Resenhas - Quarto de Despejo

a___normal 15/12/2021

Impactante
Certa vez, li alguém dizendo que quando lê Jane Austen sente como se ela pegasse seu caráter e o molda se, ajeitando. Quando leio Carolina sinto o mesmo. Como se ela arrancasse muitos preceitos colocados pela sociedade e nós fizesse reconhecer uma realidade muitas vezes diferentes da qual muitos vivem. Isso não quer dizer que concordei com cada vírgula escrita, mais do que duas vezes discordei com certos posicionamentos. Mas pense: Hoje em dia temos muito mais acesso a informação, e no meio ao qual ela vivia as informações não eram tão rápidas, não é até hoje. Então ela estava fazendo tudo que ela podia dentro da realidade que ela vivia, dentro do conhecimento que ela tinha, dentro dos privilégios ou a falta deles, que ela tinha. E conseguiu ser uma mulher incrível! A frente do seu tempo e que molda pessoas até hoje, e continuará o fazendo por gerações e gerações.

Leia Quarto de despejo! Leia Casa de alvenaria!
Leia seus poemas!
Leia Carolina Maria de Jesus e dê a visibilidade que uma escritora tão incrível merece!

Maiara 19/10/2022

Este livro nos dá uma visão diferente de um lugar considerado um dos piores do Brasil: As favelas.
O quanto a escritora do diário sofria, diariamente, com a dor da fome e o peso da pobreza, tendo dias em que não conseguia nada para ela e seus filhos comerem. Mostra a situação precária em que as pessoas da favela viviam naquela época(ainda vivem.

Iaraz1nha 12/02/2024

A fome é professora
"Escrevo a miséria e a vida infausta dos favelados. Eu era revoltada, não acreditava em ninguém. Odiava os políticos e os patrões, porque o meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu sabia que ia angariar inimigos, porque ninguém está habituado a esse tipo de literatura. Seja o que Deus quiser. Eu escrevi a realidade." Que livro doloroso. A história da Carolina é de extrema miséria, fico aliviada que ela tenha conseguido arrancar um suspiro de alívio e mísera felicidade em livros! A história de uma grande GUERREIRA que, mesmo em meio a estas condições, não se deixou levar pelo alcoolismo, prostituição ou pelo suicídio. Chorei muito lendo estes relatos. Teve momentos em que tive que parar para respirar um pouco e focar, novamente, no que eu estava lendo! Emocionante.

neia 06/03/2019

Estou aqui olhando
Acabei de ler este livro, estou aqui sem ação, olhando para o quarto de despejo que Carolina escancarou as portas

Rafaela.Saragiotto 30/05/2020

?Quarto de Despejo ? Dia?rio de uma favelada? de Carolina Maria de Jesus (1960)
Nota: 9/10 ?

?Ha? de existir algue?m que lendo o que escrevo dira?... isto e? mentira! Mas, as mise?rias sa?o reais.?
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Mais de duas milho?es pessoas ainda vivem em favelas na cidade de Sa?o Paulo. Entre tantas histo?rias, conhecemos a de Carolina, mulher negra, ma?e solteira de tre?s filhos e catadora de papel da favela do Caninde?.
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Carolina escreveu ao longo da vida mais de 20 cadernos relatando seu dia-a-dia na favela, sua luta dia?ria para alimentar os filhos e as mazelas que afligem sua vida e de seus vizinhos de barraco. A fome, a pobreza e o sofrimento fruto das condic?o?es na favela sa?o escancarados ao leitor como um tapa na cara, que continua ardendo mesmo apo?s terminar o livro.
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Apesar da escrita simples e com justifica?veis erros de ortografia, paramos para refletir em cada pa?gina, com o peso na conscie?ncia da realidade desnudada, que, mesmo apo?s 50 anos da publicac?a?o dos dia?rios, pouco foi feito para muda?-la.
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Ao abrir as portas de seu barraca?o para o leitor, Carolina deu a?s pessoas invisi?veis das favelas nomes, rostos, emoc?o?es e histo?rias reais. Sua luta pela sobrevive?ncia deveria ser lida por todos os brasileiros, para que se sensibilizem com a existe?ncia visceral que tanto tentamos esconder e esquecer.

Annielly0 16/03/2023

O livro Quarto de despejo conta por meio de um diário a vida de Carolina Maria de Jesus, uma mulher negra, mãe solo de três crianças, catadora de papel e moradora da favela do Canindé. O livro em si mostra sua luta diária na favela para alimentar seus filhos e os acontecimentos rotineiros do lugar em que vive. Em resumo: sua luta para sobreviver.
E pode-se observar que 63 anos depois da publicação de sua autobiografia praticamente nada foi feito para mudar o modo de vida da favela. Um levantamento mostra que mais de trinta e três milhões de pessoas passam fome e dezessete milhões de pessoas ainda vivem nas favelas do Brasil. Mostrando que mesmo com a verdade em nossa cara pouco foi feito para mudar. Carolina, apesar da escrita simples e com erros de ortografia, o que é completamente justificável, fez muitos brasileiros refletirem sobre o que acontece em seu país e mostra como era uma mulher independente e a frente de seu tempo. Não concordo com todos os posicionamentos dela ao decorrer do livro, como exemplo: o preconceito que ela tinha com o povo romani ou como ela descreve no livro pelo exônimo de ?ciganos?, e também as vezes por bater em seus filhos, ou como ela descreve ?dar uma surra?, porém, o que temos que entender que é completamente normal pela época que é escrito os diários, ela estava fazendo tudo que podia dentro da realidade em que vivia e do conhecimento que tinha e conseguiu ser uma mulher incrível e grande inspiração para a sociedade por gerações.