Ualace 10/09/2020
Por Que Eu Acho Que Robert Langdon Precisa Se Aposentar?
Origem é o quinto livro de Dan Brown tendo o personagem Robert Langdon como protagonista. E talvez esse seja o grande problema do livro pra mim. Apesar de não ser necessário ler os livros em ordem, não podemos negar que há uma cronologia e uma sequência de fatos entre os livros. Por isso, o fato de Robert Langdon ser o protagonista outra vez simplesmente descartou completamente toda a história, o conflito e, principalmente, o desfecho do livro Inferno, uma vez que há um grande acontecimento no final desse livro que não é nem ao menos citado em Origem. Pode ser dito que Dan Brown não queria misturar as histórias nem obrigar o leitor a ler em uma ordem específica? Sim. Mas houveram no mínimo três referências ao enredo de O Código Da Vinci, a galinha dos ovos de ouro de Dan Brown, durante a trama de Origem, então foi realmente uma questão de prioridades pra mim.
Ainda falando sobre o problema de termos Robert Langdon mais uma vez como protagonista, foi realmente maçante de acompanhar PELA QUINTA VEZ uma perseguição desenfreada por toda uma cidade aleatória em busca de pistas, com uma mulher sexy e independente, tendo como rival um assassino de aluguel querendo impedir um grande segredo que pode abalar as estruturas do mundo de ser revelado. Como livro único, tendo outro personagem como protagonista, seria uma história bem mais interessante do que essa sensação de "mais do mesmo" que o livro me passou o tempo todo tendo Robert Langdon sob os holofotes, dando a sensação de que esse personagem já está meio que acostumado a resolver teorias da conspiração ao invés de fazer palavras cruzadas enquanto desfruta do seu desjejum. Porque mesmo sendo uma obra fictícia, simplesmente não faz sentido que ele se envolva em tantas tramas macabras assim contendo revelações capazes de causar mudanças extremas no planeta, na cultura e no modo de viver das pessoas, sem contar a quantidade de vezes que ele já foi acusado de crimes que não cometeu, a quantidade de vezes em que literalmente esteve por um fio de morrer mas a sorte esteve a seu favor, e o principal, a quantidade de vezes que seu nome ganha um grande destaque por resolver as grandes conspirações em questão, o que obviamente em um âmbito comum alavancariam o mesmo para o status de uma supercelebridade, no mínimo, pra no livro seguinte ele ser outra vez praticamente um anônimo, como se seus feitos fossem descartáveis assim.
No mais, é um bom livro, mesmo que a grande revelação dele exija um pouco demais da cabeça do leitor de primeira viagem.
Eu realmente não recomendo que as pessoas peguem todos os livros do Robert Langdon para ler em sequência, porque com certeza a fórmula vai saturar e a qualidade das histórias será comprometida.