Maicon172 11/05/2024
Encerrando o teatro de Toriyama
O terceiro e último volume de Marusaku trás mais uma leva de histórias de Akira Toriyama e, como esse homem trabalhou!
Mesmo com o ritmo frenético de publicação semanal (que era ter um fenômeno Dragon Ball no colo), o que significava muita pressão na cabeça, ainda era necessário publicar tantos one-shots simultaneamente com sua obra principal...
Realmente, os mangákas sofriam e ainda sofrem um regime que precisa ser pensado pela sociedade japonesa...
Indo para as histórias, a primeira é sobre o garotinho Mamejirô, que pretende se tornar um marginal após uma batalha inacreditavelmente maluca com seu pai. Seu amigo lhe ajuda dando dicas nessa missão
Na sequência, o pequeno ninja Karamuru precisa comprar remédios para seu avô usando o dinheiro da venda de cogumelos que ele colheu. Com força fora do comum (como praticamente todos os protagonistas do Toriyama), Karamuru conduz a história derrotando inimigos com facilidade. Uma história bonitinha e bem levinha.
A terceira historia em 3 capítulos, conhecemos Cashman, que é um herói alienígena que combate o crime em troca de pagamento em dinheiro.
Idiota e genial. Dei uns gostosos sorrisos com essa história. Algo que é interessante notar, é que é uma marca do Toriyama é mesclar alta tecnologia que se situa na idade da pedra. Some isso a cenários desérticos e veículos diferentões: é o que você verá em todas as obras dele.
Em Dub e Peter 1, Dub e Peter são dois amigos onde Dub é um valentão e Peter o nerd inteligente. Isso aqui até tem vibe de série americana... Os capítulos são inteiramente coloridos, mas, infelizmente no encadernado, perdemos isso.
Na última história, Ackman, é o pequeno diabinho (que usa o mesmo corte de cabelo de Trunks) que acordou de um sono de 50 anos. Ele precisa colher algumas almas para vender para o grande rei dos demônios. O que ele talvez não esperava, era se deparar com calcinhas e biquínis que tiram sua concentração.
Toriyama era safado, né
Não tem uma historinha dele que não tenha uma taradisse ?
E assim, se encerra esse ciclo de one-shots paralelos que Akira Toriyama publicou durante anos na Jump. Depois, ele ainda publicou outros encadernados e algumas coisas, do começo e no decorrer de sua carreira, que ainda não tiveram uma publicação.
Espero que isso mude em breve.
Há alguns momentos do humor do Toriyama que não envelheceram muito bem, mas essencialmente, ele fazia histórias simples.
Coisa que é difícil de fazer. O que prova que de fato ele era genial. E além disso, não se levava a sério, e conseguia explorar tanto sua criatividade narrativa, quanto o seu traço, que é notável a mudança com os anos.
Só senti falta nessa edição dos comentários dele contanto bastidores, uma das coisas mais legais de se conhecer sobre a personalidade e o jeito de ser do mestre.