Resenhas - Estamos Bem

religionhorror 23/04/2024

Acredito que o que mais me impactou durante toda a leitura foi, possivelmente, a relação da Marin com ela mesma. De certa forma me identifiquei bastante, a forma que ela se auto-cobrava sobre coisas que sequer tinha o poder de mudar ou advinhar que poderia acontecer, nem ao menos teve culpa, mexeu bastante comigo. Principalmente o luto, não saber passar pela dor de perder alguém e não só alguém, como também perder um grande amor... Isso é doloroso demais.

Enfim, entendo todas as escolhas dela e acredito que faria igual. A Marin é uma personagem principal muito boa, o desenvolvimento dela é lindo!

luaraevangelista 23/04/2024

Mais uma noite chega, e com ela a depressão
'Estamos Bem' não é um livro fácil. A personagem principal enfrenta uma depressão profunda, que é tão bem expressada pela autora que por muitas vezes me senti sufocada pela solidão latente da personagem.

Mas o que esperar de Nina LaCour senão essa densidade? Nina costuma trazer em suas histórias as dores de se estar vivo, mas também as belezas.

Mostrando os dois lados da moeda, 'Estamos Bem' mostra que nem sempre estaremos bem, mas tá tudo bem, por que esse é o jogo. É impossível viver diferente disso.

Bouzada0 10/04/2024

"Estamos bem" veio parar em minhas mãos a partir de uma ideia. Eu e uma amiga, leitoras constantes, porém de gêneros diferentes, resolvemos que íamos nos emprestar livros das nossas coleções pessoais (logo, livros com certo significado e apreço) e a outra leria e seguiríamos nessas trocas de leituras. Acabou que "Estamos bem" foi mais que uma troca de leituras. Foi um soco no estômago, no sentido realista, nem bom nem ruim. Não queria ter me identificado tanto com a história mas, a cada página, eu só me via mais e mais na Marin. Ela perdeu o avô, eu também. Em situações diferentes, mas as duas perderam. Ela não pode se despedir do avô, eu também não. Ela não soube lidar com a morte do avô. Eu muito menos. Marin é tão realista e possível que eu identifico nela diversas características e hábitos meus no período pós-perda. A solidão, o afastamento, as memórias (será que eram mesmo reais?), a tristeza, a solidão, a monotonia, a indiferença, a solidão. Apesar de ser também sobre um ex-romance, me prendi pouco nessas partes, o que importava para mim era sempre o que estava nas entrelinhas. Os diálogos diziam muito sobre a vivência da Marin, as tentativas de escapar dos próprios pensamentos, as sensações sentidas e nem sempre compreendidas e sempre a tentativa de voltar à normalidade. No final, estamos bem. Mas o que passamos, poucos sabem.

Karini.Couto 21/03/2024


Marin fugiu deixando tudo para trás, após uma tragédia. De início não sabemos todos os ocorridos, mas com a visita de sua melhor amiga Mabel ao alojamento da faculdade onde Marin agora vive, vamos tendo acesso ao passado e compreendendo como a vida muda em um piscar de olhos e as marcas profundas que Marin carrega consigo.

"As coisas mais inocentes podem remeter às mais terríveis."

Uma leitura rápida, porém extremamente dolorosa que levanta muitos questionamentos que vão desde a solidão em que Marin se encontra, aos traços de depressão e vazio; além da ansiedade e também a síndrome do pânico. A solidão misturada ao trauma causou grande prejuízo e resta saber se de fato vai ficar tudo bem?

Nessa narrativa experimentamos através de flashs do passado de Marin, a influência dele no presente da protagonista, e aí podemos compreender o tamanho da dor e tristeza, formando um quebra cabeça que nos faz pensar em quanta dor, tristeza e solidão alguém é capaz de aguentar?!

Um livro de uma intensidade absurda que arranca lágrimas e nos faz mergulhar na escuridão em que Marin se encontra, refletindo sobre muitos aspectos da vida. O livro trouxe pautas e assuntos importantes, como luto, perda, dor, traumas, amizade, depressão, solidão e também faz menção ao tema LGBT de uma maneira muito significativa.

E uma coisa que acho muito válido repetir, até para mim mesma, é que nem sempre estamos bem, apesar de repetirmos isso sem parar. Não sei se vocês já sentiram isso, ou pensaram assim, quem sabe se repetirmos muitas vezes, finalmente tudo vai ficar bem? Mas não é bem assim, não é mesmo?

Esses dias inclusive, eu perguntei na rede irmã dessa, sobre como devo responder quando tudo está coisado e alguém manda um "Oi, tudo bem? Como você está?". Já que em grande parte das vezes acho que ninguém quer mesmo saber (projeção minha talvez).

"Estamos bem" é uma narrativa profunda onde nos vemos mergulhados em uma intensidade de sentimentos da personagem e de nós mesmos.

Um livro melancólico, triste e belo!

A autora conseguiu me arrancar lágrimas e soluços e me fez pensar em tantas coisas que nem caberia aqui.

site: https://instagram.com/alempaginas

Wania Cris 17/03/2024

Superficial
Colocando leituras passadas em dia peguei Estamos Bem para ler também sem saber sobre o que era exatamente. Sabia que tinha algo sobre luto, mas não muito mais que isso.

É um livro curto, que se lê rápido. Levei mais tempo pois só o pegava à noite antes de dormir, mas dapra terminar em um dia ou dois.

Marin está confusa e todo o livro a acompanha nessa confusão. Não sabemos bem do que ela está falando, isso quando ela resolve falar algo. É uma estória sobre silêncios, sobre o que não é dito e algumas vezes isso me irritou. O avô de Marin tinha tudo pra ser fofo, mas escolheu não ser. Achei a reclusão dele absurdamente injusta com a neta e lhe causou um sofrimento imenso de forma totalmente desnecessária. Respeito a perda dele, mas ele não tinha o direito de ignorar e piorar a perda da neta.

Mabel fofíssima, porém passiva demais. Deixou a coisa ir mais longe do que deveria, mas achei muito legal da parte dela fazer o caminho de volta. Ela e os pais realmente amaram e se importaram com Marin, mas deixaram que a menina, que não conhecia o amor, ditasse as normas. Ela estava perdida, precisava de ajuda, não de responsabilidade na tomada de decisões.

Nenhuma das questões apresentadas na estória foram aprofundadas. Nem o luto, nem a descoberta da sexualidade, nem a depressão e a perda. Tudo foi apenas salpicado e isso deixou o livro raso demais.

A tradução é uma arte à parte, feita pela magistral Regiane Winarski e dá pra sentir o carinho dela em casa escolha de palavras.

Não é uma leitura ruim, mas existem outras bem melhores abordando os mesmos temas com mais profundidade e responsabilidade.

eris 14/03/2024

Extremamente sensível
É engraçado pensar que esse livro ficou na minha lista de leituras por anos e só agora eu o li. E tenho certeza que não teria me tocado da mesma forma se eu fosse mais nova.
Aqui acompanhamos a história da Marin que fugiu da sua antiga vida depois de sofrer uma perda. Ninguém sabe porquê ela foi embora e sua melhor amiga, Mabel, vai visitá-la nas férias de recesso. A partir disso, vamos descobrir junto com a Mabel o que aconteceu.
A narrativa tá toda atrelada ao fluxo de consciência e lembrança da Marin. Os diálogos são mais pontuais, mas funcionou muito bem. Claro, a proposta é justamente entender como a protagonista se sente e isso funciona. Em vários momentos eu me peguei emocionada e imaginando como aquele cenário era doloroso.
Além disso, é meio óbvio o que foi que fez ela ir embora. Porém não deixa de ser triste rsrs.
Gosto de como o final termina com um tom esperançoso, apesar de todo o sofrimento que ela sente.

Yngrid42 29/02/2024

Profundo
Livro sensível, profundo. É poético, triste mas simples. Gostei muito da escrita da autora, a forma como aborda temas sensíveis com destreza. Esse livro me tocou num lugar muito singular do luto. Do amor, da dor e da perda. Não tem como não chorar lembrando de alguém que se foi. Senti cada centímetro da dor junto com Marin.

Ludmila 08/02/2024

Que livro perfeito!
Conta a história de Marin, que muito cedo perde a sua mãe e mora com o seu avô.
A cada capítulo, vemos uma parte de sua vida, antes, e depois, de um grande acontecimento.
Conhecemos sua rotina, sua melhor amiga Mabel, seu relacionamento com o seu avô, com seus amigos, a enteada na faculdade... Mas principalmente, conhecemos sua dor e sua solidão.
O livro é lírico demais e narra como poucos a dor, a confusão, o amor (romântico, familiar), a necessidade das raízes... Enfim.
Recomendo demais demais demais.

Laura 07/02/2024

Solidão fria
Eu gostei muito da leitura pois traz um tema delicado como o luto de uma pessoa amada. Gostei muito de como o cenário onde se passa a história reflete as emoções da protagonista isso faz que o leitor se envolva mais na dor.
super recomendo a leitura

pussyuyu 21/01/2024

Ok
é um livro legal, mas não funcionou cmg. descobri ele em uma thread do twitter de livros sáficos e li sem sequer olhar a sinopse achando q era um romance, mas na real é um livro sobre luto. é algo que eu leria como acadêmica de psicologia para estudar sobre casos de depressão e luto, mas só.

luiza912 18/01/2024

Complicado...
O que dizer desse livro... Infelizmente não foi uma leitura boa pra mim. Achei o livro parado mas não acho que esse tenha sido o problema. Só não funcionou muito bem pra mim mesmo.

Beatriz.Amorim 14/01/2024

É, talvez estejamos bem mesmo... ou não
Esse livro tira todo o meu chão. É de sensação e brutalidade intensa, mas ao mesmo tempo é tão leve e te acolhe tanto com o que a personagem principal passa ou faz.

ariilira 08/01/2024

Cacete, que livro espetacular
O livro fala sobre Marin, uma garota que deixou tudo para trás, indo embora apenas com seu celular, uma carteira e a foto de sua mãe. O livro fala sobre solidão, luto, tristeza e, no fim de tudo, paz. Se você já perdeu alguém importante para você, com certeza vai se identificar com esse livro (inclusive, chorei no final). É um livro bem calmo e sem emoções, então não vá com expectativas de ser um livro de mistério ou romance. Muito aconchegante, me senti em casa lendo ele. Se você quer um livro só para passar o tempo, te garanto que é um livro perfeito.

Adriel66 03/01/2024

Nina Lacour você tem a minha atenção
Um história bem introspectiva, que consegue ser tranquilo e dramático ao mesmo tempo. Foi uma boa experiência lê-lo, especificamente porquê fazia tempos que eu não lia YA.

Naienne1 23/12/2023

Que tristeza
Esse é um livro muito "cru" sobre o luto de uma protagonista que perdeu o avô. É indigesto. A abordagem do luto como algo que paralisa foi tão realista, de partir o coração mesmo.
Por fim, se você tem qualquer intenção de ler Jane Eyre não leia esse livro antes. A protagonista conta a história toda.