Resenhas - Hero At The Fall

Fernando Lafaiete 25/02/2018

Hero at the Fall (Heroína da Alvorada): Um desfecho que poderia ter ido além.
***NÃO possui Spoiler da trilogia***
Nota: 3.5

Alwyn Hanilton me conquistou com A Rebelde do Deserto e me fez ficar apaixonado pelo mundo e pelos personagens. Esse meu amor se intensificou com a leitura de A Traidora do Trono, o segundo volume. Mas o que vocês irão encontrar e vale mesmo a pena ler a trilogia em questão?

Tudo gira em torno de Amani, uma jovem que vive com a tia, seu marido e suas primas na vila da poeira. Não querendo se casar com o próprio tio e almejando uma vida totalmente diferente da que foi forçadamente traçada para si, ela resolve se disfarçar de homem para poder participar de um campeonato de tiro. Em seu caminho surge Jin, um foragido do reino que está ligado à uma rebelião que tem como objetivo tomar o trono do Sultão, um governante cruel que massacra e oprime todos que o cercam.

A ambientação e cultura remetem-se aos áribes. A mitologia gira em torno de gênios que vivem no deserto. Seres feitos de fogo, ar, terra e água. É tudo muito bem explorado e bem imersivo. A protagonista é excelente e junto com Jin eles criam uma dinâmica espetacular que não gira em torno apenas de romance. A relação de ambos é uma mistura de tudo que vocês podem imaginar. O segundo volume é o meu favorito da série e iniciei a leitura de Hero at the Fall (Heroína da Alvorada) esperando um desfecho mais que espetacular.

Infelizmente Alwin Hamilton faz parte de um grupo de autores que preferem ficar em uma zona de conforto por medo da rejeição dos leitores. Escrever fantasia YA faz com que os autores lidem com um público complicado e muitos vezes visto como imaturo. Isto prejudica a narrativa (na minha opinião) e faz com que muitas vezes tudo soe bobo e fácil demais.

Neste terceiro volume e tão aguardado desfecho nos deparamos com cenas fabulosas que demonstram o poder da personagem central. Amani é incrível e Alwin Hamilton a utiliza sabiamente inserindo outras personagens femininas que não são desenvolvidas apenas para serem inimigas da protagonista. Sororidade bem inserida e importante para histórias do gênero.

As mulheres mostram o poder feminino e os homens demonstram o respeito que elas merecem sem serem apresentados de maneira inferiorizada.

Mas o que me incomodou?

Hero at the Fall é um desfecho repleto de situações pertinentes demais. Soluções que surgem do nada e que demonstram o medo de Hamilton em se arriscar.

Esperava mortes mais significativas e esperava que um poderoso personagem fosse utilizado de maneira mais abrangente.

Várias situações complicadas são criadas para logo em seguida toda a tensão ir por água abaixo graças ao surgimento de soluções anti-climáticas. O final é bem previsível e esperado para um livro do gênero.

Esse desfecho foi escrito com a clara intenção de agradar o seu público alvo. Leitores assíduos de fantasia YA.
Mas se você é um leitor de fantasia adulta, será difícil (acredito eu) não terminar a trilogia com a sensação de que a autora poderia sim ter se arriscado mais.

É uma trilogia na minha opinião muito boa e que indico bastante apesar das ressalvas. Uma fantasia com romance equilibrado, ação, bons vilões, boas reviravoltas, bons personagens e um final Ok.

Não supriu minhas expectativas, mas Alwyn Hamilton é uma autora que continuarei lendo. Que em uma próxima história ela se arrisque mais. Ficarei na torcida!

Nati 05/04/2018

"She was all fire and gunpowder, and her finger was always on a trigger."
O último livro de uma trilogia sempre vem carregado de expectativas, principalmente se os livros anteriores forem muito bons, como foi o caso da trilogia da Rebelde do Deserto. Não só o último livro tem que surpreender mais que os outros, ele é o fechamento da história e deve dar um destino aos personagens e amarrar as pontas soltas. Esse livro não só cumpre com as expectativas como supera tudo o que eu pensei pra esse final da história da Amani e de Miraji. Que livro! Estou um pouco orfã agora, porque li os três livros quase de vez e não sei pra onde ir agora que não vou acompanhar mais esses personagens.

O ritmo já começa acelerado (afinal, estamos de vez no meio de uma guerra) e nem os personagens nem nós leitores temos um segundo para descansar, recuperar o fôlego e achar que estamos seguros - os acontecimentos são rápidos e a cada página é um tiro diferente. Amani aqui está sensacional. A personagem teve um desenvolvimento incrível ao longo dos três livros e nesse ela assume uma posição de liderança muito interessante e ela se encaixa bem, apesar de ainda ter aquele sentimento de dúvida, de despreparo e as decisões que ela toma são muito compreensíveis. Ela está longe de ser aquela garota que saiu de Dustwalk e é muito legal ver aonde ela chegou.

Esse final foi uma montanha-russa de emoções: numa página é só euforia, na outra lágrimas - Alwyn Hamilton não poupa personagens e cada morte aqui tem um significado e deixa você com o coração na mão. Plot twists tem a rodo, apesar de aqui eu ter achado que alguns eram bem previsíveis, mas outros me pegaram com o coração na mão.A volta de alguns personagens é muito legal, principalmente pra dar aquele contraste entre a Amani que começou essa jornada e a que está terminando, mas os personagens novos que aparecem também são muito interessantes e bem inseridos na trama. Eu AMO o relacionamento da Amani e do Jin e senti um pouco de falta dele e dessas interações entre os dois no livro anterior, mas autora mais do que compensa isso aqui e adoro como eles se entendem e se apoiam. Relationship goals

Brun4 04/07/2023

O melhor livro da série
Os livros são definitivamente bem escritos. Considerando a proposta que têm, a autora desenvolve muito bem o mundo e a mitologia e usa um tom narrativo bem condizente com o cenário, que conta "histórias" de um jeito melancólico e, definitivamente, muito bonito.

No geral eu gosto muito mais das personagens secundárias do que da protagonista, principalmente por conta dos vários momentos de auto-piedade que cansaram além da conta e também por conta de várias situações que poderiam ter sido evitadas caso as personagens tivessem metade do cérebro da Shazad. Muitas coisas que acontecem no início do livro pareceram desnecessárias no sentido de que a autora poderia ter colocado mais esforço em construir cenários mais críveis.

Mas no fim das contas gostei bastante do livro e até me emocionei com o final.