativa muito vaga para centrar a história. A batalha final é muito bem desenvolvida e emocionante. Isso demonstra que o autor sabe construir momentos de tensão. A história pode ser encarada como fechada, já que ele encerra bem o enredo, deixando alguns pontos a serem trabalhados em volumes futuros.

site: www.ficcoeshumanas.com
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GabrielGSM 07/05/2017

Vai lhe surpreender não importando quantas resenhas você leia!!
Eu fiz uma aposta muito arriscada ao comprar esse livro quando paguei 130 reais no Primeiro e Segundo volume da saga o Protegido. Mas como faz parte da minha natureza eu paguei uma quantia exorbitante somente em dois livros que não sabia se eram bons e contava somente com as palavras de uns amigos e do funcionário que me vendeu o mesmo e por isso fiquei com um pavor pós compra de que eu poderia não gostar da obra e me arrepender profundamente...




Eu não podia estar mais errado. Caso você seja um leitor que já tenha lido uma quantidade relativamente grande de livros ou achado aquele especial você com certeza já se deparou com aquela obra que faz com que você afunde completamente na historia e lhe prenda de uma maneria viciante lendo direto e sem pausa, percebendo depois que já se passaram horas desde que começou a ler. Esse foi o meu caso, eu li ele em 3 dias sem parar e absorvendo completamente a historia e minhas expectativas foram muito mais que recompensadas e sim elevadas muito acima.



A historia se passa em um universo apocalítico numa época medieval onde a humanidade se encontra a merce de Demônios que surgem de debaixo da terra no momento em que o sol se põe matando e destruindo tudo pelo caminho, e por essa razão, a humanidade se refugia atrás de símbolos que pintam para a própria proteção fazendo com que se torne um escudo na escuridão. Nos somos apresentado a 3 personagens diferentes que são o Arlen, Leesa e Rojer mostrando seus pontos de vista separadamente. Esse é um dos melhores acertos do livro: a construção. Durante o livro ele ira desenvolver totalmente nossos personagens de uma maneira incrível mostrando da sua infância ate a fase adulta com todos os seus temores, sonhos, desejos e medos e é impossível você não se envolver com eles. Do momento em que é iniciada a historia separadamente de cada um e até os três se encontrarem é feito todo um caminho de uma maneria genial e quando finalmente acontece é impossível não ir a loucura. (A melhor coisa é descobrir os personagens por si só pois são peculiares cada um de sua maneira por isso não irei escrever nada sobre eles aqui afinal é uma construção bem longa e complexa.)



Esse livro é uma sincronia entre diversos gêneros e consegue se manter muito bem do começo ao fim e encerrando de uma maneira perfeita não fazendo com que você fique completamente louco pelo segundo e mesmo assim criando aquela expectativa enorme do que está por vir. Eu recomendo a todos que gostem do gênero de fantasia pois ela é um prato cheio de tudo de melhor e principalmente a aqueles que amam algo mais Dark do que o normal pois isso a Darkside faz um trabalha excelente trazendo pro Brasil.

(Comprem o livro físico se possível pois a edição é maravilhoso e a mais incrível que já vi e e com um acabamento de primeira linha.)
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Na Nossa Estante 05/03/2017

O protegido
O que faz um livro de fantasia se tornar épico? O herói corajoso e abnegado que coloca a vida de outros a frente da sua própria? Batalhas épicas contra os inimigos? A união de diferentes povos contra um inimigo comum?

É verdade que em O Protegido, primeiro volume do Ciclo das Trevas, escrito por Peter V Brett, publicado no Brasil pela Darkside Books, podemos encontrar tudo isso, mas me surpreendi durante a leitura ao perceber que o autor não se limitou a contar a jornada apenas daquele herói que enfrenta os perigos de frente, mas também daqueles heróis que agem confortando, curando ou trazendo um alento para as pessoas. E mais importante, dando a importância que essas pessoas merecem.

Nesta jornada vamos acompanhar a trajetória de três personagens desde a infância até a fase adulta. Arlen, natural do Riacho de Tibbet, que com apenas 11 anos já sabe desenhar proteções melhor do que muitos aprendizes da função de protetor e mensageiros experientes, é filho de fazendeiros. Leesha, natural da Clareira do Lenhador, filha de um fabricante de papel e uma dona de casa, que sonha em se casar com seu prometido. E por último, mas não menos importante, o mais jovem dos três, Rojer, natural de Pontefluente, filho de estalajadeiros, que começa sua jornada com apenas 3 anos.

Teoricamente, a vida dos três já está traçada, os filhos seguem a profissão dos pais com frequência nestes pequenos vilarejos. Porém, a vida destas crianças não tem nada de comum, pois elas vivem em um mundo assolado por terraítas, seres equivalentes a demônios, que se dividem em várias espécies, tais como, pedra, fogo, vento, água, areia e madeira. Estes demônios têm como prato favorito a carne humana, e todos os dias após o pôr do sol, se erguem da terra para se alimentar de pessoas desprotegidas. A única forma de se proteger é colocando proteções em suas construções ou no terreno, mas a menor falha é capaz de causar grandes tragédias, e com isso a humanidade se torna refém do medo de serem consumidos por estes seres misteriosos.

Há alguns séculos surgiu um Salvador, que conseguiu não apenas se defender, mas atacar os demônios através da magia das proteções e liderar exércitos de homens. Após levar a considerada extinção dos terraítas, a humanidade deixa de ter um inimigo em comum e passa a lutar entre si pelo poder. O Salvador foi então convocado a liderar exércitos nesta guerra, porém se recusou e preferiu desaparecer. Após um longo período de batalhas, os homens se espalharam pela terra e deu-se início um período conhecido como Era da Ciência, em que o principal erro foi deixar a magia de lado.

Três mil anos se passaram sem que um terraíta fosse avistado, e o homem chegou ao ponto de duvidar que esses seres realmente existiram. No entanto, como nem tudo é tão bom o quanto parece, eles apenas estavam juntando forças para se reerguerem mais fortes do que nunca, e como os seres humanos achavam estar livres dos demônios, a maior parte do conhecimento sobre proteção se perdeu, e o máximo que o homem consegue mais de trezentos anos Depois do Retorno é se trancar em suas casas e torcer para que as proteções aguentem durante a noite, aguardando o dia em que um Salvador irá se levantar e liderar novamente os humanos contra o inimigo.

A mitologia criada pelo autor se assemelha muito com a teologia judaico-cristã-muçulmana, não somente nesta questão do Messias, o Salvador, mas também no que se refere ao papel do homem e da mulher na sociedade, e na culpa da humanidade por seu sofrimento. Os sacerdotes deixam claro que a fé deles acredita que os terraítas foram enviados pelo Criador, por conta dos pecados da humanidade. O autor não nos poupa de personagens e situações em que o machismo se mostra de forma intensa, principalmente enquanto nos conta a história de Leesha.

No começo eu estranhei um pouco essa questão de meninas de 13 anos grávidas, sendo tratada como algo comum, mas então entendi com o que o autor estava trabalhando, alta taxa de mortalidade, seja pelos ataques dos terraítas ou por doenças, e baixa taxa de natalidade, e vi que poderia muito bem acontecer isso mesmo, os jovens serem incentivados a se casarem e terem filhos bem cedo.

Diversos personagens me marcaram durante a leitura, mas preciso destacar Bruna, ervanária da Clareira do Lenhador e professora de Leesha. Além de garantir momentos hilários, a personagem nos faz refletir sobre a forma como julgamos o próximo e como deixamos certos conceitos morais, mas principalmente religiosos e patriarcais ditarem os rumos de nossa sexualidade, principalmente a feminina. O próprio Arlen é uma personagem que se mostra feminista em diversas situações, especialmente durante sua estadia em Krasia, o que me fez gostar dele um pouco mais.

A construção de mundo é perfeita, descritiva sem ser cansativa, e os diálogos muito bem construídos. Apesar de estranhar nos primeiros capítulos a forma como as crianças falam, tive de abrir a minha mente e levar em consideração que apesar da pouca idade, essas pequenas pessoas já viram muito coisa e são criados para se tornar independentes muito cedo, então comecei a entender o porquê de apesar de serem crianças, não serem personagens infantis.

Nossos protagonistas são assolados quando seus lares sofrem ataques dos demônios, muitas perdas, sejam das vidas de pessoas queridas ou da inocência com relação aos que os cercam, irão ajudar a traçar seus caminhos. Arlen deixa o lar e o futuro como fazendeiro para se tornar aprendiz de mensageiro, Leesha irá se tornar aprendiz de ervanária, e Rojer, aprendiz de menestrel. Essas três profissões são de extrema importância neste mundo, pois a única forma de comunicação é através dos mensageiros, que dormem muitas vezes ao ar livre durante a noite para chegar a cidades distantes e levar mensagens e fazer comércio de alimentos e outros produtos, as ervanárias são curandeiras e parteiras, e os menestréis, trazem um pouco de alegria e distração dos problemas, pois são artistas que contam histórias, tocam músicas e divertem as pessoas de diversas formas.

Quando o caminho dos três finalmente se cruza, foi no momento de maior tristeza para mim no livro. Chorei e tive que tomar um tempo para retomar a leitura, pois como já acontece na parte final da história deste primeiro volume, eu já estava me sentindo muito próxima das personagens. Neste momento também começa a ser traçado o novo caminho que se mostra para os três, que parece já estar claro, mas a reunião de suas forças traz novas possibilidades e novas formas de lutar contra os terraítas e ajudar realmente a humanidade. É bacana ver que além do sofrimento, o grupo passa a compartilhar a fé em derrotar estes seres malignos, não confiando em um Salvador, mas na força da humanidade.

O Protegido foi mais que uma simples leitura para mim, foi uma experiência, o tipo de livro que mais me motiva a entender as entrelinhas e buscar realmente a entender as ações e palavras das personagens, mas também consegue entreter de forma mais do que satisfatória. Se a história virar filme, torço para ser uma adaptação bem fiel e bem produzida, pois este livro merece.

site: http://www.oquetemnanossaestante.com.br/2017/03/o-protegido-resenha-literaria.html
Bruna Araujo 19/03/2017minha estante
O que me desanimou da leitura são esses aspectos feministas, não dá pra mim, sério! Esse ponto é muito forte na trama? Pq se for, já desisto agora!




Marina Garcia ( 03/02/2017

O Protegido (Ciclo das Trevas #01) escrito por Peter V Brett (Publicado pelo blog Um Reino Muito Distante)
O Protegido, obra de estreia no mercado editorial do autor Peter V. Brett, nos narra a história de um mundo dominado pelo medo da noite, momento em que surge uma misteriosa ruptura entre essa e outra dimensão, permitindo com que criaturas demoníacas submersas nas profundezas da escuridão brotem da terra para devastarem pequenas vilas e manterem cidades livres dentro de muros protetores.

A únicas armas, até então conhecidas, contra essas criaturas são antigas Runas de proteção desenhadas por todos os cantos, mas, mesmo elas, não são mais capazes de deter os cruéis monstros que se multiplicam dia após dia.

"Desesperada e temerosa, Leesha fez a única coisa que podia. Chorou. Chorou pelos mortos, pelos feridos e por si mesma. Em uma aldeia com pouco mais de quatrocentas pessoas, não havia ninguém cuja morte não a ferisse."

Em meio a esse cenário de desespero somos apresentados a três figuras protagonistas. Arlen que vive sob a proteção dos seus pais e que se recusou a abandonar sua coragem, uma vez que se agarrou a ela no momento em que precisou proteger sua família e depois quando decidiu partir em busca de ensinamentos. Leesha que após suas desavenças com a mãe descobriu sob a orientação de Bruna, a velha ervanária de sua vila, o prazer de ajudar aos feridos e buscar por mais conhecimentos. E, ainda temos, Rojer que perdeu seus pais quando tinha três anos de idade e foi criado por um menestrel, uma rapaz novo com um talento peculiar para a música mesmo que esteja lhe faltando um dedo da mão.

Preciso ir diretamente para o ponto que mais me encantou nesse livro: Os personagens. Pessoas comuns, que vivem em um mundo marcado pelo medo constante das criaturas que surgem assim que chega a noite, eles estão em meio a uma multidão de pessoas que perderam as suas esperanças e apenas tem a certeza de que a morte chega uma hora mais cedo ou mais tarde. Arlen, Leesha e Rojer, são jovens sobreviventes que optaram por lutar, aprenderam, estudaram e batalharam para adquirir todo conhecimento que podiam sobre o seu papel, seja para se tornar um exímio guerreiro, curandeiro ou menestrel.

"Estive tão ocupado pensando contra o que estava lutando que esqueci do motivo pelo qual lutava. Durante toda a vida não sonhei com nada além de matar demônios, mas do que adianta acabar com eles nas florestas e ermos, e ignorar aqueles que assombram os homens todas as noites?"

O Protegido é um livro com muitas cenas de ação empolgante e personagens carismáticos, a leitura flui rapidamente entre um capítulo e outro sem perder o ritmo. É prazeroso e divertido.

Sabe aquele ditado "nunca julgue um livro pela capa"? Puf... Em tempos de DarkSide dá gosto folhear um livro desses. Capa dura de material aveludado e verniz localizado, papel amarelo de ótima qualidade e até mesmo uma daquelas fitas para marcar a página. É cuidadoso o trabalho gráfico da editora e contribui para tornar a leitura o mais prazerosa possível, mas peca na questão da finalização e revisão do texto, letras faltando, um parágrafo ali no meio um tanto quanto mal redigido, não chega a atrapalhar o momento da leitura, mas alguns leitores mais exigentes podem se incomodar com isso. Contudo, não dá para deixar um livro desses de lado.

site: http://umreinomuitodistante.blogspot.com.br/2017/02/o-protegido-ciclo-das-trevas-01-escrito.html
Kelly Martins 06/02/2017minha estante
Acabei de comprar a edição. Ótima resenha!!


Marina Garcia ( 07/02/2017minha estante
:) Oba! Espero que curta a leitura




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