Lina DC 23/07/2017"A Ilha da Relíquia Sagrada" é uma aventura fantástica narrada em terceira pessoa. A obra é dividida em partes: * Prólogo; * Primeira Parte - O pacto; * Segunda Parte - A chave; * Terceira Parte - O Mosteiro; * Quarta Parte - O Logro; * Quinta Parte - A Relíquia.
A história se inicia no ano de 1534 no mar da Toscana, quando um navio é abordado por piratas turcos e seu capitão está a procura de um monge a bordo, que guarda o diário dos templários. A conversa entre os dois é enigmática, mas fica claro que algo muito importante está sendo ocultado pela Fraternidade dos Escondidos.
Dez anos se passam e somos levados para a Ilha de Elba, onde se encontra o jovem Cristiano de Hercoli. Cristiano e sua mãe foram resgatados das mãos dos turcos quando ele ainda era uma criança e abraçaram o cristianismo como forma de salvação. Cristiano é filho de Sinan, um turco muito culto que teve que fazer um acordo com o temível Barba-Roxa para reaver o filho. Dessa forma Barba-Roxa invade de forma violenta a Ilha de Elba, com uma tripulação inescrupulosa, como Nizzam, um soldado que odeia cristãos e sente prazer em causar dor.
Acontece que Cristiano não era o único que se encontrava no local. Isabel de Vega, uma jovem de família influente, de apenas 16 anos de idade, também estava lá. Cristiano é apaixonado por ela, mas a mocinha já está prometida em casamento para outro homem. E ela acaba caindo nas mãos de Nizzam, que em aposentos, já tem outra mulher que é vítima de sequestro, a Margarida.
O acordo que Sinan realiza com Barba-Roxa é a motivação que gira o enredo. Sinan sabe sobre a valiosa relíquia que mudará a concepção do mundo e Barba-Roxa, um homem vil e alimentado pelo poder, a quer. Porém, Sinan é esperto e sabe que se der a informação completa de uma vez, Barba-Roxa irá matá-lo. Então, ele o alimenta com migalhas. Migalhas grandes o suficiente para acalmá-lo. E faz com que Cristiano entenda que é necessário fazer o mesmo.
A partir do momento da invasão de Elba, a trama é uma jornada extraordinária que tem como objetivo descobrir o que é e como conseguir essa relíquia tão importante. A história vai se dividindo em núcleos, apresentando a jornada sob várias perspectivas: nobres que fizeram acordos ocultos, a visão de Cristiano, a visão de Nizzam, Isabel e Margarida, a visão de Savério Patrizi, um Inquisidor de Roma, a tentativa de resgate realizada pelo pai de Isabel e muitas outras.
O livro mescla uma grande aventura com traições, acordos secretos, política e religião. É uma jornada extraordinária que fará com que os leitores se deslumbrem com a história.
Cristiano é um jovem determinado e que inicialmente se sente dividido entre a civilização (representada pelo cristianismo) e a selvageria, representada pelos turcos. Quando decide quem quer ser, ele é sagaz, implacável e inteligente o bastante para embarcar nessa aventura com objetivos próprios.
Isabel é uma jovem abastada que nunca passou por uma situação difícil, mas quando se vê sequestrada e nas mãos de um homem tão vil, tem despertado dentro de si um instinto de sobrevivência inacreditável. Ela não se dá por vencida em momento algum e não espera sentada para ser salva.
Nizzam é um personagem que é movido pela violência e a vingança. É implacável e não sossega enquanto não consegue o que quer.
Barba-Roxa é volátil, perigoso e imprevisível. Ele não hesita em sorrir para alguém minutos antes de apunhalar a pessoa pelas costas. Ele é temido por todos e com razão. Sua imprevisibilidade é assustadora e seus castigos são horrendos.
Existem também outros personagens que ganham destaque no livro, que são movidos principalmente pela ganância e ambição. Homens que supostamente defendem determinada causa, quando na verdade, priorizam suas próprias necessidades.
"A Ilha da Relíquia Sagrada" é uma obra extraordinária que contêm todos os elementos necessários para tornar-se inesquecível: personagens fortes, descrições detalhadas e apaixonantes e uma trama bem delineada e trabalhada.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora Jangada realizou um ótimo trabalho. A capa combina muito bem com a história.