Valerian, Vol. 1

Valerian, Vol. 1 Pierre Christin...




Resenhas -


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Lucas Muzel 18/09/2023

Bom pelo valor histórico
Fiçção científica francesa da década de 60. Parecia que ainda estava procurando um ritmo nos primeiros álbuns. A última história já fica melhor.
O traço me lembrou um pouco Iznogoud. Levemente caricato e infantil. Cabeças desproporcionais em comparação com o corpo.
O visual de parte da obra se tornou quase um padrão para cenários de ficção científica nas décadas posteriores. Visual de naves achatadas estilo Millenium Falcon. Seres alienígenas dos mais diversos formatos. Seres com vozes metálicas e com capacetes estilo balde.
Algo digno de nota é que o ilustrador, Mézières, teve um grande papel na carreira do Moebius. E também colaborou no visual do filme "Sexto Elemento".
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Paulo 02/12/2021

Se podemos falar em clássicos de quadrinhos de ficção científica, Valerian é um título obrigatório em qualquer lista. Criado pelas mentes de Pierre Christin e Jean-Claude Mezières é uma narrativa que foi inovadora quando foi publicada e influenciou inúmeros projetos como até mesmo Star Wars que possui várias cenas inspiradas nas aventuras do casal Valerian e Laureline. A Sesi-SP traz uma edição integral que conta com as quatro primeiras histórias neste primeiro volume onde vemos como a ideia surgiu e foi pouco a pouco evoluindo até chegar ao material clássico que tanto conhecemos. Vale destacar ainda os extras bem interessantes no final que contam com a primeira parte de uma entrevista com Luc Besson, Pierre Christin e Jean-Claude Mezières quando do lançamento da adaptação para o cinema de O Império dos Mil Planetas. Conta também com um artigo de Stan Barrets que fala da importância de Valerian para a sua época e como ele reverberou em outras obras.

Bem, vou falar um pouco sobre cada uma das histórias e os temas gerais desse álbum. Fica um aviso básico aos amantes de quadrinhos que esse álbum específico não prima pela bela arte e pelos roteiros mais precisos. Isso porque tanto o roteirista quanto o artista estão em busca de uma voz e uma identidade para os seus personagens. O roteiro das três primeiras histórias é bastante ingênuo e indicativo do período em que foi lançado. O mesmo pode ser dito em relação à arte que é bem complicada de curtirmos inicialmente, mas Mezières vai aprimorando o seu traço com os álbuns seguintes. Ou seja, salvo a última história, a clássica O Império dos Mil Planetas, as outras três histórias são bem dispensáveis e duras de se ler. Mas, tenham fé e avancem porque a última história vai entregar aos leitores tudo e mais um pouco.

A primeira história é Os Maus Sonhos e é a origem dos dois protagonistas. Vemos quem é Valerian e como ele se situa no universo criado por Christin. Na história o tecnocrata Xombul se torna um homem foragido e segue para a Idade Média para encontrar uma forma de criar criaturas terríveis que possam assombrar os sonhos das pessoas do século XXVIII. Xombul era um manipulador de sonhos, fornecendo às pessoas recreações que pudessem tirar suas mentes das mazelas do mundo real. Mas, ele agora quer dominar o mundo. Então ele foi buscar na criativa mente das pessoas da Idade Média a inspiração para criar monstros terríveis. Valerian é enviado para impedi-lo e ao chegar lá, terá de enfrentar inúmeros obstáculos para chegar até Xombul que está escondido no castelo de um homem chamado Alberico. No meio do caminho, Valerian irá conhecer uma camponesa chamada Laureline, uma mulher forte e ousada que auxiliará em sua missão.

Aproveitando esse primeiro álbum para falar de Valerian, o protagonista, ele tenta ser um humanista o tempo todo, buscando soluções pacíficas para os problemas que surgem até ele. É óbvio que nem sempre isso será possível e ele enfrentará inúmeros combates. Mas, vemos o quanto Christin coloca em Valerian uma mentalidade equilibrada, às vezes até em detrimento de sua própria missão. Para conseguir uma solução que possa agradar a todas as partes, Valerian vai se colocar em situações perigosas como quando ele queria retornar ao pântano nessa primeira história para resgatar Xombul e levá-lo à justiça. Mesmo isso colocando tanto ele como Laureline em perigo. Isto é, este não é um personagem daqueles que atiram primeiro e perguntam depois. Ele procura entender todos os lados de um problema e tentar pensar em uma solução onde todos possam encontrar um meio-termo. Mas, como veremos no quarto álbum, isso nem sempre é possível.

A segunda e a terceira histórias, A Cidade das Águas Movediças e Terra em Chamas, são uma narrativa só. Nela, Xombul consegue fugir de sua prisão e segue até 1986, um ano em que os membros da agência de defesa não possuem informações porque algo atrapalha suas medições. Esse é um período de formação do que viria a ser a tecnologia de viagem no tempo mais tarde. Valerian e Laureline seguem até lá, mas se deparam com um planeta Terra muito diferente da utopia futurista onde vivem: um lugar que passou por um terrível cataclisma que provocou mudanças climáticas, deixando várias cidades embaixo da água. Terremotos causam medo às pessoas que possuem um modo de vida difícil devido à tudo o que acontece. Precisando enfrentar um grupo de saqueadores que atacam Nova York, Valerian precisa descobrir rápido o paradeiro de Xombul antes que ele consiga os seus objetivos.

Se mencionei Valerian, não posso deixar de falar de Laureline, nossa heroína. E que personagem inspiradora! Numa época em que mulheres eram entendidas mais como adereços ou pares românticos para os heróis, surge uma mulher que é independente, impulsiva e ativa. Embora algumas cenas nas primeiras histórias ainda possuem aquele ar de "ajudante", Laureline vai ganhando seu espaço cada vez mais na história. Se Valerian é mais equilibrado, Laureline é pró-ativa buscando encontrar soluções à medida em que as situações vão acontecendo. Sua habilidade de improviso é essencial em diversos momentos, sendo que ela salva Valerian em duas ou três oportunidades. A personagem tem opinião própria e nem sempre concorda com o seu par, levando a bons confrontos de ideias. Gosto demais da dinâmica entre os dois personagens. Fica aqui o easter egg de que Laureline chega até 1986 usando um portal diferente do empregado por Valerian o que a deixa em Brasília. Sim, Brasília. Ela convence o presidente do Brasil a criar um gabinete de sábios para resolver os problemas desse novo mundo enquanto pega um transporte aéreo que a leva até Nova York.

A melhor história desse álbum é a clássica O Império dos Mil Planetas. Nessa história, a dupla segue até o planeta Syrte, uma espécie de império espacial isolado que se tornou um lugar de entroncamento de vários planetas. Valerian quer entrar em Syrte sem alarde e conseguir entrar em contato com as autoridades locais para tentar encontrar alguma forma diplomática de contato entre Syrte e a Terra. Só que eles rapidamente são identificados como seres humanos e passam a ser perseguidos pelos Sábios, homens da religião e que possuem poderes de repressão a qualquer opositor. O desconhecimento da cultura local vai provocar uma série de situações engraçadas e mal entendidos e obrigarão os dois a usar de toda a sua sagacidade para se libertar do jugo de seus perseguidores.

Agora sim posso falar da arte de Mezières. É nessa quarta história que tanto roteiro como arte finalmente se encontram. E aí sim conseguimos perceber o talento do artista, que tem uma capacidade criativa incrível. Os cenários espaciais que ele cria são ricos em detalhes. E quando digo cenário espacial é algo realmente fora de série. Não é algo que siga padrões conhecidos. É alienígena no seu sentido mais estrito. Apesar de Syrte ser a capital de um império espacial, eles não possuem uma tecnologia muito avançada. Ou seja, temos uma mescla de uma arte mais tecnológica, com um maquinário sofisticado que fornece energia para as cidades e castelos convivendo com um aspecto mais sujo e decadente, fruto de uma tragédia radioativa que se abateu sobre o planeta. Mezières conseguiu dar volume às ideias de Christin, o que contribuiu muito com o álbum.

O design de personagens e as cenas de ação estão mais maduras. Se Valerian tinha traços mais simples nos primeiros álbuns, aqui ele está mais sofisticado e expressivo. Laureline é uma aventureira ao mesmo tempo em que mantém sua feminilidade, sem ser vulgar. Sem falar nas várias raças alienígenas presentes em Syrte, o que obrigou o artista a criar diversos modelos diferentes para cada um. Achei sensacional a variedade de pessoas presentes em uma feira central próximo de onde Valerian e Laureline desembarcaram. Tudo é muito vivaz e cada personagem nas cenas está realizando alguma ação. As cenas de ação são muito boas com o destaque para a batalha espacial que acontece lá no momento mais climático dessa história. Mezières conseguiu criar cenas emocionantes e deixar a gente em um suspense terrível sobre o que iria acontecer com os personagens. A gente consegue entender a lógica por trás das cenas.

O roteiro começa a fazer diversas críticas sociais o que aumenta a qualidade e a profundidade daquilo que está sendo entregue pelo roteirista. Escolhi dois temas para comentar especificamente. Um deles é o controle da cultura como uma forma de alijar o resto das classes sociais da possibilidade de um status de igualdade entre todos. Os Sábios manipulam o conhecimento através de um pano de fundo religioso, criado para intimidar as pessoas e legitimar o seu controle. Enquanto a população geral vive com poucos recursos, passando fome e lidando com os problemas advindos da radioatividade ainda presente no planeta, a elite vive em festividades, luxo e excessos. Tudo isso é feito escondendo da população algumas verdades que poderiam se tornar a fagulha em uma revolução. A desinformação é usada como arma para a perpetuação de poucos.

Temos também a busca de um pequeno grupo de rebeldes que tenta criar as condições para que eles possam tomar o poder. Os Sábios, quando tem seus segredos descobertos, buscam destruir todos aqueles que sabem de seu segredo. Torna-se necessário ainda descobrir quem são esses sábios e por que esconderam por tanto tempo detalhes sobre Syrte. A luta social que surge disso não é bonita e vai causar momentos bem complicados. Momentos que Valerian parece que se arrependeu de ter inspirado os acontecimentos. Aqui tem uma crítica clara aos governos impositivos e ditatoriais que não conseguem manter o controle por muito tempo da população. E que a revolução social é algo que não pode ser visto como algo utópico: existem sacrifícios, dor e sangue que precisam ser derramados para que mudanças possam acontecer. Somente quando a população decidiu enfim se mover é que eles foram capazes de derrotar seus opressores.

Embora seja um primeiro volume meio complicado de ler, Valerian volume 1 começa a nos mostrar o brilho que vai influenciar tantos outros projetos. Só que se preparem porque, ao ser um quadrinho mais antigo, ele possui bastante texto e uma arte que ainda está se encontrando até alcançar seu verdadeiro potencial. Vão com calma, tenham paciência e se divirtam com aventuras no espaço. Christin bebeu muito de autores como Jack Vance em sua busca por criar histórias que ao mesmo tempo fossem divertidas e trouxessem algum conteúdo ou crítica social. Tem de tudo nessa HQ.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Alexandre 08/09/2021

O passado que inspirou o futuro.
Essa obra é realmente fecunda, pois é possível ver os ecos dela em vários trabalhos posteriores. Além do design e da arquitetura, que são facilmente reconhecidas em outras obras, como Star Wars, as temáticas de viagem no tempo, idas e vindas por galaxias, uma certa visão positiva da humanidade (mas não muito) e um leve debate político-filosófica, comum a ficção científica, constituem um legado muito interessante de Valerian. Claro que não para nisso, pois apesar dos quase 40 anos Valerian ainda é algo novo e surpreendente.
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Júlia 11/08/2021

As histórias não tem muita ordem, as melhores foram as duas últimas. Eu tô gostando, mas tenho expectativas que melhere ainda mais.
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Luciana.Zydek 24/07/2021

"...sem falar nas escolas destruídas, nas universidades fechadas... tudo isso é obra dos sábios. Há menos de um século eles apareceram, e Syrte já caminha para a ruína. Aqui o conhecimento é perseguido. A religião substituiu a ciência..." Descrito no HQ em 1971, mas hoje é ano 2021 e a fala continua atual. O que mais esperar na leitura? Muita reflexão.
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Evy 11/07/2021

Valerian é uma HQ de 1967 criada pelos super criativos Jean Claude Mézières e Pierre Christin. A história, situada em 2720, nos leva por uma viagem surpreendente ao futuro, habitado por raças alienígenas e super tecnologias.

Ficção cientifica de qualidade e que foi precursora inclusive de uma das minhas sagas favoritas da vida: Star Wars, traz além de belos traços e cenários de arrancar o fôlego, textos repletos de significados, mostrando que definitivamente é um trabalho além de seu tempo. Vale ressaltar que a edição dessa HQ pela SESI-SP editora está belíssima e vale a pena fazer a coleção. Esse é o primeiro volume de uma série de cinco já lançados e traz quatro histórias, incluindo a que foi adaptada para o cinema.

O contexto da HQ, é um futuro super tecnológico onde uma grande maioria da população do planeta Terra passa seu tempo dormindo e tendo "bons sonhos", proporcionados por técnicos, no intuito de ignorar todos os problemas ao seu redor. Enquanto isso, alguns poucos trabalham na manutenção da segurança e da "normalidade". Christin Valerian faz parte desses poucos, sendo um oficial do espaço tempo.

Em Os Maus Sonhos, primeira história deste volume, acompanhamos Valerian em uma missão que envolverá voltar no tempo e ir até a era medieval atrás de um cientista que sabotou os "bons sonhos" e está importunando a paz e a segurança da humanidade. Nesta trama, vamos ser apresentados a Laureline, que se tornará parceira de Valerian em suas missões no futuro.

A segunda história "A Cidade das Águas" e a terceira "Terras em Chamas" se complementam e trazem mais uma vez a viagem no tempo, mas dessa vez para Nova York bem na época onde uma guerra devastou todo o planeta (na realidade da HQ). Aqui vemos uma clara crítica a ignorância humana, sob a forma de como as pessoas do futuro enxergam esse acontecimento absurdo do passado.

Na última história e a minha favorita desse volume, O Império dos Mil Planetas, Valerian e Laureline são chamados em uma missão para investigar um planeta cujo avanço tecnológico pode colocar em risco os domínios da Terra e de seus aliados. A história se passa no momento presente da HQ, ou seja, o ano de 2720 e Mézières e Christin mostram a que vieram entregando uma grande história de ficção científica.

Gostei demais do personagem Valerian, que me lembrou em muitos momentos de Hans Solo, com seu charme e humor irônico. Além disso Valerian é muito inteligente e consegue se safar das situações de formas bastante engenhosas. Outra personagem que me conquistou foi Laureline, que de cara já deixou o esteriótipo de dama em perigo no chinelo e se mostrou peça fundamental na resolução dos problemas, estando bastante adaptada ao futuro e me lembrando muito a Princesa Leia. Não tinha como eu não gostar!

Super recomendo essa HQ!!
João 11/07/2021minha estante
Uma das grandes inspirações pra Star Wars foi Valerian apesar do George Lucas nunca admitir mas dá pra perceber kkkkk
A SESI-SP arrasou nas edições em todos os sentidos e o universo de Valerian é bem cativante




Cristiano.Cruz 08/05/2021

A princípio o roteiro de Christin se mostra ao mesmo tempo inovador e ingênuo, sendo que invariavelmente um dos adjetivos irrompe sobre o território um do outro. "Os maus sonhos", de 1967, me deixou mais desanimado do que auspicioso ante o porvir. Algumas cenas como escapar de neandertais e adentrar o castelo se mostraram bem pueris, o que terminou por me desagradar.
Fazem parte do segundo arco dois volumes, o primeiro é "A cidade das águas movediças" e posso dizer que me decepcionou profundamente, me fazendo repensar até onde iria na leitura de Valerian. Apresentada três anos após a "Os maus sonhos", não evolui muito e sua comicidade à lá saltimbancos não me empolga; mas como ponto positivo o final deixa um comichão para sua segunda parte: "Terras em chamas".
E então a coisa muda de figura, o tom cômico e inverossímil dá lugar a uma toada mais crível, menos cartunesca. E isso faz bem para os personagens e para eu, leitor. Essa mudança de entonação fez com que começasse a curtir a proposta dos autores - ver nela um significado mais grandioso -, e a estimar mais os personagens, a ponto de já querer partir rumo à próxima aventura.
No entanto, tive que interromper a leitura de "O império dos mil planetas" porquê na página 120, segundo quadro, mais uma vez o personagem Valerian me desperta momentos de aversão. Não é a primeira vez que o personagem destrata Laureline mostrando um comportamento machista - de superioridade -, como se fosse o senhor da razão e Laureline um mero receptáculo de suas próprias insatisfações.
O ponto positivo é que aqui, acredito eu, os autores estabelecem os rumos de sua epopéia, ao tratarem de assuntos como estratificação social e relações de poder. Findo o volume, e sabendo da importância que Christin e Mézières deram aos movimentos feministas, até a maneira como Valerian retrata Laureline pode ser encarado como uma crítica ao comportamento social da época e a maneira como as mulheres eram retratadas no período, dando um novo significado ao trabalho seminal dos autores.
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Wandson.Oliveira 27/01/2021

Valerian
Valeriam é o início dos "space opera" nos quadrinhos, apesar de ser um quadrinho muito descritivo, uma característica de quadrinhos franceses dessa época, é um quadrinho muito interessante. As duas primeiras histórias são bem introdutórias e mais fracas, porém na terceira história já se pode ver a força desse quadrinho, é nesse terceiro conto também que vemos umas das fontes de onde Star Wars bebeu e isso é bem bacana de se notar.
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Erick.Rennan 28/12/2019

Seria um irmão mais velho de Star Wars?
Ainda não havia me aventurado muito pelos quadrinhos, nunca me interessou realmente, mas decidi ler "Valerian" depois de ver o filme, que gostei bastante. O livro é lindo, grande, e a arte bem feita, porém o material não é tão resistente. A história é sobre Valerian, obviamente, e sua companheira Laureline, que são agentes do espaço-tempo, e cumprem missões, não só ao redor do universo, mas também através do tempo. No começo a história não prende tanto, não é muito empolgante, mas na segunda história já pega um ritmo melhor. Essa história é anterior a várias outras de mesma pegada, ficção científica com ação, no cenário interplanetário, incluindo "Star Wars", que traz muitas semelhanças, principalmente visuais, de "Valerian".
Cristiano.Cruz 04/05/2021minha estante
Também fiquei com um pé atrás ao ler a primeira estória do álbum. Espero que perceba a mesma mudança de tom que descreveu.




Bruno Oliveira 25/11/2018

É como já disseram por aqui, as duas primeiras histórias patinam, cansam um pouco, mas têm lá seus méritos -- é quadrinho europeu, poxa! Então, o estilo de narrativa é diferente mesmo. A terceira história é toda melhor, sem exageros, fluída e dá as referências que ainda vemos nas produções audiovisuais atuais. É um bom quadrinho. Vale muito pra quem curte FC!
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Ju 04/10/2018

A última história dá um salto gigantesco em qualidade em relação às anteriores. Textos mais fluidos e enredo mais relevante, desenhos mais ousados e pegando muito mais a veia sci-fi. Vale a pena ir acompanhando a evolução da obra, tão inovadora em sua época de lançamento, mais de 50 anos atrás.
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Aguinaldo 19/11/2017

valerian volume 1
"Valerian" é uma história em quadrinhos que começou a ser publicada no final dos anos 1960, na icônica revista francesa Pilote. Desde então a equipe de criação dessas histórias bem humoradas de ficção científica, coordenada por Pierre Christin e Jean-Claude Mézières, já produziu mais de vinte álbuns. Recentemente uma das histórias mais antigas, "O império de mil planetas", foi adaptado para o cinema, dirigido por Luc Bresson. Aproveitando o momento do lançamento dessa versão em filme a editora SESI-SP lançou dois volumes caprichados da edição integral das histórias de Valerian e sua companheira de aventuras Laureline. Nesse primeiro volume encontramos três histórias independentes: "Os maus sonhos", de 1967; "A cidade das águas movediças", de 1970 e "O império dos mil planetas", de 1971. O enredo das histórias segue um padrão narrativo. Valerian é um agente do espaço-tempo do século XXVIII, cujas missões envolvem basicamente evitar distorções na história da civilização, explorar mundos que possam fornecer matéria prima e energia, antecipar acontecimentos que possam prejudicar a idílica sociedade de seu tempo (na qual praticamente ninguém trabalha, usufruindo das benesses de um estado de bem estar social absoluto). O impacto visual do volume é mesmo algo poderoso. Certamente George Lucas pirateou um bocado de ideias e até enquadramentos inteiros que já estavam ali nas histórias de Christin e Mézières. Trata-se de experimentos de ficção científica, mas o foco é sempre no comportamento moral, no questionamento das ações dos protagonistas. Divertido mesmo. Por uns momentos voltei àqueles tardes vagabundas, onde o tempo parecia cansado e lento, que alternava a leitura de meus preciosos gibis com a dos livros do Monteiro Lobato, que recortava tirinhas dos jornais que meu pai sempre comprava (aos domingos havia tirinhas coloridas, mais aguardadas e disputadas). Cousas boas. Vale!
Registro #1235 (hq's, cartuns e mangás #66)
[início: 25/10/2017 - fim: 27/10/2017]
"Valerian Integral (volume #1)", Pierre Christin, Jean-Claude Mézières, cores de Évelyne Tranlé, tradução de Fernando Paz, São Paulo: SESI-SP editora, 1a. edição (2017), brochura 22,5x29 cm., 160 págs., ISBN: 978-85-504-0279-6 [edição original: Valérian Intégrale - tome 1 (Paris: Dargaud) 1970]

site: http://guinamedici.blogspot.com.br/2017/11/valerian.html
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Vanessa França 02/10/2017

Eu vi os anúncios do filme Valerian e a Cidade dos Mil Planetas e gostei quando vi que se baseava em algum romance gráfico inovador. Considerando que o filme era do diretor francês Luc Besson, não foi difícil adivinhar que o quadrinho em questão era originalmente francês também.

Valerian e seu companheiro / parceiro Laureline são ambos agentes temporais para a Galáxia, a capital de um império humano ao redor do ano 2780 ou mais. A Terra desenvolveu-se em uma utopia geralmente pacífica, mas precisa que seus vários agentes cuidem da tecnologia de "salto" que permite que seus agentes passem rapidamente pelo tempo e espaço. O primeiro volume inclui as três primeiras histórias valerianas: "Bad Dreams" de 1967, as duas partes de "The City of Shifting Waters" e "Earth in Flames" de 1970, e "The Empire of the Thousand Planets" de 1971. "Mau Sonho" é considerado pelos fãs de língua inglesa como uma "questão zero" por não ter sido publicado em inglês por algum tempo.

Então, qual é o charme aqui? É difícil dizer no início. O escritor Pierre Christin e o artista Jean-Claude Mezieres são, mais ou menos por sua própria admissão, um pouco difíceis no início. "Bad Dreams" é quase uma história inconsequente com muito humor tão engraçado que envolve viagens no tempo. A história é direcionada mais por risos do que qualquer coisa, e embora o humor da série nunca tenha saído, nunca foi tão bobo como é na primeira história. Valerian é um agente solo para a agência espaço-temporal que permite que a maior parte da humanidade passe o dia todo adormecido, tendo sonhos agradáveis ​​induzidos por máquinas. Um cientista desonesto chamado Xombul decolagem para a França do século 11 para fazer ... algo, e Valerian é calorosa para curá-lo. No passado, ele encontra uma jovem chamada Laureline, uma mulher engenhosa por direito próprio, e devido às circunstâncias, ela volta ao seu tempo para ser seu parceiro.

Como é, o par-par parece uma repetição da primeira história: Xombul escapa e volta no tempo novamente, desta vez para 1986, especificamente Nova York, onde ele está planejando de novo de forma mais secreta desde algum tipo de explosão de origem desconhecida causaram registros para os próximos séculos para se perderem, pois a Terra foi atingida por tectônicas deslocantes e placas de gelo derretidas (Nova York estará debaixo de água em breve devido às calotas derretidas, nos dizem, e o homem derrete as calotas Parece mais relevante hoje do que em 1970 ...).

Neste ponto, a série estava melhorando. A obra de arte de Mezieres teve uma boa consistência, e a história de Christin não foi ruim, mas não me pareceu tão incrível.

Então cheguei à terceira história.

"Império dos Mil Planetas" vai um longo caminho para reprimir os trabalhos anteriores. Foi menos fórmico, e embora apenas seja executado cerca de 50 páginas, como as outras duas, teve muita mais criatividade nas formas de vilões, derring-do e toda a estranheza. Esta foi uma história em que a equipe criativa foi para um mundo alienígena e realmente explorou o que isso significava. Heck, há uma forte suspeita de que muitas imagens desta última história (entre outros) ajudaram a inspirar o visual de Star Wars.

"Empire" compensa o que veio antes disso, o suficiente para eu dar a este volume um sólido oito e meio mistério, veja as dez. Eu me sinto um pouco melhor sobre entrar no filme logo sabendo algo sobre os personagens principais. Veremos o quanto do que eu li acabou na tela grande em breve
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Gramatura Alta 19/08/2017

Em 1967, quando não existia STAR WARS ou STAR TREK, Christin e Mézières lançaram a primeira história das aventuras de VALERIAN em uma revista francesa. Três anos mais tarde, seria publicado o primeiro álbum. Um diferencial da narrativa, além de ser de ficção-científica, era que Valerian não viajava apenas pelo espaço para resolver suas missões, mas também através do tempo, visitando outras eras, bagunçando um pouco a cronologia. Sem mencionar seu estilo valentão, charmoso e inteligente, que aliado a Laureline, uma garota que ele conhece em uma de suas missões e que vira sua parceira e paixão, compõe um personagem completo e complexo.

Laureline foi uma adição acertada feita pela dupla de autores, principalmente por sua personalidade atrevida, que provoca Valerian e o força, naturalmente, a ser mais flexível e criativo em diversas situações. Tanto que em 2007, os álbuns passaram a ter o título de Valerian e Laureline, algo justo e que demorou mais do que merecia.

Por viajar entre planetas por épocas diferentes, as aventuras do casal são das mais diversas e incríveis possíveis. A imaginação rola solta, mas tudo em um ambiente onde os caos se mistura com a harmonia, onde o futuro se mistura com o passado, onde civilizações avançadas se misturam com cidades destruídas.

Um diferencial nas histórias, além das situações fantásticas, é que os problemas enfrentados nunca são de solução fácil e direta. Valerian e Laureline sempre precisam vencer diversos desafios, desvendar vários enigmas e enfrentar mais do que um inimigo, para conseguirem resolver a missão. Isso torna a leitura instigante.

Os desenhos, em alguns momentos, lembram muito os traços dos gênios Uderzo e Goscinny, os criadores de ASTERIX E OBELIX, o que não é uma surpresa, uma vez que todos eles são franceses e da mesma geração. As cores são excassas, pasteis, e os traços simples, mas que conseguem transmitir, perfeitamente, tudo o que ocorre, bem como tudo com que os personagens interagem e o que eles sentem.

É preciso dizer, também, que Valerian e Laureline são responsáveis por inspirar quase todas as ficções-científicas posteriores, principalmente STAR WARS. No vídeo preview que está no fim desta resenha, vocês podem ver como as semelhanças são enormes, alguma, até, idênticas.

Quanto ao filme, que seria uma adaptação de O Império dos Mil Planetas, que está neste álbum, bem, com exceção do casal de protagonistas, todo o resto é diferente. Luc Besson é um diretor que imprime sua personalidade nas películas que dirige. Por isso, VALERIAN E A CIDADE DOS MIL PLANETAS é algo original, criado pelo diretor, e não uma adaptação. É notória a paixão que ele demonstra ter pelos personagens, mas eles são vistos através de seus olhos, e não através dos olhos dos criadores dos personagens.

A crítica do Rafael reflete bem o que você irá encontrar no filme. Apesar da maioria não ter gostado da química entre os atores, eu gostei. A relação deles é bem conflituosa, da mesma forma que é nos quadrinhos.

Como adaptação, é uma das que mais modificou a história original, mas como aventura, para o fã de ficção-científica, é um deleite passar duas horas e meia entre o incrível!

Quanto ao álbum, a edição está maravilhosa e é uma obrigação tê-la na estante de qualquer amante de quadrinhos e viagens espaciais.

site: http://www.gettub.com.br/2017/08/valerian-hqfilme.html
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livrosepixels 09/08/2017

Ao infinito.. e além.. :D
Fazia muito tempo que eu não tinha contato com uma HQ. Ao que eu lembro, a última vez que li uma foi há pelo menos 6 ou 7 anos atrás. Mas desde o começo desse ano eu estava amadurecendo a ideia de começar a introduzir HQs nas minhas leituras semanais. E é assim que Valerian entra na história. Foi graças ao anúncio da adaptação cinematográfica que eu acabei conhecendo esse título para começar. O principal motivo para querer ler Valerian é que se trata de uma série de Ficção Científica, e eu amo esse gênero. No gênero, várias coisas podem acontecer, desde as mais prováveis até as inimagináveis. Entretanto, o bacana da ficção científica é que tudo tem uma base de realidade por trás, e ao meu ver torna as histórias mais familiares, mais próximas de serem compreendidas e aceitas. Também pela ficção científica, as metáforas com a realidade podem ser trabalhas de forma mais direta, despertando a atenção de quem lê.

“Nossos primeiros álbuns dão a impressão de uma hesitação no momento de alçar voo. Como se quiséssemos primeiro garantir nossos fundamentos, para saber de onde vínhamos.”

pesar de conter, tais críticas sociais podem não ser tão claras nessas quatro primeiras histórias, já que elas ainda estavam em um processo de assimilação por parte do público. Entretanto, mesmo que de forma embrionária, os autores buscaram retratar alguns aspecto da sociedade real e apontar os defeitos e/ou incoerências delas. Antes de mais nada, é preciso olhar para o álbum não com os olhos de quem vive no ano de 2017, mas tentar ver com os olhos de quem viveu nos anos 70-80.

Em Os Maus Sonhos, por exemplo, logo que a futurística Galaxity é apresentada, há uma menção de que grande parte dos humanos são mantidos em contínuo estado de sonhos, que os mantém entretidos e alheios aos problemas que os cercam. Há, inclusive, um departamento especializado em produzir sonhos bons para manter a população feliz e estável. Tal descrição hoje pode ser entendida como metáfora aos diversos meios de entretenimento online que temos, onde estamos conectados 24 horas por dia.

Já nas histórias seguintes, A Cidade das Águas Movediças e Terra em Chamas, vemos os personagens debatendo sobre os males causados pelas guerras nucleares e como a raça humana quase se extinguiu por sua própria ignorância. O mundo apresentado nessas duas HQs explora a ruína do que um dia foi uma bela e crescente civizilização, no auge de sua evolução. Além disso, a própria personagem Laureline já confronta alguns estereótipos daquela época, como por exemplo, a personagem mulher que sempre precisa do homem para se defender ou que não tem destaque. Aqui em Valerian, Laureline rouba a cena e se destaca como heroína.

“Ah! antigamente vivíamos tranquilos em nosso século… tirando os lobos, ratos, feiticeiros e umas chuvas de sapos… eu fui é bem louco de me associar a eles para ganhar!”

A respeito dos personagens, é interessante observar a sua construção e evolução no álbum. Valerian é um homem, acredito que já de boa idade, algo entre 28 e 30 anos, com senso de humor aguçado e um certo jingado de galã. Logo a primeira vista, me lembrou o personagem de John Travolta no filme Saturday Night Fever. O protagonista ostenta toda a graça e beleza da moda masculina dos anos 80, sendo a única diferença de que é agente de um tempo futuro. Durante as narrativas, ele vive suas aventuras de forma empolgante e, mesmo quando surge os problemas, que não são poucos, ele tenta encontrar uma solução da forma mais simples e inteligente possível, sem perder, claro, o momento de fazer piadinhas.

Já Laureline, sofre uma evolução enorme do primeiro quadrinho para o segundo. Ela não pertence ao mesmo mundo do qual Valerian veio, mas se tornou uma personagem extremamente importante para as demais aventuras. Ela possui cabelos ruivos, é jovial (suponho eu que entre 25 – 30 anos), ágil e bela. Não demorou muito a se tornar a minha personagem preferida. Pode parecer uma personagem frágil, mas não se engane, pois várias vezes é ela em que vai resolver os problemas e enfrentar os vilões. A partir da segunda HQ, a adaptação da protagonista à sua nova realidade também é surpreendentemente rápida, como se o tempo todo ela já tivesse nascido em Galaxity.

“Acredite, a raça humana do século XVIII não vale mais nada. Fora o pequeno grupo de agentes espaço-temporais do qual você faz parte, os terráqueos não servem para mais nada, a não ser dormir e sonhar…”

Ainda que a série seja apresentada como um marco da ficção científica, nas três primeiras histórias não fica evidente os motivos que a tornaram. Basicamente, a primeira HQ assume um lado fantasia, com seres místicos, cavalos alados, fadas, etc. Nas duas seguintes, as principais características da histórias são as descrições de robôs, naves controladas por inteligência artificial e viagem no tempo. Nada muito inovador, digamos, e bastante superficial.

Porém, na quarta história, A Cidade dos Mil Planetas – trama que o filme estrelado por Dane DeHaen e Cara Delevingne toma a referência para se desenvolver-, Valerian faz um salto gigante em sua própria narrativa e já nos apresenta um futuro tecnológico muito criativo e diferente do imaginado para os anos 80. Naves espaciais, diferentes raças alienígenas em harmonia, universos paralelos, planetas artificiais e natureza sensitiva marcam algumas das descrições. Todos esses conceitos juntos em uma mesma narrativa ajudaram a mudar a visão dos franceses sobre a ficção científica e então Valerian começou a construir os pilares do seu sucesso.

Inclusive, esse é outro ponto apresentado nos materiais adicionais do álbum. Valerian é um clássico entre jovens e adultos, e influenciou diversos outros artistas e obras, e há, entre essas, uma obra em especial que chama muito atenção: Star Wars. Essa série de space opera (que para mim tem pouco de ficção científica e muito de fantasia), criada por George Lucas, se tornou um grande sucesso no final dos anos 80 e tirou o cinema americano da letargia. Porém, muitas das ideias inovadoras de Lucas podem ser encontradas em Valerian, que já havia sido publicada há 10 anos. Ainda que Lucas nunca tenha admitido diretamente que se baseou em Valerian, uma série de imagens apresentadas pelos autores evidenciam coincidências muito significativas entre as duas obras. Alguns até dizem se tratar de plagio, mas acredito que nem toda inspiração é plagio (fosse assim, Avatar também seria cópia de Valerian, já que possuem algumas semelhanças, e essa hipótese nunca foi apresentada).

“Olhe essas velhas imagens que ainda conservamos para não esquecer nosso passado…. nossa astronave reunia os maiores sábios da época. Ela deveria procurar novos mundos para a Terra, que morria com seu solo devastado por explosões atômicas… Eu era o capitão.”

Acredito que a principal questão é que Star Wars se tornou sucesso em todo o mundo, enquanto Valerian acabou ficando restrito à França e países próximos. Logo, a obra por mais influente que tenha sido, ou teve muita dificuldade para adentrar culturas fora da Europa, ou chegou muito tarde, e assim encontrando pouco espaço para se destacar, quando tantas outras já estavam a meio caminho.

Vejamos o exemplo daqui do Brasil. Essa é a primeira vez que a HQ chega ao nosso país, em publicação integral, segundo as fontes que encontrei. E isso só se tornou possível graças ao filme, suponho. Isso me despertou outra questão, o qual busco resposta: seríamos um país culturalmente colônia norte-americana? Se observarmos bem, grande parte do conteúdo de entretenimento consumido hoje por nós vem de lá (filmes, séries, livros, música, etc).

No geral, eu gostei bastante das HQs e estou ansioso para poder continuar lendo elas. Apesar da rapidez com que a trama nos é apresentada, ela nos entretém e nos faz torcer pelos protagonistas. A edição gráfica também está impecável, linda e bem produzida. Os extras adicionados ao álbum enriquecem o contato com essa série que agora em agosto chega aos cinemas com grande potencial de se tornar uma franquia de sucesso.

site: http://resenhandosonhos.com/valerian-vol-1-jean-claude-mezieres-e-pierre-christin/
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