O filho do coveiro

O filho do coveiro Marcos Mota




Resenhas - O filho do coveiro


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phddelavia 01/05/2020

Soberba e arrogância
Se o livro terminasse contando a história de um antagonista ele seria muito bom. Antes de falar mal, vou elogiar a escrita, o português do autor é muito bom. Ponto.

Escrevi um texto enorme explicando pq detestei esse livro, mas apaguei tudo e vou resumir assim: é a história de um cara humilde (que não tem humildade nenhuma) que se acha o perfeito, o santo, o iluminado, o astuto e o fodão. Tenta (já conseguindo) o amor de uma mulher que não tem vida nenhuma que só existe para elogiá-lo e mostrar o quanto ele é fodão.

Misógino, machista, arrogante, religioso, evangélico, meritocrático e totalmente absurdo. É astuto história da "perfeição" se tornando perfeita.
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Coisas de Mineira 07/02/2018

Conheci o autor Marcos Mota em um encontro literário realizado na biblioteca em que eu trabalho. Foi quando tive o prazer de ganhar seu livro autografado. Fiquei feliz por ser um romance, gênero que tanto gosto, achei a capa bonita e o título intrigante. Impossível não pensar imediatamente em cemitério... E é exatamente para um cemitério que a trama nos leva. Mais precisamente para o cemitério São Cristovão, situado na cidade mineira de Campo Verde, local que se tornou o segundo lar do protagonista Edgar Pomer, o filho do coveiro. Desde criança Edgar se acostumou ao ambiente e a tudo que nele ocorre. Com o passar do tempo aprendeu o oficio de coveiro, para auxiliar o pai nas tarefas diárias. Mas, seus sonhos e planos para o futuro começam a mudar quando em um dos costumeiros enterros, ele conhece e se apaixona pela pequena Elisabete Sousa. Uma bela menina que chorava a morte do pai.

Da infeliz perda de Elisa surgiu o encontro, a amizade e posteriormente o amor do casal que manteve por anos encontros secretos no mausoléu da família da moça. Acompanhamos um amor romântico e é bonito ver como Edgar descreve Elisa com palavras doces, carregadas de admiração e paixão. Há na trama um clima de mistério devido boa parte dos acontecimentos se darem em um cemitério. O pano de fundo já é sombrio por si só, mas como se não bastasse o local é constantemente violado por saqueadores e feiticeiros praticantes de magia negra. O romance é temperado com pitadas de ambição, inveja, mortes, misticismo, questões sociais... Uma série de obstáculos com os quais Edgar precisa lidar. Lendo é possível perceber que o amor por Elisa o impulsiona e o faz querer chegar cada vez mais longe e ousar em busca do melhor. Por amor ele batalha por conquistas e enfrenta situações de perigo.

A história é narrada em primeira pessoa por Edgar. Ele se mostra determinado e espeto. Gostei muito de seu raciocínio rápido! O personagem é sensível, tem fé em Deus e é capaz de enxergar a fragilidade da alma humana. Criativo se mete até a escrever histórias... Marcos descreve em seu livro sentimentos, pensamentos, cenários, cheiros... Isso me aproximou do ambiente e dos personagens. O pai de Edgar me pareceu um homem distante, pouco carinhoso com o filho que perdeu a mãe aos 5 anos. Em compensação Edgar conta com a presença de dona Noemi, uma beata carinhosa que é como uma mãe para ele. Como tudo se passa no início do século XX há um ar tradicional presente no comportamento dos personagens e também nos diálogos com um vocabulário mais formal. Apesar de não possuir um texto “moderno” como o dos romances atuais, a leitura é leve, rápida e como possui poucas páginas concluí em um único dia. Não posso deixar de mencionar as pequenas ilustrações no início de cada capítulo, um detalhe delicado que combinou bastante com toda a proposta.

Gostei muito do romance. Na maioria das vezes leio histórias que se passam no séc. XXI, mas não posso negar que há um charme e uma elegância nos romances do passado. É agradável ver a forma respeitosa como os apaixonados se tratavam. Em contrapartida foi triste deixar a imaginação passear por uma Minas Gerais onde havia fazendeiros impiedosos com seus escravos. É estranho pensar em dinheiro e posição social falando alto nas relações de maneira tão explicita quanto era na época. O livro me fez “dar um pulinho” nesse passado recente. Confesso que invejei a coragem e o desembaraço de Edgar para lidar com a morte. Medrosa como sou, gostaria muito de ser tão destemida quanto ele, que em nada se impressionava diante dos assombros do cemitério. A história é simples, curta, despretensiosa, mas irá mostrar a olhos atentos e a corações sensíveis um bom exemplo de determinação e fé. E você, já leu o livro? Gostou da resenha? Beijo.

Por: Nathalia Reis
Site: http://www.coisasdemineira.com/2016/11/resenha-o-filho-do-coveiro-marcos-mota_28.html
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