Tamires 14/07/2017Fronteira da Paz, de Chirlei WandekokenÉ difícil dizer, mas talvez Fronteira da Paz tenha sido o meu livro favorito dentre as histórias secundárias de A Estrangeira. Afinal, melhor que uma história de amor, são duas histórias de amor completamente diferentes, lindas e entrelaçadas!
Robert, irmão mais novo do conde de Northumberland, como já era de se imaginar, estava prometido há anos em matrimônio à sua prima, Charlotte Mortimer. Entretanto, apaixonara-se por Lenah Douglas e estava decidido em se casar com ela, ainda que a moça fosse irmã de um arqui-inimigo de seu irmão.
O pai de Charlotte, temendo perder o acordo financeiro que seria propiciado pelo matrimônio e percebendo que o noivo talvez não cumprisse a promessa de casamento, resolve interferir e armar uma situação em que houvesse uma dívida de honra que só pudesse ser reparada com o casamento imediato dos jovens: Robert é pego em flagrante no quarto de Charlotte, ela nua na cama.
O casamento foi feito às pressas e Robert, furioso, deixa a residência dos Mortimer. Afinal, já que havia indícios de que ele havia deflorado a moça e ele fora forçado a se casar, não havia mais nada que ele pudesse ou quisesse fazer.
Charlotte, que também fora enganada, pois estava dopada no momento do flagrante, vê-se abandonada com seu inescrupuloso pai, pois Robert jamais aceitaria viver com ela. Pensou rapidamente, pegou o dinheiro que escondia em seu quarto e fugiu, para que não fosse mais forçada a nada.
Lenah, desiludida e sem ter para onde ir, pois seu irmão perdera toda a fortuna da família em jogatinas, procura a prima Elizabeth, que está bem estabelecida com Eliza (A Estrangeira), mas no passado fora uma cortesã. Queria aprender tudo o que fizesse um homem enlouquecer a fim de poder vingar-se de Robert, por tê-la abandonado. Elizabeth aceita ser a professora de Lenah, no entanto a faz jurar que jamais irá se prostituir e garante-lhe ajuda financeira.
Charlotte, em sua fuga para a América, conhece o sedutor capitão do navio que a transportará. O interesse entre os dois é rápido e espontâneo, mas Aedh Garvery foge de Charlotte por saber que ela é casada. Quando ela o procura para falar de seus sentimentos, o navio é atacado por piratas e Charlotte acaba sofrendo uma pancada na cabeça. Ao acordar, pensa que o capitão é seu marido e fica difícil, para ele, contar toda a verdade: em parte por não saber muita coisa sobre Charlotte e, também, por estar irremediavelmente apaixonado por ela.
Não sei se é perceptível pelas palavras que usei até agora, mas meu casal favorito aqui é Charlotte e o capitão Aedh! Não que a outra história não seja boa, mas quem resiste a um capitão de um navio conhecedor do Novo Mundo? A história ainda guarda muitas surpresas e deliciosas reviravoltas e certamente quem ama um bom romance vai adorar! Em Fronteira da Paz as mocinhas são duas personagens dignas de nota: mulheres destemidas que vão em busca de seu futuro e sabem muito bem o que querem.
Fico agora na torcida para a próxima publicação do universo de A Estrangeira. Sim, há um certo conde francês que também terá sua história contada, o Fillipo Raspail. E eu já estou aqui, na primeira fila, aguardando ansiosa para ler! Além de ótima editora, Chirlei é uma grande escritora, tem um olhar sagaz que tanto reconhece quanto sabe contar uma boa história.
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