Resenhas - O Caminho de Casa

Michelle.Goulart 25/03/2024

Um respiro
Que livro incrível, preciso iniciar isso dizendo o quão incrível foi essa história e o quanto significou para mim lê-la.
Existia uma sensibilidade quase poética ao descrever o massacre que ocorreu com os africanos, ocasionados pelos Europeus.
Havia tanta dor nesse livro, que mesmo que em escalas diferentes, pudemos experimentar as doses delas sendo espalhadas ao longo de cada geração.
O que teve como início um estupro, gerou uma cadeia de maldições que apenas 8 gerações depois, eu vejo que tem chance de começar a ser curada.
É um livro para nos fazer refletir, para nos fazer sofrer, e para nos fazer chorar. Ele mexeu muito comigo, tocou profundamente a minha alma, e sou grata a Yaa por isso, pelo brilhantismo de sua escrita.
Foi o primeiro livro da autora, claro que tem alguns detalhes aqui e ali que poderiam ter sido aperfeiçoados, mas ainda considero uma obra prima, destinada a se tornar um clássico.
Um livro que deve ser lido por todos.

Jamile157 24/03/2024

Leiam!!
A história me prendeu desde a primeira página, a escrita é super fluída, os personagens são interessantes, e os eventos do início me causaram um grande  impacto. Depois do primeiro capítulo,  já percebi que a história seria dinâmica. Vamos acompanhar em linhas de tempos diferentes, diversas linhagens de uma família, e os impactos que a escravidão reverberou em diversas gerações.

É rica culturalmente, traz aspectos históricos que não são contados nas aulas de história. Os personagens são tão interessantes, cada um tem papel fundamental dentro do enredo, além de bem desenvolvidos e palpáveis.

Ao longo da leitura eu pensei muito em como a autora iria finalizar, confesso que tive receio de não corresponder minhas expectativas, isso pela forma que ela escolheu a narrativa. Estava completamente enganada quando a isso, pois o final foi incrível, me deixou com o coração quentinho e cheio de esperança.

Jenny 08/03/2024

"Tem coisas que você não aprendeu comigo, coisas que são do teu pai, mesmo que não o conheça, coisas que ele aprendeu com os brancos. Fico triste de ver meu filho, drogado, depois de todo o meu esforço, mas fico ainda mais triste de te ver achar que pode ir embora, como teu pai foi."

May 24/02/2024

Apesar da leitura lhe causar angústia e aflição, você não quer parar.
Traz reflexões necessárias e importantes.

Queila 16/02/2024

O livro traça a trajetória da descendência de duas irmãs nascidas em Gana. A história perpassa o caminho que percorreram os africanos, desde o início da escravidão em quem foram levados para as fazendas de algodão nos Estados Unidos até o momento em que estes eram livros e até alguns alcançaram as universidades.
A autora fez um paralelo entre a vida dos que foram escravizados e a vida dos que ficaram em Gana.

Fernanda.Lima 30/01/2024

O Caminho de Casa, de Yaa Gyasi, Editora Rocco.
O Caminho de Casa, traz uma carga emocional angustiante, retratando a tensão da escravidão e o ônus para gerações futuras. A narrativa deste doloroso e envolvente romance começa no século XVIII, com a separação das irmãs Effia e Esi que nasceram em Gana, nem chegaram a se conhecer e foram criadas em lugares diferentes, além do laço sanguíneo, as duas têm em comum vivenciar de perto a crueldade da escravidão.

Effia foi vendida para ser ?esposa? de um homem branco, James Collins, e passa a viver no Castelo de Cape Coast. Rememorando um conto de fadas, e dando expressão a processos do inconsciente, Effia foi vendida por Baaba, a mulher que a criou e por anos a maltratou. Após o casamento forçado, Effia tem um filho, Quey, que dará continuação a essa história. Esi, ao contrário da irmã, recebeu carinho em sua criação, porém, um dia sua aldeia é invadida e ela é raptada, trancafiada e violentada, sua única alternativa é sobreviver.

Fernanda.Shirley 26/01/2024

Melhor livro que já li em toda a minha vida.
Esse livro foi um achado. Não lembro quem me indicou, apenas lembro que alguém leu e eu quis ler também. O comprei em 2020 e tava mofando no kindle até esse ano. Poderia ter lido antes, é verdade, mas acho que hoje eu aproveitei bem melhor a leitura do que teria aproveitado se tivesse lido na época em que comprei, por exemplo.

Tinha uma leve noção da sinopse, mas me surpreendi demais com a forma que a autora usou pra contar a história: através de contos. E olha, não foi fácil a leitura. Algumas histórias me fizeram chorar, me angustiar e precisar parar a leitura pra respirar fundo. Não imaginava nem de longe que seria retratada a escravidão nesse livro (e o racismo também). Foi cruel, doloroso e me machucou, porque eu enquanto mulher negra sentia a dor desses personagens.

No mais, me surpreendeu DEMAIS saber que esse livro GENIAL foi a ESTREIA da autora. COMO???? Como alguém estreia um livro com essa escrita impecável e que te prende e ainda mais com um enredo tão bem encaixado e conciso? Parabéns pra ela, sério!

Esse livro me marcou demais, a cada conto, a cada novo personagem eu fazia diversas reflexões (como perdemos nossas origens ao longo dos séculos e como não temos ideia de nossos antepassados, por exemplo), sofria, não conseguia largar a leitura.

E aquele final? MEU DEUS AQUELE FINAL!!!!!! Eu não consegui parar de chorar quando tudo foi amarrado, quando finalmente as duas gerações se reencontraram. Quando o nome do livro finalmente fez sentido eu só senti um quentinho no coração e decidi que preciso marcar esse livro na minha pele de alguma forma. Foi marcante e incrível demais pra mim.

E sabe, ela pode ter criado as histórias em sua mente, mas tudo isso pode ter acontecido na vida real mesmo, porque nada do que foi descrito ali é fantasioso e é distante da realidade, pelo contrário. Nós mesmos podemos ser fruto de escravizados no passado, por exemplo.

Thejoaogrilo 26/01/2024

Ancestralidade
O livro pode ser visto como uma serie de contos que iniciam em duas irmãs e terminam em seus descendentes se encontrando depois de inumeras gerações. O final me pegou um pouco com o simbolismo, achei bonito. São tantas que atravessam, é um livro bem denso mas acredito que a leitura vale a pena

Letícia 26/01/2024

Livro muito potente
Que livro potente! Percorrendo desde as guerras tribais em Gana até a escravidão e a Guerra Civil nos Estados Unidos, passando pelo trabalho de prisioneiros nas minas de carvão e a grande migração afro-americana, das fazendas do Mississipi às ruas do Harlem no século XX, esse livro permite uma compreensão dos horrores da escravidão e toda a carga emocional acumulada na vida de seus descendentes, nos relacionamentos entre pais e filhos, maridos e esposas. O romance não falha em captar a complexidade do espírito humano sob as condições mais adversas, resistindo através da resiliência e da esperança. A leitura é difícil no sentido de que revolta, dá nó na garganta e incomoda, mas é exatamente isso que faz desse livro a potência que ele é. Com certeza aprendi muito e isso é impagável!

Pamela 22/01/2024

Sem palavras
Termino hoje, janeiro de 2024 a leitura desse livro? em pensar que ele está por aí nas prateleiras desde 2017?
O caminho de casa é uma obra prima! Conta a história de duas famílias com uma ancestral em comum, Maame, e com o desdobrar da vida, sua linhagem tomou rumos totalmente diferentes. Cada uma se desenvolvendo em um lado do Atlântico e vivendo realidades completamente diferentes. Um lado sobrevivendo a realidade imposta e o outro lado lutando pela sua realidade e vivendo a consequência de suas escolhas. Algumas histórias mais duras que as outras, o amor trazendo a felicidade, ou não? O livro é um convite a repensarmos sobre nossa ancestralidade, nosso lugar no mundo, como e porque chegamos aqui. Sem dúvidas, em suas páginas, nos leva a trilhar o caminho de casa!

Amanda Vaz 11/01/2024

Effia e Esi. Duas irmãs. Dois destinos
Effia e Esi. Duas irmãs. Dois destinos. De uma geração a outra, Yaa Gyasi, nos conduz pelas histórias que tornam esse livro tão poderoso. Costurando histórias que nos permitem compor a trajetória de cada personagem que teve uma parte da sua vida narrada, e, que, aparentemente, acabaram no capítulo anterior, mas que não terminaram ali. Histórias de dor, saudade, separação, exploração, anseios e pertencimento que sensibilizam ao tratar sobre o comércio escravista e de pessoas escravizadas, sobre pessoas silenciadas, subjugadas, exploradas. Histórias que deixaram cicatrizes na pele e na alma. Ao terminar esse livro, você também se sentirá marcado.

paiinsinner 10/01/2024

Uma leitura gostosa e de extrema importância, fiz a leitura para um seminário do meu curso, mas cada personagem mexeu comigo, desde o início vemos a história de duas irmãs que foram separadas e destruídas pela escravidão, mantendo o laço vivo através de um pedra negra dada pela sua mãe. Ao longo da história vemos seus filhos, e filhos dos seus filhos, sua cultura e ancestralidade, o momento em que a escravidão "acaba" mas o racismo se continua presente, histórias como a do personagem sonny, que acaba sendo um usuário de droga, e de seu filho, o primeiro a entrar em uma universidade, que pelo o acaso da vida, acaba encontrando outra personagem, descendente da irmã de sua família, a origem de tudo, juntos os dois fazem uma viagem até o começo da história, o castelo, onde effia morou, e onde esi ficou presa, no fim os dois acabam voltando e achando o caminho de casa!

manumoura18 22/11/2023

"Você quer saber o que é fraqueza? Fraqueza é tratar alguém como se pertencesse a você. Força é saber que cada pessoa pertence a si mesma."

"Por isso, quando se estuda história, é preciso sempre fazer perguntas. Que história não está sedo contada? De quem é a voz que foi reprimida para que essa voz pudesse se fazer ouvir? Quando vocês tiverem descoberto essas respostas, precisarão encontrar aquela história também."

Sandra 15/11/2023

Honrar os antepassados
O livro conta a saga de duas irmãs que foram separadas desde bebês e assim geraram descendentes em lados opostos. A leitura me trouxe a reflexão de como é difícil (ou até impossível) descobrir antepassados de um povo que foi escravizado. A narrativa nos fala sobre escravidão, racismo, preconceito. Esperança, resiliência, resistência. Como a História, dessas famílias, vai ficando pelo caminho e se perdendo na sua oralidade. Como a dor e o sofrimento que carregamos pode estar relacionado com a nossa ancestralidade. Enfim, amei a leitura e a forma como a escritora constrói a narrativa.

Felibalex 12/11/2023

Um conte de duas famílias
O livro é incrível. Facilmente a minha leitura favorita do ano. Tecnicamente, muito bem escrito, não deixando dúvidas para a competência da autora. A história é fascinante e envolvente, te levando a uma jornada ao longo do tempo dessa família. Impossível ler e não se questionar sobre toda a diáspora africana e sobre as histórias apagadas desse povo. Apagada pela escravidão e pelos colonizadores.