Aqui Estou

Aqui Estou Jonathan Safran Foer




Resenhas - Aqui Estou


10 encontrados | exibindo 1 a 10


Anna Laitano 19/02/2020

Cada vez mais apaixonada pela escrita do Safran Foer
Mais uma vez, a escrita de Foer me deixou encantada. A sensibilidade que ele possui não apenas para entender, mas também para traduzir as emoções humanas é fenomenal; o leitor não apenas entenderá ou simpatizará com os personagens, mas será verdadeiramente transportado para dentro de suas mentes e seus dilemas.

Embora um tanto mais maduro e complexo do que Extremamente Alto & Incrivelmente Perto (especialmente por tocar em temas como guerra, política, religião, sexo, etc), o estilo do autor, com sua construção que imita a fluência do pensamento e da própria vida, faz com que eu continue me apaixonando por suas histórias... Ao ponto, inclusive, que terei que usar a famosa frase de ACEDE e dizer que leria até a lista de compras de supermercado de Jonathan Safran Foer.

Francamente, me faltam palavras para explicar como a genialidade do autor é justamente a simplicidade de conseguir narrar as coisas mais naturais e rotineiras, traçando personagens incrivelmente dimensionais e verossímeis, com suas falhas e méritos. Um autor incomparável justamente pela fluidez como vai costurando os pedaços de seus personagens, alternando entre passado/presente/futuro, com temas reais, reflexões interessantes e constrói, assim, histórias que definitivamente valem ser lidas.

Mesmo que não seja todo e qualquer leitor que conseguirá apreciar a obra (que pode ser "parada" demais para quem está acostumado com best-sellers/YA/etc), não deixa de ser um livro incrível que, infelizmente, dificilmente terá o reconhecimento que merece.
Paulote 26/12/2020minha estante
Anna, meu nome é Paulo e tenho 65 anos. Fiquei impressionado com a sua capacidade de colocar em palavras exatamente o que sinto lendo Safran Doer, especialmente esse livro. É impressionante como a crueza do autor não choca, emociona na realidade. Aliás, mesmo não sendo judeu, adoro o senso de humor autocrítico desses autores como Safran Doer, Woody Allen (apesar do que fez), Philip Roth e tantos outros. Vida longa para Safran Doer, e que nos continue brindando com romances viscerais e sensíveis como esse.


Paulote 26/12/2020minha estante
Desculpe saiu errado, Safran Foer




luca 07/06/2017

"A vida é preciosa, e eu vivo no mundo"
Entre os três livros de ficção do autor esse é o mais maduro. Diferente dos anteriores, "Aqui Estou" foca em uma única narrativa, sem paralelo com outra.
É uma história sobre paternidade (quatro gerações de pais e filhos), família, sobre Israel, judeus, crise da meia idade, amor e divórcio.
O romance é carregado de intelecto (até as crianças, sem exceção, são extremante inteligentes) e emoção. Isso pode enjoar a alguns mas eu achei engraçado.
Separado em oito capítulos, o destaque fica para o VII, "A Bíblia" (delicadamente triste), onde Jonathan Safran Foer mostra por que é considerado um dos autores mais inventivos e celebrado dos Estados Unidos.

"Jacob disse para si mesmo: A vida é preciosa, e eu vivo no mundo".
comentários(0)comente



Ramilla.Souza 08/07/2023

O que é ser um judeu
Eu sou apaixonada pela escrita de Foer desde que li Tudo se ilumina há anos atrás. Mas, Aqui Estou é um livro diferente dos anteriores, talvez mais maduro. Em suas outras obras de ficção, Jonathan Safran Foer não se furta a mostrar a crueldade humana, a ir no âmago da questão, mesmo que sua escrita seja lúdica e poética. Mas, neste livro, ele se atém ao judaísmo (tema sempre presente em sua obra). Pra mim, é um livro sobre o que é ser um judeu, sobretudo um judeu pós-holocausto. As questões antiga e atuais que esse povo passa. Qual a identidade de um judeu? O judaísmo é difinido hoje pelo holocausto? Essas questões estão presentes ao mesmo tempo que a os personagens lidam com suas vidas pessoais. Afinal, eles são pessoas e não apenas judeus.
comentários(0)comente



Bia Kollenz 11/06/2018

Aqui Estou
Aqui Estou marca a volta de Jonathan Safran Foer à literatura depois de um jejum de onze anos. Publicado no Brasil em 2017, Aqui Estou conta a vida de uma família judia em Washington. Considerado um dos melhores livros de 2016 pela crítica americana, o livro é um retrato dos tempos modernos e uma crítica a forma como nós vivemos.

“Todas as manhãs felizes se parecem, assim como todas as manhãs infelizes, e no fundo é isso que as torna tão profundamente infelizes: a sensação de que essa infelicidade já aconteceu antes, de que qualquer esforço para evitá-la só vai, na melhor das hipóteses, reforçá-la, e provavelmente até exacerbá-la, que o universo está, por uma razão inconcebível, desnecessária e injusta qualquer, conspirando contra a seqüência inocente formada por roupas, café da manhã, dentes e tufos de cabelo rebeldes, mochilas, sapatos, casacos, tchau.”

A história de Aqui Estou se inicia quando Sam, o filho mais novo de Jacob e Julia, é pego escrevendo palavras de cunho racista na escola hebraica. Tal acontecimento, às vésperas do bar-mitzvá, acaba trazendo à tona vários dos problemas do casal. Jacob e Julia estão em crise, só que ao contrário do censo comum, escolhem mentir e fingir que tudo vai muito bem, obrigado. Após o incidente com Sam, Julia encontra um celular de Jacob escondido atrás do vaso sanitário. O casamente que se esforçava em parecer perfeito começa a ruir.

Os três filhos do casal também têm seus problemas. Sam enfrenta as crises típicas dos jovens de treze anos e prefere passar seu dia jogando Other Life. Max é o único preocupado com o cachorro Argos que, apesar da negação de Jacob, está próximo da morte. Benjy é jovem demais e cheio de questionamentos. Se não bastasse toda esse caos, o avô de Jacob enfrenta uma forte depressão. Com a proximidade do bar-mitzvá de Sam, Jacob tem que lidar com mais membros complicados da família: seu pai extremamente preconceituoso e seu primo Israelense egocêntrico.

“Qual o problema de querer e precisar? Nenhum. E a distância escancarada entre onde você está e aquilo que sempre imaginou não precisar ser uma sugestão de fracasso. Uma decepção não precisa ser decepcionante. O querer, o precisar, a distância, a decepção: crescer, saber, se comprometer, envelhecer ao lado de alguém. Podemos viver sozinhos perfeitamente. Mas não será uma vida.”

Se não bastasse todos os problemas que a família enfrenta, um acontecimento extraordinário vem questionar o que é ser judeu e o que significa o estado de Israel. Um terremoto de proporções astronômicas destrói toda a terra santa e coloca a região em estado de guerra. Tal acontecimento não é impossível visto que, segundo estudos israelenses, cerca de doze grandes terremotos causaram enormes danos em cidades da região nos últimos mil anos. Israel está em guerra contra os países árabes desde de sua fundação. Os países de origem muçulmana consideram a existência de Israel e a presença de judeus em sua terra santa uma afronta que deve ser combatida até o extermínio.

O que o terremoto de Jonathan faz é apenas colocar uma centelha no barril de pólvora que é o oriente médio. O povo judeu foi perseguido em toda história, fosse por egípcios, romanos, católicos ou nazistas. A diáspora espalhou todo os judeus ao redor do mundo e, quando a guerra se inicia, o primeiro ministro de Israel clama ao povo que volte para sua terra natal a fim de defender sua existência. O grande problema é que muitos judeus não possuem ligação com Israel, muito menos consideram o estado sua pátria. O sionismo também é controverso, as atitudes de Israel ao longo da história causam questionamento em muitos dos judeus jovens espalhados pelo globo.

“Meu avô ouvia os gritos dos seus irmãos mortos. Era o som do tempo dele.

Meu pai ouvia ataques.

Julia ouvia as vozes dos meninos.

Eu ouvia silêncios.

Sam ouvia traições e sons de produtos da Apple sendo ligados.

Max ouvia os choros do Argos.

Benjy era o único ainda jovem o suficiente para ouvir o lar.”

O título do livro é uma referência bíblica. Deus chama Abraão, ao que ele responde ‘Aqui estou’. Mesmo quando Deus pede a Abraão que sacrifique seu primogênito sua resposta é a mesma. O livro também conta com referências modernas, um exemplo disso é que Jacob é roteirista de uma série de TV da HBO super premiada que possuiu dragões. A narrativa de Jonathan Foer é de uma maestria imprescindível. Ele não só tem domínio total sobre os personagens como também constrói diálogos tão verossímeis que você sabe quem está falando o quê, quase como se eles existissem e estivessem na sua frente. Isso torna o livro muito dinâmico, apesar de suas mais de quinhentas páginas, Aqui Estou flui muito rápido.

Jonathan consegue conduzir do humor para uma angústia profunda em poucos parágrafos, algumas piadas de humor negro colorem ainda mais a narrativa. A única razão de não dar cinco estrelas para o livro, é o fato de acreditar que ele poderia ser mais conciso. Entendo perfeitamente a intenção do autor e todos os seus experimentalismos, contudo alguns cortes deixariam a obra ainda mais dinâmica. Entre os fãs do autor Aqui Estou é controverso, não posso opinar já que essa é a minha primeira experiência com Foer. Saí de Aqui Estou louca para começar a ler Extremamente Alto e Incrivelmente Perto e recomendando sua leitura para todo mundo.

site: https://www.laoliphant.com.br/resenhas/resenha-aqui-estou-jonathan-safran-foer
comentários(0)comente



Bruna 02/11/2022

Aqui Estou
Tem algo nesse autor que consegue sempre me comover. A escrita dele é muito crua e poética. Escreve da forma que eu gostaria de escrever se fosse escritora.
Em alguns momentos fiquei meio perdida na história e com os personagens, mas num geral, gostei bastante!
comentários(0)comente



Cheiro de Livro 01/08/2017

Aqui Estou
Jonathan Safran Foer conquistou o mundo com 25 anos e um livro de estreia incrível, “Tudo se Ilumina”, que mistura humor e melancolia, conta a história de um rapaz que vai atrás de seu passado depois da morte do avô. Adaptado para o cinema, o livro é considerado a obra prima de Safran Foer, que lançou seu terceiro livro aos 40 anos: Aqui Estou (Editora Rocco, 591 páginas, tradução de Daniel Pelizzari e Maíra Mendes Galvão). Foram 11 anos de espera desde “Extremamente Alto & Incrivelmente Perto”, que dividiu opiniões depois do sucesso do primeiro livro.

Com Aqui Estou, Safran Foer volta ao estilo que o tornou famoso, misturando drama e humor ao falar de família, religião e tragédia. Ele parte do cotidiano da família Bloch: Júlia, Jacob, Sam, Max e Benjy, que vivem em Washigton capital e se preparam para o bar mitzvhah de Sam. Jacob é roteirista de televisão, Júlia, uma arquiteta frustrada e o filho Sam passa maior parte de seu tempo online. Enquanto esperam pela chegada de parentes vindos de Israel, acontece um terremoto em Israel, que muda a perspectiva de vida de cada um dos personagens, além de abrir debates sobre religião e política.
Assim como em “Tudo se Ilumina”, Safran Foer utiliza mais de um recurso narrativo para contar a história, principalmente sobre o terremoto e para mostrar a vida online de Sam. Porém, Aqui Estou é um romance bem mais maduro, sem dúvida. Com uma história mais consistente e filosófica, ao misturar o mundano do dia-a-dia de seus personagens com questões mais importantes, vamos colocar assim, em relação ao futuro de Israel e dos judeus, abrindo espaço para reflexões, também, sobre a religião judaica no mundo, sua aceitação, suas tradições e, principalmente, sobre as atuais manifestações de ódio às religiões não cristãs.

Indagado se o livro seria autobiográfico, Jonathan Safran Foer afirmou que essa não é uma história sobre ele, mas que partiu dele. Com certeza todas as questões familiares levantadas no livro atingem com facilidade qualquer um de nós, além de reforçar a importância da preocupação política para um mundo mais justo socialmente.

site: http://cheirodelivro.com/aqui-estou/
comentários(0)comente



Renato 02/03/2018

Quase genial
'Aqui Estou' segue a tradição de romances de Philip Roth e filmes de Woody Allen, talvez um pouco mais próximo de Saul Bellow. Com tantas referências poderia ser uma cópia insossa ou mais um livro genial. Não é um nem outro.

Safran Foer retoma temas do homem urbano contemporâneo, suas dúvidas existenciais e dilemas da rotina e sexualidade com humor. Tem trechos e situações geniais, que por si só justificam a extensa leitura.

Seus personagens são um casal com problemas conjugais, os filhos adolescentes, um parente que vem de Israel. Neste sentido, ele consegue ser ao mesmo tempo universal por muitas questões, mas restringir-se demais a um universo fechado do judeu de Nova Iorque, por outro. Mais do que Woody Allen, ele se torna muito particular, difícil para alguns.

Por outro lado ele opta por uma técnica de reproduzir fielmente o tédio de um casal normal novaiorquino. Diálogos longos e estéreis, com brigas sem nenhum motivo real aparente. Como ilustração, caberia. Mas Safran Foer se estende demais nestes diálogos, cansando muitos de seus leitores. É para isto que existem figuras, representações, técnicas literárias que transformam a literatura numa arte, não num retrato fidedigno objetivo. Ainda assim, suas reflexões justificam a leitura.
comentários(0)comente



Biblioteca Álvaro Guerra 14/03/2018

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788532530578
comentários(0)comente



amndmrqs 02/10/2023

A escrita é bastante envolvente mesmo que com tantas camadas a serem entendidas. Algumas partes pesam e te deixam entediado. Outras você corre pra saber o que houve. Fiquei bastante perdida com os termos sobre a religião judaica, mas adorei saber sobre os costumes e cultura, sempre pesquisando pra entender um pouco mais. Muito bom o livro, recomendo.
comentários(0)comente



10 encontrados | exibindo 1 a 10


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR