Tracinhas 08/05/2018
por Lídia Rayanne
Quando terminei “O Beijo da Lua” fiquei tão extasiada com o turbilhão de sentimentos que senti ao longo do livro que logo quis dar início ao segundo volume da série “Lendas de Amor’.
Bem, quem me conhece sabe que não sou muito fã de triângulos amorosos (America, de A Seleção, e Kelsey, de A Maldição do Tigre, me deixaram traumatizada, sorry). Então confesso que quando vi que teria isso nesse livro fiquei um pouco com o pé atrás. Só que, a medida em que lia percebi que a treta era muito mais complicada que isso, meus amigos, MUTO MAIS COMPLICADA MESMOOO, e todos os mistérios e segredos envolvidos me fizeram ignorar meu problema com triângulos amorosos.
A história acompanha principalmente os pontos de vista de Hazel e Edward, que já conhecemos e shippamos loucamente no livro anterior. O problema é que Hazel agora está noiva e perdidamente apaixonada por seu noivo, Henry, o que faz com que Edward se console nos braços de sua amante atual, a cantora de ópera italiana Gabrielle Spaggiari. Só que Henry se vê diante de um fantasma de sua juventude quando assiste a uma apresentação da cantora, um fantasma que ele chama por outro nome e que ele lutou durante anos para esquecer.
No início de cada capítulo tem flashbacks que mostram o passado dos personagens, e no começo pode ficar um tanto confuso acompanhar 4 linhas temporais diferentes, mas à medida em que a história prossegue tudo vai se encaixando e você fica “ai, meu Deus do céu, será que aconteceu isso mesmo o que estou pensando?”. Logo você começa a perceber que aquilo que se apresenta pode não ser exatamente verdadeiro, e que o passado de Edward e Gabrielle é muito mais sombrio do que ousamos imaginar.
Eu fiquei bem contente por a história mostrar esses outros pontos de vista, porque em alguns momentos a Hazel, uma das minhas personagens favoritas no primeiro livro, me irritou com suas indecisões, beijando o Edward pelos cantos enquanto cobrava do Henry coisas que ela mesma não conseguia cumprir. E o Edward também me fez querer dar uns tabefes nele, por ficar se agarrando com a Hazel enquanto dizia que não poderia amá-la. Sério, perdi as contas do quanto quis bater nos dois! Para meu contentamento isso se resolveu lá pela metade do livro, quando Hazel impõe suas condições e finalmente entendemos porque Edward não se permite corresponder a afeição de sua pequena.
Outra coisa que me incomodou foi que, no decorrer da leitura, principalmente perto do final, senti que vários acontecimentos ficaram corridos. Também achei cansativa a forma que algumas cenas foram repetidas quando algum personagem se lembrava do passado (se tivesse pelo menos mudado o ponto de vista do personagem, mas algumas vezes eram verdadeiras transcrições), e achei aquele plot twist no final um tanto desnecessário, não pelo acontecimento em si, mas no ponto em que ele foi usado na história.
Mesmo com esses pontos, super curti a história. A autora tem uma habilidade tremenda para trabalhar temas espinhosos, e amei a maneira delicada como ela mostrou que o sentimento da culpa pode sabotar não só a felicidade da pessoa que é atormentada por ele, mas das que estão ao seu redor, e que perdoar a si mesmo é tão importante quanto perdoar quem nos machuca. Gostei também como o conceito das estrelas deu continuidade ao conceito da lua, usado no livro anterior, dando um toque de magia que entrelaça os dois livros.
Concluindo, “Os Olhos de Hazel” possui conflitos intensos e romances do mais doce ao mais sensual, permeados por muita dor e enriquecidos pelo perdão. Agora estou ansiosa para ler o spin-off “De volta para casa”, assim como a história da senhorita “Apenas Lilly” com o Oliver, e ainda aguardo esperançosamente um dia ler o desenvolvimento do romance da Caroline e do Ethan. < 3
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