flaflozano 01/12/2019
A little taste
Tirei minhas botas, minha camiseta puxei sobre a minha
cabeça, e a deixei cair no chão. Peguei uma cerveja da geladeira e fiz o meu caminho através da cozinha para a sala de estar. Deitada no sofá, dormindo, estava Mae.
Tomei um gole da minha cerveja e dei um passo em direção a ela. Seu cabelo preto estava espalhado ao longo de uma das ridículas almofadas que ela colocou ao redor da cabana para torná-la mais "aconchegante", ou algo assim.
Ela usava um longo vestido preto sem mangas com meu colete, a porra do meu nome, nas costas. Sua boca estava ligeiramente aberta,seus lábios rosados fazendo beicinho apenas esperando por minha boca para levá-los.
Mas eu não fiz. Eu a deixei dormir, meu coração negro de merda rachando um pouco quando vi sua mão segurando sua barriga de grávida. Embalando nossa porra de criança. Incapaz de ficar o caralho longe desta cadela por um mínimo segundo, sento na beira do sofá e acaricio o cabelo no seu rosto.
Ela mexeu, um maldito pequeno sorriso puxando em sua boca.
Desta vez eu a beijei, mas ela não acordou. Desde que ela ficou grávida, tudo o que ela faz é dormir. Fora como uma luz, praticamente incapaz de acordar durante uma maldita tempestade. Mesmo eu, o bastardo miserável que era, não podia deixar de sorrir quando ela nem sequer piscou.
Amo muito esta cadela. Melhor coisa que já tinha acontecido comigo.
Bebendo minha Bud, avistei um bloco de notas sobre a mesa lateral. Apanhei-o e, enquanto examinava sua escrita cursiva perfeita, a porra do meu coração quase parou.
Eu não sabia o que era a vida até encontrá-lo. O menino que
entrou na minha vida como uma criança. O menino sem voz que milagrosamente encontrava palavras na minha presença. O menino que me beijou nos lábios, abençoando-me com o conceito estranho, inacessível de esperança.
O menino que eu sempre fui destinada a amar.O menino que manteve a mais doce música em seu coração, que
me salvou e me mostrou o que era estar casa...
Coloquei de volta o bloco de notas e passei a mão pelo meu rosto.
Eram seus votos. Seus malditos votos do casamento.