Os Fantasmas

Os Fantasmas César Aira




Resenhas - Os Fantasmas


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Rodrigo 19/09/2017

OS FANTASMAS
Buenos Aires, 31 de Dezembro. A história se passa em um único dia. O cenário, um prédio de luxo inacabado e em construção. A família de um zelador chileno faz os preparativos pra festa de fim de ano em um apartamento improvisado, em meio a pedreiros, pintores, e fantasmas.
O mais legal do livro é justamente essa atmosfera fantástica, surreal, onde fantasmas e humanos sentem a presença uns dos outros. Mas não avança. A trama é arrastada, não flui, até um final apressado, mal desenvolvido. Dá a impressão que o autor ficou com preguiça, o que se confirmou depois que li essa declaração, feita por ele: "Ocorre que, no corpo do romance, eu me envolvo tanto com teorias e descrições que existe muito pouca ação. E, quanto já estou cansado da história e quero terminá-la para começar outra, lembro que os leitores querem que aconteça alguma coisa, e então faço com que tudo ocorra nas últimas páginas"

Eu achei uma pena. Desperdício de uma história que poderia ser boa.
Fora que a tradução é péssima. Eu não me conformo com tradução mal feita.
Decepcionante
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André Foltran 16/03/2019

Tradução, revisão e anão
Se matar e não ler os próximos livros do César Aira? Há pelo menos um bom motivo para sobreviver... Ainda que mediano e porcamente traduzido por Joca Wolff, que eu nem conheço e já quero distância, um César Aira é um César Aira e está repleto de pensamentos, divagações e conjeturas que só um César Aira é capaz de proporcionar. Uma pena que o Sr. Tradutor, por medo do espanhol ou desconhecimento do português (ou por uma proposta de tradução estrangeirizante que claramente falhou, pois sequer tem a fluidez do primeiro original), traduziu praticamente em outra língua. Mas fiquemos com uma das conjeturas "airanas" de que eu falava (eu sei, soa mal, mas "cesairanas" ficaria pior), cujo trecho traduzido não tem maiores problemas do que o decalcado segundo uso do "alguém", claro vício do espanhol, e que também passou despercebido (como o livro inteiro) pelos dois excelentíssimos revisores, que só não cito aqui os nomes porque fazem parte de uma classe já muito massacrada:

"Os fantasmas, disse, são como os anões. Se alguém se limita a pensar neles pode chegar à conclusão de que não existem, e segundo o gênero de vida que alguém leve pode passar meses ou anos sem ver nenhum; mas chega um momento em que, sem buscar nem desejar, os vê. Isso entra nas condições gerais da vida, dos acasos e coincidências gerais de que é feita a existência; por exemplo, pode se dar o caso de que em um mesmo dia alguém veja dois anões, ou duas dezenas de anões, e durante o resto do ano não veja nenhum. Agora, da perspectiva oposta, daquela do anão, é muito diferente: porque ele, o anão, é o que sempre aparece, com o seu metro e dez de altura, a sua cabeçota, as suas perninhas em arco; ele é a ocasião, para qualquer um que o cruze na rua, de poder dizer nessa noite: 'Hoje vi um anão.' Para ele é o constante, o contínuo, o que não admite um comentário especial. É a aparição perene, a ocasião feita vida e destino." (p. 145)
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Priscila322 18/04/2021

Muito Prazer Cesar Aira.
Foi um ótimo cartão de visitas do Cesar Aira, a forma com que foi escrita, a linguagem a história realmente são incríveis. O leiaute sem capítulos te mostra realmente que a escrita é ininterrupta. A história é envolvente e o final surpreendente.

Amei conhecer mais um novo escritor. Amei conhecer os fantasmas.
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