O Leopardo

O Leopardo Tomasi di Lampedusa




Resenhas - O Leopardo


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Lista de Livros 22/09/2023

Lista de Livros: O Leopardo, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa
“Se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude.”
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“O amor. Claro, o amor. Fogo e labaredas por um ano, cinzas por trinta.”
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“A volúpia de gritar “a culpa é sua!” é a mais forte que uma criatura humana possa gozar.”
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Pudima 31/05/2017

"Se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude".
Eis a frase que nos segue do início ao fim deste livro.

Mais um livro de difícil leitura oferecido pela TAG Experiências Literárias, que cumpriu muito com o objetivo pelo qual eu me tornei assinante.

"O Leopardo" vale à pena. E é um livro que eu jamais compraria.

É um livro que não pretendo ler de novo, e um livro que demorei muito pra ler. Um livro que não gostei, mas que valeu. Que fez viajar. Que me fez querer visitar palácios e descobrir quartos secretos. Que me fez rever meu sonho antigo de conhecer esses castelos. Que me fez sentir saudades do meu cachorro, e querer entender um pouco mais de política.

Com esse livro, quis ir mais em bailes, estudar religião, investigar relíquias, fazer negócios, comer pêssegos importados. Esse livro trouxe mais do que um príncipe em decadência, trouxe os sentimentos de um príncipe, sentimentos que muitas vezes julguei e, ao mesmo tempo, tentei compreender.

É por isso que considero não existir livros ruins, e por isso que sempre me esforço para ler livros até o fim: para sentir e perceber coisas que eu não conseguiria sem eles.
Samir 31/05/2017minha estante
Belo comentário!!!


Gustavo 23/01/2019minha estante
concordo em tudo. a minha experiência de leitura não foi boa, não consegui me importar muito com os personagens, talvez por ser fora da minha realidade financeira hahaha. Mas é um livro bem escrito e que traz essa sensação que você mencionou bem.


Neto.Antonelli 20/01/2021minha estante
Estou ensaiando ler esse livro faz um bom tempo. Toda vez que pego, acabo deixando de lado.

Achava que fosse uma dificuldade minha com o livro, mas vi que pode ser mesmo pelas características do livro.


Val ð¶ 19/08/2023minha estante
Assinei a Tag em um mês específico, por que seria a indicação do Mário Vargas Llosa, e veio esse livro. Mas não consegui terminar a leitura, exatamente pelo que foi dito, é uma leitura difícil, pesada?mas ótima resenha, irei recomeça-lo, tendo ciência dos percalços ?.




Antonio.Araujo 18/09/2022

O romance se passa no período instável entre a transição de uma velha ordem para uma nova, a revolução comandada pelo libertador Giuseppe Garibaldi, com o objetivo de unificar o Estado italiano, uma nova ordem de valores traz ao seio da burguesia ideias iluministas, espalhadas pela Revolução Francesa. A ideia, ou conceito, de liberdade, igualdade e fraternidade, como direito de qualquer homem.

A tradição da nobreza saudosista e que não quer se desvencilhar de seus valores, contra a modernidade dos valores liberais da revolução garibaldiana, apoiada pelos novos ricos.
A revolução colocando em conflito a tradição contra a modernidade.

Enquanto parte da burguesia aristocrática, como felinos, se adequam aos novos ares, os endurecidos pelo senso arcaico de valores vão definhando, rachando, com o tempo.

Um clássico da literatura política, sem dúvida.
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Rafael 13/04/2021

Muito barulho por nada
Advirto, de início, que minha opinião sobre a obra pode estar um tanto quanto enviesada por não ter gostado muito do modo como o autor escreve. Achei a escrita um tanto quanto pedante e hermética, com vários devaneios e descrições que, no meu modesto entendimento, tornam a leitura cansativa e pouco convidativa. Como se trata de uma obra antiga, talvez isso seja apenas o reflexo da época. Ainda assim, me incomodou bastante.
Superado esse primeiro ponto, acredito que o livro seja um tanto quanto superestimado. Não vi a inteligência e sutileza que alguns críticos dizem tornar a obra excepcional. Afora algumas passagens interessantes, o conteúdo é abordado de forma superficial, isto é, a temática poderia ter sido mais bem explorada.
Ao retratar a decadência da nobreza em detrimento do soerguimento da burguesia quando da unificação dos estados italianos, Lampedusa deixou a desejar em tudo o que poderia ter sido dito a respeito. Claro que, como dito, por algumas vezes ele faz observações cínicas e perspicazes relativas a esse embate que dão um fôlego à leitura. Contudo, isso não chega a superar as expectativas criadas diante do que dizem a respeito da obra. Enfim, um livro razoável para ser lido se você estiver com tempo sobrando.
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Moacir 02/06/2017

Para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude
Um livro notável e diferente da chuva de romances do tipo receita de bolo que inundam o mercado editorial. A escrita tem elegância e uma beleza sutil. A leitura é reflexiva e com toques de melancolia, sem deixar de ser fluida. A trama e acontecimentos do livro importam pouco: não se trata de um texto sobre a aristocracia da Sicília, mas sobre a natureza humana e a inexorável ação do tempo sobre as estruturas políticas, sociedade, e de forma mais importante, sobre o indivíduo.

Notei características similares à "Memórias póstumas de Bras Cubas" (Machado de Assis) e se compara também a "O ano da morte de Ricardo Reis" (Saramago). Imperdível, a ser lido e relido.
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Ricardo 22/09/2022

O LEOPARDO
O LEOPARDO

(Giuseppe Tomasi di Lampedusa)



Giuseppe, o último príncipe de Lampedusa (1896 ? 1957), nasceu em Palermo, Itália. Era, tal qual seu protagonista Dom Fabrizio, o Príncipe, um nobre siciliano. Seu livro, inicialmente rejeitado por diversas editoras, acabou finalmente publicado postumamente em 1958, um ano após sua morte. Não chegou a ver o sucesso de sua maior obra.

O romance se desenrola entre 1860 e 1910, época da unificação da Itália promovida por Garibaldi e seus seguidores. A Sicília, tão distante geográfica e culturalmente do norte da Itália, reage às inevitáveis e inexoráveis mudanças dos tempos. Nesse contexto, as observações críticas e reflexivas de Dom Fabrizio, um nobre de título e de alma, a respeito dos novos costumes, do surgimento de uma burguesia abastada e perdulária em contraponto aos valores históricos da arquitetura, mobiliário e obras de arte, podem constituir uma crônica social.

Mas o livro vai muito além.

Leitores não versados em fatos históricos como o da unificação da Itália em épocas remotas não devem se sentir desencorajados a ler O Leopardo. Giuseppe entrega muito mais para os amantes das letras.

Uma narrativa crítica, sensual, engraçada, poética e melancólica produz o deleite que a boa literatura causa em leitores sedentos e atentos. A passagem do tempo (personagem inexorável), as lembranças que se vão, o valor das coisas, o efêmero versus o eterno, a aceitação da morte (vista como uma bela e elegante mulher) emocionam e iluminam o entendimento da vida.

?Dom Fabrizio conhecia desde sempre aquela sensação. Havia décadas sentia como se a seiva vital, a faculdade de existir, enfim, a vida e talvez até a vontade de continuar vivendo saíssem dele lenta mas continuamente, como os grãozinhos que se juntam e caem em fila um a um, sem pressa e sem trégua, pelo estreito orifício de uma ampulheta. Em alguns momentos de atividade intensa e grande concentração, esse sentimento de contínuo abandono desaparecia para reapresentar-se, impassível, à mais breve ocasião de silêncio ou introspecção, como um rumor ininterrupto no ouvido, como as batidas de um pêndulo se impõem quando todo o resto se cala ? e assim nos dão a certeza de que sempre estiveram ali, vigilantes, mesmo quando não as ouvíamos.?

Personagens bem construídos estruturam a obra em nossa mente. Temos Dom Fabrizio, o protagonista, que tantas vezes nos apresenta sua visão do mundo, da sociedade, da religião, que declara sem culpa amar mais seu sobrinho Tancredi do que Concetta, sua própria filha. Em oposição a Dom Fabrizio, Tancredi é impulsivo, falador e engraçado. O grande amor entre ambos é recíproco. E a união de Tancredi com Angelica (burguesa rica) resolve dois problemas ? a fortuna de Tancredi e o lustro da nobreza na riqueza de Angelica. Concetta , por outro lado, sempre amou Tancredi, mas nunca foi correspondida; Pirroni, o padre da família, proporciona vários momentos cômicos.

Se ao término do livro as questões históricas ainda ficarem atrapalhadas, o leitor sairá enriquecido com tantos personagens, além de uma maior e mais bonita compreensão do tempo, da vida e dos homens.
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DIRCE 19/03/2022

Invejosa eu? Sim.
Expectativa é realmente algo nocivo. Assisti ao vídeo no Youtube do Pedro Henrique Müller, no qual ele fala sobre esse livro com tanta paixão que, sem hesitação, comprei o livro e com avidez iniciei a leitura.
A temática é a decadência de uma aristocracia e como pano de fundo temos o processo da unificação italiana, que leva à ascenção da burguesia.
Apesar de reconhecer a grandiosidade da obra, cheguei ao final da leitura frustradíssima e com uma pitada de inveja por não ter sido envolvida pelo encantamento de forma tão abrangente e apaixonante como o Pedro H. Muller foi.
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Leituras do Sam 16/05/2017

Conta a história da decadência da aristocracia na Silicia e os entraves dessa transição para uma nova organização geopolítica da Itália.
Difícil avaliar o livro sem dizer que ele é chato. Bem escrito? Sim, mas nada mais que isso.
Lendo os textos de apoio (que são mais legais que o próprio livro) vi que até o autor gostava mais de algumas partes e de outras menos.
Entendi o livro, mas foi uma leitura um tanto decepcionante.

@leiturasdosamm
Gi 25/05/2017minha estante
Sério? Este livro é tão bem aceito, sendo considerado um clássico da literatura italiana. E foi indicado na TAG por um ótimo curador. Difícil acreditar que esse livro seja ruim.
Começarei a ler hoje e estou tão animada.


Samir Calaça 23/09/2017minha estante
Eu achei o livro fenomenal. Sinceramente, não percebi nele um livro chato. Acho que é um livro que traz um amplo conhecimento sobre o siciliano no particular, e a natureza humana no geral.




Gisa 04/10/2021

A história se passa entre 1860 e 1910, período da unificação italiana e retrata a queda da nobreza e a ascensão da burguesia pelo olhar de um aristocrata conservador, personagem inspirado no bisavô do autor.
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Igor 31/05/2020

Obra-prima do Romance Histórico
Decadência da aristocracia, relações sociais, fim de algumas tradições feudais e religiosas, surgimento da burguesia pragmática e inculta na Sicília tradicional.
Pelo tema e pelo desconhecimento do autor Giuseppe Tomasi di Lampedusa, não esperava encontrar aqui uma obra-prima. Fui surpreendido.
Acredito que a literatura mundial passou e ainda passa pelo mesmo depauperamento dos Salina. Uma história e um vocabulário como em "O Leopardo" não se veem mais.
Confesso dificuldade inicial em imaginar o cenário siciliano dos anos 1860. Após o primeiro capítulo, fui ler um pouco sobre o Risorgimento, Garibaldi, os pequenos Estados italianos, os distritos e os municípios da Sicília, e assisti ao primeiro terço do filme "Il Gattopardo" de Luchino Visconti (1963). Deixou o restante da leitura mais rápido e mais prazeroso.
Recomendo também a resenha de Bernardo Carvalho para a Folha de S.Paulo.

site: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2705200024.htm
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Zelinha.Rossi 30/05/2017

No momento, eu não tenho sido o que se pode chamar de grande fã de clássicos. O estilo de narrativa mais lenta e extremamente pormenorizada, com relatos de um passado com conflitos e sofrimentos tão distintos dos que ocorrem nos dias atuais tem me distanciado da leitura destas obras. Confesso que a nota 3 dada à obra foi, em grande parte, devido a uma preguiça que tenho sentido com relação aos clássicos ultimamente (o que é uma vergonha, eu sei, mas o que se pode fazer?). A obra não é antiga, data de 1960, mas só fui descobrir isso após a leitura. Para mim, poderia facilmente passar por uma história narrada por uma pessoa que efetivamente viveu os fins do século XIX.
No entanto, embora seja um livro bastante descritivo (e não posso negar que a forma que o autor descreve os ambientes, principalmente, seja em muitos momentos, extremamente bela) e com narrativa centrada em um cotidiano típico do século XIX (mulheres "belas, recatadas e do lar", casamentos por interesse, traições recorrentes na vida conjugal, etc.) a leitura de "O Leopardo" não é maçante. Pelo contrário, é bem fluida, é possível chegar ao fim do capítulo e da obra sem se dar conta.
Gostei do panorama histórico da unificação italiana liderada por Giuseppe Garibaldi, mesmo que este tenha sido apresentado de forma muito resumida e apenas com o motivo de mostrar o que, na minha opinião, constitui o tema central da obra: o fato de que nada verdadeiramente muda nas estruturas sociais após as grandes revoluções - ricos continuam sendo ricos (ou metidos a ricos) e pobres continuam a levar uma vida de privações e quando conseguem galgar um patamar social mais alto, são marginalizados culturalmente e continuam a sofrer preconceito. O que é triste, nos incomoda profundamente, mas não deixa de ser verdadeiro. Aliás, o que foi mais incômodo ainda foi que me parecia que o autor narrava esta constatação de forma fria, sem revolta, como se esta realmente fosse a lei do mundo e que fosse certo assim. Portanto, não me surpeendi quando li que a família de Giuseppe de Lampeduza pertencia às famílias nobres da Sicília, isso fez total sentido.
O livro também acaba nos levando a refletir sobre outro ponto importantíssimo: a finitude das coisas. Tudo acaba: os gostos que um dia tivemos, os remorsos, a riqueza, opulência e influência de uma família e de toda uma geração, o próprio ser humano com sua história de vida, tudo volta ao pó.
Finalmente, comento que o posfácio desta edição, de Maurício Santana Dias, é excelente. O tradutor tece ótimos comentários acerca da narrativa em blocos e espelhada, essenciais para a construção do tema que, para ele, é o central: os casamentos por interesse para restaurar as classes decadentes e alavancar as classes em ascensão. Vale a pena conferir o texto após a leitura da obra!
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Italo.Teixeira 16/06/2017

Tipo do livro que você lê e sente um enriquecimento no seu vocabulário e maneira de comparar o que vê. Possui também uma das cenas de morte mais marcantes que já li, não daquelas mortes violentas, espalhafatosas, mas de forma sublime, acompanhando a marcha final da vida, vendo o rio desaguar no mar, personificado na imagem da bela moça, que foi durante todo o tempo cortejada.
Menção honrosa também ao posfácio de Maurício de Santana Dias, que me fez prestar atenção em detalhes antes despercebidos.
Marcelo 23/07/2017minha estante
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Sayonnara 04/08/2017

Inesperadamente ótimo
Romance indicado pelo curador Mario Vargas Llosa para ser o livro enviado pela Tag no mês de maio. Inicialmente foi uma leitura tediosa, mas chegando a quase metade do romance me deparei com uma intrincada rede de personagens importantes, desde as da família Salina e seus convivas, como também: os bens, o cachorro Bendicò, comportamentos protocolares de uma aristocracia em decadência, política, revolução, amores, enfim tudo se entrelaça e dá corpo a história. ❄❄❄❄❄
❤📚📖🎁
Pudima 04/08/2017minha estante
Que resenha linda! Confesso que não gostei muito do livro, mas depois de ler sua percepção, consegui gostar um pouco mais.




Emerson Dylan 29/06/2023

Durante a leitura de O Leopardo, muitas vezes me questionei se estava diante de uma obra "moderna", como categorizada pela crítica. O livro de Lampedusa tem cor ocre, textura aveludada e cheiro de um enorme cômodo com piso de madeira. Sua narrativa remonta muito ao romantismo, pelas minuciosas descrições e pelas repetições ocasionais (a emblemática frase de Tancredi "se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude" é quase um motor do texto, sendo constantemente retomada). Mas há, sim, rompantes modernos, nas quebras da narrativa para comentários que brincam com o tempo descrito e o tempo vivido pelo autor; ou por trechos de marcante ironia que não se veria em uma obra literária do século XIX. E essa brincadeira estilística entre o antigo e o moderno é um dos grandes méritos da obra que tem como cerne essa transição na história da Europa, cuja ruptura é marcada por permanências.
O livro de Lampedusa é uma excelente aula sobre a ascensão da burguesia na Europa do século XIX, no contexto de criação de Estados Nacionais (aqui, especificamente, a tardia unificação da Itália) após uma série de revoluções. Criando um mundo novo, ela se abraça à nobiliárquica da Aristocracia que, por sua vez, vê em contratos matrimoniais a única chance de sobrevivência. E nesse ritual de vestimentas, O Leopardo veste tanto trajes românticos quanto modernos. O resultado é um quase ensaio político, em que a história de amor é tomada por uma ironia ferrenha, que nos legou frases marcantes, como "o sol tornara a subir ao trono como um rei absoluto que, afastado por uma semana pelas barricadas dos súditos, volta a reinar iracundo, mas refreado por cartas constitucionais".
O livro foi publicado em 1958 e o filme de Luchino Visconti data de cinco anos mais tarde. Por mais que a conversa literatura-cinema deva ser analisada em chaves separadas, fica impossível não comparar as duas obras. Assisti ao filme muito antes de ler o livro, logo a análise pode ser influenciada. Em primeiro lugar, é incrível como a escolha do elenco (Burt Lancaster como Príncipe Fabrizio, e os jovens mais lindos do mundo, Claudia Cardinale e Alain Delon como o casal Angelica - Tancredi) é irretocável pelas descrições de Lampedusa. No entanto, o filme se mostra superior por alguns motivos: a ironia do autor é quase saudosista, enquanto que a do cineasta é revolucionária. Ambos são aristocratas em momento de decadência da Aristocracia, mas seus olhares assistem ao processo do fim daquele Antigo regime de maneiras diferentes: Lampedusa é reacionário, Visconti é comunista. O resultado são duas obras primorosas em seus respectivos estilos; mas a película se sobrepondo ao texto. Mérito também de Visconti foi encerrar a adaptação na sexta parte do livro, que tem, ao meu ver, dois capítulos-epílogos desnecessários para a história central.
Findada a leitura, fica um sentimento de saudade daquelas personagens muito interessantes, complexas a seu modo em um período histórico por demais complexo. Para matar a saudade, revisitar o filme pode deixar a experiência da leitura ainda mais completa.
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Adriana Scarpin 26/06/2019

Em primeiro lugar quero dizer que gosto mais do filme do aristocrata comunista Visconti do que do livro do aristocrata reacionário Lampedusa, acho que Visconti tem maiores obras-primas do que O Leopardo, mas a atmosfera de decadência constante de uma aristocracia falida é de um primor estético e simbólico sem igual, não que Lampedusa não atinja esse mesmo patamar em termos de linguagem literária, sua escrita rebuscada é verdadeiramente uma volta ao passado na literatura do século XIX, se dando ao direito de pequenas inserções sagazes com o futuro da Itália, é no simbolismo que Lampedusa se difere de Visconti, enquanto o cineasta se afasta de uma nostalgia sobre esse passado, o escritor se afunda nela.
Essa edição da TAG/Companhia fervilha com textos extras de mais de cem páginas de posfácio e apêndice, este escrito por um primo do autor que você já deve ter visto nos extras do DVD duplo da Versátil do filme de Visconti.
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