No seu pescoço

No seu pescoço Chimamanda Ngozi Adichie




Resenhas - No Seu Pescoço


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Guynaciria 13/03/2018

Esse é mais um livro forte da autora nigeriana Chimamanda Adichie.

Eu sou apaixonada pela escrita dessa mulher, ela sempre me faz refletir a respeito do papel da mulher na sociedade. É nesse livro não é diferente, aqui temos personagens femininas fortes, decididas, que lutam para alterar a realidade em que vivem.

Ao todo são doze contos, que abordam temas que vão de imigração, adaptação a uma cultura estrangeira, relações familiares conflituosas, ciume entre irmãos, adultério, mais principalmente de desigualdade social.

A autora utiliza sua experiência pessoal como mulher negra, imigrante, para retratar de forma verossímil a decepção que essas pessoas costumam tem ao perceber que todas as informações que receberam durante sua vida, em relação a facilidade de oportunidades e ascensão social em países como os Estados Unidos, na realidade são incorreta. 

Em todos os contos, o choque cultural foi traumático, independente da condição financeira ou o nível de escolaridade. Os imigrantes sempre eram tratados de forma diferenciada, e não necessariamente para melhor.

Quando somos expostos a uma realidade tão diferente da nossa, é impossível não sair modificado. Acredito que essa seja a proposta do livro, nos fazer sair da bolha e ver o mundo através dos olhos de outras pessoas. 

A leitura foi edificante, eu recomendo a todos conhecer não somente esse livro, mas toda a obra da Chimamanda. 
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Aline Marques 18/01/2019

Não há troca sem empatia [IG @ousejalivros]
Enquanto enxergarmos o outro através de nossos olhos e história, nada mudará.

Suposições sem empatia, afirmações atreladas a versões unilaterais e a bolha social impenetrável, composta por superficialidade e prepotência, são responsáveis pelo abismo que afasta o "humano", o catalogando como comum ou excêntrico, perfeito ou abominável.

Adichie narra com propriedade e sensibilidade, doze histórias sobre relações humanas que buscam abranger a universalidade presente também na individualidade, através de temas atuais considerados, frequentemente, como indiscutíveis, estáticos e conflitantes.

Ao assumir o papel de porta voz de todo um povo e geração, a autora motiva a curiosidade e reflexões, inspirando o leitor a transgredir as barreiras, aparentemente, impostas pelo território, língua e cultura. A troca é imensurável, permitindo que se "veja com clareza a ligação entre educação e dignidade, entre coisas duras e óbvias que são impressas nos livros e as coisas suaves e sutis que se alojam na alma."*

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*Grifo meu do trecho presente na página 231.
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Cynthia.Guilhon 14/01/2019

Chimamanda 1
Esse foi o meu primeiro livro da Chimamanda, há muito eu queria ler os livros dela e posso dizer com certeza que não me arrependi. Esse é um livro de contos, bem curtinho, para quem quiser começar "de leve" é uma boa pedida.
Os contos são simplesmente ma-ra-vi-lho-sos!! Acho que o título 'No pescoço' é perfeito para retratar as angústias dos personagens. No conto "A embaixada Americana" por exemplo, eu não pude conter as lágrimas. Recomendadíssimo!!
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João 09/01/2019

No seu pescoço - Chimamanda Ngozi Adichie
Chimamanda encontrou na arte de contar histórias também uma forma de demonstrar como a experiência antropológica do estranhamento constitui importante ferramente para a geração de empatia entre os povos.

O método do estranhamento, na lição de François Laplantine, se caracteriza por uma descentralização radical do "eu", para vivenciar um 'eu' possível que ainda me é estranho porque radica apenas no outro.

É exatamente esse processo de estranhamento que emerge da literatura de Chimamanda quando as fronteiras geopolíticas são transpassadas pela narrativa, e o leitor é confrontado com as diversas culturas das tribos nigerianas (entre elas, os igbos, hauçás, iorubás e fulani). O estranhamento é sentido ainda mais claramente na pele dos próprios personagens, que frequentemente protagonizam o choque cultural entre africanos e norte-americanos, negros e brancos, cristãos e não cristão ("pagãos").

"No seu pescoço" é, assim, uma coletânea de contos inspirada pelo pluralismo cultural, seja quando lançamos olhos para a Nigéria multiétnica ilustrada pela autora, seja quando a obra evidencia o choque cultural entre brancos e negros.

A obra reúne doze contos lavrados numa linguagem simples e, por vezes, bem-humorada. A propósito, como li recentemente alguns contos de Alice Munro, me sinto autorizado a fazer um comparação (mesmo que tosca) entre os dois estilos de escrita. Em "No seu pescoço" a escrita é mais fluída e linear, bem como os personagens são menos complexos. Por sua vez, a leitura dos contos de Alice Munro é um pouco tortuosa em função das constantes digressões adotadas pela canadense. A atmosfera também pesa mais em Alice Munro com personagens mais redondos e temas um tanto intimistas.

"No seu pescoço" reúne diversas temáticas bem distribuídas entre os doze contos. No conto "A cela um" prevalece o universo das relações familiares. Em "Uma experiência privada" são evidenciados os conflitos étnico-religiosos entre cristão (igbos) e muçulmanos (hauçás) na Nigéria. Em "Fantasmas" conhecemos algumas memórias da guerra civil Nigéria/Biafra. Os contos "Na segunda-feira da semana passada", "No seu pescoço", "Os casamenteiros" e "Réplica" dialogam como a temática da imigração (Nigéria/EUA). Em "Jumping Monkey Hill", entre outras coisas, a narrativa tangencia a questão do assédio sexual. "A embaixada americana" trata da tensão política experimentada na Nigéria durante o governo militar, em meio aos movimentos pró-democracia e a pedidos de asilo na embaixada americana. "O tremor" convida a um diálogo sobre religião, fé e deus. "Amanhã é tarde demais' é uma envolvente história macabra que revela algumas práticas curiosas de uma tribo nigeriana. Em "A historiadora obstinada" observamos, grosso modo, as marcas da colonização inglesa sobre a cultura dos povos nigerianos.

Enfim, vale a leitura!


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Laís 09/01/2019

No seu pescoço
Belíssimo retrato de identidades em trânsito.
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isa.dantas 31/12/2018

Uma coletânea de contos incríveis para saber mais sobre a Nigéria, o preconceito e a xenofobia.
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Marita 31/12/2018

No seu pescoço. Chimamanda Adichie
Ótima leitura. Super recomendo. Os contos que eu mais me identifiquei foram A historiadora obstinada e Amanhã é tarde demais.
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Olgashion 27/01/2019

Ler um livro com uma cultura diferente da sua te impacta e te faz rever algumas coisas. Excelente retrato da vida das mulheres africanas.
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Hellen @Sobreumlivro 21/01/2018

Chimamanda né mores?! Não espere menos que incrível!
Chimamanda Ngozi Adichie é uma das autoras mais promissoras da geração. Reconhecida mundialmente por suas ideias relacionadas à desigualdades de gênero, racismo e injustiça social, a autora ajuda a desmistificar ideias preconcebidas sobre a cultura africana, por meio da literatura. E não é pra menos, tudo o que ela escreve é sensacional!

Nessa reunião de doze contos, a autora desenvolve com precisão e mostra todo o seu poder como porta-voz de uma cultura pouco explorada na literatura (e tem todas os outros aspectos, diga-se de passagem). Numa combinação impecável de sentimentalismo e força, a autora consegue mesclar temas sérios em situações rotineiras sobre a cultura nigeriana.

Em narrativas curtas e extremamente bem desenvolvidas, Chimamanda aborda temas importantes e necessários, como o preconceito racial, machismo, intolerância religiosa, imigração e conflitos familiares.
Desta forma, ao longo do texto, encontramos personagens incríveis e espirituosos, e o mais interessante é que todos os personagens principais são mulheres nigerianas, então é uma boa fonte de pesquisa de como é ser mulher, negra, africana e igbo, numa sociedade branca, patriarcal e intolerante.

No Seu pescoço é uma reunião de histórias impetuosas, espirituosas e fortes. Eu não conheço bem a cultura nigeriana, então não sei como o seu povo se sentiu ao ler essas palavras, orgulho ou vergonha, por ela ter conseguido retratar tão bem tal cultura.

Esse é um livro que merece não apenas ser lido, como também discutido, discernido. Se você lê essas páginas e considerar suas histórias normais e triviais, não perceber o que está explícito nas entrelinhas - verdades quase gritantes -, bem, só prova que você não quer enxergar toda a cultura machista, patriarcal e branca espalhada feito erva daninha pelo mundo.

site: https://www.instagram.com/sobreumlivro
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Lê | @ledelicor 22/01/2018

No seu pescoço
No seu Pescoço, originalmente lançado em 2009, mas publicado no Brasil somente esse ano pela Companhia das Letras, é o primeiro livro de contos da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, autora de Hibisco Roxo, Americanah, entre outros. O livro é composto por 12 contos, que mostram a dura realidade do povo da Nigéria nos mais diversos contextos.
Minha opinião
Esse foi meu terceiro livro lido da autora, já li ensaio, romance e agora os contos. Depois de todas essas leituras, só posso dizer que Chimamanda virou uma das minhas autoras favoritas, pois, além de conseguir facilmente transitar em diferentes gêneros literários, ela denuncia a desigualdade de gênero, o racismo e a injustiça social de uma forma tão honesta que chega a surpreender.
A escrita de Adichie possui uma força incrível, ela emociona, assusta e encanta. Os contos são escritos tanto em primeira pessoa quanto em terceira, mas em dois contos a autora usa a narração em segunda pessoa para aproximar o leitor dos sentimentos das protagonistas. Eu consegui sentir muito bem o que estava sendo proposto e consegui me colocar no lugar da personagem com mais facilidade.
O foco das históricas é bem variado, mas eu senti que a mulher está no centro de todos eles. Através deles, ela mostra a realidade do povo nigeriano, que em muitos momentos me assustou e chocou, principalmente quando a mulher foi apresentada como fraca e dependente do homem e sendo tratada, na maioria dos casos, como inferior. Além disso, em dois contos, Chimamanda desmitifica a ideia de que os Estados Unidos é o melhor lugar para um imigrante morar e prosperar, mostrando as dificuldades encontradas por pessoas que buscam nesse país uma vida melhor, mas são vistas como intrusas.
Eu amei muito praticamente todos os contos, mas tenho dois preferidos: A cela um, o primeiro conto do livro, a saga de uma família que visita o filho mais velho na prisão, mostra que o amor de uma mãe não tem limites e prova que todo mundo tem princípios. Em Jumping monkey hill, através de Ujunwa, vamos conhecer um grupo de escritores africanos que se reúnem num resort para uma oficina literária. Nesse encontro, Ujunwa prova que nem tudo é ficção.
Quando li Hibisco Roxo, eu já tinha sido surpreendida pela realidade do povo africano, mas agora consegui ver melhor a diversidade da cultura e luta diária das pessoas em busca de uma vida melhor, principalmente na Nigéria. Tudo isso levou-me, em todos os contos, a muita reflexão sobre as mais variadas injustiças que ocorrem em todo lugar do mundo.
Esse livro confirma que Chimamanda é uma grande escritora e que seu foco, mesmo quando denuncia outros temas, é o feminismo e o empoderamento feminino. Quem gosta de seus livros vai adorar essa leitura, e, para quem ainda não conhece a escrita da autora, No seu Pescoço é uma ótima oportunidade de se apaixonar por suas histórias.

site: http://www.lelendolido.com.br/2018/01/resenha-no-seu-pescoco-chimamanda-ngozi.html#
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Mi 29/10/2018

Primeiro livro de autora africana que leio...
Leitura agradável. São vários contos que relatam questões familiares, políticas, religiosas, etc.
Muitos deles, inclusive, falam de pessoas que saem da Nigéria e vão tentar melhores condições de vida no EUA.
Os contos que mais me chamaram atenção: A cela um; Uma experiencia privada; Jumping Monkey Hill; A embaixada americana; Os casamenteiros; Amanhã é tarde demais; e A historiadora obstinada.
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Aline221 20/04/2024

Primeiro contato com Chimamanda e estou apaixonada, já quero ler todas as suas obras!!!



Porém, triste em alguns momentos...
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Poesia na Alma 21/09/2018

Alteridade no Contos de Chimamanda
Numa mescla de escrita experimental e convencional, Chimamanda Ngozi Adichie se utiliza do inconsciente coletivo para ecoar a noção de alteridade e a possibilidade do confronto nos doze contos que compõe No Seu Pescoço, tradução de Julia Romeu, 233 páginas, publicado pela Companhia das Letras.

Percebe-se que por meio dos personagens um cenário social é tecido e temas como racismo, conflitos religiosos, imigração e relações familiares são explorados dentro desse cenário construindo uma ponte de empatia com o outro. A exemplo disso, no conto Fantasmas, um idoso viúvo vê uma nação padecer pelas mazelas de uma guerra perdida, lutando por oportunidades e para manter a identidade

“Eu me pergunto o que teria acontecido se tivéssemos ganhado a guerra em 1967. Talvez não estivéssemos indo procurar essas oportunidades no exterior, e eu não teria que me preocupar com nosso neto que não fala igbo, que não entendeu por que esperavam que ele dissesse “Boa tarde” para estranhos, pois em seu mundo, é preciso justificar as pequenas cortesias. ”

Já no conto Uma Experiência Privada, Ngozi apresenta ao leitor como duas personagens distintas pela cultura e religião, lutam para sobreviver a um conflito religioso nas ruas de Kano quando muçulmanos hausas atacam cristãos igbos com machados. Trancadas numa loja abandonada, Chika, não muçulmana, e uma mulher hausa muçulmana se tornam cúmplices

“Mais tarde, Chika lerá no The Guardian que “os muçulmanos reacionários do norte, falantes da língua hausa, têm um histórico de violência contra não muçulmanos” e, em meio à sua dor, irá parar para lembrar que examinou os mamilos e viveu a experiência de conhecer a gentileza de uma mulher que é hausa e muçulmana. ”

O outro, aparentemente estranho a nós, traz uma conexão conosco e a alteridade se relaciona nesse contexto por um ato de fertilidade diante das casualidades cotidianas. A exemplo disso está Chika que vivência a angustia desencadeada pela violência e intolerância religiosa dos povos hausas muçulmanos, mesmo assim, a experiência fértil da gentileza ‘de uma mulher que é hausa e muçulmana’ traz novas dimensões de coexistências dos aspectos vivenciados.

Tanto o exemplo de Chika como tantos outros no decorrer dos doze contos, faz com que essa realidade perpasse fronteiras e chegue a nós brasileiros, latinos, ocidentais porque ela é coletiva e porque todos afetam e são afetados, somos uma teia capazes de produzir transformações. Nesse sentido, No Seu Pescoço consolida a autora pelo seu êxito em manter a qualidade literária em casamento harmonioso com a militância.
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