Por uma outra globalização

Por uma outra globalização Milton Santos




Resenhas - Por uma outra globalização


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aliuscha 19/05/2021

A lucidez do professor Milton Santos me interessa tanto quanto sua simplicidade. Isso porque os intelectuais brasileiros ainda associam inteligência à erudição, falar difícil para impressionar seus pares é sempre mais sedutor que se fazer compreender pelo grande público.
Nessa obra, o prof Milton Santos cunha o termo ?globalitarismo? que traduz o totalitarismo impresso nesse modelo de globalização predatória que ainda reforça esse modelo ?centro-periferia? em que o poder e os recursos são acumulados pelos países imperialistas.
Ao analisar a história da sociedade ocidental a partir de suas técnicas, ele percebe o quanto as tecnologias de informação transformaram nossas sociedades no sentido de os discursos se tornarem mais importantes que as ações. O ?discursismo? fortalece as ideologias a tal ponto, que ficou mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo. Apesar dessa guerra de narrativas, uma histórica única, a ideia de uma aldeia global, um único modelo de crescimento e desenvolvimento, o empobrecimento do nosso imaginário quanto à diversidade é o grande subproduto do globalitarismo que vivemos.
Toda sua leitura do contexto geopolítico aqui sintetizada é precisa e impressiona pela sua fluidez. O triste é que a atual crise sistêmica que nos massacra diariamente (e ser brasileiro por si só já é uma comorbidade) não me permitiu ser contagiada pelo seu otimismo em relação aos possíveis caminhos para a construção de alternativas futuras nos anos 2000. Mas a certeza de que o caos é criador e de que para um novo mundo possível é necessário viver o luto deste aqui.
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João 23/06/2022

O conteúdo é bom
É um livro que trata muitos assuntos, um livro nacional que abrange muitos temas, mas todos envolvendo globalização suas formas atuais os principais pontos negativos da atual forma econômica do país e do mundo. Trata muito bem sobre o tema do consumismo incentivado pela mídia causando uma alienação sobre as pessoas .


Só acho que o capítulo final de conclusão do livro não foi muito bom e foi um pouco confuso, além disso é uma linguagem cansativa de ler, um pouco desgastante, mas a grande parte do conteúdo é muito boa.
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guibre 20/03/2010

Trata-se de uma obra que contém uma crítica bastante consistente ao processo de globalização vigente (designado como "globaritarismo" pelo autor), de modo a estabelecer como o mesmo ocorre e suas nefastas consequências para aqueles que não se encontram em posição hegemônica. Como muito bem demonstrado no livro, tal fato ocorre pois se trata de um amplo processo de imposição de técnicas e ideologias que acarretam significativa exclusão, por meio de deturpações deliberadas (por vezes, muito sutilmente) da informação que é fornecida, de modo a disfarçar as fragilidades do discurso dominante.
São feitas minudentes análises acerca de temas como a autonomização do dinheiro e os referenciais axiológicos da globalização (como a competitividade), enquanto elementos de desagregação social que correspondem a implantação plena de um consumismo exacerbado, decorrente da criação artificial de necessidades em um mundo marcado pela escassez.
Desmistificam-se alguns dogmas do processo de globalização, dentre os quais a afirmação de que se daria uma integração cujos benefícios seriam amplamente perceptíveis, sendo que, na realidade, o que se observa é uma concentração de riquezas, inclusive com diminuição de participação de certos países no mercado internacional.
Também se revela como muito interessante a contraposição entre local e global, sendo o primeiro o espaço das relações autenticamente humanas, ainda não subjugadas pelos valores hegemônicos (ou pela simples ausência deles). Dessa forma, se construiria uma horizontalidade contraposta a verticalidade típica das relações globalizadas, nas quais não haveria qualquer perspectiva realmente democrática como real ou simplesmente plausível, enquanto se utilizarem as técnicas da maneira que são utilizadas atualmente, como indica o autor.
O desenvolvimento de algumas noções, como a de “violência estrutural”, são aspectos que tornam a obra muito interessante, já que fazem notar algo que se encontra escamoteado, especialmente em virtude de um discurso dominante, por vezes, hegemônico.
São apresentadas novas perspectivas, que segundo o autor, revelam a possibilidade de “uma outra globalização”, confirmando-se assim uma forma de otimismo, inclusive indicada ainda na introdução da obra. Essas alterações profundas seriam provenientes dos segmentos sociais e populações que se encontram atualmente excluídas do processo de globalização, ao fortalecerem-se e tomarem consciência das origens da sua exclusão e distância dos centros de decisão, controlados por interesses empresariais muito distantes de qualquer noção de interesse público. Dessa maneira, seria estabelecido o primado do homem, substituindo o do dinheiro, restaurando-se o valores da solidariedade e da democracia.
A leitura do texto requer atenção para compreensão das linhas de raciocínio seguidas pelo autor, diante da profundidade de várias argumentações presentes na obra. No entanto, reitere-se que se trata de uma crítica deveras bem-elaborada e sistematizada, diante do senso comum e da realidade que lhe é correlata, a qual muitas vezes é aceita como certa, válida ou simplesmente inevitável.
Ana 05/03/2020minha estante
Ótima resenha, guibre!
Extremamente esclarecedora.
Ótimas leituras para você!




Sophia.Campos 04/06/2023

Necessário para entender o nosso mundo
Demorei mais do que o esperado para ler esse livro, mas sinto que no final isso foi bom porque eu consegui extrair muito dele
Já conhecia a grandiosidade do Milton Santos, porém agora tenho um pouco mais de segurança para afirmar que ele fez uma grande obra nessa publicação. Esse livro é necessário para entendermos nosso mundo atual e ele nos mostra isso de maneira direta e objetiva, ainda indicando o caminho para um futuro melhor
Vou lembrar desse livro por muito tempo, ele é completo de mais
Já quero ler mais da literatura do Santos!
Alec.Ferreira 25/07/2023minha estante
Irei ler, obrigado pela recomendação!?




Paulinho.Campos 11/01/2022

O mundo visto de lá pra cá.
Neste livro, Milton Santos propõe uma interpretação multidisciplinar do mundo contemporâneo, em que realça o papel atual da ideologia na produção da história e mostra os limites do seu discurso frente à realidade vivida pela maioria das nações.
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juhmangabeira 28/03/2010

Que trata-se de uma obra de referência, todos estão cansados de saber. Não apenas por isso devem procurá-lo, mas também porque é um livro capaz de abrir os olhos e ampliar os horizontes daqueles que o lêem. Após "devorá-lo" considero-me capaz de enxergar o processo de globalização como ele é, sem máscaras, sem 'fábulas'. E também de ter esperança que a tal "consciência universal" pode ser alcançada. Recomendadíssimo.
Sarah 06/10/2020minha estante
Te deixei um recado ;)




Beatr1zp 24/10/2022

A leitura é muito fluida e bem escrita.
O livro parece que foi escrito hoje de tão atual que ele parece ser.
Muito bommm
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Salino 27/10/2022

Reflexivo
Sinto muito orgulho ao ler um autor nacional - principalmente quando é um intelectual com a mesma importância que a de Milton Santos. Conforme li a obra, fui me atentando ao que o escritor abordou ao longo do livro: nossa capacidade de repensar o mundo, mas apenas a partir de nossas próprias ações. De fato, urge pensar uma outra globalização. Mais que isso, é crucial refletirmos o papel nocivo a qual essa nos impõe e, a partir disso, agirmos para que transformemos o meio social opressor em vigência!
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Luiz 20/03/2021

Um livro que sumariza parte da obra só autor. Carrega a discussão da globalização por temas como território, dinheiro, governança e política. Além disso, expõem os problemas da globalização como processo de marginalização e individualização. Por outro lado, oferece uma saída ao discutir como a apropriação das ferramentas modernas impostas pela globalização podem ajudar a solucionar os problemas sociais atuais.
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Jairo 30/04/2021

Um livro excelente para compreender a globalização.
Simplesmente espetacular! Milton Santos descreve o período de globalização que vivemos, mas também faz críticas à ela e nos mostra as perversidade que estão contidas nesse novo período histórico. O mais impressionante é a visão otimista do autor sobre o futuro (ou ampliação do presente).
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Arthur 02/12/2020

A globalização atual é irreversível?
"A globalização atual é irreversível?" É o que Milton Santos busca responder nesta excelente obra, que aborda desde a definição de globalização às suas características (espaciais, filosóficas, técnicas, econômicas e políticas), bem como outras possibilidades.
A destacar uma opinião pessoal: é o livro mais "fácil" do professor Milton Santos. Ele mesmo menciona que a escrita em "Por uma outra globalização" é diferente do que estamos acostumados em suas outras obras. No entanto, isso não faz desse título menos denso ou incompleto em relação aos outros. Pelo contrário, aqui Milton Santos revisita vários conceitos e reflexões, de maneira mais didática, diria. "Verticalidades" e "horizontalidades", "esquizofrenia do espaço", "tempo técnico", a influência da técnica no espaço e, por sua vez, da política na técnica.
Uma leitura que classificaria como um gatilho para o despertar da consciência e, de como propõe o professor Milton Santos, para a "mutação filosófica da espécie humana".
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Ricardo Silas 11/12/2015

"A globalização atual não é irreversível"
Na década de 90, quando o geógrafo Milton Santos, um dos mais aclamados do mundo, publicou "Por uma outra globalização", o Brasil vivia um momento de quase tragédia social sob a era das privatizações das nossas estatais. A ideia de que a gestão pública era um obstáculo para o desenvolvimento ganhou força com propagandas neoliberais apoiadas pelas grandes empresas internacionais. Era o fenômeno da globalização abrindo um sorriso no rosto dos países de Primeiro Mundo, na época assim denominados, enquanto as nações que se espremiam nos degraus de baixo, tentando subir, eram esmagadas pelos interesses dos poderosos. A história nos conta uma versão mais rigorosa das relações que os países ricos tiveram com os pobres: séculos de colonização, de intervenções militares e uso da força bruta, imperialismo em regiões da África, Ásia e Oriente Médio, tudo isso contribuiu com o sucesso de alguns países à custa do fracasso de outros.

Diante das promessas de riqueza e prosperidade feitas pelas novas ideologias capitalistas de “livre-mercado”, a globalização revelou-se como um risco para o bem-estar da sociedade. Uma outra globalização poderia substituir a atual, que, segundo Milton Santos, não passava de uma farsa, ou melhor, uma fábula. Existe uma enorme diferença entre “o mundo como ele é”, “o mundo tal como nos dizem que ele é” e, por fim, “o mundo como ele pode ser”. Para chegarmos a esta terceira categoria, precisamos superar as duas primeiras, ambas resultado de uma geração construída em benefício do poder privado, dos investidores e das elites financeiras. Milton Santos apresenta um dos aspectos marcantes desta nova transição da sociedade moderna: a internacionalização das relações políticas e econômicas, a mais-valia universal, a velocidade da informação e a inovação das técnicas científicas a serviço dos protagonistas do capitalismo industrial.

“Ao surgir uma nova família de técnicas, as outras não desaparecem. Continuam existindo, mas o novo conjunto de instrumentos passa a ser usado pelos novos atores hegemônicos, enquanto os não hegemônicos continuam utilizando conjuntos menos atuais e menos poderosos.”

A concorrência básica e honesta deu lugar a uma competitividade destrutiva que só produz instabilidades e crises em todos os lugares, e esse espírito competitivo desenfreado impossibilita que os indivíduos estabeleçam entre si uma relação mais harmoniosa. Em vez de utilizarmos a nossa condição tecnológica para beneficiar todos os países mutuamente, permitimos que todos os recursos que poderiam ser usados para o bem sejam usados para o mal. Tirou-se a cooperação de foco para dar lugar a uma nova racionalidade dominante “que comanda os grandes negócios cada vez mais abrangentes e mais concentrados em poucas mãos”, e que são “de interesse direto de um número cada vez menor de pessoas e empresas”.

Sem perder o enfoque global, Milton Santos nos conduz a outro fenômeno que tem raízes no “milagre econômico” da ditadura militar que, por duas décadas marcadas pela censura e perseguição política, governou o Brasil. Trata-se da classe média, ou "burguesia operária", que foi generosamente favorecida pelo processo de diversificação do emprego nas novas áreas em desenvolvimento urbano do país. A classe média conseguiu desfrutar de sua nova ascensão econômica, mas foi prejudicada pela falta de conscientização política, que os tornaram mais apegados ao consumismo e à propriedade do que à cidadania e responsabilidade social: "o modelo econômico importava mais que o modelo cívico." Embora eu concorde com a breve análise que Milton Santos faz sobre a classe média, não posso deixar de fazer uma objeção. No início do livro, o autor afirma que a globalização é responsável pelos altos índices de desemprego no mundo e, mais adiante, ao se referir à classe média, ele atribui a abertura de novos empregos ao processo globalizante do mundo... Ou bem a globalização causa desemprego ou não. Seja como for, posso discordar do modelo de globalização atual, mas é controverso dizer que a taxa de desemprego subiu desde o período pós-Segunda Guerra...

Se fizermos uma análise atual do mundo, das instituições e governos que atuam em dimensões globais, descobriremos que uma nova globalização talvez seja necessária. Não sabemos como poderemos obtê-la, mas temos de estar prontos para projetá-la, primeiro como uma utopia e depois como uma meta. Milton Santos fez a sua ilustre contribuição intelectual, cabe a nós darmos o primeiro passo...
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Leti 17/03/2022

Muito atual
O livro parece que foi escrito hoje pela manhã de tão atual.
Milton é gigante, a geografia brasileira é preta!!!
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Paloma.Ferreira 06/05/2020

Ótima leitura.
Milton, como sempre, sensível aos temas dissertados.
Neste livro, é possível compreender melhor os aspectos da globalização e os efeitos causados na sociedade. O poder hegemônico do dinheiro, das grandes empresas, que são as verdadeiras reguladoras do espaço e da mídia.
A obediência alienada aos modelos de vida impostos, com óbvias inclinações ao capital.
Um termo muito encontrado no texto é "solidariedade", aqui, enfatizando a perda da solidariedade, que em partes, justifica o título do livro. Ou seja, a partir da tomada da consciência, a solidariedade é um efeito esperado.
Considero incrível a maneira como Santos coloca a classe baixa dentro de seu enrendo. O olhar não é de pena, tão pouco de uma condição deplorável, mas é de esperança. Esperança e indicações de ações futuras que podem mudar a realidade imposta pelo sistema. Ele nos mostra como deve ocorrer o desenvolvimento, o que deve incluir, o caminho à partir.
Quem é um leitor assíduo dos escritos de Milton, conseguirá enxergar continuidades, complementos de outros livros, neste. Os fixos e os fluxos, as redes criadas, o espaço e o método, o espaço do homem.
Enfim, a globalização não deve ser a quebra dos muros, o banco financeiro mundial. A globalização deve ser um desenvolvimento horizontal, à partir da classe baixa. Não devemos pensar em globalização engessada, apoiados no pensamento único. É necessário alcançarmos a consciência universal e então, poderemos ser melhores, viver melhor e sermos mais humanos.
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Ingrid.Rosa 04/04/2020

Esse livro foi escrito há vinte anos, e mesmo assim se mostra atual ao trazer de forma mais simples um retrato da globalização atual, suas vantagens para o mundo e suas desigualdades frente à uma marginalização cada vez maior das pessoas submetidas às forças hegemônicas que dominam a economia global.
Logo na introdução somos avisados que o livro termina de forma utópica em relação ao mundo, o que pode ser comprovado com a leitura. Todavia, pensando em nossa situação atual de crise (covid-19), vemos que nada mudou das perspectivas que o autor tinha para aquele momento. É como se esses 20 anos não tivessem existido.
No caso do Brasil, o livro veio antes da era PT, veio antes da crise de 2008 e, o momento atual só expôs o quanto ainda estamos expostos às forças do mercado, à economia globalizada e a um sistema político que se curva bovinamente ao sistema.
Ele defende uma evolução, que não acontece da mesma forma para as pessoas e para os países. Só espero que o período de início dessa evolução não tarde mais a chegar.

"Nas condições atuais, essa evolução pode parecer impossível, em vista de que as soluções até agora propostas ainda são prisioneiras daquela visão segundo o qual o único dinamismo possível é o da grande economia, com base nos reclamos do sistema financeiro ". - p.162.
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