Thalyta 28/08/2017
QUERO MAIS!!
Bem, para começo de conversa, apesar do nome e tudo mais, a história de A Princesa Escondida se passa atualmente, em Parforce, um país fictício da Europa, e a nossa protagonista é uma princesa de fato, mas nada convencional!
Para lhe proporcionar uma vida razoavelmente normal e até para a sua própria segurança, a identidade da princesa foi preservada desde cedo, e agora, aos 17 quaaase 18 anos, está chegando a hora da Elisa sair do anonimato e ser apresentada à toda sociedade como a princesa de Parforce. Porém, ainda faltam alguns meses para isso acontecer, então resta à ela um tempinho para viver sua vida dupla e se preparar para deixar de ser apenas mais uma garota entre tantas na Escola Preparatória de Belforte, um colégio interno muito conceituado.
A história é contada pela protagonista de uma forma muito intimista e verdadeira. Ela possui um diário que é uma espécie de zona de escape onde ela pode desabafar sobre tudo que a tem incomodado ou fascinado, e é muito bacana o efeito que isso dá à narrativa. Você se sente muito próximo da Elisa durante a leitura, como se fosse você o grande confidente dela, um melhor amigo até, e fica ansioso por saber mais detalhes sobre tudo e, quem sabe, até lhe dar uns conselhos. O jeito como a Laura conduziu isso no livro foi um dos pontos que mais me deixou empolgada. O texto flui bem e quando eu vi, já tinham se passado páginas e mais páginas. E mais legal que isso é que você não se cansa da história, porque não se cansa da Elisa.
Elisa não é frágil ou tímida ou desastrada, como muitas meninas que encontramos nos romances por aí. Elisa é mais gente como a gente, deixa trabalhos da escola para a última hora, gosta de dormir até mais tarde e não está lá muito preocupada em ser a garota mais bonita ou popular do colégio. Ela é apenas ela: autêntica, divertida, exagerada, fazendo um drama aqui e ali, mas quem não faz um drama que atire a primeira pedra, não? Haha!
E por ser essa pessoa vibrante que Elisa não suporta mais Portia, sua ex-melhor amiga que doa a própria vida para criticá-la. Quando Elisa decide de uma vez por todas pôr um fim na amizade tóxica das duas, o que parecia o fim de um problema acaba acarretando um pior: o medo de perder a amizade de Ben, seu amigo de infância, que agora se encontra no meio do fogo cruzado entre as duas garotas. A construção da amizade do Ben e da Elisa me encantou desde o começo, porque eu também me encantei por esse Guarda, amigo, conselheiro e a partir de hoje meu crush eterno! Ele é simples, descomplicado e parceiro. Tem seus problemas, mas continua ali, pela Elisa.
E ainda sobre amizades, enquanto a Portia mostra-se desde o começo tudo o que a Elisa pensa dela e um pouco mais, as outras amizades femininas do livro têm uma base muito boa para serem desenvolvidas. Entre elas eu destaco a Chloe, colega de quarto e amiga da Elisa para todas as horas, que dá a ela os conselhos que muitas das vezes eu gostaria de dar. Confesso que queria muito saber mais das meninas, senti falta de mais detalhes, desde aparência física, até questões sobre o temperamento e personalidades delas, essas coisas que só amigos conseguem nos dizer e que deixaram uma pequena lacuna em branco na relação delas e que infelizmente não deu para captar apenas com os diálogos narrados pela Elisa.
Outra coisa que me deixou bastante satisfeita no livro foi o relacionamento entre o Mattew e a Elisa. Ele começou um babaca, o típico bad boy que eu de cara já detestei bastante, e, quando eu pensava que iria acontecer um baita instalove do qual eu ia resmungar o livro todo, a Laura Machado voltou a me surpreender! Foi sutil como tudo se desenrolou, nada de uma hora para outra, nada brusco! Foi tão verossímil que eu me lembrei perfeitamente da minha época da escola e da primeira vez em que eu achei que um menino estava mesmo gostando de mim. Acho que é esse o ponto alto desse livro, como no fundo tudo soa familiar.
A história do livro um não tem um grande plot, apesar de ter me deixado bastante ansiosa pelo segundo volume por conta dos últimos acontecimentos, que foram bastante tensos e me deixaram preocupada (SOCORRO!).
A Princesa Escondida é o primeiro da série de cinco livros, e foi, para mim, uma ótima apresentação dos personagens, do país, da cultura e de tudo que ainda virá nos próximos volumes. Não é uma leitura cansativa e nem complicada, é tudo muito leve e delicado, de forma que vemos o cuidado e o carinho da autora em cada ponto final. Laura tem uma escrita madura e desenvolve um enredo com maestria, causando aquele efeito brilhante de nos deixar em êxtase o tempo todo, sem querer largar o livro e nos causar uma baita crise de abstinência quando acaba, regado àquele “por que não li mais devagar?”.
No que se propõe a ser, A Princesa Escondida se saiu muito bem! Divertido, intenso na medida certa e com personagens autênticos, esse livro me fez rir, me trouxe boas lembranças e acelerou meu coração! Estou tão ansiosa pela continuação que mal consigo ler qualquer outra coisa.
E só uma última coisa: dona Netflix, a senhora tá perdendo A Princesa Escondida, hein! ;)