Juliana Pires
30/10/2013Com esse livro, eu consegui realizar dois desejos literários, primeiro, era ler algo sobre fadas, até escrevi um post sobre isso, tamanho era minha vontade, e segundo, ler um livro da Holly Black, não sei por que eu demorei tanto, já admirava muito a autora, e agora, ainda mais.
Eu estava cheia de expectativas quanto a história, mas depois de ler algumas resenhas negativas, fiquei com um pé atrás, por isso talvez, eu tenha aproveitado mais, confesso que, em alguns pontos fiquei confusa, mas isso não atrapalhou, no fim das contas, entendi o que estava acontecendo.
Se tem uma coisa que Kaye mais faz na vida, é cuidar de sua mãe, uma cantora fracassada, perseguindo um sonho distante de ser tornar famosa, depois que o último relacionamento dela terminou em uma tentativa de homicídio, as duas voltam para a casa da avó de Kaye, o único lugar onde ela tem amigos de verdade, tanto os reais, quanto os "imaginários".
Kaye passou boa parte da vida morando naquela casa, e quando mais nova, era visitada constantemente por criaturas aladas, que só ela podia ver. Agora que ela esta de volta, as fadinhas não aparecem mais, e ela já estava quase desistindo de encontrá-las de novo, quando, quase sem querer, ela encontra uma criatura mágica, e ao ajudá-la a se recuperar de um ferimento, trilha um caminho sem volta para um mundo mágico, que ela sabia que existia, mais o que ela não fazia ideia, era a sua extensão e a perversidade de seus membros.
Quando a gente pensa em um mundo encantado, com fadas, e outros seres mágicos, sempre imaginamos, bondade, pureza, inocência, mas, as fadas de Holly Black, são criaturas mesquinhas, maldosas, e gananciosas, prontas para enganar qualquer um, seres belíssimos e outros nem tantos, corrompidos com o que há de pior.
O livro tem um início lento, somos apresentados a protagonista, que em um primeiro momento, parece só uma garota desafortunada, mas como o desenrolar dos fatos, descobrimos sua relação com o mundo das fadas.
O mundo encantado é dividido em cortes, os seres mágicos são obrigados a obedecer aos reis dessas cortes, desde que eles ofereçam um sacrifício, denominado de O Tributo. Ao reencontrar seus amigos, Kaye recebe a proposta para se passar pelo tributo, sendo a garota um ser encantado, o tributo não poderia ser completado, já que é preciso um ser humano, assim as fadas estariam livres por sete anos, poderiam fazer o que quisessem, sem responder a ninguém.
Eu fiquei surpresa com o rumo que a história tomou, eu sabia desde o início, que tinha algo de estranho na história de Kaye, que tinha mais coisa envolvida nesse engodo todo, e eu fiquei surpresa com as consequências de se interromper o tributo, e quem estava por trás disso. Pra quem gosta de romance, tem também, de levinho, mas bem fofo, pelo menos uma criatura encantada tinha que ser boa.