Aline 28/05/2023
Mais um... mais um?!
Mais um excelente livro do Hayek! Sempre me surpreendo com a qualidade de suas obras. Desta vez, entretanto, o autor fundamentou praticamente TODAS as suas deduções e ilações em autores como Friedman, Popper, Hume, Menger e muitos outros. A lista de referências é gigante e bastante eficaz. De fato, para quem quiser se debruçar sobre o assunto, é um prato cheio.
Hayek introduz sua obra com a questão: "o socialismo foi um erro?" Há cientificismo ali? E, desde logo, aviso: Sim e sim. Para o autor, o problema do socialismo são suas premissas fáticas equivocadas. Afinal, se a base é falsa, as consequências (estas, sim, científicas) também o são. E, de fato, é o que a experiência demonstra, não é mesmo?
No início, o autor já apresenta a dicotomia "entre o instinto e a razão". Somos seres racionais ou instintivos? Um pode ser aniquilado para que o outro sobressaia? As tradições e costumes se encaixam ? São racionais?
O autor apresenta também um histórico interessantíssimo sobre as origens da liberdade (e, de certa forma, chega a criticar Jonh S. Mill), da propriedade (a qual, pela necessidade de distinção linguística, ele chama de "propriedade separada"), da justiça (será esta subjetiva?), do comércio e da civilização.
Retornando a uma das razões pela qual afirma que o socialismo é utópico, Hayek critica seu pretenso cientificismo, seja através dos "pseudofilósofos cientificos" (ou seja, pessoas comuns - não filósofas - que defendem o socialismo, seja através dos filósofos reais, como Aristóteles e Keynes).
Por fim, Hayek analisa a sociedade (chamada por ele de ordem ampliada) e o crescimento populacional, à luz da Teoria Malthusiana. Em suma, quanto mais a sociedade crescer, mais evoluiremos, provando o equívoco da teoria (que estava correta no seu tempo).
De acordo com o autor, "a propriedade, os contratos, o comércio e o uso do capital não beneficiaram apenas uma minoria." Isto porque, o capitalismo criou o trabalho produtivo, garantido que indivíduos possam buscar sua subsistência. Por isso, afirma que "os pobres foram os mais beneficiados no processo [...] Karl Marx estava certo ao afirmar que o 'capitalismo' criou o proletariado". [Pg. 168]