Kelly @leitora_assidua_ 21/09/2018Esse livro me tocou de uma maneira surpreendente!Um livro sobre aceitação. Sobre se aceitar como realmente é, sua cultura, seu eu, sua alma!
“Ele sabia como eu amava estudar aqui, mas sempre me dizia que[…]era uma universidade chata, ultrapassada. Quando achava que estava feliz demais com algo que não tinha a ver com ele, sempre encontrava um jeito de falar mal. Como você pode amar alguém e ao mesmo tempo quer controlar o nível de felicidade que é permitido à pessoa?”
Composto por 12 contos, No Seu Pescoço, nos mostra um lado da Nigéria que quase não vemos, de conceitos religiosos até a imigração.
“O futuro dela dependia daquele rosto. O rosto de uma pessoa que não a compreendia, que não devia cozinhar com azeite de dendê, ou não devia saber que o azeite de dendê, quando estava fresco, tinha um tom muito, muito vermelho, e quando não estava, virava um creme laranja espesso.”
Muito mais que isso, esses 12 contos nos fazem pensar e repensar sobre a vida que levamos, sobre a sociedade que estamos inseridos, como muitas vezes, só olhamos para nós mesmo e lamentamos o que não temos e não enxergamos o que temos ao nosso lado.
“Nós nunca damos valor ao que é nosso…”
Esse livro me tocou de uma maneira! Sabe o que é você se sentir representada, quanto nas coisas boas como as coisa ruins, vê a sua realidade imersa ali, e enxergar com clareza o que às vezes não vê. Foi uma experiência única, dolorosa e ao mesmo tempo prazerosa…
“Você não sabia que as pessoas podiam simplesmente escolher não estudar, que as pessoas podiam mandar na vida. Você estava acostumada a aceitar o que a vida dava, a escrever o que a vida ditava.”
Esse é aquele livro que eu recomendo a todos, e junto com Outros Jeitos de Usar a Boca ganhou um lugar especial no meu coração.
E apesar de levar o nome de resenha, essa aqui está mais para uma indicação, cada conto tem um universo único e eu poderia vir aqui e destrinchar todos eles, mas não gostaria de estragar a experiência por trás deles.
“Aquilo que se enroscava ao redor do seu pescoço, que quase sufocava você antes de dormir, começou afrouxar, a se soltar.”