Thaiiiiixxx 20/02/2018
Faltou algo...
Que duas coisas fiquem bem clara desde já: não tenho o costume de ler biografias, então, não sei se o que vou falar é uma característica do gênero, e não tenho a mínima intenção de diminuir os feitos ou a importância de John Douglas.
A grande impressão que eu tive de "Mindhunter" é que é um grande "Ode a mim mesmo". O livro descreve vários casos investigados pelo agente aposentado do FBI John Douglas, um dos responsáveis pelo uso da ciência comportamental na solução de crimes. Douglas é uma lenda viva do FBI. Personagens como Jack Crawford, de "O silêncio dos inocentes", Jason Gideon e David Rossi, de "Criminal Minds" são inspirados nele.
Mas, devo admitir que ao longo da leitura, fui achando que o padrão se repetia. Douglas estava sempre certo. Ao que me recorde, agora, não me lembro de um caso, dentre os vários que ele cita, no qual ele estava errado. Além disso, tudo gira em torno dele no livro (o que talvez faça sentido, já que é uma autobiografia). Aliás, tive a impressão de que ele não gosta (ou gostava) muito que discordassem dele, embora não esteja claro no texto.
Não se tem a ver com o fato de muitas vezes ele ter se colocado como "superpolicial" para vários criminosos na tentativa de atraí-los, mas a forma como as histórias são contadas me soam um tanto quanto lotadas de vaidade pessoal. Com exceção de um episódio em específico que é citado logo no início, parece que Douglas é maior do que a vida. Não sei como explicar exatamente e sinta-se à vontade para discordar de mim.
Pode ser também que esta resenha fale mais sobre mim do que sobre ele em si, mas resolvi deixar minhas impressões aqui.
O livro em si não é ruim, é até bem legal ver as estratégias de capturas de diversos assassinos seriais famosos, como eles foram atraídos pelas forças policiais, mas terminei o livro decepcionada, sentindo que faltou alguma coisa. Talvez, eu seja como os escritores que escrevem sobre assassinos seriais e prefira a ficção, como o próprio Douglas afirma.