Caminhos da Esquerda

Caminhos da Esquerda Ruy Fausto




Resenhas - Caminhos da Esquerda


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Leio, logo existo 09/11/2020

IMPRESSÕES DE LEITURA
O ano de 2020, com certeza, ficará marcado na história. Enfrentamos uma crise mundial na saúde causada pelo novo Coronavírus (COVID-19). Durante a obrigatoriedade de distanciamento social fiz inscrição em um clube de leitura, cuja proposta principal é o aprofundamento sobre questões políticas.
Devo admitir que até o momento a escolha dos livros do clube estão me surpreendendo positivamente, apesar das dificuldades inerentes aos textos.
O contato com o arcabouço teórico que sustenta tantos vieses políticos tem transformado minha “quarentena” mais produtiva e ouso dizer: significativa.
Quanto mais eu leio, maior é minha percepção da ignorância que me cerca, a cada dia fica mais claro que a maioria das pessoas não entende absolutamente nada sobre política. Definir-se como de direita e esquerda, liberal ou conservador tem se transformado em grandes falácias.
A leitura de “Caminhos da esquerda” trouxe para mim uma nova visão da esquerda, da sua multiplicidade e o mais importante: novas propostas para o século XXI. Se antes da leitura eu ouvisse a expressão “esquerda liberal”, provavelmente acharia se tratar de uma fakenews.
Rui Fausto não se furta em criticar todos os erros das administrações petistas, mas para além da crítica - ele aponta também as ações positivas. Destaca-se também o trabalho do autor em apresentar sua proposta política para essa nova esquerda.
Ainda não tenho opinião formada, mas quero me aprofundar no assunto. Aliás, ao término de cada livro o sentimento que prevalece é sempre este: preciso ler mais!
Pedro.Lima 12/10/2021minha estante
Um ano depois do seu comentário eu acabei de terminar essa leitura e saio com as mesmas sensações: 1. Preciso ler mais e me aprofundar; 2. Preciso reler esse livro pra ter maior compreensão dele.
Acho que o autor é feliz quando não deixa de tecer suas críticas à esquerda e aos governos petistas, é também muito sensato em suas propostas e surpreende o como ele consegue abraçar tantos temas e se aprofundar em sua visão sem ser tendencioso.
Uma ótima leitura, porém devo admitir que o tecnicismo em algumas partes tornou a experiência mais desafiadora e levemente maçante. Várias vezes tive que parar pra buscar algum termo ou movimento político na internet, as vezes é cansativo, mas não tira o prazer de ler Ruy Fausto.




Renata.Inacio 16/07/2021

O livro é escrito por um autor de esquerda, que justamente faz críticas ao que ele chama "patologias da esquerda". Foi um livro essencial para o repertório político que estou construindo, pois os conceitos de direita/esquerda variam muito entre as pessoas, e o livro me trouxe essa reflexão.
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Fabio.Nunes 05/12/2023

Esse é o típico livro odiado tanto pela esquerda quanto pela direita. O autor, um filósofo de esquerda, tece duras críticas à esquerda brasileira, desde a revolucionária à esquerda petista.
Critica três elementos da esquerda que ele vê como desafios a serem enfrentados: o totalitarismo (ou neototalitarismo); o adesismo (ou capitulação ao capitalismo) e o populismo.
Depois apresenta o que ele entende como solução para uma nova esquerda: um anticapitalismo moderado, democrático, com atuação estatal em pontos essenciais e contenção do grande capital; tudo isso atrelado a um paradigma ecológico de desenvolvimento.
O livro em si é bom, mas gasta páginas demais em responder a críticas feitas por pessoas da direita em vez de se preocupar em detalhar mais a forma como o autor elabora essa nova esquerda.
Para aquele que se enxerga com viés de esquerda acho um livro interessante.
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Diego 21/02/2020

A esquerda repensada (para continuar existindo)
O debate a que se propõe Rui Fausto é necessário. E eu diria que nos dias atuais ele é essencial. Ou o campo da esquerda revisa seus conceitos ou será engolido pelo crescimento da direita -- que, diga-se de passagem, foi ao extremo (populista e autoritária).

O professor começa a obra mencionando o que, em sua visão, são três patologias principais da esquerda: o autoritarismo, o populismo e o adesismo. Por autoritarismo entende-se as aventuras antidemocráticas de um bolivarianismo. Por populismo, as políticas intervencionistas pouco eficientes do PT. E por adesismo, ele aponta o pacto de Fernando Henrique Cardoso com as elites oligárquicas brasileiras (a redenção de um social-democrata para aquilo que o país tinha de mais podre).

posteriormente o autor coloca suas opções para o que ele considera uma esquerda viável. A ideia principal é deter o capitalismo financeiro (o grande capital). Nota-se que ele em nenhum momento é contra a economia de mercado. Para Fausto, socialismo não significa necessariamente anticapitalismo. Sua visão de uma esquerda viável se assemelha muito a da social-democracia (na minha opinião).

Na parte final do livro o autor responde a questionamentos de intelectuais liberais. E aí o livro fica mais interessante ainda.

O texto do professor Fausto é simples e não tem tecnicismos marxistas.

Recomendo!
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Patricia Pietro 03/02/2022

O autor busca nos dar um panorama direto e sucinto da esquerda no Brasil. Tendo isso como ponto de partida, Fausto apresenta, do seu ponto de vista, as deficiências desse viés político, e traça caminhos possíveis para sua reconstrução.

Na visão do autor, as principais patologias que impregam muitos governos e movimentos de esqueda são o totalitarismo, o reformismo-adesista (viés político que deseja a mudança, mas aceita o capitalismo) e o populismo. Na história recente de nosso país, a patologia mais presente foi o populismo, que o autor associa ao PT. Em seguida, o reformismo-adesista, associado ao governo FHC. Em outros países, a ordem de relevância dessas patologias podem ser bem diferentes.

Após, o autor analisa um pouco o discurso da direita, que se utiliza das problemáticas dos últimos governos de esquerda (corrupção, laxismo na administração pública) para desmoralizá-la. Fausto também faz uma análise bem interessante a respeito das técnicas de argumentação de Olavo de Carvalho, que incluem ir até os limites do absurdo para paralizar o adversário e uma espécie de sofisma da hiperanálise, que confunde o leitor quanto ao essencial e ao inessencial da questão posta.

Depois o autor aprofunda mais a discussão ao abordar melhor a esquerda brasileira, desde o início da trajetória populista no brasil com Getúlio Vargas até o impeachment da Dilma (o autor acredita que se tratou de manobra política, ao estilo dos golpes modernos - canetas ao invés de tanques).

Diante disso tudo, pergunta-se: "o que fazer?". Ruy responde que acredita ser necessário fazer o seguinte: mobilização da massa de classe média avançada, que não tem posição política bem definida e hesita entre um polo e outro; uma reforma tributária justa; uma reforma agrária e urbana, sem violência a particulares; uma agenda ecológica; a defesa da democracia representativa; a resistência às pressões americanas, no plano mundial; e, por fim, a promoção do espírito democrático e progressista dentro do Exército.

O livro é curto, e a escrita é bem clara, de modo que li relativamente rápido. Com toda certeza, o que eu mais gostei no livro foi a centralização dos debates no plano nacional. Passei a entender melhor o contexto e motivações dos últimos acontecimentos políticos no Brasil, aprendi mais sobre a trajetória do PT (acertos e erros), e também de figuras políticas relevantes, entre outras coisas.

Saltou-me aos olhos a argumentação que o autor faz para defender aquilo que ele acredita ser um socialismo verdadeiro, mas que a oposição acredita ser uma ilusão, já que não funcionou até hoje no mundo real. Em resumo, ele diz que se assim fosse, também não seria possível acreditar em um cristianismo verdadeiro, já que historicamente muitos erros, horrores e violências foram praticadas em nome dessa religião.

Ademais, para rebater os argumentos dos céticos, que não acreditam na possibilidade do sistema socialista substituir o capitalista, Fausto se vale de outras demandas socias que efetivamente se concretizaram, apesar de parecerem apenas sonhos irreais no início, como a democracia, as conquistas trabalhistas, o sufrágio univeral, etc., apontando que, em verdade, a história se caracteriza pela sua mutabilidade e que nada garante que o socialismo verdadeiro não poderá vir a se tornar realidade no futuro.
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Barbara Hellen 14/12/2021

Resenha postada em @cactosliterarios
Quais são os caminhos existentes para a esquerda? O filósofo Ruy Fausto escreve “Caminhos da Esquerda” na tentativa de encontrar elementos para essa reconstrução. Para tanto, ele faz uma crítica dura à aproximação da esquerda a governos totalitários e neototalitários, ao reformismo adesista, ao populismo e a dificuldade da esquerda brasileira em defender o meio-ambiente. A partir dessas críticas, apresenta como a esquerda deveria se posicionar.

Gosto muito de política e acredito que ao contrário do que muitas vezes achamos, a política está em tudo. Mais que isso, o debate político tornou-se fundamental em tempos intolerantes e antidemocráticos como o que vivemos. Esse debate deve acontecer também na oposição. O olhar crítico nos permite vislumbrar novos caminhos, novas soluções. E, como eleitora que se identifica como esquerda, acredito que falta ainda muito esse olhar crítico da esquerda sobre seus pares.

Indico essa leitura para quem tem vontade de saber mais sobre política. Definitivamente precisamos ler mais sobre esse assunto.

site: www.instagram.com/cactosliterarios
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Jean Bernard 20/03/2021

Novo pensamento de esquerda
Posso afirmar que é um livro importante. As reflexões nele impressas podem incomodar alguma e alegrar a outros, mas são de suma importância. Estamos no século XXI e não podemos repetir os erros cometidos no passado, tanto pela esquerda quanto pela direita.
Concordo com várias reflexões, mas discordo de outras tantas, mas por isso mesmo acho a obra mais interessante: abrir linhas novas de pensamento.
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Filino 29/07/2017

Uma lufada para arejar uma certa esquerda sufocante
O livro do professor Ruy Fausto vem no momento certo. A partir de sua perspectiva mais à esquerda do espectro político, o autor põe o dedo na ferida e desnuda certos pontos tidos como inquestionáveis (ou, no mínimo, importantes) para os que estão do mesmo lado. Temas como populismo, adesismo e até certa idolatria a alguns assuntos e personagens (Marilena Chauí) são tratados às claras, de modo direto e sem muito espaço para tergiversações. Mas não apenas os "ídolos" da esquerda estão sob a sua mira: também alguns "gurus" da direita (Pondé, Reinaldo Azevedo e Olavo de Carvalho) são criticados.

A obra, originariamente saída de um longo artigo escrito para a revista "piauí", despertou irritação em muita gente da própria esquerda - e a ela o professor responde. Como também apresenta sua réplica, nos apêndices, a Samuel Pessôa (de um posicionamento neoliberal), que também escreveu naquela revista combatendo os argumentos do professor. A proposta apresentada pelo autor, que rendeu um bom debate, traz um excelente questionamento: até que ponto economia de mercado e capitalismo podem ser dissociados? A partir daí, Ruy Fausto apresenta uma reflexão deveras instigante.

O leitor, provavelmente, não compactuará com todos os argumentos de Ruy Fausto. Aqui e ali enxergue, talvez, algo que não foi muito bem esclarecido ou que o autor simplifica bastante (ao considerar, por exemplo, que o desapreço à figura de Lula residiria simplesmente no fato de não se tolerar que um operário tenha chegado ao poder). De qualquer forma, considerando os acontecimentos dos últimos anos, estava (mais do que) na hora de lermos algo que apresentasse uma espécie de "mea culpa" da esquerda, sobretudo a brasileira, desnudando suas próprias deficiências. O bom debate e a honestidade intelectual agradecem.
Will 24/08/2017minha estante
Um livro importante e intelectualmente digno, mas que ventila um fogo morto. Ruy Fausto delineia as distinções existentes dentro da esquerda, que algum olhar ingênuo ou malicioso pode tentar homogeneizar. Trata dos matizes entre os partidos indo da extrema direita à extrema esquerda e situa bons e maus intelectuais, ou pensadores, de ambos os lados. Comenta fatos polêmicos recentes do cenário político brasileiro, como o impeachment e o teto de gastos. No entanto, há alguns vícios que compremetem a higidez do todo.

Em primeiro lugar, pontuaria que a questão ambiental é mencionada apenas de modo cosmético, como se fosse um desencargo de consciéncia ou um intento programático psedoprogressista.
Em segundo lugar, a direita ainda é caracterizada de maneira caricatural, o que prejudica o debate pois cria um espantalho em descompasso com a realidade (embora isso seja, em parte, culpa da própria direita que não teoriza suas divisões internas de modo satisfatório). Por fim, vê-se que a crítica feita à política econômica não dialoga ou estabelece contrapontos às teorias do comércio internacional, de modo que a critica feita ao (neo)liberalismo é apenas superficial, para não dizer retórica.

Por esses motivos, o autor não dá nova vida à esquerda e por isso ventila um fogo morto.




Vanessa Hentges 16/05/2021

Ótimo
Li o livro por estar na lista de leitura de um clube de livros. Confesso que adorei a leitura, achei fluida e muito bem escrita. A partir dele consegui esclarecer muitos fatores a respeito da esquerda que até então não tinha conhecimento. Recomendo a leitura a quem quiser estudar sobre o assunto.
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Mariana 23/03/2020

a esquerda brasileira precisaria em primeiro lugar de outro tipo de discurso
Fininho, Caminhos da Esquerda se aventura superficialmente a propor possíveis linhas de recomeço pra esquerda brasileira. Lembrando que é um livro que foi lançado em 2017, cujo autor assistiu com tristeza episódios como a chegada de Trump ao governo estadunidense e o impeachment de Dilma Rousseff.

Inicia discutindo sobre a política internacional, pinta um plano de fundo interessante e comenta sobre a ascensão da direita no mundo. Critica que os avanços de nações comunistas no plano social (como saúde e educação) não compensa a violência totalitária do estado e menciona a herança totalitária que os partidos de esquerda no Brasil ainda carregam (quem nunca viu candidato de extrema esquerda passando pano pra regimes socialistas totalitários?).

"Hoje, no Brasil, como se relaciona a esquerda com o totalitarismo e os neototalitarismos? Há, na extrema esquerda, vários pequenos partidos (PSTU, PCdoB, PCO...) que reinvidicam o leninismo, o trotskismo, o castrismo (às vezes mais de uma dessas figuras) e, pelo menos em um caso, o stalinismo. Essas tendências existem igualmente na Europa, onde são também minoritárias. Aqui, porém, elas têm certo peso pelo menos nas organizações estudantis."

Um dos tópicos que achei inovador foi o destaque para a ecologia. Fausto critica os governos petistas (pelo menos a nível executivo nacional) por não terem responsabilidade ecológica, e aponta para a necessidade de conteúdos programáticos da esquerda que abordem o meio ambiente como pauta relevante.

"Assim, os fatos vão mostrando quanto é difícil lutar pela preservação do ambiente enquanto não abandonarmos o universo da economia capitalista. E não se trata apenas de uma constatação. É muito difícil impor uma limitação da corrida produtivista no interior de um sistema cujo princípio é a busca ilimitada do lucro. Se a democracia se revela incompatível com o capitalismo, também a ecologia não vai muito bem com ele."

Em linhas gerais, aponta os três problemas principais da esquerda, que são: 1) o neototalitarismo, 2) o populismo (Jessé de Souza talvez discorde do termo mas é isso aí) e 3) o reformismo adesista (alô FHC!).

"A esquerda brasileira precisaria em primeiro lugar de outro tipo de discurso, que se poderia definir como um discurso de verdade. Até aqui, essa esquerda vem marcada por um estilo profundamente religioso. Temos um sistema de crenças que nada pode abalar. Nem a realidade."

Fausto ainda arrisca sobre o que deveria vir caso o sistema capitalista acabasse.

"O que viria em lugar do capitalismo, convém insistir, deveria ser uma sociedade democrática por excelência, com uma organização econômica fundada em cooperativas, subsistindo a propriedade privada, o Estado e alguns capitais não hegemônicos. [...] de imediato, o que vistamos é a sobrevivência ou a (re)implantação de um Estado de bem-estar, Estado que está ameaçado por todo lado, se já não foi desmontado."

O livro traz informações que quem acompanha o discurso da esquerda tá cansado de saber, mas fala também algumas verdades que boa parte da esquerda ainda não entendeu. Ou, se entendeu, não começou a praticar. Acho que as visões do autor são relativamente pé-no-chão e trazem coerência pro discurso da esquerda, recomendo!
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Juliana 04/05/2021

O autor discorre sobre as patologias da esquerda e possíveis soluções para isso.
Clara 04/05/2021minha estante
vale a pena??


Juliana 05/05/2021minha estante
Não é o tipo de livro que eu gosto. Li para um clube que estava participando.




Karla 14/12/2020

O autor faz duras críticas à esquerda brasileira, mormente ao partido dos trabalhadores, explorando suas patologias e sugerindo algumas alternativas para se reinventar.
O livro em si é curtinho, no entanto contém dois apêndices em que o autor rebate críticas feitas pelo economista Samuel Pessoa, o que o torna cansativo e repetitivo.
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Mainnã 19/11/2020

O livro foca em aspectos mais atuais, eu iniciei a leitura pensando que haveria um panorama mais amplo. Em alguns momentos o autor reproduz teoria da ferradura equiparando extrema direita com esquerda radical, o que não me agradou.
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Juliana 28/11/2020

Recomendo
O livro apresenta uma avaliação do autor sobre os problemas da esquerda brasileira e no âmbito internacional, além de sugerir rumos que a esquerda poderia tomar para se reconstruir.
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Talita 24/12/2020

Reconhecendo erros da esquerda e propondo debates sobre possíveis futuros fora do capitalismo.
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