Pape Satàn Aleppe

Pape Satàn Aleppe Umberto Eco




Resenhas - Pape Satàn Aleppe


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Marcelo 21/02/2021

Interessante porém ultrapassado
Como sempre Umberto Eco tem pensamento sagaz, mas como o livro reúne artigos (Bustinas) que ele escreveu para um jornal durante seus últimos 15 anos de vida, muita coisa já está ultrapassada, principalmente no tocante à política e guerras religiosas. Mas para quem quer conhecer o pensamento deste filósofo fora do contexto de um livro, ou seja, sua crítica em relação aos temas cotidianos, o livro é interessante
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Roberta 14/03/2024

Pape Satan Aleppe
O Título faz referência a um personagem da Divina Comédia (não me recordo mais qual), sei que essa é a única frase que ele diz. Acho que ele colocou esse título porque o Dante misturou vários idiomas diferentes que resultaram nessa frase. Acho que tem a ver com nossa sociedade que não se entende, e com a internet isso não iria mudar. Os textos dele são crônicas das chamadas "Bustinas" (aliás, tem um livro dele "Bustinas di Minerva" que datam de períodos muito anteriores a esses do livro atual e não tem tradução para o português!) que ele publicava toda semana. Claro, que ele cita a sociedade italiana, porque, obviamente, ele era italiano, mas dá pra ver "a gente" ali enquanto brasileiros em muitas das crônicas. Tem muito sobre imigrantes, Gaza etc, temas que estão muito mais em voga do que nunca. E eu sempre me divirto muito com os livros dele, apesar de haver muita desgraça, o modo como ele escrevia é algo que me dá uma certa felicidade.
Engraçado que eu sempre me emociono ao terminar algum livro dele.
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Rub.88 24/09/2022

Bustinas
O Livro Pape Satan Aleppe do escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo Umberto Eco reuni crônicas que ele publicou durantes anos na revista L'Espresso. O conceito sociedade líquida, que o subtítulo da obra em questão, foi cunhado pelo sociólogo Zygmunt Bauman que desenvolve o pensamento que a cultura vigente é volúvel, efêmera e pouco confiável. E o gênio italiano aqui comenta livremente sobre vários temas, fazendo conexões, utilizado os seus infindáveis conhecimentos históricos, linguísticos e simbólicos com a atualidade do mundo, principalmente com notícias que circulam na Itália. Partindo de leituras de jornais, sites e outra publicações ele tece comentários, logicamente altamente opinativos, sobre os assuntos que lhe despertaram interesse. E é da natureza da crônica ser uma notícia reflexiva, e ela tem maior relevância e impacto quando é lida com o corpo ainda aquecido com o fato discutido. Todas as crônicas vêm datadas com o ano de publicação, para não ficar assim tão perdida na linha cronológica do tempo, e um título para especificar o assunto ventilado.
Dividido em subtemas como; A passos de caranguejo, Ser Vistos, Os Velhos e os Novos, On-0line, Sobre Celulares, Sobre os Mass Media, Várias Formas de Racismo, Entre Religião e Filosofia, A Boa Educação, Sobre Livros e Outras Coisa Mais, A Quarta Roma, Da Estupides à Loucura. Isso para enquadra na visão do autor as centenas de textos que escreveu semanalmente sobre os acontecimentos do cotidiano.
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Coruja 11/08/2017

Sou suspeita para falar sobre Eco, considerando minha paixão pública e declarada por tudo que esse homem escreveu. Seus romances, seus livros de semiótica e suas crônicas, tudo parece ter um sabor próprio, um humor que permeia desde os seus mais eruditos artigos até seus romances mais excêntricos.

"Pape Satàn Aleppe" - cujo título vem de uma citação de "A Divina Comédia" e não tem qualquer significado prático - reúne crônicas publicadas em jornal nos últimos dez anos, sobre uma miríade de temas que vão da política e da literatura à etiqueta do uso do celular. Alguns dos textos são um pouco distantes da nossa compreensão por lidar de forma bastante específica com questões culturais e políticas da Itália (embora haja políticos como Berlusconi em muitos outros países...) - mas a maior parte do que Eco escreveu aqui aplica-se a qualquer lugar do mundo; situações e personagens que nos são bem familiares. Esse volume entra na mesma tradição do "Diário Mínimo", que também foi traduzido aqui no Brasil.

Minha única tristeza é saber que após esse livro, não haverá nenhum outro novo título do Eco para ler. Felizmente, a produção do italiano foi tão ampla que ainda há muitos livros para acrescentar à estante - e tão complexa que mesmo as releituras são como descobrir a história pela primeira vez...
Gervasio 25/02/2018minha estante
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Luis 21/03/2021

O cotidiano segundo Umberto Eco
Este livro é uma coleção de crônicas curtas, de uma a quatro páginas, sobre os mais variados assuntos. Algumas delas são simplesmente brilhantes, enquanto outras apontam semelhanças incômodas com o momento atual. Políticos que governam pela mídia, negacionistas da ciência, esquerda que não quer vencer...

Leitura deliciosa. E substancial, como tudo do autor.
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Luzineide 01/02/2023

Ler Eco, é enveredar por caminhos onde a história, a filosofia se encontram abundantemente.Mas não é só as duas, pois o mundo contemporâneo não escapou a tanta realidade e verdade descrita nesta obra.Embora o livro tenha sido escrito a mais tempo, é como se ele estivesse falando de nosso mundo e sociedade líquida agora.
Fenomenal.
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Rodrigo 22/05/2023

Pape Satàn Aleppe
Pape Satàn Aleppe é uma obra que desafia o leitor a refletir sobre a sociedade contemporânea e seus desafios. Com sua perspicácia intelectual, Eco nos convida a questionar nossas crenças, a analisar criticamente o mundo ao nosso redor e a buscar uma compreensão mais profunda das complexidades da sociedade moderna. É um livro indispensável para aqueles interessados em sociologia, filosofia, cultura e política.
Recomendo a leitura.
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Cheiro de Livro 27/09/2017

PAPE SATAN ALEPPE: Crônicas de uma Sociedade Líquida
Pape Satàn Alleppe, foi o grito dado por Plutão ao ver Dante Alighieri entrar no quarto círculo do Inferno. De tradução incompreensível, não se sabe se era de tristeza, surpresa, felicidade, ironia… E é justamente este mistério que intitula o último livro de Umberto Eco. A obra reúne várias crônicas escritas entre 2000 e 2015 na coluna La Bustina de Minerva, publicada pelo autor no jornal italiano Espresso. A escolha desta expressão como título do livro tem uma razão muito clara e já nos diz muito sobre o que leremos em suas páginas, Eco faz uma ponte entre a frase sem sentido e a nossa sociedade, também sempre tão incompreensível e incompreendida, desconexa, sempre em crise, uma sociedade líquida em todos os seus aspectos, tal qual definiu o sociólogo polonês Zygmunt Bauman. São 178 crônicas, divididas em 14 capítulos, todas escolhidas pessoalmente por Umberto Eco, e ele mesmo também explica a escolha do título:

“A citação é evidentemente dantesca (“Pape Satàn, pape Satàn aleppe, Inferno, VII, 1), mas como se sabe, embora uma profusão de comentaristas tenha tentado encontrar um sentido para o verso, a maior parte deles concluiu que não tem nenhum significado preciso. Em todo caso, pronunciadas por Plutão, estas palavras confundem as ideias e podem se prestar a qualquer diabrura. Achei, portanto, oportuno usá-las como título desta coletânea que, menos por culpa minha do que por culpa dos tempos, é desconexa, vai do galo ao asno — como diriam os franceses — e reflete a natureza líquida destes quinze anos.”
Em Pape Satàn Alleppe, Eco passeia entre os mais diversos temas, desde religião, passando por racismo e xenofobia, e chegando em política italiana, mídia de massa e a até teorias de conspiração. A internet, as redes sociais, o mundo digital de uma forma geral também não poderiam ficar de fora, dada a palpável (seria isso possível?) liquidez de suas relações. Harry Potter, Feminismo, Twitter, 11 de setembro, tudo tem espaço nessa coletânea em que o autor nos brinda com suas análises críticas, sua escrita refinada, e também seu humor sarcástico.

A obra nos fala muito sobre como somos bombardeados de informações o tempo inteiro. Eco nos deixa claro que o trabalho dos editores deveria ser ensinado nas escolas, afinal, diante de um mar de conteúdos, como decidir o que ler e o que não, o que guardar e o que jogar fora? Não obtemos respostas, mas com certeza ao percorrer as mais de quatrocentos páginas de Pape Satàn Alleppe saímos mais reflexivos sobre nós mesmos e nossa sociedade, talvez preparados para melhores e mais objetivas perguntas (talvez não).

site: http://cheirodelivro.com/pape-satan-aleppe-cronicas-de-uma-sociedade-liquida/
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ig: rafamedeirosmartins 05/10/2017

Pra entender o mundo
O cronista exerce um ofício difícil: falar a cada 15 dias, daí pra pouco mais ou menos, sobre temários livres e com densidade não parece ser simples. É preciso haver bagagem intelectual considerável, boa habilidade na escrita, e sobretudo fugir do lugar-comum.

Tudo isto tem Umberto Eco, que dispensa prefácios - ele próprio odeia fazê-los. Suas formações, todas laureadas, como historiador, semiológo, filósofo e escritor são mais que suficientes para produzir crônicas de primeiro time.

Um livro que ensina a pensar. Com tamanha erudição, leva o leitor a reconhecer suas limitações e querer se aprimorar, porque é preciso levar a vida a sério, e não há coisa mais séria que os assuntos que regem a humanidade: racismo, religião, loucura, avanços e retrocessos, política, educação, todos os temas tratados com desenvoltura no formato que a crônica admite.

Olho para o título (Pape SATÀN Aleppe) e lembro do difícil momento que atravessa este país, com a grave comunicação entre política estatal e fundamentos religiosos. Às fls. 255, Eco explica como o fundamentalismo religioso se inseriu na política dos EUA, apoiando todas as posições da direita. É o que se passa no Brasil atual. Já na pág. 345 define reacionário como "aquele que considera que existe uma sabedoria antiga, um modelo tradicional de ordem social e moral a qual devemos retornar a qualquer preço, opondo-se às conquistas do progresso, das ideias democráticas, à tecnologia e à ciência moderna."
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Silvio 11/12/2018

Professor, filósofo, escritor e bibliófilo, Umberto Eco (1932-2016) foi um dos maiores intelectuais dos últimos 50 anos. Embora tenha se tornado mundialmente famoso por romances como o Nome da Rosa, seu maior legado é a aguçada visão crítica da sociedade moderna, compartilhada nas "bustinas" (artigos) publicados no jornal italiano L"Expresso. Seu último livro, Pape Satan Aleppe (citação da Divina Comédia que se traduz por "palavras que confundem as idéias e podem se prestar a qualquer diabrura") reúne uma seleção de artigos publicados entre 2000 e 2015 em que faz uso de sua erudição e experiência de vida para analisar com lucidez as causas de situações surreais da atualidade, como a crença na "Terra plana", fake news e o retorno do conservadorismo.

Para Eco, vivemos uma sociedade líquida, um momento de transição em que os grandes pilares da sociedade (nação, comunidade, ideologias) se diluíram, deixando os indivíduos à deriva. Vivemos em um momento de inversão de valores em que, tal qual caranguejos, damos passos para trás e o progresso coincide com o regresso. "Moderno" hoje é usar a energia do vento, não a dos átomos; é andar de bicicleta ao invés de carro; é dar preferência às frutas e verduras cultivadas à mão e adubadas com esterco do que os alimentos super processados.

Na sociedade líquida, as pessoas se confundem pelo excesso de informação. Perdem a capacidade de selecionar o que vale a pena recordar e tem noções imprecisas sobre o passado, não porque não lhe falaram a respeito, mas porque as informações úteis e confiáveis estão misturadas e sepultadas no contexto de uma imensidade de notas irrelevantes e delirantes.

É um ambiente propício para a disseminação das fake news, que acabam alimentando os conspiracionistas. Tanto os psiquiátricos (o mundo conspira contra mim) quanto os sociais (as forças ocultas querem prejudicar meu grupo, país ou religião). Favorece também os "imbecis", que podem ser pessoas inteligentes e ótimas profissionais, mas que acabam falando besteiras sobre assuntos que não são da sua competência ou sobre os quais não refletiram o suficiente.

As redes sociais tampouco contribuem para esclarecer. Nada mais são do que conversas de bar em que todos falam de tudo e tudo se esvai ali mesmo. Todos querem ser vistos e ouvidos para ter a sensação de existir e a vergonha de ter sua vida privada exposta é o preço a ser pago pela notoriedade.

Quem se favorece com essa situação são os políticos populistas, que exploram a mídia para fazer contato direto e manipular a opinião pública de acordo com seus interesses. Usam o apoio popular conquistado como um rolo compressor para passar por cima das leis e direitos constitucionais. Como bem recorda Umberto Eco, foi uma das táticas defendidas por Hitler em seu livro "Minha luta".
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de Aquino 08/07/2021

Um gigante
Umberto Eco foi um gigante tão colossal que até quando erra o faz com classe. Excelente coletânea de um dos grandes pensadores.
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bardo 08/07/2021

Eis um livro conflitante, se de um lado temos a inventividade e sagacidade de Eco, que foi inteligentíssimo e imensamente culto por outro lado temos o anacronismo e a falta de contexto para muitos dos textos presentes na obra. Temos o deleite de ver Eco discorrendo sobre os mais variados assuntos, porém em diversas "bustinas" como foram apelidados os textos à época de sua publicação, os temas tratados são tão regionais e italianos que tornam-se maçantes para um estrangeiro. Outro ponto que causa incômodo ainda que por motivo diverso é perceber o quanto Eco já vaticinava alguns dos problemas que hoje enfrentamos e o quanto ele foi talvez ingênuo ou otimista ao pensar no desastre que a guerra midiática alcançaria. A despeito dessas questões talvez numa leitura não corrida, lendo algo como uma bustina por dia, a leitura se torne mais agradável, é inegável que em diversos momentos transparece o bom humor e ligeiro sarcasmo de Eco bem como aqui e ali ele nos brinda com curiosidades pouco conhecidas dos mais diversos assuntos.
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Diogo 08/02/2022

Ótima leitura. Livro de crônicas lançadas entre 200 e 2015, sobre os mais diversos assuntos. Política, cultura, tecnologia, mídia, história... A visão do autor sobre os temas é muito inteligente e pertinente. Recomendo a leitura.
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