A História Secreta da Mulher-Maravilha

A História Secreta da Mulher-Maravilha Jill Lepore




Resenhas - A HISTORIA SECRETA DA MULHER-MARAVILHA


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Mhery 26/12/2020

"Ela não foi criada para ser uma super-mulher; foi criada para ser todas as mulheres."
Comprei este livro imaginando que fossem focar na personagem da Mulher Maravilha, porém, na verdade, o foco aqui é nas motivações para a criação da personagem. Conhecemos toda (toda MESMO!) a história do criador, e das mulheres que inspiraram a personagem. O trabalho da autora deste livro é exemplar pois certamente foi exaustivo. Ela é bastante detalhista, o que acabou me causando um "cansaço" na leitura na metade do livro. Porém, da metade pra frente o foco é mais na personagem, o que dá mais um fôlego para a leitura.

É um livro bem completo, pois além da história do autor e da personagem, também conhecemos melhor sobre a luta feminista ao longo do tempo, e a autora costura bem todos esses tópicos. Dessa maneira, é possível notar a complexidade da criação da Mulher Maravilha.

O livro é bom, foi uma leitura parcialmente densa, que me trouxe algumas reflexões sobre questões que permeiam nossa sociedade até os dias atuais e me fez gostar mais ainda da Diana.
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Nani 30/03/2020

A História Secreta da Mulher-Maravilha
Livro interessante... mas de leitura arrastada! Apresenta vários fatos históricos referentes ao crescimento do feminismo no mundo, atrelado à criação e ascensão, nos quadrinhos, da Mulher-Maravilha.
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Patty 19/12/2018

Interessante e curioso!
Em algum momento quando você leu as HQs ou assistiu ao filme da Mulher-Maravilha, você ficou com a impressão de existir um certo empoderamento feminino ali presente? Então você estava certa! A Mulher-Maravilha é um símbolo do Feminismo sim, ou pelo menos era a ideia de seu criador, William Moulton Marston.
Marston teve uma vida digamos que incomum (ou ter duas esposas morando juntas em harmonia é comum? Por exemplo), chegou a se formar em Direito e Psicologia. Foi criador do detector de mentiras e expôs muito de sua vida e as pessoas que fizeram parte dela nos gibis da MM, como o Dr. Psycho, que foi inspirado em um antigo professor de Marston em Harvard.
Jill vai mesclando dados sobre o criador da MM e a história da luta pelo sufrágio feminino e o feminismo como um todo.
Fica nítido como personagens do feminismo do século XX como Margareth Sanger e Emmeline Punkhurst influenciaram Marston a criar a super-heroína.
Diana Prince chegou a perder seus poderes, em uma época que o feminismo também se calou. Nem sempre, após a morte de Marston, foi desenhada como seu criador imaginou, mas na década de 70 ela recuperou sua força junto com o ressurgimento do movimento feminista.
Seja você uma pessoa que levanta a bandeira do feminismo hoje em dia ou não, acho que a leitura desse livro é interessante pela parte histórica sobre a luta que as mulheres vem travando ao longo de décadas e como isso influenciou na criação da primeira super-heroína a fazer sucesso em um mundo dominado até então por super-heróis homens.
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Maria 20/04/2020

Decepção
Eu queria tanto ler esse livro, que foi uma decepção. Esperei uma história concomitante dos direitos femininos e da Mulher Maravilha! Mas o que encontrei foi uma biografia do criador que idealizava o feminismo, mas tem uma história com muito mais nuances e que foram detalhadas no livro. Essa parte não chamou a minha atenção. A parte interessante foi o paralelo à história das Sufragistas e do merecimento dos direitos das mulheres! Mas mal fala da própria Diana!
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A.Maia 29/12/2019

A história secreta da Mulher-Maravilha
Este livro pode ser visto como uma espécie de documentário devido a sua leitura densa, detalhada e aprofundada, por vezes cansativa (mas interessante e curiosa), que conta com datas, nomes e uma avalanche de informações em cada página. Cada informação é de extrema importância para que se possa entender todo o contexto desta narrativa. Apresenta a vida do criador da Mulher-Maravilha, William Moulton Marston, um homem com a mente aberta para as questões do coração e fascinado por pesquisas e testes com detector de mentiras.

A Mulher-Maravilha é uma jovem cheia de personalidade, cada detalhe que a engloba tem um significado e toda uma história fundamentada em diversas linhas de explicações. O enredo destaca todo o impacto que a Mulher-Maravilha teve na época de sua criação, principalmente com relação ao feminismo. Várias das aventuras da super-heroína são entrelaçadas às vivências de seu criador! Apontando, ainda, como a personagem seguiu seus próprios passos após o falecimento de William.

O livro é tão bem embasado e fundamentado, contempla cerca de 100 páginas apenas com índice e notas relevantes, que mostram de onde foram tiradas as informações e imagens presentes no exemplar; dando maior veracidade aos fatos trazidos. Porém, eu esperava que falasse da Mulher-Maravilha nos dias atuais e não apelas dela nas histórias em quadrinhos. Acredito que falar de como ela está atualmente teria sido um melhor desfecho, em minha opinião.

@oparaisodaleitura

site: https://oparaisodaleitura.com/
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Malu 24/02/2018

As mulheres maravilha
"A mulher maravilha foi inspiradas nas diversas mulheres que tiveram coragem de desafiar o sistema e ser quem elas queriam, ainda hoje as mulheres lutam por respeito na sociedade, ela representou a força, a coragem, a compaixão e o amor quando foi criada e hoje esses adjetivos ainda faz com que ela ainda nos represente. Infelizmente o significado dela se perdeu durante anos, quando a luta pelos direitos da mulher acabou se esvaziando ao longo do tempo e hoje nós mulheres ainda estamos divididas ao invés de estarmos unidas na busca por uma sociedade mais justa entre homens e mulheres, meninos e meninas."
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Pablina.Milane 23/07/2022

A História Secreta da Mulher-Maravilha
Ótima leitura coloca o leitor em contato com a cultura pop e o pensamento arcaico da sociedade que sempre existiu.
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Ana Paula FZ1 23/02/2018

¨ Com a beleza de Afrodite , a sabedoria de Atena, a força de Hércules e a velocidade de Mercúrio, ela traz à America os dons eternos da mulher: o amor e a sabedoria! ¨
¨... Marston acreditava que as mulheres deviam governar o mundo porque o amor é mais poderoso que a força ¨ ( p. 133 )

A primeira coisa que pensei enquanto estava lendo esse livro foi, como nós, mulheres de hoje, somos felizardas, o quanto as mulheres do século 19 lutaram pelos nossos direitos, e tanto ainda temos que conquistar, mas o quanto elas lutaram me deixa feliz e envergonhada ao mesmo tempo. Pode parecer bobagem, mas não, elas lutaram, algumas ainda lutam, muitas lutam e nem tem certeza do porque lutam, mas enfim, fazer cada uma de nós a sua parte já é um grande começo.

¨ As mulheres tem o dobro do desenvolvimento emocional e da capacidade amorosa dos homens. E ao desenvolverem mais capacidade para o sucesso mundano quanto já tem capacidade para o amor, elas claramente virão a dominar os negócios, a nação e o mundo... Em quinhentos anos, haverá uma grande batalha dos sexos. E em mil anos as mulheres com certeza vão dominar o país. ( prof. Marston - p. 212/213)

Jill Lepore nos conta aqui como Marston criou a maior heroína da historia do ocidente. Com suas pesquisas ela traz ricos detalhes sobre a vida e a obra desse homem inquieto, que não se fixava em nenhuma profissão, que inventou o detector de mentiras, mas que no fim ficou conhecido pela criação da heroína.

Willian Moulton Marston ( 1893- 1947 ) ou simplesmente Professor Marston foi um homem muito ¨peculiar¨na minha humilde opinião. Lendo esse relato da Jill tive a impressão de que ele tentou ser muita coisa e não foi nada, era o típico faça o que eu digo não faça o que eu faço, era folgado, adultero, egoísta, e vou parar de tecer meus comentários sobre ele porque eu sinceramente não gostei nada dele. Achei que ele fou um oportunista isso sim kkkkk.

Quando Marston ainda era um jovem rapaz estudante de Harvard, ele acompanhou muito do movimento Sufragista nos EUA ( é um movimento social, político e econômico de reforma, com o objetivo de estender o sufrágio (o direito de votar) às mulheres.) , e isso foi o que o inspirou para criar a heroína mais famosa do mundo dos quadrinhos. No meu conceito, ai entra o faça o que eu digo não faça o que eu faço. Porque ele tinha ideias geniais de como a mulher ser independente, e retratou muito disso nos quadrinhos ( muitos inclusive são mostrados no livro ), mas na sua vida, no dia a dia, era um homem inconstante, nunca se firmava num emprego, se achava muito mais do que era, e alem de tudo isso, ainda era sustedo pela esposa oficial, e tinha mais duas, tudo morando debaixo do mesmo teto, cada uma contando uma história para as crianças.

Apesar da historia ser interessante, achei o livro bem cansativo, maçante, com muitas informações que certamente poderiam ter sido resumidas em menos história e menos páginas. Tem muitas citações que são inspiradoras, mas outras chegam a ser irritantes. Me irretei demaissss com as mentiras entre a familia dele ( filhos, esposa, amante ). A esposa oficial trabalhava muito para sustentar a familia que não era pequena. A ex-aluna virou caso e foi empurrada por ele a viver dentro da casa dele e sua mulher, e logo mais outra mulher apareceu. Todas sabendo exatamente qual papel cada uma delas exercia, muitas vezes confundindo a cabeça das crianças, que mesmo depois de adultos ainda se negavam a dizer as verdades verdadeiras.

Prof Marston inventou o detector de mentiras e ¨poderia ter sido lembrado por este experimento, e um século depois, o detector ainda é usado, e esta por toda a parte na historia da heroina ¨( p.57). Verdade que o Laço da Verdade que a Mulher Maravilha usa foi inspirada nessa invenção, e nos quadrinhos dela muitas vezes o aparelho do detector criado por ele esta la.

Então, como eu disse a leitura é cansativa mas vale o conhecimento. Pra quem é fã então, é uma excelente pedida, eu sou fã da MM mas não muito, então foi uma nova descoberta mas em absoluto mudou meu gosto.


¨A Mulher Maravilha não teve inicio em 1941, quando Willian Moulton Marston entregou o primeiro roteiro. A Mulher Maravilha teve seu princípio em um dia de inverno em 1904, quando Margareth Sanger puxou Olive Byrne do meio da neve ( é preciso ler o livro pra saber quem é quem e o porque dessa constatação). A luta pelo direito das mulheres não veio em ondas. A Mulher Maravilha, um dos super-heróis mais importantes dos anos 40, foi produto dos movimentos sufragistas, feministas e pró-controle de natalidade dos anos de 1900 e 1910, e virou referência dos movimentos pela libertação feminina e feministas dos anos 1960 e 1970. A luta pelos direitos das mulheres tem sido um rio, que avança sem parar.¨ ( p.361)


site: http://paixaoporleituras.blogspot.com
Carol Abrantes 23/02/2018minha estante
Ótima resenha.


Ana Paula FZ1 24/02/2018minha estante
Obg Carol ;)




Nat 18/04/2018

"A Mulher-Maravilha tem braceletes soldados aos pulsos; ela pode usá-los para repelir balas. Porém, se deixar algum homem soldar correntes a estes braceletes, ela perde o seu poder. Isso, segundo o Dr. Marston, é o que acontece a todas as mulheres que se submetem à dominação masculina."

Esse foi o comunicado quando a super-heroína foi lançada, que saiu na revista de 1942. Há 77 anos atrás, a Mulher-Maravilha foi criada por William Moulton Marston, o inventor do detector de mentiras. William tentou trabalhar como psicólogo, professor acadêmico e advogado, mas fracassou nas três carreiras. Privadamente, viveu com duas (as vezes três, com Marjorie Wilkes Huntley) mulheres ao mesmo tempo: a esposa Sadie Elizabeth Holloway (estudante da Mount Holyoke College de South Hadley, em Massachusetts, a primeira faculdade para mulheres nos Estados Unidos. Holloway e suas amigas faziam parte da Liga do Sufrágio Igualitário, que batalhava pela igualdade com os homens, o direito ao voto, à educação e ao controle de natalidade); e uma ex-aluna chamada Olive Byrne (com quem Marston teve dois filhos. Sobrinha de Margaret Sanger, ativista do controle de natalidade americana, e filha de Ethel, que trabalhava para o comitê Feminino do Partido Socialista).

"Com cem vezes a capacidade e a força dos nossos melhores atletas homens e mais fortes lutadores, ela aparece do nada para vingar injustiças ou corrigir as maldades! Bela como Afrodite; sagaz como Atena; dotada da velocidade de Mercúrio e da força de Hércules – nós a conhecemos como Mulher-Maravilha. Mas quem pode nos dizer quem ela é ou de onde veio?"

A origem da Mulher-Maravilha (que morava numa ilha só de mulheres) remonta ao movimento sufragista e a luta das mulheres por direitos iguais. Romances como Angel Island (Inez Haynes Gilmore) e Herland (Charlote Perkins Gilman) também influenciaram a criação da personagem. A autora também apresenta as várias mulheres que fizeram e aconteceram no início do movimento feminista nos EUA e que foram importantes na criação da personagem. O livro é ilustrado, com um encarte colorido com os quadrinhos, as capas das revistas e os primeiros desenhos que deram origem à personagem, além de trazer variadas notas bibliográficas e lista dos quadrinhos lançados.

Esse livro é um verdadeiro primor. Eu não tinha muita ideia do que esperava quando comprei, só queria porque era sobre a Mulher-Maravilha. Quando vi que o criador da personagem era um homem, me desanimei um pouco, até ver que tipo de homem foi William Marston. A primeira parte do livro é a melhor, pois fala da luta das mulheres no início do século XX em busca de igualdade e do direito de decidir a própria vida. A própria história de vida de William chama a atenção por ser bem longe do convencional (vide o “casamento” com três mulheres ao mesmo tempo e suas ideias revolucionárias sobre a natureza humana). Filho único, em uma família com muitas mulheres, William tinha uma visão diferente das mulheres, considerando-as superiores aos homens. O encarte é outra maravilha, porque mostra os primeiros desenhos da Mulher-Maravilha e seu desenvolvimento até a caracterização que conhecemos hoje. Lançado no ano em que a personagem ganha seu primeiro filme (aclamado como um grande sucesso) e com o feminismo tão em voga novamente, esse livro é um tesouro, recomendado para todo mundo e qualquer pessoa.

site: http://ofantasticomundodaleitura.blogspot.com.br/2018/04/a-historia-secreta-da-mulher-maravilha.html
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Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 19/10/2018

Já Li
Jill Lepore é mais conhecida no meio acadêmico, onde atua como historiadora há mais de vinte anos. Ela é especializada em história da política e do comportamento humano, mas ficou mundialmente conhecida quando escreveu a história de William Moulton Marston, o criador da Mulher Maravilha.

Marston, embora atualmente seja conhecido por ter criado uma das personagens mais icônicas do universo pop, começou sua carreira inventando o polígrafo, o famoso detector de mentiras. PhD em Psicologia, Marston também era popular por causa de seus experimentos sociais como, por exemplo, medir a pressão sanguínea de loiras e morenas enquanto estas assistiam a um filme romântico, para determinar qual dos dois tipos de mulher era mais "excitável". Sua carreira profissional, como mostra Jill Lepore, teve muitos altos e baixos e era bastante instável, como a própria personalidade de Marston. Ele era motivo de chacota no meio acadêmico, que não lhe dava credibilidade. Assim, rapidamente criei uma antipatia por Marston e, para mim, a verdadeira criadora da Mulher Maravilha foi Olive Byrne, mas chegarei nela logo mais.

Marston era casado com duas mulheres - Elizabeth Holloway e Olive Byrne - mas, como a poligamia é algo proibido por lei, no papel ele era casado somente com Elizabeth. Logo no início da leitura, é fácil perceber como as duas mulheres eram muito à frente de seu tempo e tiveram suas doses de polêmica e revolução. Por isso, este post será dedicado a elas.


Elizabeth Holloway (Saddie)
Desde cedo, Elizabeth era insatisfeita com a posição inferior das mulheres na sociedade. Em uma época que quase nenhuma mulher podia estudar, Saddie foi uma das três únicas três mulheres que se formaram advogadas nos Estados Unidos no início dos anos 40. Ela também estudou Psicologia, momento em que ajudou Marston a desenvolver o polígrafo. Embora ela tenha feitos contribuições essenciais para a invenção do detector de mentiras, quem levou todo o crédito foi Marston, já então seu marido.
Saddie era fascinada por mitologia grega, e esta influência é visível em Mulher Maravilha, sobretudo a criação da ilha de Themyscira e o fato da Mulher Maravilha chamar-se Diana, a Deusa da Caça. Sobretudo nas primeiras tirinhas da HQ de Mulher Maravilha, é possível detectar vários elementos da mitologia grega nas histórias e Marston, nas entrevistas que concedia na época, dava os créditos à Saddie. Jill Lepore, ao longo do livro, ilustra vários pontos da biografia com as tais tirinhas, mostrando para o leitor as referências que menciona.
Saddie também participou ativamente do movimento sufragista e foi sua idéia colocar a Mulher Maravilha concorrendo à presidência dos Estados Unidos, numa das mais icônicas edições da heroína.
Saddie apaixonou-se por Olive Byrne e, pouco depois, Marston também. Os três, então, começaram uma relação poliamorosa que durou até o final da vida deles. E detalhe: Saddie morreu com cem anos.
Ela também não concordava que as mulheres deveriam ser mães e abdicar da carreira profissional. Desta forma, ela e Olive chegaram num arranjo: Olive ficava em casa cuidando dos filhos que as duas tiveram de Marston, enquanto Saddie dedicava-se à carreira de advogada. Olive tinha uma natureza mais doméstica e nenhum interesse em trabalhar fora e, por isso, ficava em casa cuidando das crianças.
No entanto, como a poligamia é proibida, os filhos de Olive foram registrados como sendo de Saddie. Os garotos passaram grande parte da vida chamando Saddie de mãe e Olive de tia, até descobrirem a verdade sobre o relacionamento poliamoroso.
Saddie foi quem bateu o pé e insistiu que a heroína fosse uma mulher, e não outro homem superpoderoso como o Super-Homem.


Olive Byrne
Ela conheceu Saddie e Marston na universidade de Psicologia, quando fez estágio para ajudá-los em suas pesquisas. Na pesquisa, ela e outras estudantes de Psicologia se vestiam de bebês e eram submetidas à humilhação e constrangimento para, depois, darem seus depoimentos a Marston. Em algumas tirinhas da Mulher Maravilha dos anos 40, é possível ver fragmentos desta pesquisa, mas a Mulher Maravilha aparece para salvar as meninas dessa situação abusiva.
Também credita-se a Olive os braceletes da Mulher Maravilha, pois ela usava braceletes dourados em ambos os pulsos, braceletes estes que eram, inclusive, sua marca registrada.
Além dos braceletes, a cor dos cabelos e dos olhos, além da constituição física da heroína, também foram inspirados em Olive.
Olive teve dois filhos com Marston, enquanto Saddie teve um. Enquanto Saddie trabalhava, Olive tomava conta das três crianças e, mesmo sendo mãe de duas delas, aceitava ser chamada de "tia" para que ninguém descobrisse a poligamia de Marston ou o relacionamento amoroso entre ela e Saddie.
Quando Marston morreu, ela e Saddie continuaram o relacionamento e cuidaram dos filhos até sua morte.

Assim, é fácil perceber porque a Mulher Maravilha é uma personagem tão relevante para o feminismo. Ela foi forjada por duas grandes mulheres que, infelizmente, passaram a vida sob a sombra do marido, que não teve escrúpulos em fazer das idéias delas as suas. Jill Lepore não disfarça suas críticas a Marston, tampouco sua admiração por Saddie que é, realmente, incrível e inspiradora.

O livro de Jill Lepore é bastante rico em informações e é um colírio para os olhos. Há várias tirinhas das HQ's originais espalhadas pela obra, bem como sketches dos primeiros figurinos da Mulher Maravilha e de sua aparência. O livro também funciona como um pequeno manual sobre a história do feminismo, pois a própria concepção da Mulher Maravilha acompanhou o Primeiro Movimento Feminista, o que rende momentos incríveis de reflexão e esclarecimento.

Por tudo isso e, sobretudo, por Saddie e Olive, este livro sem dúvida mereceu fazer parte do desafio "12 Grandes Livros com Grandes Mulheres.

site: https://perplexidadesilencio.blogspot.com/2018/10/12glcgm-historia-secreta-da-mulher.html
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Kekeu 01/01/2020

Riqueza de detalhes
Para quem é fã da MM o livro é um prato cheio. Os detalhes só enriqueceram a obra da Jill... O índice de quadrinhos e notas são um deleite para qualquer fã de HQ.
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Clara 04/02/2022

Brilhante! ?
Jill Lepore faz um meticuloso trabalho historiador, uma vez que evidencia detalhes com assustadora especificidade. Destarte, é natural que a autora consiga conectar a Amazona mais conhecida do mundo ao cerne do movimento feminista - e da luta por direitos reprodutivos.
O livro não é, entretanto, focado na Wonder Woman, mas nas circunstâncias de sua criação: na vida excêntrica de William Moulton Marston e sua idiossincrática dinâmica familiar que o fez ser próximo de Margaret Sanger.
Sob esse viés, faz-se crucial discutir que a Mulher-Maravilha nasceu de um emaranhado de inspirações, de modo que a personagem, de fato, "não foi criada para ser uma super-mulher; foi criada para ser todas as mulheres." Dessa forma, as duas companheiras de W.M.M.,a patrona do Planned Parenthood, entre outras figuras femininas dissolveram-se no que viria a ser um produto da sede femínea por mudança.
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