Marlena

Marlena Julie Buntin




Resenhas - Marlena


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Ju Zanotti 12/09/2017

Quando solicitei Marlena para a Editora Rocco pensei que a história seria uma espécie de Thriller psicológico, não fazia ideia de que a narrativa era baseada na história da própria autora. Por isso quando comecei a ler deixei as expectativas de lado para poder curtir uma história que me chamou bastante atenção.

A vida de Cat que tem apenas 15 anos muda completamente quando depois de um divórcio a mãe decide se mudar de cidade. Silver Lake, uma cidade do interior do estado do Michigan é o oposto de tudo que a protagonista imaginava para sua vida. A jovem que estudou desde sempre em um conceituado colégio precisa agora enfrentar o ensino publico e o fato de seu pai ter se tornado ausente depois de se envolver com uma mulher bem mais jovem não ajuda em nada. Em uma idade definidora Cat resolve que quer ser outra pessoa e sua amizade com Marlena irá ajudá-la em seu intento. Porém, Marlena não é o que se pode chamar de bom exemplo, com uma família completamente desestruturada e problemas com drogas ela acaba por ser uma influência negativa na vida de Cat, mas lembrem-se, Cat queria ser diferente e ali estava sua chance.

"Quero cuspir no seu rosto e me afastar de tudo o que ela me fez fazer, de todas as mudanças que sofri, quero tanto isso que, por um momento, isso parece possível e quase faço. Enfio as mãos debaixo das coxas, para que ela não veja que estão tremendo, e olho fixo para o aromatizante vencido de pinho. Ele vibra feito louco, mesmo com o carro parado."

Adolescentes são naturalmente rebeldes, não que todos pendem para um caminho sem volta, mas levando em conta tudo o que vem acontecendo na vida de Cat seria surpreendente se ela não surtasse. Seu maior problema foi querer ser como Marlena, que em um primeiro momento parece ser uma personagem cheia de vida, com uma atitude e liberdade que chamam a atenção de Cat. Disposta a ser aceita vemos aos poucos o quanto certas decisões são fundamentais para mudar toda uma vida. Agora, quase 20 anos depois, Cat não consegue se livrar do passado, tendo se tornado uma alcoólatra ela luta noite e dia com seu vício e com seu passado e Marlena toma a maior parte de seus pensamentos e lembranças.

Confesso que no início senti certo estranhamento com a estrutura narrativa da autora, apesar de estar acostumada com histórias que vem e vão no tempo senti que a autora divagava em momentos cruciais, interrompendo uma situação, seja ela qual fosse, para falar de seus sentimentos. Porém percebi que isso foi essencial para compreendermos Cat. Porém, é perceptível que de alguma forma a autora tentou provar para o leitor que apesar de tudo a amizade de Cat e Marlena era uma bela e sincera e não o relacionamento destrutivo que era. Senti diversas vezes que Marlena era o tipo de amiga sanguessuga, que não queria ir para o "inferno" sozinha. Não vi ali uma bela amizade vi mais autodestruição e irresponsabilidade. A história demorou um pouco para me convencer

Mas é fundamental ressaltar que essa história foi tão crível que é impossível não terminar a leitura com a sensação de que este é um excelente livro. Dei uma nota alta principalmente pela forma como Julie Buntin conseguiu passar muitos dos sentimentos apresentados na obra de forma clara e ainda assim sentimental. A verdade é que existem muitas Marlenas pelo mundo e ainda mais Cats, garotas influenciáveis que acabam se perdendo em algum ponto.

Enfim, Marlena é uma história mais corriqueira do que imaginamos, um interessante relato da realidade de muitos jovens, mas principalmente uma história sobre passar dos limites. Não sei dizer se a história de Julie Buntin está toda nessas páginas, tive a impressão de que apesar dela ter se baseado nisso ela usou de liberdade criativa em muitos momentos, contudo, como já disse Marlenas existem aos montes.
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garotadovlog 10/11/2017

RESENHA: Marlena (Julie Buntin) | por Carol Sant
E aí leitores, tudo belezinha com vocês? Espero que sim! (HAHA)
Hoje o assunto será sobre o livro "Marlena" da autora Julie Buntin, que foi lançado pelo selo "Fábrica231" da Editora Rocco.
✎ A primeira coisa que você deve saber sobre a obra é que não é um thriller psicológico, suspense ou algo do gênero. Com isso esclarecido, podemos então começar a resenha!
Aqui nós iremos conhecer Cat, que acabou de se mudar para uma cidade no interior de Michigan depois da separação dos pais. Cat está se sentindo perdida e solitária até conhecer Marlena, uma garota de quinze anos que mora na casa da frente. Logo as duas constroem uma amizade um tanto bonita mas também muito perigosa, Marlena é o oposto de Cat e com isso a nova garota da cidade começa a ter suas primeiras experiências, como por exemplo, seu primeiro beijo, o primeiro cigarro e o primeiro contato com a bebida, entre outras coisas mais. Para Marlena nada daquilo é novo, pois vive anos de vícios e isso acaba acontecendo cada vez com mais frequência - o que é preocupante.
Já no começo do livro conseguimos perceber que a mãe de Cat está sofrendo de depressão e vem perdendo muito peso, além de ser alcoólatra (já que não deixa faltar uma garrafa de vinho em casa). Também conseguimos ver que a família da nossa protagonista é completamente desestruturada, com uma mãe alcoólatra, um irmão viciado em maconha e um pai super ausente.
Já Marlena é uma garota que precisa urgentemente ser salva de si própria, possui também uma família desfuncional, com um pai traficante, uma mãe que a abandonou quando ela era ainda muito pequena e um irmão pequeno que também é vítima do que a vida lhe impôs.
Tenho que lembrar que o livro é recomendado para maiores de 16 anos, já que o livro contém cenas muito gráficas de sexo e narra episódios pesados sobre adolescentes se drogando.
Em determinado ponto da leitura senti que os assuntos tratados (muito sério, diga-se de passagem) pela autora foram um tanto superficial, já que ela dava a entender em algumas partes do livro que fazer algumas coisas eram normais de se fazer, o que nitidamente não era. Mas em dado momento a autora consegue nos mostrar o quão sombrio é seguir o caminho das drogas - tanto licitas, como não licitas.
O relato da autora sobre a amizade de Cat e Marlena é bastante perturbador, porém, também é bastante comovente. Perturbador porque vemos como é a luta diária de Marlena com as drogas, desde que Cat a conheceu até que a morte chegasse precocemente para a amiga e também vemos a luta diária de Cat com a bebida até os tempos atuais. E comovente por sabermos o quanto deve ser difícil lutar contra esses vícios e contra a vontade de querer cada vez mais essas drogas todos os dias e conseguimos sentir a culpa que Cat carrega nos ombros desde sua adolescência!
Achei que o livro acabou de forma abrupta, pois quando chegamos na parte mais aguardado do livro (quando Cat fica cara a cara com Sal depois de anos - o irmão mais novo de marlena), não temos muitas informações sobre a relação que ambos estabelecem ou se vão manter contato.
É um relato intrigante e foi difícil para mim, pois ver como conseguimos evoluir com o passar dos anos e ainda assim, conseguimos nos auto-destruir tão facilmente, mesmo com todo o avanço que conquistamos. A leitura é um pouco arrastada mas acho que isso se dá por conta de se tratar de fatos verídicos da vida da autora. O livro recebeu a classificação de três estrelas e eu recomendo a leitura!
Beijos da Cah ♥

site: http://garotabibliotecaria.blogspot.com.br/2017/09/resenha-marlena-julie-buntin-por-carol.html
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Kamila 30/08/2017

Marlena é um relato autobiográfico da autora, que não é Marlena, mas Cat, uma jovem de 15 anos que acaba de se mudar para Silver Lake, uma cidade interiorana localizada no "polegar" do estado americano de Michigan, com sua mãe e seu irmão depois que foram abandonados pelo pai (que quis ficar com uma mulher muito mais nova).

Cat é uma menina ainda, estudava em escola particular, tinha uma melhor amiga, faziam coisas de adolescente burguesa, etc, até que sua vida mudou da água pro vinho. E conheceu Marlena, que tinha 17 e bebia, fumava, pintava e bordava. Uma vida que, logo de cara, impressionou nossa protagonista.

Marlena tinha vários "amigos", aqueles que só sugavam, quando estavam nas boas. Ela tinha um irmão pequeno, Sal, e seu pai era um traficante. Sua mãe sumira há alguns anos. Bolt, amigo do pai de Marlena, vivia rondando-a. Cat, que estava de saco cheio de ser a boazinha, resolveu ser amiga da jovem, mal sabendo ela que sua vida daria uma reviravolta. Drogas, álcool, problemas na escola foram as novas pautas na vida de Cat.

Tudo ia super bem, até que uma morre (eu até diria quem morreu, já que isso está na terceira página, mas mantenhamos o suspense). E a que fica viva se martiriza com a perda. Então, o livro, contado na primeira pessoa, vai oscilar entre Michigan e Nova York, que é onde a sobrevivente mora atualmente, casada, mas volta e meia caindo no vício.

A história de Marlena é mais comum do que imaginamos. Não que elas não estejam nas famílias ricas, mas é na periferia que meninas como ela (e como Cat também) se perdem nos vícios, nas ilusões, no abandono, seja da família ou do estado. Enquanto eu lia, ia me lembrando de várias coisas que vivi enquanto tinha menos de 15 anos e estudava na escola do bairro (depois me transferi para uma escola técnica estadual e tive um ensino melhor).

O livro em si é bem interessante, porém, senti que faltou algo para a Cat me convencer - da Marlena ora tinha raiva, por sua burrice, ora tinha pena, pois ela era vítima da situação - sei lá, era como se ela tivesse tudo na mão e jogou pro alto por pura birra. Porém, vale ressaltar que ela tem apenas 15 anos, e sua consciência está se formando, ela age sem pensar, da noite pro dia ela perde tudo, todos os seus conceitos sobre a vida sofrem uma cisma praticamente impossível de consertar.

Mas, por outro lado, Cat tinha consciência sim, pois ela via como os vícios destruíam Marlena dia após dia. Nossa protagonista experimentou todo tipo de droga, menos o Oxi, porque sua consciência alertou que, se ela o experimentasse, aí sim o beco não tinha saída. Ela viu isso acontecer com sua melhor amiga.

E o mais incrível nisso é que tudo isso aconteceu mesmo. Como está na capa de trás, é a própria história dela, mas que poderia ter sido minha, pode ser sua, de alguém que você conhece, por aí vai... Ao mesmo tempo que o livro traz à vida a memória de quem morreu, ele também é um alerta para os jovens, de como as drogas são o grande mal da sociedade e a melhor prevenção é não se aproximar (já dizia a apostila do Proerd).

A edição da Fábrica 231, selo da Rocco, está legal, não encontrei erros de nenhuma ordem e a capa, apesar de que a editora tinha capacidade de fazer algo melhor, fez uma arte até bacana, dando o ar de mistério que a obra necessita. Pra tentar entender a mente dos jovens, vale a leitura.

site: http://resenhaeoutrascoisas.blogspot.com.br/2017/08/resenha-marlena.html
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Driely Meira 18/09/2017

Marlena
Antes de se mudar para o interior de Michigan e conhecer Marlena, Cat era uma garota comum e estudiosa que se esforçava na escola e ficava lendo nos fins de semana. Só que, com o divórcio dos pais e a falta de dinheiro, ela, a mãe e o irmão mais velho foram viver numa casa minúscula em Silver Lake, uma cidade pequena e cinzenta, cuja escola mais próxima estava a trinta minutos de carro, em outra cidade.

Passando por tantos problemas e se sentindo sozinha, Cat vê em Marlena uma chance de se tornar outra pessoa, alguém mais destemida e cheia de vida. Só que Marlena não é bem o que se pode chamar de boa influência, e o fato de trocar favores por drogas e estar sempre matando aula deveria ter assustado Cat. Mas não assustou. Pelo contrário, ela queria fazer parte daquilo. Só não contava que o problema com o álcool de sua mãe fosse passar para ela, e muito menos que algo pudesse pôr fim à amizade “perfeita”.

Juntos, tínhamos poder. Podíamos nos vingar. Como eu disse, nós duas formávamos uma menina perfeita, irretocável. Nada poderia nos atingir, desde que não estivéssemos sós. – página 161

Quando recebi Marlena, estava bastante animada para ler, principalmente porque achei que teria um quê de thriller psicológico (lendo outras resenhas, vi que outras pessoas pensaram a mesma coisa), só que assim que comecei a ler, já desanimei, e acabei deixando-o de lado por um tempo. Até que não tinha mais escapatória, e eu fui ler a história da Cat.

Cat é a típica adolescente que vive num casulo de proteção, até que algo acontece e ela se vê sozinha, precisando se descobrir. Como qualquer outra adolescente, ela vê na rebeldia uma forma de ser descolada, e, ao andar com Marlena e seus amigos igualmente chapados e bêbados, ela sente que precisa fazer parte daquele grupo e agir para agradá-los. No início ela adorava Marlena, a seguia para lá e para cá como um cachorrinho, mas, ao longo do tempo, vendo que Marlena se afundava cada vez mais nas drogas e nos problemas familiares, Cat queria ser mais que ela. Sentia-se superior quando via que era tratada da mesma forma que Marlena por seus novos “amigos”.

Antes daquele ano, eu não era nada além de uma garota boba, disforme, esperando que alguém aparecesse para me dizer quem ser. – página 279

Não vou mentir, eu não gostei deste livro. Não gostei de Cat e seu desejo incontrolável de ser como Marlena, muito menos da maneira como moldava sua personalidade na da própria Marlena. Não teve um personagem na trama toda de quem eu gostei (apesar de sentir pena de alguns de vez em quando), mas eu tinha curiosidade de saber para qual caminho a história seguiria, então continuei lendo. Foi uma leitura arrastada e bem lenta, mas consegui terminar.

O livro também traz um pouco da história de Cat 20 anos depois dos acontecimentos de sua adolescência, quando ela já mora em Nova York, trabalha numa biblioteca... e ainda tenta se livrar do vício da bebida, hábito adquirido quando começou a andar com Marlena. Por mais que tenha se afundado e afundado também sua família (seus atos tiveram consequências para sua mãe e seu irmão), Cat insistia que sua amizade com Marlena era verdadeira e que elas gostavam uma da outra mutuamente, mas fica bem óbvio que era uma amizade destrutiva, e que Marlena só não queria estar no fundo do poço sozinha.

Eu olhava para ela com o canto do olho, um passo à minha frente, as faces vermelhas, a curva sorridente da sua boca, e sabia. Se eu desistisse de Marlena, deixaria com ela, para sempre, algo importante, algo meu que eu nunca recuperaria. – página 109

A história tem um quê de realidade, até porque, pelo o que parece, foi inspirada na própria autora, e mesmo que eu goste muito de histórias reais ou que abordem temas fortes, eu acabei não me envolvendo muito com Marlena e, por consequência, não gostei muito do livro. Talvez eu só não tenha gostado da escrita da autora, mas, de qualquer forma, não foi livro perdido, e eu não me arrependo de tê-lo lido.

site: http://shakedepalavras.blogspot.com.br
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Ana 29/09/2017

É inegável que a sinopse de Marlena instiga até mesmo os leitores mais críticos. O enredo tem de tudo para ser fluido e interessante, mas a autora acabou pecando em certos pontos. Começamos a história com Cat, uma das protagonistas, se mudando para um "rancho" ao lado de onde mora Marlena, após o seu pai ter abandonado sua família. As duas se tornam amigas rapidamente, não sei se por falta de opção ou destino, afinal.

Cat via Marlena como uma pessoa que ela desejava ser: destemina, determinada, cheia de vida. Mas a verdade por trás dessa perfeição toda é uma vida perigosa, regada à álcool e drogas, além de uma família extremamente problemática. Como consequência, essa amizade trouxe uma influência negativa para Cat e acabou terminando de uma forma trágica, com Marlena morta — se acalmem que a história já começa com esse fato!

Assim, o livro intercala lembranças narradas por uma Cat mais velha, já casada, e visões de sua vida atual. Apesar disso, a história inteira gira em torno de Marlena. Cat nunca engoliu de fato o afogamento da amiga e se sente culpada por isso, já que os problemas dela sempre estavam escancarados para todo mundo e ela nunca fez nada para ajudar. Em paralelo, Cat culpa Marlena pelas consequências que essa amizade tão abusiva trouxeram para sua vida.

Minhas expectativas quando iniciei a leitura de Marlena estavam nas alturas. Numa primeira impressão da história, a gente imagina que existirá um mistério a ser desvendado, mas não é nada disso que acontece. No meu ponto de vista, somos apresentados a uma história totalmente parada, sem nenhuma reviravolta considerável, o que pode deixar a narrativa cansativa para muitos, como aconteceu comigo.

Não consegui me apegar e nenhum personagem. Todos, incluindo as protagonistas, são muito pouco construídos. Não senti que cada um possuísse uma personalidade única e inesquecível. Por exemplo, Cat me pareceu mais uma pessoa influenciável que fazia tudo o que a amiga mandasse, mesmo se não tivesse vontade daquilo. Se não houve uma aprofundação nos personagens principais, posso dizer que os secundários foram praticamente esquecidos.

Apesar disso, considero a escrita de Julie Buntin interessante. Na contracapa do livro há uma nota dizendo que o livro é baseado na vida da autora, e não é qualquer escritor que consegue narrar sua própria história assim, sem titubear. O tema retratado no livro também é super atual e plausível, que mostra como a culpa ou o remorso podem pesar o nosso futuro.

Marlena não é um livro ruim. O enredo é muito bom e, assim como vários outros livros do gênero, abre um leque para vários desenvolvimentos e desfechos diferentes, mas infelizmente Julie Buntin acabou cometendo alguns deslizes — o que considero normal em escritores iniciantes.

site: http://www.roendolivros.com.br
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Sil 21/10/2017

MARLENA é um livro de memórias baseado, até certo ponto, na vida da própria autora. Nele temos Cat, uma menina de 15 anos que teve sua vida drasticamente alterada por causa da separação dos pais. Sai de sua escola perfeitinha para ir morar em uma cidade de interior no Michigan onde conhece então Marlena, uma menina de 17 anos que faz parte daquele padrão fodido de adolescente problema com uma família problemática. A história tem um paralelo entre a vida atual de Cat, com 36 anos, e a adolescente e as lembranças voltam mais fortes (porque ela nunca esqueceu, de fato, esse período da sua vida) com o irmão da Marlena (que na época tinha uns 6 anos) querendo reencontrar Cat para conversar e até mesmo relembrar algumas coisas sobre o passado. E sinceramente foi ai que fiquei realmente incomodada com a história, pois esperei muito desse encontro conforme todas as coisas que ela foi contando sobre Marlena e todas as coisas que elas passaram juntas, mas ele foi tão simples e breve que não deu nem para entender de verdade qual foi o sentido dele.

Cat era a menina perfeitinha, sempre tirava notas boas e estudava na melhor escola mas isso mudou quando ela se mudou e isso nem se quer se da ao fato de ela conhecer Marlena, apesar de ter ajudado para o começo de todo o problema. Com o inicio da amizade ela passou a cabular aulas para beber e fumar com sua nova amiga e ao conhecer os amigos dela viu que um era traficante e os outros viciados. À partir daí da para imaginar as coisas que podem vir a acontecer na vida de Cat, ainda mais com a amizade entre as duas ficando tão intensa ao longo dos meses. Mas o foco não é exatamente na Cat e sim na própria Marlena, que é viciada em drogas e faz de tudo para manter seu vicio. O problema é que Cat é uma menina muuuito inocente e sem atitude. Ela demorou para perceber os verdadeiros problemas de Marlena e mesmo quando estes estavam na sua cara ela nunca fez nada para ajudar a amiga, nunca tentou de verdade fazer com que Marlena largasse o vicio ou que parasse de se relacionar com um homem mais de vinte anos mais velho para conseguir as drogas e isso realmente me incomodou na menina. Era como se, de certa maneira, ela colocasse suas frustrações familiares nessa amizade e em como essa amizade era conduzida com coisas tão diferentes das quais ela era acostumada. Mas o pior é que após sua vida adulta ainda parecia que ela culpava Marlena por todas essas coisas e as consequências que isso teve em sua própria vida.

Marlena é um reflexo de uma vida precária, de pessoas pobres e que acabam fazendo coisas porque não acham que existe opção, que acreditam que aquele é seu único destino e é por isso que eu não consigo odiar essa personagem mesmo com todos seus problemas. Não digo que cabia a Cat ajudar a amiga a se livrar dos problemas, afinal ela era tão nova quanto Marlena, mas ela sabia mais sobre as coisas e ela poderia ter buscado auxilio com pessoas adultas que ajudaria de fato antes das coisas começarem a dar errado. Mas sua única preocupação de verdade era ser a garota diferente do que ela havia sido nos últimos 15 anos de sua vida.

De todo o mais o livro é lento. Eu acho que demorei um mês para ler ele e falo isso sem exagero. Eu pegava e lia umas dez páginas e já me cansava pois era sempre a mesma lenga lenga sem algo realmente significativo acontecendo. É uma ficção com aspecto de não-ficção, já que se trata das memórias de alguém (que pode ou não ser a autora). Talvez para quem gosta de biografias seja uma excelente leitura, mas para mim não funcionou muito bem.

site: https://mementomoriporkzmiro.blogspot.com.br/2017/09/resenha-marlena.html#more
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Renata 06/12/2017

Comecei a ler o livro pela chamada na capa citar Elena Ferrante (tinha recém terminado a tetralogia napolitana e estava órfã da autora) e me decepcionei. Ele não é mal escrito, mas achei uma história banal, que não me prendeu.
Dizer que a relação da Cat com a Marlena lembra a Lina e a Lenu da Ferrante é forçar demais a barra. Emparelharam duas obras só porque ambas falam da amizade entre duas mulheres. Se é para ser assim, vamos colocar no mesmo balaio todos os livros que falam de bruxaria com Harry Potter, toda obra que citar dragões com Crônicas de Gelo e Fogo, etc.
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