Kris Monneska - Conversas de Alcova 19/06/2017Uma aventura alucinanteOiee leitores, hoje eu estou aqui para trazer para vocês a resenha de Os Filhos da Tempestade, novo livro do Rodrigo de Oliveira, o famoso autor das Crônicas dos Mortos, da qual eu já publiquei aqui no blog a resenha do livro 1 O Vale dos Mortos e do conto Elevador 16.
Em Os Filhos da Tempestade o autor enveredou por outro caminho, escrevendo uma obra fantástica mais voltada para o público jovem adulto, mas sem tirar os pés do terror, que é um gênero ao qual o autor demonstra dominar, seja lidando com zumbis, seja com bruxas e demônios, que é o que veremos por aqui.
A leitura começa no ano de 1697 na cidade de Salém no estado de Massachusetts (EUA), anos após o fatídico episódio do famoso Julgamento das bruxas onde cerca de 25 pessoas foram levadas à morte acusadas de bruxaria, surge um novo caso. Uma jovem foi encontrada no meio da floresta suja de sangue e em posse de um bebê machucado, a cidade já assustada entra em um novo frisson e o julgamento acontece, porém dessa vez os inquiridores com medo devido ao erro de anos antes, optam por não aplicar na localidade a pena capital, mas transferi-la para o vaticano. E assim a jovem Carol Smith é encaminhada de navio para a Europa, porém ela nunca chega até lá uma vez que no meio do trajeto ela tome atitudes para que a sua vida seja poupada e faça assim surgir o triângulo das bermudas.
Tempos depois um grupo de jovens musicistas brasileiros estão a caminho de um evento EUA, entre eles Tiago um adolescente de 14 anos, apaixonado pela colega de escola Cíntia, que também fará a viagem. Ele está super animado e cheio de esperanças de que essa seja a chance de conquistar a garota que tanto gosta, mas o avião que os transporta sofre um acidente e eles acabam indo parar numa misteriosa ilha, no meio do nada, onde só chegaram vivos os menores de dezoito anos. Assustados e com fome eles adentram a floresta em busca de água potável e alimentos que os ajudem a sobreviver naquele novo lugar, mas acabam encontrando outro sobrevivente que apesar do primeiro contato tumultuado os ajuda e lhes conta a verdade sobre aquele lugar.
A ilha do diabo é um lugar amaldiçoado, onde todos aqueles que vão parar lá, já pertencem ao senhor das trevas e ainda há mais histórias macabras sobre esse lugar, só que eu não vou contar, pois vocês terão que ler pra saber.
Eu já conhecia a escrita do Rodrigo e sendo assim não me surpreendi ao me ver presa na narrativa escrita pelo autor. Ele consegue nos envolver nas história e nos deixar curiosos por descobrir cada um dos mistérios que ele nos propõe. As descrições dos acontecimentos da obra são muito ricas, tanto dos rituais, quanto dos acidentes que acontecem, o Rodrigo não poupa detalhes o que nos causa a impressão de estar lá e assisti aquilo tudo de perto.
Inicialmente a premissa da obra me lembrou a série Lost, devido ao acidente, a chegada a uma misteriosa e encantadora ilha que sofre uma influência maligna, mas as semelhanças param por ai. Pois os personagens e a dinâmica da trama desenvolvida pelo autor são completamente únicas.
Eu também não poderia deixar de mencionar as batalhas que acontecem no enredo e como elas são bem desenvolvidas e cheias de ação. O Rodrigo de Oliveira colocou vários elementos nessa trama, aventura, ação, mistério, romance, terror, todos eles muito bem dosados de modo a criar uma história atraente e cativante do início ao fim.
Porém ao longo de tudo que eu vi nessa leitura, o que mais me surpreendeu foi o final, dado pelo autor, que embora eu já houvesse cogitado essa hipótese, foi colocado na trama de uma forma mais intensa e surpreendente, ao ponto de me deixar completamente curiosa em relação ao que poderá acontecer num próximo livro.
Eu gostei muito da leitura em vários aspectos, porém houve algo que me incomodou no início, quando a lenda da bruxa Carol Smith foi contada, que foi o fato dos inquiridores de Salém optarem por envia-la para ser julgado no Vaticano. Algo que não aconteceria, uma vez que, Salém era uma comunidade Puritana composta por imigrantes Ingleses Calvinistas Radicais, completamente contrários a Igreja Romana (Católica) e que consequentemente não se reportariam ao Papa, tampouco enviariam uma bruxa cativa para ser julgada por ele.
Salvo esse pequeno detalhe Os Filhos da Tempestade é uma excelente capaz de prender o leitor em suas páginas até o final, devido a escrita do autor ser fluída e a narrativa extremamente dinâmica a leitura corre rápida e é possível de ser completada em poucas horas e nesse interim já ficamos cheios de expectativa com o que surgirá nessa história.
O trabalho gráfico da Editora Planeta está maravilhoso, a capa foi desenvolvida exclusivamente para a obra e se refere a um dos lugares existentes na narrativa e a diagramação está muito bonita e organizada, ao longo da leitura eu não percebi erros de ortografia.
Sem dúvidas eu recomendo essa leitura para todos os leitores, mas principalmente para jovens e adolescentes, que curtem aventuras com uma pegada mais sombria, esses irão adorar a leitura, com certeza.
Espero que tenham gostado da leitura, não deixem de me deixar as suas opiniões nos comentários e beijos ♥
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