Showrnalismo

Showrnalismo José Arbex Jr.




Resenhas - Showrnalismo


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Fabiana 16/02/2023

A notícia como espetáculo.
O livro trás diversas reflexões a respeito da forma como vemos a verdade sobre o mundo ser na verdade uma versão editada da realidade de modo a apresentar aquilo que interessa aos dentetores do meio e não a proposta imparcialidade da notícia.
Além disso a qualidade baseada na informação imediata faz com que fatos não sejam averiguados por completo e nos bombardeia com informações demasiadas, causando uma certa amnésia coletiva em relação aos fatos,bem como um tipo de "sen
so comum" de como algo realmente ocorreu.
Ainda que tenha sido lançado há mais de 20 anos os assuntos abordados bem como o formato é bem aderente aos dias atuais.
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Wallace17 30/07/2021

Indústria da informação x indústria do entretenimento
Gosto muito do autor José Arbex Jr. Na minha adolescência aprendi muito com os livros dele. Agora, aos 30 anos, tive oportunidade de ler este exemplar magnífico sobre a linguagem jornalística e suas aplicações e relações com o poder e manipulação em massa.

Shownarlismo, realmente é um nome muito adequado para uma imprensa que quase sempre não está comprometida com as pautas sociais. Numa sociedade que poucas reflexões faz, não é surpresa que estejamos num reducionismo gigante. Somos uma sociedade que sofre a síndrome da novidade. Este anseio nos leva para uma amnésia sem precedentes na história humana! Acarrentando "interpretações" instantâneas dos fatos. Sem profundidade no fato apreciado. Também pudera, um oceano de notícias, fotos e propagandas fornecidas diariamente e incessantemente por mídias de todo o planeta. Esse panorama, propícia o surgimento de notícias tendenciosas, parciais e caluniosas. Elegendo violões e heróis.

Como escapar desta condição? Qual é o papel do bom jornalismo neste contexto? Livro bom te enche de interrogações!!! Mais uma vez o Arbex nos entrega um livro fantástico e muito enriquecedor!

site: https://www.instagram.com/p/Bi0wDwcBwJS/
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Almir 25/08/2017

Muito bom o livro, bastante amplo nos temas, misturando análise teórica com experiência pessoal do autor. Só não vai ganhar uma avaliação melhor, porque repete a falácia da própria mídia ocidental que ele critica, colocando Stalin como um demônio equivalente a Hitler num capítulo desnecessário sobre a União Soviética.
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Son Vasconcelos 29/10/2009

Notícia ou entretenimento? Realidade ou Ficção? A pergunta que não cala, a despeito do tipo de jornalismo praticado hoje por muitos meios de comunicação, é a principal questão discutida nas 290 páginas do livro ‘Showrnalismo – a notícia como espetáculo’, do jornalista José Arbex Jr. Em sua quarta edição, lançada em fevereiro de 2005 (o primeiro exemplar é de 2001), o também professor e historiador traz com críticas contundentes ao monopólio da informação e à sutil fronteira entre espetáculo e notícia.

Com capa de Chico Max sobre fotografia de Fernando Aguiar, o livro de Arbex Jr. é uma verdadeira aula, que se passa em muitos cenários: de Berlin à poltrona defronte ao aparelho de TV presente na casa de cada telespectador, como forma de dar um passo à frente no entendimento do mundo contemporâneo e do nosso país no contexto mundial.

Tratar a notícia como entretenimento é uma prática cada vez mais comum nos veículos de comunicação, mas Arbex não culpa somente a mídia como responsável por essa mudança. A existência do jornalismo do espetáculo é atribuída também ao público, conforme o autor.

Embora o jornalismo “espetacular” radicalize uma tendência americana que existe desde o século XIX, onde a notícia não era tratada como tal diante do padrão de massa, para José a TV acabou por intensificar o processo de “espetacularização”. Exemplo disso, o jornalista cita a transmissão (leia-se: massificação) das imagens do terrorismo praticado contra os Estados Unidos, com o episódio do atentado às torres gêmeas – um dos símbolos da supremacia norte-americana.

Mas, não é preciso ir muito longe. A própria TV brasileira, quase que diariamente, “reprisa” conflitos violentos entre policiais e traficantes das favelas cariocas, com tanta naturalidade que os casos de violência (e morte) parecem já compor um sistema banal de informações. Infelizmente, o público gosta de pão e circo, o que põe em xeque o intelectual que trabalha na mídia. Ele tem de decidir se vai ou não se basear naquilo que dá Ibope. O fato de o jornal ser visto como um produto está diretamente ligado à despolitização das redações.

Como outro exemplo, o autor nos lembra que a guerra se tornou um grande show aos olhos do telespectador, ávido por acontecimentos que fiquem registrados na memória, a partir do momento em que as vítimas não são vistas pela opinião pública. Ninguém se lembra de ter visto cadáveres na Guerra do Golfo. No entanto, depois, soube-se que muita gente morreu durante os ataques dos Estados Unidos.

Entretanto, as próprias redes de televisão, como a CNN , acabam fazendo campanha de guerra o tempo todo. Na obra, Arbex lembra alguns dos títulos das coberturas, como ‘America under attack’ (América sob ataque) e ‘Counterattack on Terrorism’ (Contra-ataque ao terorismo). A mídia americana é francamente pró-governo, lembra o autor.
Enquanto revê alguns princípios do jornalismo, no livro, o autor considera que o mundo vive um momento gravíssimo, uma espécie de ‘Auschwitz do pensamento’, fabricada pelos meios de comunicação’, isto é, quando a mídia é capaz de disciplinar o pensamento das pessoas.

A exemplo disso, temos os típicos casos das novelas da Rede Globo, principalmente as das 20h, considerado o horário nobre da emissora. ‘O Clone’ é assistido por milhões de pessoas, que irão achar que sabem muito de islamismo por estarem vendo a novela. Ou seja, o entretenimento vira telejornalismo. E o pior é que o telejornalismo vira novela. Arbex também condena o Jornal Nacional, por apresentar sempre uma estrutura que comporta mocinhos e bandidos, bem e mal, durante o noticiário.

Tudo bem que é difícil manter a “neutralidade”, afinal de contas, escolher uma pauta, por definição, já demonstra um certo posicionamento. Mas ser uma imprensa “parcial” não quer dizer uma imprensa “desonesta”. O desonesto, conforme os ensinamentos da leitura, é querer se portar como dono da verdade, quando no fundo o que existe é sim um jogo de forças entre o que a direção do jornal prioriza, o que o mercado acha importante e o que a massa considera essencial.

Essa última parte do tripé geralmente se constitui em uma platéia em silêncio. Sem parar para processar, armazenar ou averiguar os fatos narrados em outras fontes, os "consumidores" já recebem mais notícias, e mais, e mais; não há limite. Na verdade esse show nunca termina porque a notícia nunca pára. Enquanto isso, a platéia ri sem saber o porquê.

Acontece que este cenário não é novo. Muitos, talvez, ainda não se deram conta da pseudo-realidade porque ainda estão entorpecidos pelo "poder narcótico" da mídia. A partir daí, José Arbex Jr. desenvolve a temática de Showrnalismo - A notícia como espetáculo, que, segundo ele, "é o enfraquecimento ou total apagamento da fronteira entre o real e o fictício".

O diferencial desta obra está nas experiências vividas pelo autor, na maior parte do tempo, como correspondente da Folha de S. Paulo. Presente em momentos históricos como a queda do muro de Berlim e o fim da "era Gorbatchov", Arbex Jr. desenvolve uma narrativa aprazível, enriquecida com exemplos de filmes e grandes obras que ajudam à compreensão mais clara de como a mídia se apresenta nos bastidores.

Arbex Jr. aponta vários fatores que considera responsáveis pela transformação do jornalismo em show. A informação abundante, a concorrência, a busca incessante por furos e a exaltação da novidade, são alguns dos responsáveis por decompor a notícia em mercadoria altamente perecível. Essa mercadoria tem como matéria-prima "nossos próprios preconceitos e convicções, assim como nosso temor de enfrentar a instabilidade em um mundo cada vez mais complexo", afirma o autor. Daí, a mídia, "fingindo tudo mostrar, de fato nada revela", acrescenta Arbex Jr.

Na obra, o autor defende o jornalismo mais objetivo possível, destituído de sensacionalismo e tendenciosidade. "O Showrnalismo não é recomendável para os editores e proprietários de grandes veículos de comunicação, particularmente os da Folha de S. Paulo, nem para os estudantes de Jornalismo que ao formar-se, encontram nesses mesmos veículos um meio de, principalmente, defender os direitos da maioria, a justiça social, a ética, isto é, os pressupostos nos quais se baseia o exercício da profissão", conclui Sérgio de Souza, no posfácio.

Ninguém sai ileso da análise da “notícia como espetáculo”. Na verdade, Arbex não consegue fugir do clima pessimista e, até certo ponto fatalista, da maioria dos críticos de comunicação. A empresa jornalística tem seus interesses contestados, bem como o papel do jornalista – que na opinião do autor, deve nadar contra a maré. A espécie de “solução” do jornalista para o problema também não é algo tão inédito assim. Para ele, só despertar da consciência do leitor/espectador é quem pode mudar realmente o cenário da manipulação dos grandes veículos.
Daivyane 07/08/2023minha estante
ótima análise




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