A Reforma Protestante e o Brasil

A Reforma Protestante e o Brasil Wilson Santana




Resenhas - A Reforma Protestante e o Brasil


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A.S. Silva 26/04/2020

RESENHA
A REFORMA PROTESTANTE E O BRASIL, UMA NOVA BIBLIO-HISTORIOGRAFIA, escrito pelo Rev. Wilson Santana Silva, bacharel em teologia pelo seminário teológico presbiteriano José Manoel da Conceição, publicado pela Editora Cruz em 2017.

A obra foi divida em três grandes partes: A primeira aborda sobre a Reforma protestante em solo europeu e as suas relações com o Brasil colonial; a segunda parte trata sobre a cultura luso-brasileira do século XIX e faz um breve relato da vida do primeiro pastor protestante brasileiro; já a terceira parte mostra os paradigmas interpretativos e historiográficos na pesquisa da história eclesiástica nacional. Além disso, ao final do livro, o autor nos apresenta como apêndice o documento (uma fonte primária) intitulado "Causa da decadência dos povos peninsulares nos últimos três séculos, discurso feito por Antero de Quental".
Ao iniciarmos a primeira parte da obra, no capítulo um, vemos uma breve análise sobre a Reforma protestante. A narrativa inicia nos séculos anteriores à reforma e prossegue até a sua concretização. A exposição também se volta para as duas principais personagens deste período: Martinho Lutero e João Calvino. Além disso, o autor enfatiza os inúmeros benefícios — religiosos, econômicos, sociais e políticos — que a Reforma trouxe aos povos ocidentais.
No capítulo dois, Wilson volta sua atenção para o território brasileiro, buscando recontar — utilizando principalmente de fontes primárias — a trajetória dos protestantes nos primórdios do Brasil. Aqui, destaca-se os nomes de Jean de Lery, Nicolau Durand de Villegaignon, Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André La-Fon. Ao final, também encontramos na íntegra a confissão de fé de Guanabara, uma síntese da fé reformada.
Já no último capítulo da primeira parte, aprendemos um pouco sobre os holandeses e seu breve período de dominação do território nordestino.
Na segunda parte do livro, capítulo quatro, temos outro salto temporal, desta vez o autor busca primeiro explicar as matrizes ideológicas que moldaram a cultura brasileira. A primeira delas é o Padroado, prática comum da igreja de Roma, que consistia em conceder aos reis (portugueses e espanhóis) e autoridades religiosas, eleger e depor bispos ou exercer funções administrativas nas novas terras descobertas. Logo após, encontramos um esboço sobre as bases modernas, isto é, as diversas ideologias que se tornaram latentes entre XVIII e XIX — regalismo, galicanismo, jansenismo, ultramontanismo.
Assim, o autor nos faz uma análise politica, religiosa e teológica dessas posições, dando maior importância as duas últimas: seu aspecto teológico-religioso. Ademais, fica evidente pelo próprio escritor, sua intenção de mostrar que a causa para o pensamento antirreligioso da academia tem suas raízes nas correntes supracitadas. No capítulo cinco, Wilson discorre sobre a vida e obra de José Manoel da Conceição, o primeiro pastor brasileiro, e sua importância para o protestantismo nacional.
Por conseguinte, o escritor nos faz uma análise politica, religiosa e teológica dessas posições, dando maior importância as duas últimas: seu aspecto teológico-religioso. Ademais, fica evidente pelo próprio escritor, sua intenção de mostrar que a causa para o pensamento antirreligioso da academia tem suas raízes nas correntes supracitadas. No capítulo cinco, Wilson discorre sobre a vida e obra de José Manoel da Conceição, o primeiro pastor brasileiro, e sua importância para o protestantismo nacional. Aqui, o reverendo faz um breve relato da origem da historiografia eclesiástica e busca apontar a ausência — em meio ao vasto material (raso) produzido por intelectuais brasileiros, estudiosos da área de ciências sociais — de obras que dissertem com seriedade e aprofundamento a história da igreja em solo nacional, deixando assim um vácuo historiográfico.
Finalmente, como podemos vê, a obra de Wilson Santana é extremamente essencial para a igreja, tanto devido ao seu conteúdo, que nos dá um panorama sobre a história do protestantismo em nosso país, como por trazer uma análise dos motivos da ausência de uma historiografia eclesiástica. Também é digno de nota o esforço que o autor teve em fornecer uma bibliografia extensa e inúmeras notas de rodapé, além de acrescentar como apêndice o discurso de Antero de Quental, com o propósito de auxiliar o leitor no aprofundamento do assunto tratado. Uma obra excelente, que deveria ser leitura obrigatória para todos que querem conhecer a história da igreja protestante brasileira.
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