spoiler visualizarMariane 01/04/2022
O Príncipe Leopardo teve um começo muito promissor, havia um mistério interessante como pano de fundo, e o romance era super agradável e fluído.
Harry e Georgina é o tipo de casal que me agrada em sua essência em estórias assim: um relacionamento construído no decorrer do livro de forma coerente e com muita química. Além de, é claro, serem o oposto um do outro, mas que juntos se complementam, sempre somando. O romance e o enredo estava me agradando e muito até os 70% do livro, onde ocorreu o ?grande? plot que fez a estória toda desandar para mim.
Logo de cara já me simpatizei com Georgina, amei o humor dela e sua personalidade. Era determinada, ousada e se interessava em aprender e tratava os demais de classe dita como inferior devido a posição social dela com certa igualdade.
Quando ela fugiu pela primeira vez de sua propriedade para se afastar de Harry eu entendi, pensei "ah, um pouco de drama para movimentar". Eu entendi que precisava desse drama e relevei a atitude dela que, convenhamos, foi um pouco infantil e covarde (bastava ter conversado com ele, mas tudo bem). Sem contar que ela havia fugido sem pensar nas pendências que a princípio a mantiveram lá e a fizeram se aproximar de Harry, que era descobrir quem estava matando os as ovelhas (e agora uma mulher) e tentando incriminar Harry por isso.
Por coincidência narrativa, Harry foi capturado e mantido em cativeiro por ser acusado de matar ovelhas de Granville e a Sra. Pollard, no cativeiro de Granville, ele foi torturado por mais de uma semana e quase morreu.
Quando Georgina descobriu, foi a seu amparo e o salvou. Confesso que gostei, pois ali ficou evidente que ela o amava, o protegeria no que pudesse, sem se importar com o que falariam dela.
Então surge outro empecilho, mas desta vez quem impôs foi Harry, e esses são os seus temores: são de mundos diferentes, iam falar que ele estava com apenas pelo dinheiro e etc., etc., aquela bobagem clichê, mas compreensível para narrativa.
Pensei novamente "ok, mais um pouco de drama para só no final ficarem juntos, eu compreendo e posso aceitar", mas é aí que surge o grande plot envolvendo diretamente os protagonista, aquele plot que os forçariam a ficarem juntos no final e eu simplesmente detestei: Georgina revela que está grávida de Harry.
Depois disso o livro desandou por completo, ela fugiu *novamente* e desta vez estava decidida a se casar com outro homem que ficaria com o encargo de pai da criança que ela espera diante da sociedade, e este homem é Cecil, um amigo de anos de Oscar, seu irmão mais novo.
Eu fiquei me perguntando o tempo todo em que li o livro após isso "por quê?". Sério, não fez sentido algum na narrativa impor que o casamento de Georgina e Harry fosse por ela estar grávida, teria sido mais plausível que eles tivessem superado seus temores (ela não queria se casar e ter o mesmo casamento infeliz que suas tias e sua mãe, embora estivesse disposta a casar sem amor com um homem incapaz de amá-la algum dia por ser gay; e ele não querer por orgulho casar com uma mulher mais rica, pois a sociedade os julgaria o tempo todo) e decidido se casar por amor, por quererem sem se importar com o que a sociedade poderia achar disso.
Eu terminei o livro com um gostinho amargo no final, pois no início havia gostado tanto de Georgina e ela revelou ser apenas uma mulher imatura e covarde, que prefere fugir assim que surge o primeiro problema, não dando a chance de um diálogo para esclarecer as coisas. E olha que nem mesmo eles tiveram uma briga de fato, bastou um traço de dúvida para que ela resolvesse que fugir era a melhor solução sem se importar com o que e como isso afetaria a outra parte envolvida.
O Harry não tenho muita queixa contra, ele era contido e reticente com pessoas da aristocracia, pois sua vida havia sido arruinada por um aristocrata, sendo compreensível sua relutância, no final ele "superou" seus temores e casou-se com "sua dama".
Todavia, há alguns pontos que deixaram o livro a desejar: alguns personagens ficaram com um final em aberto (algo que já havia me incomodado no primeiro livro da trilogia): Cecil e Oscar são amantes? Cogitei isso após Oscar ficar bem incomodado com a possibilidade de Cecil se casar com Georgina, e até mesmo Cecil parecia preocupado com a reação e aprovação de Oscar para tomar uma decisão.
Bennet e Violet terão algo no futuro? Eles tiveram uma leve interação e percebi que Elizabeth Hoyt deu uma insinuação de que um romance surgiria entre eles, mas sem nem mesmo um epílogo fica difícil saber um desfecho sobre os personagens secundários.
Concluindo minha frustrante resenha: Elizabeth Hoyt conseguiu estragar um livro maravilhoso nos últimos capítulos, e piorou ainda mais por não possuir um epílogo.