As altas montanhas de Portugal

As altas montanhas de Portugal Yann Martel




Resenhas - As Altas Montanhas de Portugal


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Aline.Silva 30/07/2021

Livro legal, faz viajar pelas lindas paisagens narradas pelo personagem, as quais são contadas com riqueza de detalhes, leitura leve e fluida,
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Nayana 27/11/2017

Contagiante e Encantador!
É extremamente contagiante. Confesso que, nas primeiras páginas, o entusiasmo me faltou, mas, ao descobrir "a relação" entre as histórias, não consegui parar e não via a hora de ver os seus desfechos.

As Altas Montanhas de Portugal é um livro que fala de perdas, de encontros e de, até onde o livro apresenta, de superação.

A maneira que cada personagem encontrou para lidar com o seu sofrimento, um tanto quanto contraditórias, do ponto de vista de outros personagens, acabaram tornando-se um encontro com seu próprio Eu. Para cada um deles, o mais importante era saber o porquê de ainda estarem vivos, se o que haviam perdido, para cada um deles, significava seu tudo.

Um homem simples, jovem, que tão cedo se vê sem seu filho e sua amada; um médico que, descobre seu melhor lugar no mundo ao ajudar uma senhora que acabara de perder o marido e um político que, diante da tragédia que lhe acarretara viver, encontrou em um animal, um amigo e um filho e, com ele, viveu, até onde podemos ver no livro, uma linda história, que poderia ter sido um relacionamento amoroso, se não se tratasse de "duas espécies completamente distintas".

Em As Altas Montanhas de Portugal, as três histórias são protagonizadas por homens, mas tiveram a mulher como eixo, digamos assim e, defender essa ideia, não é apologia ao feminismo, é apenas um detalhe que me chamou a atenção.

Eu não amo todos os livros que leio, mas procuro compreender a intenção do autor ao escrevê-lo. Acredito que o que Yann Martel quer nos dizer com essa obra é que sempre há uma maneira de recomeçar, de superar e de seguir em frente. E, buscar pela compreensão dos fatos e da própria vida que, naqueles momentos estavam completamente vazias de sentido, nunca vai ser algo em vão, desde que você saiba o que realmente lhe importa

Partindo do ponto de vista que as histórias me cativaram, principalmente a terceira, recomendo esse livro como quem recomenda um bom vinho, mas, cuidado, ele pode viciar e, em algum momento, você se encontrará totalmente dentro das histórias.

As Altas Montanhas de Portugal é um livro para ser degustado, sentido e, principalmente, vivido. Boa leitura!
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Jessé 03/08/2020

Histórias entrecortadas nas altas montanhas de Portugal
O livro conta três histórias que se passam no mesmo local: as altas montanhas de Portugal. Todas elas tratam do luto e de como as personagens conseguiram lidar com o sentimento de perda e a necessidade de seguir em frente.
Cada uma delas se passa em um tempo diferente e, com o decorrer da narrativa, percebemos os pontos de conexão entre as personagens e suas dores.
Eu confesso que esperava bem mais do livro, por isso minha experiência de leitura não foi muito boa. Gosto muito do autor, mas a proposta aqui apresentada não me convenceu totalmente. É uma pena.
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19/12/2018

Um livro brilhante em que a excelente tradução é um detalhe à parte
?Paradoxo. Foi isso que eu vivi enquanto lia As Altas Montanhas de Portugal: um paradoxo. Ao mesmo tempo em que eu queria avançar rápido na leitura para saber o que aconteceria a seguir, eu também queria que o livro não acabasse nunca. Eu queria desvendar cada passo dos personagens, e também saborear cada palavra, cada frase. Queria ler, reler, repetir a frase na minha cabeça e ficar pensando sobre ela com um olhar distante.?

Resenha completa em: https://ambrosia.com.br/literatura/resenha-as-altas-montanhas-de-portugal-de-yann-martel/
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 04/09/2017

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
A obra é composta por três histórias que tem alguns pontos em comum. A primeira, intitulada "Sem Casa", é sobre o português Tomás. Em 1904, em uma única semana, ele perdeu o pai, a esposa e o filho para a morte. Quem suportaria uma dor dessas? Desde essa perda, Tomás passou a andar de costas, de marcha a ré, era o seu jeito de protestar contra a tragédia que ocorreu em sua vida.

"Em resposta Tomás veio com bons argumentos em defesa de seu jeito de andar. Não fazia sentido enfrentar os elementos - o vento, a chuva, o sol, o assalto de insetos, o ar sombrio de desconhecidos, a incerteza do futuro - com o escudo constituído pelo dorso da cabeça, as costas do casaco, a traseira das calças? Esses são nossa proteção, nossa armadura. São feitos para resistir aos caprichos do destino. Enquanto isso, quando se anda de marcha a ré, nossas partes mais delicadas - o rosto, o peito, os detalhes atraentes da vestimenta - ficam ao abrigo do mundo cruel, exibidas quando e para quem quisermos com um simples volteio voluntário, que destrói nosso anonimato." (página 19)

Ele trabalhava num museu de Lisboa, onde teve acesso ao diário de um padre chamado Ulisses, que viveu no século XVII. Esse padre relatou sua missão de "catequizar" escravos de colônias portuguesas. Seu encontro com a realidade vivida pelos escravos fez com que ele se revoltasse com a crueldade da escravidão. Padre Ulisses deixou uma relíquia, um objeto que poderia ter grande valor histórico.

Sem motivos para viver, é atrás dessa relíquia que Tomás decide ir, em seus curtos dias de férias do trabalho. Para conseguir fazer mais rápido o percurso até a região conhecida como "As Altas Montanhas de Portugal", o rico tio de Tomás decide lhe emprestar um carro, algo que era novidade na época. No decorrer da primeira parte, acompanharemos Tomás nessa viagem por Portugal, aprendendo a lidar com o veículo que causava espanto no início do século vinte.

"Várias vezes Tomás sente vontade de gritar, mas o rosto está paralisado de medo. Em vez disso, pressiona os pés contra o piso com toda a força. Se supusesse que o tio aceitaria ser tratado como uma boia salva-vidas, de bom grado teria se agarrado a ele." (página 48)

Sabe quando acontece tudo o que pode acontecer de errado? A viagem de Tomás não será nada fácil, o que renderá cenas hilárias para nós, que vivemos numa época onde os veículos são algo comum. Mas também dá uma certa pena do Tomás, pois ele sofre nessa viagem como nunca imaginou que pudesse sofrer depois de tudo o que já viveu. Foi super interessante ler sobre como eram os primeiros carros e observar a evolução que esse meio de transporte sofreu em um século. Também foi interessante descobrir um pouco mais sobre o século XVII através dos relatos do padre. E a curiosidade sobre o que seria a relíquia que ele criou me manteve curiosa até o fim.

"- Incrível! Glorioso! Fantástico! Não falei? Olhe como dobra à esquerda! Extraordinário, absolutamente extraordinário! Veja, veja: estamos perto dos cinquenta quilômetros por hora!
Entretanto, O Tejo desliza plácido, sem pressa, imperturbável, um mastodonte gentil ao lado da pulga que saltita ao longo de suas margens." (página 48)

A segunda história, cujo título é "Para casa", se passa na virada de ano de 1938 para 1939. Eusébio é um médico patologista, cuja função é examinar cadáveres para definir a causa da morte. Ele recebeu a visita de sua esposa, uma mulher que gostava muito de falar. Em comum, eles tinham a paixão pelos livros da Agatha Christie, e a esposa criou uma teoria que compara os livros da escritora com a Bíblia.

Depois da visita da esposa, Eusébio recebeu outra visita, de outra mulher: uma senhora que trazia o corpo do marido e pedia que ele descobrisse como o falecido viveu. O que Eusébio encontraria nessa autópsia é algo inimaginável!

"(...) ela é uma apóstola moderna - uma mulher, o que já não é sem tempo, depois de dois mil anos de tagarelice masculina. E essa nova apóstola responde às mesmas questões às quais Jesus respondeu: que devemos fazer com a morte? Porque os romances policiais sempre chegam a uma resolução no fim, o mistério habilmente se desfaz. Precisamos fazer o mesmo com a morte em nossa vida: temos de solucioná-la, encontrar um significado para ela, colocá-la em contexto, por mais difícil que seja." (página 157)

Essa segunda história trouxe dois pontos interessantes. Primeiro, foi muito legal ver fãs da Agatha Christie quando ela ainda era viva, que como os leitores de hoje em dia, ficavam ansiosíssimos pelo lançamento de um novo livro. Depois, vem a autópsia. Acredito que o autor tenha feito uso do realismo mágico (no estilo Gabriel Garcia Márquez e seu "Cem anos de solidão"), pois acontecem coisas que não são reais, não tem como explicar.

"O triste fato é que não há mortes naturais, a despeito do que dizem os médicos. Toda morte é sentida por alguém como se fosse um assassinato, como o roubo injusto de um ente querido. E mesmo o mais afortunado entre nós se depara ao menos com um assassinato em sua iva: o próprio. É nosso destino. Todos vivemos um romance policial no qual somos as vítimas." (página 157)

A terceira e última parte, "Em casa", se passa na década de 1980 e nos apresenta o senador canadense Peter Tovy. Ele viu sua família se desfazer por causa de brigas, e teria entrado em depressão se, numa viagem aos Estados Unidos, não tivesse visitado uma espécie de zoológico. Lá, ele sentiu uma conexão estranhíssima com um dos primatas, o chimpanzé Odo. Peter decidiu jogar tudo pro alto, comprar Odo e ir com ele para Portugal, de onde vieram os pais de Peter, uma atitude que foi vista como loucura por alguns.

A amizade entre um senhor e seu macaco foi a história de que mais gostei, cuja leitura foi mais fluida. Odo não é um animal de estimação comum, não só por ser um primata, mas também por ter comportamentos inusitados. A relação dele com Peter começa com uma espécie de medo, pois Odo é muito mais forte que Peter e poderia matá-lo se quisesse. Assim como o carro em 1904, Odo causa curiosidade e medo por onde passa.

Num geral, "As Altas Montanhas de Portugal" foi uma leitura que eu gostei muito mais do que imaginava. Eu tinha um certo receio de ler um livro do Yann Martel, pois como alguns devem saber, ele plagiou o livro "Max e os felinos" do escritor brasileiro Moacyr Scliar em "As aventuras de Pi", livro que foi adaptado para o cinema. Eu tinha um certa raiva do Yann Martel por isso, confesso. Sentimento que foi amenizado durante leitura.

As três histórias não tem um final totalmente fechado, ficam algumas questões sem respostas no final, mas não faz realmente diferença depois que as pouco mais de 300 páginas são lidas. Uma palavra que usei para definir o livro numa postagem que fiz logo após finalizar a leitura foi "espanto". As tramas narradas por Yann Martel causam espanto, espanto pela tragédia vivida por Tomás e assistida por Padre Ulisses, espanto pelo jeito de Tomás andar (que até tem sua lógica), espanto pelo espanto causado pelo carro, espanto pelas teorias da esposa do médico Eusébio, espanto pelos casos que ele vivencia no trabalho, espanto pelo que é encontrado na autópsia, espanto por Odo, espanto pelas dores e alegrias de cada personagem, espanto pelas coincidências que interligam essas três histórias.

Yann narra todas as histórias usando os verbos no presente (não me recordo ao certo a definição para esse "presente"). Algumas partes das tramas, especialmente o início, são mais monótonas, mas num todo, elas são bem surpreendentes.

A Editora Tordesilhas trouxe uma capa linda para a obra (adaptada da original, só consigo babar por essas estrelinhas no topo), que me deixou encantada pelas cores escolhidas e pelos elementos que tem tudo a ver com a trama. As páginas são amareladas, a revisão é boa, a diagramação tem letras, margens e espaçamento de bom tamanho.

"As Altas Montanhas de Portugal" foi um livro que eu li, gostei e recomendo. Leiam, espantem-se, divirtam-se, surpreendam-se e emocionem-se nessa viagem por Portugal do século vinte! Por hoje é só, espero que tenham gostado do post. Me contem: já conheciam ou leram algo do autor? Qual das três histórias pareceu mais interessante?

site: https://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2017/09/resenha-livro-as-altas-montanhas-de.html
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Camila Faria 01/02/2018

Três histórias, separadas por décadas no tempo, conectadas pela dor do luto de seus personagens. A princípio as histórias parecem ser independentes, mas aos poucos elas se relevam interligadas de maneira inesperada e fantástica. Na primeira parte, em Lisboa, o jovem Tomás, assombrado por uma tragédia familiar, se lança numa aventura em busca de uma relíquia que promete abalar a Igreja Católica. Na segunda parte, o médico patologista Eusébio Loroza, em plantão no hospital da cidade de Bragança, recebe a visita de duas Marias: sua esposa teóloga e fã de Agatha Christie e uma senhora idosa, que solicita uma inusitada autópsia do marido, que carrega numa mala. Na terceira parte, o senador canadense Peter Tovy, recém viúvo, se encanta com um carismático chimpanzé e decide viver com ele nas Altas Montanhas de Portugal, na aldeia rural onde nasceram os seus pais. O ponto alto do romance está nas imprevistas conexões entre as histórias, todas elas com grandes doses de tragédia, humor e realismo fantástico. Surpreendente.

site: http://naomemandeflores.com/os-quatro-ultimos-livros-19/
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Fanthene 07/08/2022

Inesperado
É daqueles livros que você a princípio não dá nada.
Fui atraída pelo título, já que gosto muito do país.
O autor no entanto, eu conhecia do filme (as aventuras de Pi), porém ainda não assisti. Não li qualquer livro, este é o primeiro.
As 3 histórias estão sim ligadas, ao contrário do que eu achei ter entendido na contracapa.
São histórias independentes mas com sua conexão. Uma "explica" a outra.
Uma grande sacada que eu acho interessante é a maneira como a gente vê o Cristianismo e como ele pode e deve ser interpretado de maneira diferente. Na verdade como tudo é. Não existe uma verdade absoluta.
As menções às histórias de Agatha Christie também me instigam. Agora tem mais livros que eu quero ler hahaha. Obrigada.
Os finais são abertos, então, você fica livre para resolver suas histórias.
Nota 8.
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