Carla.Parreira 28/12/2023
Ansiedade 3: ciúme (Augusto Cury). Melhores trechos: "...O ciúme é cobrador, controlador, sabotador, impulsivo; ninguém muda ninguém. Temos o poder de piorar os outros, e não de mudá-los. O amor é paciente, o ciúme é neuroticamente ansioso. O amor é apostador, o ciúme tem a necessidade neurótica da inveja. O amor é tolerante, o ciúme é implacável. O amor é desprendido, o ciúme é vingativo. O amor é libertador, o ciúme é controlador. O amor é investidor, o ciúme é explorador. O amor é humilde, o ciúme é arrogante (centro das atenções)... Claro, há um ciúme aceitável, suportável, inofensivo, mas nenhum ciúme é saudável, principalmente se implica controlar o outro. Querer a presença do outro é saudável, mas exigi-la é nocivo; procurar fazer coisas juntos tempera a relação, mas não se alegrar sem a presença do outro é doentio. Amar a presença do parceiro é riquíssimo, mas reclamar atenção exclusiva é aprisionador. O ciúme aceitável não arde em cobranças, há o ciúme fatal asfixia quem ama, pune quem falha... Não há nenhuma garantia de que romances que começam bem vão terminar bem, que relações saturadas de beijos e carícias não vão terminar em tapas emocionais. Sem admiração, com o tempo, os parceiros se tornam chatos, críticos, pressionadores e acusadores. São incapazes de dar risada da própria estupidez, levam a vida a ferro e fogo, não brincam, não relaxam. Sem admiração, o romance é desinteligente, carregado de emoção, mas vazio de sabedoria... Uma pessoa mal resolvida não resolverá sua infelicidade relacionando-se com outra pessoa. Tem de se resolver para ser completa e completar quem ama. Depositar a esperança de ser feliz exclusivamente no outro é acreditar num delírio... Quem tem problemas emocionais deve ser humilde, honesto consigo mesmo e procurar ajuda; deve aliviar quem ama, não sobrecarregá-lo... O amor inteligente é dificílimo de ser explicado, pois é fundamentado numa 'independência agradavelmente dependente, numa cumplicidade que completa o casal'... Quem sabe da sua grandeza não tem medo de deixar o outro partir. A melhor maneira de fazer o parceiro ficar é deixar a porta aberta para ele ir. As raízes da emoção se aprofundam e agradecem. O amor ganha estatura... Não é possível ser emocionalmente saudável sob o controle do ciúme. Não é possível ser mentalmente livre e feliz sob o cárcere das cobranças. Quem cobra demais está apto a trabalhar numa financeira, mas não a ter uma bela história de amor... Uma pessoa ciumenta pode ser comparada a um agiota, só que, nesse caso, da emoção. Empresta seu tempo, depois cobra caro de quem ama. Dá seu carinho, mas suga o outro, cobra um carinho dez vezes maior do que aquele que 'emprestou'. Dá sua atenção, mas depois exige atenção exclusiva... Toda pessoa ciumenta tem núcleos traumáticos em sua história. É emocionalmente carente, tem um 'buraco negro', semelhante aos existentes no universo, não convive harmonicamente nas relações interpessoais, suga tudo ao redor. Pelo fato de não ser bem resolvida emocionalmente, não se sentir importante e não ter consciência de seu valor, sua sede de atenção é insaciável. Ela está sempre em busca de mais e mais atenção. Hoje está alegre, amanhã, deprimida. Tudo o que se faz para ela é insuficiente, pois o problema não está no outro, mas dentro dela mesma... Um romance saudável começa com desenvolver um romance consigo mesmo. Você precisa se enxergar como uma pessoa incrível, apesar dos seus defeitos, para depois apostar no outro e ter um romance inteligente e sustentável... Quem se diminui ao mesmo tempo que supervaloriza o outro o sufoca... Toda pessoa que tem ciúme se autoabandonou. Quem tem ciúme tem um Eu com baixo nível de sociabilidade consigo mesmo, embora possa conviver tranquilamente com outras pessoas... A tradução inconsciente do ciúme é 'estou tão pobre de mim que procuro me enriquecer no outro. Estou tão carente de mim mesmo que procuro apoio desesperado no outro'. Resolver essa equação emocional é fundamental para se ter uma mente saudável... Quem é muito carente tem tendência a ser ciumento, quem é ciumento é também possessivo, e quem é possessivo não possui aquilo de que mais precisa: si mesmo. Não explora o território da sua emoção, é um forasteiro na própria terra. Para resolver seus núcleos traumáticos, uma pessoa ciumenta ou que possui qualquer outro transtorno psíquico deve reeditar as janelas killer: duvidar de tudo que o controla, criticar cada pensamento perturbador e determinar ardente e diariamente ser livre, e não um escravo emocional..."