Nunca houve tanto fim como agora

Nunca houve tanto fim como agora Evandro Affonso Ferreira




Resenhas - Nunca houve tanto fim quanto agora


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eagorarenato 24/03/2020

Vítimas de abandono épico, Euridice, Seleno e Ismênio passam suas infâncias beirando a podridão e o descaso, soterrados no indiferentismo dos outros. Cidadões da rua, habitam os baixos de um viaduto qualquer de uma cidade qualquer. Os inimigos implacáveis são o frio e o Relento, sempre espreitando. Odisseia das sarjetas onde os monstros somos nós, olhos nublados de medo e intolerância impedem de ver gente naquela gente. Do alto das janelas dos prédios, crueldade olímpica.
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Jeanne22 28/07/2017

"*Nossa existência lá nas calçadas, debaixo de marquises e viadutos, nos bancos de praças, deixava nódoa, grande irremovível nódoa na epiderme da cidade. Era como se encardíssemos os lugares pelos quais passávamos, como se fôssemos nós os causadores da halitose urbana. Farândola toda (com o tempo) ia imprimindo sobre si mesma este estigma. Hoje sei que nada é mais malcheiroso nada é mais catingoso que o abandono." [90-91]
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penapensante 28/08/2017

Impressionante e Surpreendente!
Crítica social e reflexão filosófica escrita em forma de romance pelo premiado autor Evandro Affonso Ferreira, que nos apresenta uma forma diferente de enxergar alguns problemas. Com seu estilo singular e inovador, a obra deixa os sentimentos romperem as palavras do texto, saindo do extremo sistemático e indo para o lado emocional, sem separar-se do lirismo e, até mesmo, da erudição — o que seria improvável para esse tema; por isso minha admiração ao livro.

► Resenha completa no site Pena Pensante.

site: www.penapensante.com.br
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Ana 07/11/2017

Nem é preciso me conhecer direitinho para saber que solicitei Nunca Houve Tanto Fim Como Agora por causa desse título incrível e criativo. A história criada pelo mineiro Evandro Affonso Ferreira no seu nono romance, narra pela visão de Seleno, o dia-a-dia de um quinteto que tem como "lar" um viaduto na cidade de São Paulo. Apesar de viverem em cinco, as lembranças do protagonista são mais voltadas para Ismênio e Eurídice — a única mulher do bando —, os seus fiéis companheiros de Relento.

A história apresentada por Ferreira é uma enorme crítica social da mazela do nosso país: há vários Selenos, Ismênios e Eurídices em todos os cantos do Brasil que não são escutados, muito menos vistos. A morte, consequentemente, também é um assunto bastante retratado no livro, pois parece sempre estar a espreita. Creio que, justamente pelo tema do livro ser tão melancólico, a linguagem do mesmo é bastante rebuscada. Em algumas passagens, é até difícil entender o que o autor quer passar.

Particularmente, não tenho problema algum com uma literatura que possui narrativa mais culta, mas, para mim, há um grande abismo de diferença entre o rebuscado e o culto. Na minha opinião, Evandro Affonso fez "muita graça" para falar pouca coisa. Há diversas formas de narrar uma história mais pesada e nostálgica. Em Capitães da Areia, por exemplo, Jorge Amado explora o drama dos jovens abandonados nas ruas de Salvador com uma linguagem muito mais acessível, e a data da primeira publicação é de 1937.

É impossível negar que as memórias apresentadas por Seleno, agora um professor universitário, em Nunca Houve Tanto Fim Como Agora são necessárias para reconhecermos a realidade da miséria que as pessoas insistem em não saber do que se trata. Portanto, é uma obra importante, com uma história muito boa, mas com uma narrativa mal aproveitada.

É repetitivo, eu sei, mas o único ponto que me desagradou foi o suficiente para tornar a leitura cansativa ao extremo. Talvez um leitor mais maduro ou com o gosto mais chegado a uma narrativa poética e estética, aproveitaria mais a história de Nunca Houve Tanto Fim Como Agora. Eu, particularmente, teria preferido conhecer a vida de Seleno, Ismênio e Eurídice através de olhos um pouco menos obsoletos.

site: http://www.roendolivros.com.br
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Afamachado 20/01/2018

Não deu...
Apesar do assunto e da crítica social contida no livro, a linguagem escolhida transformou a experiência em puro desprazer. Não via a hora de acabar a leitura.
Há um lirismo exacerbado que faz parecer que o livro foi escrito por aristocrata português do século XVIII.
As próprias pessoas em situação de rua - personagens centrais - passariam longe desse livro.
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eurenato 01/01/2024

Crueldade olímpica, abandono épico
Faz uns anos ano que li esse que é um dos meus livros favoritos de um dos meus autores preferidos. Nunca houve tanto fim quanto agora.
..
Vítimas de abandono épico, Euridice, Seleno e Ismênio passam suas infâncias beirando a podridão e o descaso, soterrados no indiferentismo dos outros. Cidadões da rua, habitam os baixos de um viaduto qualquer de uma cidade qualquer. Os inimigos implacáveis são o frio e o Relento, sempre espreitando. Odisseia das sarjetas onde os monstros somos nós, olhos nublados de medo e intolerância impedem de ver gente naquela gente. Do alto das janelas dos prédios, crueldade olímpica.
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