Pandora 09/05/2018
Surpreendente! Uma HQ com densidade dramática, não se esgota em uma primeira leitura, com um roteiro surpreendentemente redondo. Mark Millar condensou em seu mundo distópico inúmeros elementos canônicos do universo DC: o conflito com o Batman, a Tropa dos Lanternas Verdes, Lex Luthor como agonista genial, Lois Lane, Planeta Diário, Brainiac, as boas intensões do Superman (mesmo quando ele se torna um ditador nunca é com má intensão haha).
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Por outro lado, se Mark Millar em um especialista nas peculiaridades do Universo DC e consegue transpor isso para a HQ com primor, densidade e uma imensa capacidade de fazer com que as peças se encaixem.
Ele passa longe de conseguir diferenciar capitalismo e socialismo, embora ele não deixe de apontar que em sociedades capitalista há crianças dormindo na rua, não vai muito longe. E parece que para ele o Comunismo é pouco mais que um regime de governo autoritário que deduz desigualdades na base da violência e considera liberdades individuais como um capricho desnecessário.
Bem... Bem... Bem... Todos sabemos que o capitalismo não é bem algo que possa apontar o dedo no assunto LIBERDADES INDIVIDUAIS, afinal por 388 anos ele promoveu, incentivou, potencializou a escravidão africana em prol do sagrado lucro - mais de 10 milhões de pessoas privadas de suas liberdades individuais, gerações inteiras de pessoas escravizadas ao longo de 4 séculos... Nas sociedades capitalistas a liberdade também emerge como um capricho desnecessário quando convém aos grandes proprietários de bens, terras e derivativos.
Enfim, a discussão política/econômica é rasa, mas a história é boa! Qualquer dia desses eu paro nela novamente. As histórias da DC tem esse dom de provocar reflexões e mais reflexões.
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