Maria - Blog Pétalas de Liberdade 28/03/2019Resenha para o blog Pétalas de LiberdadeA antologia reúne 13 contos, alguns com apenas 2 páginas e outros maiores, mas todos com menos de 10 páginas.
O 1° é "Ornitorrinco-Stress na Austrália", do Airton Parra Sobreira, e traz um personagem que queria se consultar com um médico por causa de um problema no nariz, mas a confusão com o nome do especialista iria fazê-lo parar até na Austrália, e seu nariz nunca mais seria o mesmo. Confesso que fiquei curiosa para ver como esse nariz ficou.
"Deus, o Diabo e Eustáquio" do Bruno Inácio, ainda que traga figuras religiosas, é um pouco mais "real" que o anterior e traz elementos que encontramos no cenário atual. A história é sobre uma aposta onde Deus tentaria converter um ateu, e nos mostra que nem sempre é preciso ser religioso para fazer o bem ao próximo como prega o Cristianismo.
"E o Diabo saiu sem prestar atenção nas últimas palavras ditas por Deus. Estava ocupado escalando as próximas peças de sua obra prima maligna: a utilização de religiosos para espalhar o ódio e a intolerância." (página 14)
"Coisa de Pobre" do Carlo Alberto Betinho é um conto alto astral sobre churrasco. "As figuras e o bafafá no Disse me disse" do Gabriel Antonio Ogaya Joerke mostra um grupo que se reúne num bar e tem um ar mais saudosista. "Jerico e suas ideias" do Gustavo Cruz é um "causo" de compadres sobre uma máquina do tempo e um homem que estava sempre atrasado, até que o desfecho é engraçado.
"O grito do Zé Tonhão" do Lucas Nangi traz um fotógrafo muito sem noção que vai "causar" num casamento, e também é engraçadinho no estilo "rir para não chorar". "Caso Grave" do Luiz Alberto Fiuza é sobre um homem que vai ao médico por não conseguir evacuar. "O caso suspeito" do Marcello La Greca Marroquim é outro onde um erro de interpretação vai mobilizar até a polícia e causar confusão. "Diagnóstico de Gentileza" da Maria das Graças de Oliveira Castro nos apresenta uma mulher com quem todos se tornam gentis de repente, por causa de um equívoco.
"Os pés de Elias" do Rodrigo Ferreira Peixoto traz pés falantes que atormentam o seu dono. "Sobre meninos e lobos" da Roselaine Hahn é uma espécie de recontagem de uma cena entre o Jacob e a Bella de Crepúsculo, o diálogo é bem hilário.
" - Vou embora pro Brasil - diz Jacob afundando os olhos no piso.
Duas listras horizontais brotaram na testa dela; suspirou profundamente, fechou os olhos castanhos chocolate ao leite de um jeito tão lesmento, que dava tempo para cozinhar um miojo.
- Não se preocupe, não irei atrás de vocês, vou trabalhar na continuação do um filme 'Sobre meninos e lobos' - disse Jacob.
- Nossa, que fantástico.
Isabella Swan bem que tenta, do fundo da sua alma, expressar alegria, mas a partida dele e a interpretação contida permitiu apenas um sorriso lacônico.
- É com o Sean Penn?
- Não, é com um tal de Tony Ramos, ele vai ser o lobo." (página 53)
"A fina arte de ser homem" do Maurílio Ribeiro da Silva é sobre um homem que sempre cortava o cabelo em barbearias, mas teve que ir num salão de beleza que ele considerava muito feminino e ficou cheio de "neuroses" sobre isso. E o último conto do livro é "Um japonês caiu de paraquedas na minha casa" da Vanda Goes, e apesar de alguns erros, foi um conto divertido ao retratar uma esposa incomodada com o amigo do marido que foi fazer uma visita e não queria mais ir embora.
"Rir é o melhor remédio" é uma leitura rápida pelo pequeno número de páginas, traz contos que fazem uso da ironia, de situações comuns ou absurdas, mas menos da metade das histórias me fez de fato rir. Escrever humor não é algo que eu considere fácil, pois o que funciona com alguns pode não funcionar com outros leitores, assim como nem todos os contos funcionaram comigo.
A capa traz a combinação do branco, preto e vermelho, as páginas são amareladas, a diagramação tem letras, margens e espaçamento de bom tamanho e alguns contos tem mais erros de revisão do que outros que não os apresentam
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