Matheus Fariaaas 26/09/2022
4 histórias, uma conclusão: e eai?
Neuromancer e Count Zero eram histórias singulares, cada qual com suas particularidades mas que se complementam dentro do tema cyberpunk de Gibson.
Esse livro veio com a proposta simples: unir essa duas pontas soltas e independentes e encerrar de vez as grandes questões de ambos o livro.
Agora, se realmente Mona Lisa Overdrive cumpriu com essa tarefa, vai da leitura de cada um. Uma expectativa fora criada. Mas se será cumprida bem...
Em minha opinião, o livro tem ponto altos sim. Mas é estranho a história começar de fato depois de tanto tempo, (150), os personagens conseguiram me chamar a atenção em todos os seus núcleos, mas a história demora para engrenar.
A história de Kumiko, a filha do chefão da Yakusa, é carregada de momentos nostálgicos da trilogia, e contem explorações do mundo de gibson muito interessantes. A forma como o Sprawl e outro lugares é descrito sob o olhar de uma japonesa e seus conflitos culturais é um ponto altíssimo e cômico.
A história de Slick Henry, um construtor de robos ex presidiário com um distúrbio complicado, possue o núcleo mais fora da casinha e aloprado possível, são personagens um mais perturbado que o outro, e a volta do patético personagem do segundo livro agora mais... Absurdo
A história de Angela Mitchel, a estrela do entretenimento virtual, contém críticas tão sutis ao mundo das mídias, dos reality shows, da realidade virtual, além de uma extrapolação metafísica absurda com IAs, que fica até difícil acompanhar, é tudo muito abstrato.
Por último, a História de Mona Lisa, uma jovem prostituta sem rumo algum, proporciona ao meu ver os momentos mais tristes do livro em detrimento da constante fulga da realidade da personagem e de sua condição meio alheia e perdida de tudo o que está acontecendo na história.
Pra quem chegou até Count Zero, vale a pena, mas não vá com grandes expectativas.