Neyla 30/11/2017E eis que chegou o tão comentado livro de Nan! Eu não vou mentir: estava curiosa, principalmente por conta dos comentários divididos que ouvi. Muita gente não gostou do livro, mas uma outra leva de pessoas adorou. Eu sou o tipo que prefere tirar minhas próprias conclusões em vez de deixar me levar pela opinião alheia, portanto não criei expectativas. Comecei a ler já sabendo que nada me faria cair de amores por Nan, mas querendo saber um pouco mais a seu respeito. E o que encontrei me agradou bastante.
Desde o primeiro livro eu criei um certo ranço de Nan. Não tinha como ser diferente, afinal ela sempre fez questão de demonstrar sua falta de respeito com as pessoas, de destilar ódio e veneno contra aqueles que não gostava e de ser aquela pessoa que ninguém suporta. Contudo, sempre fiquei intrigada com seu comportamento e, com o passar dos livros e do amadurecimento da trama, isso só aumentou.
Nan é filha de Georgiana, uma mulher literalmente louca, que nunca ligou para ninguém além dela mesma. Imaginem só uma mãe desse tipo criando uma criança? Desde pequena ela ouvia coisas terríveis sobre si mesma, o que a levou a se fechar para as pessoas e para o mundo. A mãe a odiava, o pai nunca quis saber dela e a única pessoa que a amava de verdade era seu irmão, Rush. As pessoas só se aproximavam dela por interesse e isso fez com que ela assumisse, ainda mais, uma postura arrogante. Ela nunca confiou seu coração a ninguém e, algumas vezes, desejava ser que nem Blaire ou Harllow, e encontrar alguém que a ame pelo que ela é.
Atualmente ela mantém um casinho com Major, primo de Mase, que já apareceu nos livros anteriores da série. Ele, que agora trabalha para DeCarlo, está em Rosemary Beach em uma missão e precisa conquistar a confiança de Nan para poder obter as informações desejadas. Contudo, fazer com que ela confie nele é algo difícil, ainda mais porque ele não é alguém que inspira tanta confiança assim e vive sempre cercado de mulheres. Com o tempo quase esgotando e a probabilidade da missão não ser cumprida por conta das mancadas de Major, Cope entra em ação. Ele sabe que Nan jamais se apaixonará por Major a ponto de contar-lhe segredos, portanto ele mesmo assumirá a tarefa de arrebatar o coração da moça.
Os dois são completamente diferentes e ambos fazem o coração de Nan balançar. Mas, quando o real motivo dos dois estarem próximos a ela vier à tona, como será que nosso mocinha irá reagir? Isso, só lendo para descobrir.
E aí, Neyla, o que você achou do livro? Pois bem, vamos lá. Como já disse anteriormente, não era um livro que estava com expectativas altas. Nunca gostei da Nan e lembro que minha reação a ela no primeiro livro foi a pior possível. Já falei mil vezes, mas vou repetir porque sou dessas, mas eu amo a Blaire e vê-la sendo maltratada era o cúmulo do absurdo. E as coisas só foram piorando, até que chegamos nos livros do Grant e eu pude ter um vislumbre de uma Nan diferente (se você leu sabe do que estou falando) e comecei a pensar no motivo dela ser daquele jeito.
Em Pegando Fogo nós conhecemos Nan por ela mesmo, estamos ali, em contato direto com ela, vivendo o que ela vive e acessando suas lembranças (poucas, é verdade, mas que me ajudaram a juntar as peças desse grande quebra cabeças que é ela). O caso é que Nan foi uma criança rejeitada e sem amor, que cresceu amargurada, querendo descontar sua raiva e frustrações nas pessoas que, de alguma forma, ela queria ser igual. Foi assim com Blaire, que ela julgava ser sua irmã e que tinha todo o amor de seu suposto pai; e foi assim com Harllow, sua irmã de verdade, que sempre teve toda a afeição do pai enquanto ela não passava de uma criadora de confusão. O único amor verdadeiro que encontrou foi de Rush, ele sempre esteve ao seu lado, deixando tudo para cuidar dela em seus piores momentos.
Mas Neyla, isso não justifica nada! Eu sei e concordo plenamente. Nada justifica suas atitudes e o veneno que ela veio destilando desde o primeiro livro, contudo viver a história junto com ela me deu uma perspectiva de uma Nan que eu desconhecia. Alguém que, apesar de ter tido o coração endurecido, ainda tem a capacidade de amar. Não senti que ela se redimiu, como muita gente falou, mas mostrou para o leitor um lado que, até então, era desconhecido.
A química entre ela e os rapazes é boa, mas com um deles a coisa, literalmente, pega fogo! Achei que a escolha do par de Nan foi totalmente condizente com ela e seu jeito de ser. Foi uma pessoa que se encaixou com perfeição em sua vida e que, com certeza, a completa. Mas não vou contar quem é, vão ler!
Achei que ela recebeu um final digno, afinal todo mundo merece ser feliz na vida e se sentir amada por alguém. Nan fez da vida de muita gente um inferno, eu sei, mas nesse livro ela se mostrou muito diferente, talvez por conta do tempo que passou e da maturidade que, finalmente, chegou. Além do mais, se até mesmo Blaire a perdoou, quem sou eu pra atirar minha pedra? Não consegui criar afeição, me sentir próxima ou algo do tipo. Mas consegui enxergar quem ela era de verdade e isso, pra mim, foi o suficiente.
Esse não foi o melhor livro da série, mas também não achei ruim. Achei que foi um bom fechamento e que, assim como os demais livros, teve emoção, cenas quentes e surpresas na medida. Abbi não me decepcionou e espero que novos livros dela sejam lançados aqui no Brasil, afinal virei fã!
Preciso dizer que recomendo a série? Já falo tanto de Rosemary Beach por aqui que vocês já sabem que são histórias que recomendo de olhos fechados. A autora tem uma escrita deliciosa e suas histórias me conquistaram pra valer. Se você ainda não conhece, tá na hora de mudar isso. Vale a pena demais da conta!